Uma Pessoa; uma Rádio; um Jornal; um Site ou um Blog, servindo de plataforma individual ou colectiva, de comunicação, informação, sensibilização e educação de Massas, que diferença faz, para que uns sejam referenciados e prontamente apoiados, através de gestos de solidariedade em nome da Liberdade de Expressão, de Imprensa; da Democracia e do Estado de Direito e por aí fora, e outros, ignorados...?!
Quantas estações de rádio ou jornais com emissão na Guiné-Bissau conseguem ter tanto desempenho positivo para a Sociedade Guineense, dentro e fora de portas, como muitos sites e blogs, cujos administradores, comprometidos com o País; Dignos e Honestos Cidadãos que informam e educam toda uma Sociedade, têm sido humilhados, ameaçados de morte, sendo que muitas vezes seus blogs e sites são atacados, para destruição dos seus arquivos, peças importantes do dia a dia da nossa história contemporânea?
Quantos Guineenses ou Instituições Guineenses se solidarizaram alguma vez com as outras vias de comunicação social, consequentes da evolução tecnológica, para lá do tradicionalismo dos órgãos de comunicação social assentes em "estruturas físicas", muitas vezes fora dos contornos legais de registo de actividade?
Nos dias que correm, uma Rádio, um Jornal etc., não precisam, necessariamente, de um espaço físico concreto para prestar serviços à Sociedade.
Quantos Guineenses alguma vez perguntaram sobre as dificuldades e as necessidades financeiras e, ou, materiais, daqueles que lhes fornecem, diariamente, há tantos anos, todo o tipo de informações e análises sobre o nosso País, através das redes sociais, que mesmo as rádios e os jornais existentes na Guiné-Bissau não conseguem disponibilizar?
Quantos Guineenses, incluindo estudantes/académicos, políticos, instituições públicas e privadas, se preocuparam alguma vez com aqueles que gratuitamente lhes deram de beber nas suas fontes, face às suas securas... e com a garantia da pureza da água das suas fontes...?
Porque é que de repente uma estação de rádio que foi, alegadamente, vandalizada por estes dias, em Bissau, se tornou na referência maior do repúdio e da solidariedade, em nome da Liberdade de Imprensa, de Expressão, e, da Democracia e do Estado de Direito?
Haverá ou não, nesta estória, gato escondido com o rabo de fora?
Quantas estações de rádio, jornais, jornalistas, sites, blogs, CIDADÃOS, GUINEENSES, não têm sido vítimas dos sucessivos dirigismos políticos da Guiné-Bissau, sem nenhuma manifestação de repúdio e de solidariedade dos Guineenses?
Vamos dizer que há sempre uma altura para dizer Basta?
Ok. Aceito, mas daqui em diante, que haja coerência dos Guineenses em relação à Solidariedade, com todos quantos investem o seu capital humano e financeiro, sem nenhuma contrapartida, para informar, educar e sensibilizar toda uma Sociedade, correndo todo o tipo de riscos, mesmo sem um espaço físico para as suas formas de intervenção.
Porquê ajudar prontamente a uns e ignorar todos os demais?
Há jornais e rádios da Guiné-Bissau que ficam meses sem publicações/emissões, por falta de verbas, ou por retaliação do poder político, mas ninguém dá uma ajuda. Podem vir a desaparecer, pois não fazem falta, na lógica daqueles que se incomodam com as suas linhas editoriais...
Positiva e construtivamente.
Fernando Casimiro, (Didinho) 28.07.2020