Por Mário Aleixo - RTP 20 Agosto 2020
Um oficial maliano, o coronel Assimi Goita, apresentou-se como o chefe da junta que derrubou o presidente Ibrahim Boubacar Keita e estimou que o Mali “já não tem direito a errar”.
Em declarações prestadas aos jornalistas, declarou: “Apresento-me. Sou o coronel Assimi Goita, o presidente do Comité Nacional para a Salvação do Povo”.
Ladeado por militares armados, acrescentou: “O Mali está em situação de crise sociopolítica e segurança. Não temos mais direito a errar. Nós, ao fazermos esta intervenção ontem (terça-feira), colocámos o país acima (de tudo), o Mali primeiro”.
O coronel Goita tinha aparecido na televisão na noite de terça para quarta-feira, quando foi anunciado por um grupo de militares a criação deste comité que levou à demissão do presidente Keita, mas não tinha falado.
Estas declarações foram feitas depois de se encontrar com dirigentes do Estado na sede do Ministério da Defesa.
“Era meu dever reunir-me com os diferentes secretários-gerais, para que lhes pudéssemos garantir o nosso apoio em relação à continuidade dos serviços do Estado”, disse.
“Depois do acontecimento de ontem, que conduziu à mudança do poder, era nosso dever dar a nossa posição a estes secretários-gerais para que eles possam trabalhar”, prosseguiu.
O presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keita, anunciou a demissão horas depois de ter sido afastado do poder num golpe liderado por militares, após meses de protestos e agitação social.
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