terça-feira, 8 de outubro de 2024

General Umaro Sissoco Embalo está a fazer o resgate do orgulho nacional.

Gaio Martins Batista Gomes

A Guiné-Bissau tem conquistado um respeito cada vez maior no cenário internacional, e grande parte dessa mudança se deve à firmeza e à determinação do Presidente da República, General Umaro Sissoco Embaló. Ontem foi mais um dia de orgulho, mais uma vez, o Presidente demonstrou a sua postura inabalável ao lidar com a ingerência do secretário executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), Zacarias da Costa, numa atitude que merece todo o nosso orgulho e reconhecimento.

É notório, que, com as eleições a se aproximarem, alguns atores internacionais têm ensaiado interferir nos assuntos internos da Guiné-Bissau. 

Contudo, o que muitos ainda não entenderam é que a Guiné-Bissau de hoje não é a mesma de outrora. E quem tenta tratar a Guiné-Bissau como como faziam antigamente, vai se dar mal.

Sob a liderança do General Umaro Sissoco Embaló, o nosso país conquistou um novo patamar de respeito e dignidade no cenário global. A intransigência do Presidente frente a qualquer tentativa de intromissão externa não é apenas uma defesa dos interesses nacionais, mas uma demonstração clara de que a Guiné-Bissau de hoje, exige ser tratada com consideração e igualdade por todos os Estados.

Essa postura firme e corajosa do Presidente Embaló tem fortalecido a autoestima nacional e elevado o perfil da Guiné-Bissau no panorama internacional. 

Ontem foi uma mensagem clara para os que no futuro pensam bisbilhotar nos assuntos internos da Guiné-Bissau, que, apesar dos desafios de estabilidade e desenvolvimento, mantemos a nossa soberania inabalável e sua integridade protegida.

Esse comportamento desperta em mim um profundo sentimento de nacionalismo, um valor que precisamos urgentemente cultivar em nossa sociedade para substituir a doutrinação de amor ao partido. 

O nacionalismo é a chave para elevar o nosso país acima de divisões partidárias e interesses obscuros. 

Precisamos refletir profundamente sobre o papel de todos aqueles que, em nome de interesses partidários ou outros propósitos sombrios, não medem esforços para destruir a imagem da Guiné-Bissau no cenário internacional.

Mais do que nunca, é necessário educar os guineenses a serem nacionalistas, a erguerem a cabeça com orgulho perante qualquer outro Estado. Devemos cultivar o amor pela pátria e não pelos partidos. É preciso entender que só com uma nação forte, unida e respeitada poderemos superar os desafios que enfrentamos. 

Presidência da República da Guiné-Bissau,  obrigado por obrigar que respeitem a Guiné-Bissau 🇬🇼. 

/ Gaio Martins Batista Gomes /

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, garantiu hoje que Israel "eliminou" Hashem Safi al-Din, suposto substituto de Hassan Nasrallah na liderança do movimento xiita libanês Hezbollah, nas mais recentes campanhas de bombardeamento no Líbano.

© Lusa    Por Lusa   08/10/24 

Netanyahu afirma que Israel "eliminou" suposto novo líder do Hezbollah

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, garantiu hoje que Israel "eliminou" Hashem Safi al-Din, suposto substituto de Hassan Nasrallah na liderança do movimento xiita libanês Hezbollah, nas mais recentes campanhas de bombardeamento no Líbano.

"Danificámos as capacidades do Hezbollah. Eliminámos milhares de terroristas, incluindo o próprio Nasrallah, o sucessor de Nasrallah e o sucessor do sucessor de Nasrallah", declarou Netanyahu, num comunicado.

A confirmação de Netanyahu surge após vários dias de incógnitas sobre se um bombardeamento israelita em Beirute na passada sexta-feira conseguiu matar Safi al-Din ou não.

O ministro da Defesa, Yoav Gallant, disse hoje que o alegado sucessor -- a organização nunca confirmou que ocupava esse cargo -- "provavelmente também foi eliminado".

Nasrallah, que liderou o grupo pró-Irão durante mais de 30 anos, foi morto num bombardeamento israelita no sul de Beirute no final de setembro e, menos de uma semana depois, Israel atacou novamente a mesma área para alegadamente acabar com o seu possível sucessor .

Numa declaração em que apelou diretamente aos libaneses para "libertarem o país do Hezbollah", Netanyahu ameaçou a população libanesa com "uma longa guerra que trará destruição e sofrimento semelhantes ao que se vê em Gaza".

"Têm a oportunidade de salvar o Líbano antes que caia no abismo", disse, garantindo que se o país se libertar do movimento pró-Irão, a guerra, que fez até agora mais de 2.100 mortos do lado libanês, poderá terminar.

O líder hebreu defendeu que é o Irão, e não Israel, que ocupa o Líbano enviando armas para o Hezbollah para servir os seus interesses.

Israel abandonou o sul do Líbano em 2000, após uma ocupação de 18 anos -- as tropas chegaram ao sul de Beirute -- e que desde 1983 se situa na faixa sul do rio Awali.

Por seu lado, o secretário-geral adjunto do Hezbollah, Naim Qassem, prometeu hoje que Israel "não atingirá os seus objetivos" e será "derrotado" no sul do Líbano.

"O inimigo acredita que vai vencer. A única solução é a resistência, a firmeza e o nosso povo unir-se à nossa volta", disse o número dois do grupo, num discurso que assinalou um ano desde o início do fogo cruzado entre o Hezbollah e Israel.

Qassem disse que o Hezbollah anunciará um substituto para Hasan Nasrallah "a seu tempo".

"Iremos anunciá-lo oportunamente. As circunstâncias são difíceis e complexas devido à guerra", afirmou.

O grupo anunciou ainda que atacou mais de 4.200 "alvos inimigos" tanto em Israel como no sul do Líbano, em 3.194 operações militares.

O número de mortos nos ataques israelitas num ano contra o Líbano ultrapassou os 2.100, a maioria nas últimas duas semanas da intensa campanha de bombardeamentos contra o país, indicaram hoje fontes oficiais.

Nas últimas 24 horas registaram-se 36 mortos e 150 feridos, o que eleva o número total desde o início do ataque para 2.119 mortos e 10.019 feridos, segundo um comunicado da Presidência do Conselho de Ministros do país mediterrânico.

O Exército israelita anunciou hoje a mobilização da 146. ª divisão blindada em território libanês para realizar "atividades operacionais limitadas, localizadas e específicas" no sul do Líbano, segundo um comunicado militar, elevando para quatro o número de divisões na área.

Segundo o jornal The Times of Israel, o número total de soldados destacados no Líbano pode agora ultrapassar os 15.000, com estas quatro divisões, numa operação que Israel continua a apelidar de "limitada", apesar de já ter ordenado a evacuação de mais de 130 cidades.


Leia Também: O Exército israelita anunciou esta terça-feira ter desmantelado, durante as suas operações no sul do Líbano, um túnel do movimento xiita libanês Hezbollah que percorria território israelita, embora não tivesse ainda saída.


Planeta Terra: O agravamento dos sinais vitais da terra indica uma nova fase "crítica e imprevisível" da crise climática, que precisa de uma ação decisiva e rápida, concluíram cientistas de um consórcio internacional liderado pela Universidade de Oregon (EUA).

© Lusa   Por Lusa   08/10/24 16

Sinais vitais da Terra entram em nova fase "crítica e imprevisível"

O agravamento dos sinais vitais da terra indica uma nova fase "crítica e imprevisível" da crise climática, que precisa de uma ação decisiva e rápida, concluíram cientistas de um consórcio internacional liderado pela Universidade de Oregon (EUA).

"Estamos à beira de um desastre climático irreversível", afirmaram os investigadores num relatório anual sobre o estado do clima, publicado hoje na BioScience.

De acordo com os peritos, grande parte da estrutura da vida na Terra está em perigo.

Apesar dos avisos e das consequências que foi possível prever no último meio século, as emissões de combustíveis fósseis aumentaram para "um recorde histórico", referiram no documento.

Os cientistas sublinharam que os três dias mais quentes ocorreram em julho deste ano e que as atuais políticas estão a conduzir a Terra a um pico de aquecimento de aproximadamente 2,7 graus Celsius até 2100.

"Tragicamente, estamos a falhar em evitar impactos sérios (...) Trouxemos o planeta a condições climáticas nunca testemunhadas por nós ou pelos nossos antepassados", alertaram.

A equipa, dirigida por William Ripple, da Oregon State University, identifica as áreas em que são necessárias mudanças: energia, poluentes, natureza, alimentação e economia.

No ano passado, verificaram-se temperaturas recorde também no mar, assim como o verão extra tropical mais quente do Hemisfério Norte, em 2000 anos.

"As emissões de dióxido de carbono causadas pelo homem e outros gases com efeito de estufa são os principais impulsionadores das mudanças climáticas. Em 2022, a combustão global de combustíveis fósseis e os processos industriais foram responsáveis por cerca de 90% dessas emissões", sustentaram.

Segundo Ripple, uma grande parte da própria estrutura da vida no planeta está em perigo: "Já estamos no meio de uma convulsão climática abrupta, que põe em risco a vida na Terra de uma forma nunca vista pelos humanos".

Em 35 sinais vitais monitorizados anualmente pela equipa, 25 estão em níveis recorde.

No relatório são registados alguns "desastres climáticos", como os incêndios florestais no Chile, que este ano mataram pelo menos 131 pessoas e destruíram mais de 14.000 casas, ou as chuvas intensas em África que causaram inundações severas, nas quais morreram centenas de pessoas. Mais de 700.000 pessoas foram atingidas por este fenómeno.

Enquanto isto, muitas regiões da Ásia viveram "ondas de calor devastadoras".

Só em Myanmar (antiga Birmânia) morreram 1.500 pessoas por insolação. Na Índia, as temperaturas atingiram os 50 graus em algumas áreas e as doenças relacionadas com o calor causaram 60 mortes.

A população humana está a aumentar a um ritmo de 200.000 pessoas por dia, e o número de animais ruminantes -- mamíferos com cascos, como bovinos, ovinos e caprinos, que produzem gases com efeito de estufa e cuja criação exige muita energia -- aumenta cerca de 170.000 por dia.


Leia Também: Auroras boreais voltaram a 'dançar' nos céus da Europa 

Deputados da oposição libanesa pediram esta terça-feira ao partido-milícia xiita Hezbollah que "regresse ao Estado" e cumpra as resoluções internacionais e o Acordo de Taife assinado em 1989, que pôs fim à guerra civil no Líbano.

© Reuters   Por Lusa   08/10/24 

 Oposição libanesa pede a Hezbollah que cumpra acordo

Deputados da oposição libanesa pediram esta terça-feira ao partido-milícia xiita Hezbollah que "regresse ao Estado" e cumpra as resoluções internacionais e o Acordo de Taife assinado em 1989, que pôs fim à guerra civil no Líbano.

Numa carta dirigida ao movimento libanês pró-iraniano, as deputadas Najat Aoun Saliba, do partido Taqaddom, reformista, e Paula Yacubian, do Kuluna Watani (Todos pela Pátria), e os deputados Melhem Jalaf, também do Taqaddom, e Yassine Yassine, do Sahlouna wal Jabal, movimento independente, lembram que foi através desse acordo que se reorientou a reforma política no país e se estabeleceu relações com a Síria.

"Ninguém pode proteger o Líbano exceto os homens e mulheres libaneses unidos, através da cooperação e da solidariedade", disseram os quatro deputados, que condenaram os bombardeamentos perpetrados por Israel contra diversas áreas do Líbano.

"Destruíram a nossa terra e representam um crime inaceitável. É necessário, nestas circunstâncias, ter um Estado que possa proteger os seus cidadãos e um Presidente que assuma a responsabilidade de parar a guerra", afirma-se no documento.

Os deputados instaram o presidente do Parlamento, Nabih Berri, a realizar sessões plenárias para que os partidos possam eleger um chefe de Estado "capaz de salvar o país". 

"O Líbano está sem Presidente há dois anos e a última sessão sobre o assunto ocorreu há mais de um ano", lembraram.

Na carta, os quatro deputados aproveitaram para se dirigir à comunidade árabe do país e garantiram que o Líbano "não ficará isolado". 

"Continuaremos a trabalhar para conseguir a criação de um Estado palestiniano seguindo o caminho da cimeira da Liga Árabe de 2002, que abordou o conflito israelo-palestiniano", acrescentaram.

"Pedimos à comunidade internacional que pare o massacre e evite que Israel cometa genocídio no Líbano, como fez em Gaza", afirmaram os deputados, exigindo ainda ao povo libanês que procure justiça junto dos seus líderes políticos, "que nada fizeram para evitar a guerra".

A última vez que o Parlamento libanês tentou eleger um chefe de Estado foi a 14 de junho de 2023, naquela que foi a 12.ª vez, depois de mais um "braço de ferro" entre o poderoso Hezbollah e os seus opositores, abrindo um vazio de poder desde então.

Em pleno colapso económico, o Líbano está, na prática, desde dezembro de 2022 sem Presidente sendo liderado por um governo demissionário com poderes reduzidos. 

O Parlamento libanês, inativo há mais de um ano, tem 128 deputados e nenhum dos campos políticos tem uma maioria clara.

O Acordo de Taife é a designação comum para um documento de nome oficial Carta Nacional de Reconciliação, aprovado a 22 de outubro de 1989, e ratificado pelo parlamento libanês a 05 de novembro de 1989 na cidade de Taife, Arábia Saudita, cujo objetivo foi acabar com a guerra civil no Líbano, que se desenrolava desde 1975.


Leia Também: Israel admite que possível novo líder do Hezbollah terá sido "eliminado" 

Frente Social/Greve de três dias no setor da saúde está a ter efeitos negativos nos utentes do HNSM

Bissau 08 Out 24 (ANG) – A greve  de três dias decretada pela Frente Social,  que engloba sindicatos do sector de  saúde e  educação, está a ter impacto negativo na vida dos utentes e das pessoas que procuram serviços do Hospital Nacional Simão Mendes.

Foi o que apurou hoje o repórter da ANG durante uma ronda efectuada ao maior centro hospitalar do país,  no  segundo dia da greve que termina quarta-feira(9).

A ANG constatou que serviços estão a funcionar à “meio gaz” uma vez que o atendimento é reservado  a doentes considerados graves, e os que não necessitam de cuidados urgentes são encaminhados para o Hospital Militar ou para difrentes clínicas privadas do país.

Segundo apurou o repórter da ANG junto  de uma fonte no serviço da Pediatria do Hospital Nacional Simão Mendes(HNSM), neste período de greve, serviços  onde devia estar dois médicos e duas enfermeiras estão a funcionar com um médico e uma enfermeira.

De acordo com a fonte, a ida em grosso número de técnicos de saúde  à República da Venezuela para especialização  já tinha enfraquecido a capacidade de atendimento aos pacientes e com essa paralização a situação complicou-se mais,sobretudo para os mais carenciados.

Para Idrissa Djaló, cidadão da Guiné-Conacri residente em Bissau, que levou a sua mulher grávida para consulta, já é o momento de os governantes africanos “deixarem de maltratar” o seu povo e começarem a governar seriamente.

Djaló diz que apesar de a sua mulher não estar a necessitar de cuidados maiores, sente muita pena dos doentes que estão a abondonar o hospital por causa da greve. “Peço as autoridades e os sindicatos que encontrem  uma solução”, disse.

Aua Sambú, residente em Mansoa, norte a Guiné-Bissau, que trouxe o seu sobrinho que está com tosse, já há mais de uma semana, estava visilvemente irritada quando soube que o caso do seu sobrinho não era considerado grave e que por isso não podia ser atendido.

O paciente William Barreto que está internado nos serviços da Ortopedia, lamentou as constantes paralizações no sector da saúde, o que, segundo ele, mostra um claro desinteresse dos governantes no que tem a ver com a saúde, porque podem ir ao estrangeiro receber tratamento médico

Este jovem com uma perna amputada disse que está a receber assistência médica mas com muito atraso, devido a greve.

Honório Mendes é da opinião de que só uma revolução comum entre os guineenses, elegendo prioridades como boa saúde, educação, estradas, poder de compra, entendimento na classe política , pode mudar a situação do país.

Mendes lamentou as  mortes evitáveis que ocorrem nos hospitais, por falta de condições de trabalho para identificar e tratar patologias  e pede entendimento entre o Govero e a Frente Social , para facilitar a vidas dos mais pobres , que recorrem ao Simão Mendes. ANG/MSC/ÂC//SG

Cerimónia oficial da entrega formal do Plano Nacional de Transporte e Logística da Guiné Bissau

Com Ministério Das Obras Publicas, Habitação e Urbanismo

BANCO MUNDIAL ENTREGA PLANO NACIONAL DE TRANSPORTES E LOGÍSTICA AO GOVERNO DA GUINÉ-BISSAU

Esta terça-feira, o Banco Mundial procedeu à entrega formal do Plano Nacional de Transportes e Logística ao Governo da Guiné-Bissau. Este documento estratégico abrange os sectores de transporte rodoviário, aéreo e fluvio-marítimo, com o objectivo de estabelecer as condições necessárias para impulsionar os principais pilares da economia guineense, como a agricultura, a pesca e o turismo.

O plano visa igualmente proporcionar uma linha orientadora para o Governo e os parceiros internacionais, facilitando o desenvolvimento das infra-estruturas do sector dos transportes e áreas afins, de modo a maximizar o impacto dos investimentos no país.

A cerimónia de entrega foi presidida pelo Primeiro-Ministro, Rui Duarte de Barros, e contou com a presença do Ministro das Obras Públicas, José Carlos Esteves, Ministro dos Transportes, Telecomunicações e Economia Digital, Marciano Silva Barbeiro, e do Ministro da Economia, Soares Sambú.

Segundo o Ministro das Obras Públicas, Habitação e Urbanismo, José Carlos Esteves, o plano será formalmente adoptado pelo Governo da Guiné-Bissau sob a forma de decreto-lei, e prevê um horizonte de implementação de 15 anos.

Também após a cerimónia de entrega formal, o Ministro das Obras Públicas, Habitação e Urbanismo, Eng• José Carlos Esteves, falou sobre a relevância do Plano Nacional de Transportes e Logística para o país. ☝

O Primeiro-ministro Rui Duarte Barros presidiu esta terça-feira (08.10) a cerimónia de entrega formal do plano Nacional de Transporte e Logística da Guiné Bissau  @Radio Voz Do Povo

@Emmanuel Ejehi Jr.



Caso insólito / Contuboel: CIDADÃO AGRIDE TÉCNICOS DE SAÚDE COM ARMA DE FOGO

Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos Camará / Iaia Quadé   Radiosolmansi.net
Os técnicos de saúde em Contuboel, região de Bafatá, leste do país, abandonaram por completo os seus postos de trabalho, porque um cidadão nacional, de cerca de 30 anos de idade, invadiu as instalações do centro e depois disparou armas de fogo nas proximidades do centro.

A situação aconteceu, segundo testemunhos, por volta das 01:30 desta terça-feira (08 de outubro), quando o cidadãos em causa arrombou a porta, agrediu fisicamente os técnicos que estavam em serviço, num momento em que crianças recém-nascidas internadas e suas mães estavam internadas.

Segundo as mesmas fontes, o cidadão em causa “filho do administrador do setor de Contuboel” teria chegado com violência procurando uma das parteiras e depois de adentrar tentou tirá-la à força, mas como não conseguia tentou puxá-la e diante dos casos os outros técnicos, inclusive o responsável do centro, tentaram controlar a situação.

Neste momento, os doentes foram obrigados a voltar para casa e durante o incidente que ocorreu durante uma hora as grávidas, as mães e as suas crianças recém-nascidas tiveram que salvar-se e “isso colocou as suas vidas em risco”.

O responsável na área sanitária de Contuboel, Salifo Incaté, que falava em entrevista à Rádio Sol Mansi (RSM), disse que foi agredido fisicamente pelo cidadão em causa, filho do administrador do setor de Contuboel, que estava na posse de arma de fogo.

“Nesta manhã todos os funcionários do centro sentaram em suas casas e o centro está parado. Até esta manhã estavam internados três doentes graves com paludismo e os familiares estavam a diligenciar para que pudessem ser tratados em outros centros”, explica Salifo Incaté que durante o conforto teve ferimentos graves na garganta.

Segundo o técnico de saúde depois do ocorrido, o cidadão em causa foi procurar uma arma e depois disparou tiros nas proximidades do centro e de seguida foi para a minha casa me ameaçando assassinar.

Os técnicos ameaçam que voltarão ao trabalho só depois que a situação seja normalizada, porque “os doentes, gestantes, mães com as suas crianças recém-nascidas tiveram que sair aos gritos”.

“Hoje ninguém tem a coragem de voltar o centro”, lamenta.

Segundo autoridades policiais, o agressor neste momento está detido nas celas da Polícia da Ordem Pública da região de Bafatá.

A RSM tentou falar com o diretor regional de saúde, mas ainda não conseguimos porque fontes avançaram que ele estava numa reunião com as autoridades policiais sobre este mesmo caso.

Outras fontes relataram que o agressor durante o ato contra os técnicos de saúde estava bêbado e fora do controle e só horas depois conseguiu ser preso.

É assim que deve aliviar uma dor de cabeça durante a gravidez... A toma de comprimidos pode ser pouco aconselhada. O melhor é apostar em soluções naturais. Veja o que pode fazer.

© Shutterstock   Por Notícias ao Minuto    08/10/24 

São vários os fatores que podem levar a uma dor de cabeça durante a gravidez. Seja devido a alterações hormonais, à desidratação, ao stress ou à falta de sono, é algo que pode acontecer nas várias fases da gestação.

O 'website' HealthShots falou com a obstetra e ginecologista Madhu Juneja para perceber como resolver o problema. Em causa está o facto de não ser aconselhada a toma de certos medicamentos e fármacos.

Hidratação

"Tome uma boa quantidade de líquidos para evitar desidratação, especialmente se tiver enjoo matinal."

Descanso

"Faça pausas e garanta um sono consistente para combater a fadiga."

Compressa fria

"O gelo tem um efeito anestesiante, o que pode ser útil para controlar as dores de cabeça."

Massagem

"Use as pontas dos dedos para massajar a cabeça durante alguns segundos e acabar com as dores."

Relaxe

"Considere fazer yoga, meditação e exercícios de respiração."

Paracetamol (mas com cuidado)

"Para sua própria segurança, tome paracetamol pelo menor tempo possível durante a gravidez." Aconselha ainda a falar sempre com o seu médico.


As autoridades russas ordenaram hoje a retirada de mais de mil civis, no segundo dia do incêndio provocado por um ataque da Ucrânia num importante terminal petrolífero na Crimeia, região ucraniana anexada por Moscovo.

© Reprodução X @CrimeaUA1     Por Lusa   08/10/24 

 Mil civis retirados devido a incêndio num terminal petrolífero na Crimeia

As autoridades russas ordenaram hoje a retirada de mais de mil civis, no segundo dia do incêndio provocado por um ataque da Ucrânia num importante terminal petrolífero na Crimeia, região ucraniana anexada por Moscovo.

"Para garantir a segurança das pessoas que vivem nas proximidades do local (...) foi realizada a retirada temporária de 1.047 pessoas, que foram enviados para centros de alojamento", declarou o presidente da Câmara de Feodossia onde se localiza o terminal, Igor Tkatchenko, na rede social X. 

Segundo os serviços de emergência russos, citados pela agência de notícias estatal Ria Novosti, o incêndio não está controlado e alastrou a três tanques de produtos petrolíferos.

"A área do incêndio no terminal petrolífero estendeu-se para 2.500 metros quadrados", disse um representante de emergência não identificado à Ria Novosti.

O exército ucraniano afirmou na segunda-feira ter atingido com mísseis o terminal petrolífero de Feodossia, no leste da Crimeia, o "maior" desta península e que abastece o exército russo, segundo Kiev.

As autoridades russas confirmaram o incêndio, sem identificar a causa.

A Ucrânia já tinha utilizado mísseis de longo alcance, nomeadamente para atacar o quartel-general da frota russa do Mar Negro em Sebastopol, em setembro de 2023.

Nos últimos meses, os ataques ucranianos estão a ser realizados com 'drones". A Ucrânia não dispõe de muitos mísseis, que são enviados aos poucos pelos seus aliados ocidentais.

Em resposta aos bombardeamentos russos durante mais de dois anos e meio às suas infraestruturas e cidades, a Ucrânia aumentou os ataques contra instalações energéticas russas, a fim de perturbar a logística do exército de Moscovo, que ocupa quase 20% do território ucraniano.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022.


EUA: 'Caçadores de Furacões' voam no interior do furacão Milton. Ora veja... De realçar que Milton evoluiu rapidamente na segunda-feira para um furacão de categoria 5 em direção à Florida.

© Reprodução X @NOAA_HurrHunter    Por Notícias ao Minuto  08/10/24 

Um avião 'caça-furacões' da Agência Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA, na sigla em inglês) entrou no olho do furacão Milton, que se intensificou no Golfo do México e se prepara para tocar o solo dos Estados Unidos nas próximas horas. 

O avião, um WP-3D Orion, apelidado de "Miss Piggy", esteve a recolher dados críticos que ajudam a melhorar as previsões e apoiam a investigação sobre furacões. Pode ver o vídeo na galeria.👇

Recorde-se que estes investigadores são conhecidos como 'Caçadores de Furacões'.

De realçar que Milton perdeu intensidade, esta terça-feira, diminuindo para a categoria 4, mas continua a ser uma ameaça para a área densamente povoada de Tampa, na Florida, atingida recentemente por outra tempestade.

O furacão Milton intensificou-se rapidamente na segunda-feira, tornando-se uma tempestade de categoria 5 antes de perder intensidade.

Segundo o Centro Nacional de Furacões, o furacão teve ventos máximos de 250 quilómetros por hora. O centro da tempestade pode atingir a costa na quarta-feira na região da Baía de Tampa, que não é atingida de frente por um grande furacão há mais de um século.

Os cientistas esperam que o sistema enfraqueça ligeiramente antes de chegar ao continente, embora possa manter a força do furacão à medida que atravessa o centro da Florida em direção ao oceano Atlântico.

Esta trajetória pouparia em grande parte outros estados devastados por Helene, que matou pelo menos 230 pessoas há menos de duas semanas.

O governador da Florida, Ron DeSantis, alertou, na segunda-feira, que era imperativo que os destroços de Helene fossem removidos antes da chegada de Milton para que os detritos não se transformassem em projéteis.

Os serviços de emergência do Estado já estão a preparar aquelas que serão as maiores evacuações desde 2017 e o governador, Ron DeSantis, alertou que os cortes de energia serão ainda maiores do que os provocados por Helene.

A área metropolitana de Tampa tem uma população de mais de 3,2 milhões de pessoas.

O olho do furacão localizava-se na manhã de segunda-feira a cerca de 240 quilómetros a oeste da cidade mexicana de Progreso, segundo a Coordenação Nacional de Proteção Civil do México.

A França expulsou o filho mais velho de Osama bin Laden, que viveu durante anos na Normandia com a sua mulher, de nacionalidade britânica, por fazer apologia ao terrorismo, disseram hoje fontes oficiais.

© JEAN-FRANCOIS MONIER/AFP via Getty Images   Por Lusa  08/10/24 

 França expulsa filho mais velho de Bin Laden por apologia ao terrorismo

A França expulsou o filho mais velho de Osama bin Laden, que viveu durante anos na Normandia com a sua mulher, de nacionalidade britânica, por fazer apologia ao terrorismo, disseram hoje fontes oficiais.

O ministro do Interior francês, Bruno Retailleau, anunciou hoje, na rede social X, que a entrada de Omar bin Laden em França também está proibida.

Retailleau explicou que o representante do Governo no departamento de Orne, onde vivia Omar bin Laden, decretou a sua expulsão, decisão que foi confirmada pelo tribunal por motivos de "segurança nacional".

O ministro disse que Omar bin Laden fez declarações em 2023 que poderiam ser consideradas "apologia ao terrorismo".

Especificamente, a expulsão deveu-se a uma mensagem que Omar teria publicado no dia que se assinalava a morte do seu pai, morto em 2011 pelos militares dos Estados Unidos numa operação no Paquistão, elogiando a sua figura.

O filho do antigo líder da organização terrorista Al-Qaida, que vivia na Normandia desde 2016 e iniciou uma atividade artística, negou ser o responsável pela mensagem.


Leia Também: O número de ocorrências criminais em Timor-Leste aumentou em 2023, com 5.671 casos registados em todo o território, mais 1.009 do que em 2022, indicam dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) timorense.

Esperança média de vida: A humanidade está a atingir o limite da esperança de vida, apesar dos avanços na tecnologia médica e na investigação genética, de acordo com um novo estudo.

© iStock   
Por Lusa  08/10/24 
A humanidade está a atingir o limite da esperança de vida, apesar dos avanços na tecnologia médica e na investigação genética, de acordo com um novo estudo.

Os avanços científicos não se traduzem em saltos acentuados na esperança de vida em geral, de acordo com os investigadores que descobriram que a diminuição da longevidade aumenta em países com as populações com maior longevidade.
 
"Temos de reconhecer que há um limite" e talvez se deva reavaliar as estimativas sobre quando as pessoas se devem reformar e de quanto dinheiro vão precisar para viver as suas vidas, frisou S. Jay Olshansky, investigador da Universidade de Illinois-Chicago e principal autor do estudo publicado na segunda-feira pela revista Nature Aging.

Mark Hayward, investigador da Universidade do Texas que não esteve envolvido no estudo, considerou-o "uma adição valiosa à literatura sobre mortalidade", noticiou a agência Associated Press (AP).

"Estamos a atingir um patamar" na esperança de vida, concordou.

É sempre possível que algum avanço possa levar a sobrevivência a patamares mais elevados, "mas não existe isso atualmente", frisou Hayward.

A esperança de vida é uma estimativa do número médio de anos que um bebé nascido num determinado ano pode esperar viver, assumindo que as taxas de mortalidade nessa altura se mantêm constantes.

É uma das medidas de saúde mais importantes do mundo, mas também é imperfeita: é uma estimativa instantânea que não consegue contabilizar pandemias mortais, curas milagrosas ou outros desenvolvimentos imprevistos que possam matar ou salvar milhões de pessoas.

Na nova investigação, Olshansky e os seus parceiros de investigação acompanharam estimativas de esperança de vida para os anos de 1990 a 2019, extraídas de uma base de dados gerida pelo Instituto Max Planck de Investigação Demográfica.

Os investigadores concentraram-se em oito dos locais do mundo onde as pessoas vivem mais tempo -- Austrália, França, Hong Kong, Itália, Japão, Coreia do Sul, Espanha e Suíça.

Os EUA nem sequer estão entre os 40 primeiros, mas também foram incluídos por causa de estimativas ousadas do passado, de que a esperança de vida nos EUA poderá aumentar dramaticamente neste século, explicou Olshansky.

As mulheres continuam a viver mais tempo do que os homens e continuam a ocorrer melhorias na esperança de vida -- mas a um ritmo lento, descobriram os investigadores.

Em 1990, a quantidade média de melhoria foi de cerca de 2 anos e meio por década. Na década de 2010, era de 1 ano e meio -- e quase zero nos EUA.

Os EUA são mais problemáticos porque são mais atingidos por uma série de questões que matam pessoas antes mesmo de atingirem a velhice, incluindo overdoses de drogas, tiroteios, obesidade e desigualdades que tornam difícil para algumas pessoas obter cuidados médicos suficientes.

Mas num cálculo, os investigadores estimaram o que aconteceria em todos os nove locais se todas as mortes antes dos 50 anos fossem eliminadas. O aumento, na melhor das hipóteses, ainda foi de apenas um ano e meio, referiu Olshansky.

"Estamos a extrair cada vez menos vida destas tecnologias que prolongam a vida. E a razão é que o envelhecimento atrapalha", sustentou.

É provável que o número de centenários aumente nas próximas décadas, de acordo com os especialistas, mas isso deve-se ao crescimento populacional.

A percentagem de pessoas que atingem os 100 anos continuará limitada, provavelmente com menos de 15% das mulheres e 5% dos homens a conseguirem chegar a esse ponto na maioria dos países, vincou Olshansky.


‼ PR guineense diz que mandou soltar ex-ministro por falta de fundamento para detenção

Por Braima Darame    DW Português para África

O Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, afirmou hoje à Lusa que mandou soltar o ex-ministro das Finanças Suleimane Seidi, por ter sido detido com base num fundamento ultrapassado. 

O antigo governante esteve detido cinco dias, com a família e os advogados a alegarem desconhecer as razões, na medida em que tinha sido posto em liberdade condicional em julho, no âmbito do "caso dos seis biliões", em que é acusado de corrupção junto com o ex-secretário de Estado do tesouro António Monteiro. 

O Presidente da República disse à Lusa que chegou domingo à noite a Bissau, depois de participar na cimeira da francofonia, em Paris (França), e que hoje mandou soltar o ex-ministro. 

Sissoco Embaló explicou que a detenção foi ordenada pelo Ministério do Interior com base num antigo mandado judicial emitido no início do processo e que se encontra ultrapassado. 

"Não houve mais nenhuma decisão de nenhum juiz", salientou, explicando que, por essa razão, mandou soltá-lo, intervindo junto do Ministério do Interior do Governo de iniciativa presidencial. 

O chefe de Estado ressalvou que o processo judicial relativamente aos antigos governantes prossegue, encontrando-se no Tribunal da Relação, depois de um recurso apresentado pela defesa no início do julgamento, que se encontra suspenso à espera da decisão do mesmo. 

"Eu não sou juiz, portanto o tribunal é que tem que tomar novas decisões, se entender", afirmou. 

 De acordo com a família, o ex-ministro da Economia e Finanças da Guiné-Bissau Suleimane Seidi foi hoje restituído à liberdade após cinco dias encarcerado e conduzido até à sua residência pela polícia que o deteve na passada quarta-feira, quando se encontrava num restaurante de Bissau. 

segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Eleições legislativas: SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA PUBLICA LISTA PROVISÓRIA DE PARTIDOS E COLIGAÇÕES.

O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) publicou na manhã desta segunda-feira, 07 de outubro de 2024, a lista provisória de partidos políticos e coligações eleitorais que depositaram nomes de candidatos a deputados para apreciação e, consequente aprovação daquele órgão. 

Foram no total quatro formações políticas que depositaram o documento no supremo tribunal para o efeito da validação, designadamente: Organização Cívica da Esperança Renovada (OCER), Aliança para República (APR), o Partido Unido Social Democrático (PUSD) e a Convergência Nacional para a Liberdade e o Desenvolvimento da Guiné-Bissau (COLIDE-GB).

A nível de coligaçõee eleitorais, o Supremo Tribunal de Justiça, publicou a lista de três coligações eleitorais que depositaram os documentos dos seus candidatos para o cargo de deputados da nação, nomeadamente: Coligação Plataforma de Aliança Inclusiva – Terra Ranka, a Plataforma Republicana – Nô Kumpu Guiné e a Aliança Patriótica Inclusiva – Cabas Garandi.

Após a apreciação e aprovação dos nomes, o Supremo Tribunal de Justiça vai afixar a lista definitiva de nomes dos candidatos ao cargo de deputados apresentados pelos partidos e coligações eleitorais para as eleições legislativas. 

Importa referir que o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, agendou as eleições legislativas antecipadas para o dia 24 de novembro de 2024, através de decreto presidencial n.º26/2024 em julho do ano em curso, depois da dissolução do Parlamento a 04 de dezembro de 2023.

Por: Assana Sambú

O Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, qualificou hoje de "atrevido" o secretário executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), Zacarias da Costa, por ter comentado a situação política guineense.

Por Lusa  07/10/24
O Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, qualificou hoje de "atrevido" o secretário executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), Zacarias da Costa, por ter comentado a situação política guineense.

"Ele é atrevido, o secretário executivo não tem essa competência, ele foi além das suas prorrogativas", afirmou, em entrevista à Lusa, o chefe de Estado da Guiné-Bissau.

Zacarias da Costa pronunciou-se por duas vezes sobre a Guiné-Bissau, que assumirá a presidência da CPLP em 2025, afirmando que a comunidade "segue com alguma preocupação os desenvolvimentos" no país da África Ocidental.

"Ele é atrevido, não tem limites, nem tem a noção das declarações que proferiu. Tinha que se preocupar é com a situação de Timor-Leste", reiterou o presidente da Guiné-Bissau, referindo-se à origem timorense de Zacarias da Costa.

O chefe de Estado guineense considerou que o secretário executivo da CPLP "está a agir a mando de uma mão oculta", sem adiantar mais pormenores.

"Espero que seja a última vez que se refere à Guiné-Bissau. Da próxima vez, haverá consequências diretas", afirmou.

Umaro Sissoco Embaló salientou que a Guiné-Bissau "já presidiu a uma organização muito maior que a CPLP", referindo-se à presidência da CEDEAO, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental.

Sissoco Embaló disse já ter abordado a questão com o primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, à margem da última Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, e que lhe foi dirigido um pedido de desculpas da parte do chefe do Governo timorense.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, Carlos Pinto Pereira, também já manifestou descontentamento com as declarações do secretário executivo da CPLP.

Em entrevista à Lusa, em Lisboa, o responsável pela diplomacia guineense mostrou-se preocupado com as declarações que considerou "pouco abonatórias" para o país e lembrou que a CPLP tem um órgão político que é o Conselho de Ministros, presidido por São Tomé e Príncipe.

"Que eu saiba [Zacarias da Costa] não consultou, não ouviu ninguém. Pergunto-me com que legitimidade é que o secretariado assume este tipo de questões, sem ouvir ninguém?", referiu.

Zacarias da Costa afirmou que "a CPLP segue com alguma preocupação os desenvolvimentos na Guiné-Bissau, mas constitui um princípio fundamental da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa não interferir nos assuntos internos de cada Estado-membro".

"Temos a certeza que os guineenses saberão como sair desta situação menos boa. As eleições já foram anunciadas pelo Presidente da República, para o dia 24 de novembro, e naturalmente esperamos que tudo corra com normalidade", acrescentou.

O Presidente da República da Guiné-Bissau marcou eleições legislativas antecipadas para o próximo dia 24 de novembro, após ter dissolvido a Assembleia Nacional Popular, em dezembro de 2023, e ter formado um Governo de iniciativa presidencial.

Recentemente, a Comissão Permanente da Assembleia Nacional Popular adotou uma resolução onde exortou o Presidente da República a marcar eleições presidenciais ainda no decurso deste ano para que no dia 28 de fevereiro de 2025 haja um novo chefe de Estado.

A Comissão Permanente instou ainda as autoridades a resolver a situação no Supremo Tribunal de Justiça e a eleições de um novo secretariado da Comissão Nacional de Eleições, justificando que a CNE está caduca desde 2022.

Os pronunciamentos da Comissão Permanente foram mal recebidos pelos governantes que proibiram o acesso de vários deputados à Assembleia Nacional e levaram dirigentes do MADEM-G15, a ala que apoia Umaro Sissoco Embaló, a afirmar que o atual presidente do parlamento, Domingos Simões Pereira, não tinha condições para permanecer no cargo, indicando Satu Camará, vice-presidente do órgão, como substituta.

NOVO SISTEMA DE CONTROLO DE FRONTEIRAS NO AEROPORTO INTERNACIONAL OSVALDO VIEIRA NA GUINÉ-BISSAU

Por Embaixada de Portugal na Guiné-Bissau

O Sistema de Controlo de Fronteira PASSE (Processo Automático e Seguro de Saídas e Entradas) começou a ser utilizado pelos serviços de fronteiras do Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira no passado dia 2 de outubro.

Este novo sistema, implementado no âmbito do projeto GESTDOC e tendo como parceiros a Direção-Geral de Migração e Fronteiras da Guiné-Bissau (DGMF) e o Sistema de Segurança Interna de Portugal, tem como objetivo garantir maior eficiência e segurança no controlo de passageiros. 

Os funcionários da DGMF participaram, no mês de setembro, em três ações de formação que os habilitaram a utilizar o novo sistema.

Foram ainda capacitados os serviços competentes com mais e melhores recursos materiais e tecnológicos, incluindo um centro de dados totalmente equipado, computadores, leitores óticos de documentos e impressoras.

O Projeto GESTDOC – Modernização e reforço da cadeia de identificação e segurança documental em Cabo Verde e na Guiné-Bissau – é financiado pela União Europeia 🇪🇺 e é gerido e cofinanciado pelo Camões, Instituto da Cooperação e da Língua, IP. 🇵🇹. Camões, I.P.  


Chefe de equipa médica chinesa:”RECURSOS MÉDICOS E INFRASESTRUTURAS HOSPITALARES SÃO DESAFIOS QUE ENFRETAMOS NA GUINÉ-BISSAU”

 O DEMOCRATA  07/10/2024  

O chefe da equipa médica chinesa na Guiné-Bissau, Pang Yong, disse que a escassez de recursos médicos e o número reduzido das infrasestruturas hospitalares são os maiores desafios que estão a enfrentar nos seus trabalhos de assistência médica e tratamento às populações guineenses, no âmbito do acordo assinado entre os dois países, acrescentando, neste particular que, a escassez de profissionais de saúde associada ⁷ limitações no nível de especialização e não só, como também o número de médicos e enfermeiros por mil habitantes na Guiné-Bissau está muito abaixo da média mundial e que a grave escassez de pessoal médico resulta em elevada carga de trabalho.  

“Os equipamentos médicos dos hospitais locais são envelhecidos e ultrapassados, e há uma grave falta de equipamentos médicos avançados. Por exemplo, a escassez de equipamentos de grande porte, como máquinas de tomografia computorizada (CT) e ressonância magnética nuclear (RMN), afeta o diagnóstico preciso e o tratamento eficaz das doenças. A disponibilidade de medicamentos essenciais é frequentemente irregular, e muitos dos medicamentos necessários para tratar doenças comuns estão muitas vezes em falta, o que compromete os resultados dos tratamentos e a recuperação dos pacientes”, alertou o médico especialista em anestesiologista que dirige a equipa médica chinesa na Guiné-Bissau, durante uma entrevista exclusiva ao Jornal O Democrata para falar de trabalhos levados a cabo por assistência médica à população local, como também da iniciativa da promoção da semana da medicina tradicional chinesa no hospital principal militar amizade “Sino – Guineense”.

O Democrata (OD): Qual foi o objetivo principal da equipe médica chinesa ao ser enviada para a Guiné-Bissau?

Pang Yong (PY): A nossa missão é a prestação de serviços médicos em estreita cooperação com os profissionais de saúde da Guiné-Bissau, a equipa médica chinesa auxilia na prestação de cuidados médicos, no diagnóstico e tratamento de várias doenças, ajudando a atenuar a escassez de recursos médicos e as limitações no nível de atendimento médico local. Assim, proporcionamos aos pacientes guineenses um serviço de saúde de qualidade. De acordo com dados preliminares, até junho de 2024, a equipa médica chinesa já havia tratado 954.846 pacientes em consultas externas, socorrido 87.473 pacientes em estado crítico, admitido 791.365 pacientes hospitalizados e realizado 332.919 sessões de acupuntura.

A equipa médica chinesa partilha experiências e conhecimentos com os profissionais de saúde locais, aprendendo mutuamente e promovendo a formação técnica. Transmite-se assim conhecimentos avançados e técnicas médicas, melhorando as competências e o nível técnico dos profissionais de saúde guineenses, com o objetivo de criar uma equipa de saúde que possa ser auto-suficiente após a partida da equipa médica chinesa. 

Em função das condições locais da Guiné-Bissau, das características das doenças comuns e recorrentes, bem como dos casos médicos complexos, a equipa médica chinesa colabora com os hospitais locais no fortalecimento da construção de departamentos médicos especializados, ajudando a elevar o nível de diagnóstico e tratamento, contribuindo para o desenvolvimento global do setor de saúde na Guiné-Bissau.

OD: Quais são os principais desafios que a equipa enfrentou durante os trabalhos de socorro médico?

PY: Escassez de recursos médicos e sobretudo o número reduzido de hospitais. A Guiné-Bissau tem um número extremamente limitado de hospitais em todo o país, o que é insuficiente para satisfazer as necessidades básicas de saúde da população, resultando em muitos pacientes que não conseguem receber tratamento hospitalar atempado. 

A disponibilidade de medicamentos essenciais é frequentemente irregular, e muitos dos medicamentos necessários para tratar doenças comuns estão muitas vezes em falta, o que compromete os resultados dos tratamentos e a recuperação dos pacientes.

A Guiné-Bissau é uma zona de alta prevalência de doenças infecciosas como a malária, o VIH/SIDA e a tuberculose. A propagação dessas doenças não só aumenta a dificuldade no tratamento médico, como também representa uma séria ameaça à saúde dos membros da equipa médica. Por exemplo, durante a época de pico da malária, muitos pacientes procuram tratamento, exigindo grandes esforços da equipa médica na prevenção e controlo da doença.

Os profissionais de saúde locais carecem de formação profissional adequada e de oportunidades de aprendizagem contínua. A atualização de conhecimentos é lenta, e as técnicas e conceitos médicos são relativamente desatualizados. A equipa médica chinesa necessita de investir muito tempo e esforço na formação e orientação dos profissionais de saúde locais.

A língua oficial da Guiné-Bissau é o português, mas também existem várias línguas étnicas no país. Esta diversidade linguística cria dificuldades na comunicação entre a equipa médica, os pacientes e os profissionais de saúde locais, o que pode resultar na transmissão incorreta ou tardia de informações, comprometendo a precisão e a eficiência dos diagnósticos e tratamentos.

OD: Pode falar-nos das áreas mais afetadas que a equipe visitou e os tipos de cuidados que foram oferecidos?

PY: Chegámos à Guiné-Bissau há apenas três meses e, até ao momento, não enfrentámos nenhuma emergência médica grave no país, pelo que também não tivemos a oportunidade de fornecer serviços médicos relacionados a tais situações. No entanto, devido à declaração do Diretor-Geral do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da África, Jean Kaseya, que classificou a epidemia de Mpox como uma emergência de saúde pública em África, a nossa equipa médica reuniu informações sobre o vírus da varíola dos macacos e realizou sessões de divulgação e formação para o pessoal médico do hospital sobre esse tema.

OD: Como a equipe médica avaliou as necessidades de saúde da população local?

PY: A equipa médica chinesa avalia as necessidades de saúde dos residentes locais da Guiné-Bissau principalmente através dos seguintes métodos: Pesquisa de campo e visitas a comunidades e aldeias. Os membros da equipa médica deslocam-se às comunidades e aldeias da Guiné-Bissau, onde realizam conversas presenciais com os residentes locais. Através de perguntas sobre o estado de saúde, doenças comuns e experiências com cuidados médicos, procuram entender as suas necessidades reais em termos de saúde. Por exemplo, em algumas aldeias pobres, a equipa médica descobriu que a falta de infraestruturas sanitárias básicas tem levado a uma alta incidência de doenças infecciosas intestinais, o que aponta para a necessidade de reforçar a prevenção dessas doenças.

Realizamos visitas a algumas das instalações de saúde da Guiné-Bissau, como hospitais e clínicas, para avaliar os recursos médicos disponíveis, o stock de medicamentos, o número de profissionais de saúde e o seu nível de formação. Por exemplo, a equipa pode constatar que algumas clínicas de base não possuem equipamentos de diagnóstico básicos nem medicamentos comuns, o que indica uma grande carência de recursos médicos, devendo ser uma área de enfoque para a assistência médica futura.

Os médicos locais têm um conhecimento mais aprofundado sobre os padrões das doenças e os hábitos de procura de cuidados médicos dos residentes, sendo esta experiência útil para a equipa médica avaliar com maior precisão as necessidades de saúde da população.

Recolhemos relatórios estatísticos sobre doenças na Guiné-Bissau, incluindo taxas de morbilidade, mortalidade e os principais tipos de doenças. Através da análise desses dados, identificamos as doenças mais prevalentes no país, como a malária, a febre tifóide e o VIH/SIDA, estabelecemos assim os principais focos de prevenção e tratamento.

Comparamos os dados de diferentes regiões e grupos populacionais para identificar problemas de saúde específicos. Por exemplo, podemos descobrir que certas áreas têm uma elevada taxa de desnutrição infantil ou que determinados grupos profissionais estão mais propensos a desenvolver doenças ocupacionais, permitindo a criação de planos de assistência médica específicos.

OD: Qual foi a resposta da comunidade local em relação aos serviços médicos prestados?

PY: A comunidade local tem reagido de forma muito positiva e entusiástica aos serviços médicos prestados pela equipa médica chinesa na Guiné-Bissau, conforme demonstrado pelos seguintes aspetos:

O governo da Guiné-Bissau tem prestado uma elevada avaliação e reconhecimento ao trabalho da equipa médica chinesa. Em diversas ocasiões, os representantes do governo guineense expressaram a sua gratidão, reconhecendo as contribuições notáveis da equipa médica chinesa para o sector da saúde do país. Por exemplo, o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, atribuiu coletivamente à equipa médica chinesa a “Medalha de Honra Nacional de Cooperação e Desenvolvimento”, uma das mais altas distinções de honra do país, o que demonstra o grande apreço do governo pelo trabalho da equipa chinesa.

Os serviços médicos prestados pela equipa médicas chinesas têm sido amplamente apreciados e agradecidos pela população local. A equipa ofereceu consultas gratuitas, tratamentos de doenças, entre outros serviços de qualidade, que ajudaram a resolver os problemas de muitos residentes que enfrentavam dificuldades no acesso aos cuidados de saúde, fazendo-os sentir o carinho e apoio vindos da China. Alguns residentes relataram que a chegada da equipa médica chinesa melhorou significativamente o seu estado de saúde e aumentou a sua qualidade de vida.

Os meios de comunicação social da Guiné-Bissau têm reportado e promovido ativamente o trabalho e as contribuições da equipa médica chinesa, o que não só permitiu que mais residentes locais tomassem conhecimento dos seus serviços, como também aumentou a influência e a reputação da equipa médica no país.  

OD: Houve alguma colaboração com a equipe de saúde local ou outras organizações? Se sim, como isso ajudou nas operações?

PY: A equipa médica chinesa na Guiné-Bissau colabora frequentemente com outras equipas e organizações, e essa cooperação oferece várias vantagens às suas atividades médicas. A equipa médica chinesa coopera estreitamente com hospitais locais da Guiné-Bissau, como o Hospital da Amizade Sino-Guineense e o Hospital de Canchungo. Através de formações académicas e orientação em cirurgias, a equipa ajuda os profissionais de saúde locais a melhorar as suas competências. 

Por exemplo, durante demonstrações cirúrgicas, os médicos locais podem aprender diretamente as técnicas e procedimentos dos médicos chineses, melhorando assim a sua capacidade cirúrgica; nas conferências académicas, a partilha de conceitos médicos avançados e as mais recentes descobertas científicas ajudam a atualizar os conhecimentos dos profissionais de saúde locais.

Tendo em conta as doenças prevalecentes e as necessidades médicas da região, a equipa médica chinesa colabora com os hospitais locais no fortalecimento de disciplinas médicas-chave. Por exemplo, em resposta à elevada incidência de doenças infeciosas, como a malária e o VIH/SIDA, a cooperação entre as partes foca-se no desenvolvimento dos departamentos de infeciologia e diagnóstico laboratorial, melhorando a capacidade de diagnóstico e tratamento dessas doenças.

Os gestores da equipa médica chinesa partilham experiências com a administração dos hospitais locais, trocando boas práticas de gestão de qualidade, gestão de recursos humanos e gestão de materiais, contribuindo para a melhoria dos sistemas de gestão e o aumento da eficiência operacional dos hospitais.

A colaboração com organizações internacionais permite à equipa médica chinesa aceder a mais recursos médicos, apoio técnico e oportunidades de formação especializada. Por exemplo, durante a luta contra o surto de Ébola, a equipa médica chinesa participou em formações conjuntas com estas organizações, aprendendo as mais recentes técnicas de controlo e prevenção de epidemias, o que melhorou a sua capacidade de resposta a emergências de saúde pública.

Sob a coordenação de organizações internacionais, equipas médicas de diferentes países podem trocar experiências e informações, estabelecendo estratégias conjuntas para lidar com os problemas de saúde locais. A equipa médica chinesa pode assim beneficiar das experiências bem-sucedidas de outras equipas, melhorando a eficácia das suas atividades médicas.

O Hospital Afiliado da Faculdade de Medicina do Norte de Sichuan como um dos 30 hospitais de cooperação China-África, o Hospital Afiliado da Faculdade de Medicina do Norte de Sichuan é responsável pela construção do departamento de ginecologia e obstetrícia do Hospital de Canchungo. Este hospital não só fornece doações de materiais, como também apoia a construção da sala de operações, a renovação de salas de conferências e a instalação de sistemas de telemedicina. Além disso, envia equipas de especialistas para a Guiné-Bissau para apoio técnico e facilita a vinda de profissionais de saúde do Hospital de Canchungo para a China para formação, ajudando-os a melhorar as suas competências profissionais.

OD: Quais foram os resultados mais significativos alcançados até agora pela missão?

PY: A equipa médica chinesa na Guiné-Bissau alcançou inúmeros resultados notáveis, destacando-se nos seguintes aspetos: Implementação de novas técnicas, por exemplo, realizaram com sucesso a primeira angiografia coronária, introduzindo um diagnóstico e tratamento inovador para os pacientes com doenças cardiovasculares no Hospital da Amizade Sino-Guineense, o que tornou este procedimento uma prática regular no hospital.

Transmissão de tecnologias médicas avançadas. Técnicas como a broncoscopia, intervenções cardíacas e tratamento de ventilação mecânica não invasiva foram introduzidas e, através de ensino prático, os médicos locais foram treinados para dominar essas tecnologias, preenchendo lacunas importantes no setor médico da região.

A nossa equipa não se limitou ao tratamento clínico, mas também deu prioridade à formação dos profissionais de saúde locais. Através de formações académicas, demonstrações cirúrgicas e discussões de casos clínicos complexos, foi formada uma equipa de quadros técnicos e gestores altamente qualificados, criando uma “equipa médica que não se pode levar embora.”

A equipa médica chinesa, em colaboração com as autoridades competentes, realizou uma pesquisa exaustiva sobre a segunda fase do projeto do Hospital da Amizade Sino-Guineense, financiado pelo governo chinês, e implementou um conjunto de normas clínicas, impulsionando o progresso do projeto e melhorando a capacidade de diagnóstico e tratamento do hospital.

A equipa também contactou várias empresas chinesas para assegurar a doação de equipamentos médicos ao hospital, como ambulâncias, broncoscópios, ventiladores e dispositivos de terapia de oxigénio de alto fluxo. Além disso, organizaram cursos de formação sobre a utilização destes equipamentos, o que melhorou significativamente a capacidade de tratamento nas especialidades médicas mais importantes.

O trabalho exemplar da equipa médica ganhou o reconhecimento e elogio do governo e do povo da Guiné-Bissau. A Presidência da República realizou uma cerimónia de entrega de medalhas, onde concedeu à equipa médica chinesa a “Medalha de Honra Nacional para a Cooperação e Desenvolvimento”, uma das mais altas condecorações da Guiné-Bissau, refletindo a forte amizade entre os dois países.

A equipa médica também promoveu a cooperação académica através de vários eventos, como o “Fórum Sino-Africano de Emergência Médica” e a “Conferência de Intercâmbio Académico Sino-Guineense,” além de atividades de promoção da saúde. Estes eventos permitiram que especialistas médicos da Guiné-Bissau se integrassem em organizações médicas chinesas, fortalecendo as trocas e a cooperação no domínio médico, promovendo assim as relações amigáveis entre os dois países.

OD: Como a equipe está lidando com as doenças comuns e os problemas de saúde enfrentados pela população local?

PY: A equipa médica chinesa na Guiné-Bissau adotou várias abordagens para enfrentar as doenças comuns e os problemas de saúde da população local. A Guiné-Bissau é uma região com alta incidência de malária. A equipa médica trouxe uma quantidade suficiente de medicamentos antimaláricos para fornecer tratamento rápido e eficaz aos pacientes. Além disso, a equipa realiza campanhas de sensibilização nas comunidades e aldeias, aumentando o conhecimento sobre a prevenção da malária entre a população, explicando medidas como o uso de mosquiteiros e a prevenção de picadas de mosquitos.

Devido às condições de higiene precárias, as fontes de água e os alimentos são frequentemente contaminados, o que leva a uma elevada incidência de diarreia. A equipa médica trata os pacientes com reposição de líquidos e eletrólitos para prevenir a desidratação. Além disso, ensinam a população sobre higiene alimentar e pessoal, como lavar as mãos com frequência e garantir a limpeza no armazenamento e preparação de alimentos, para reduzir os casos de diarreia.

Através da doação de medicamentos e equipamentos, a equipa médica chinesa ajudou a melhorar a capacidade dos hospitais locais no diagnóstico e tratamento de infeções respiratórias. A equipa também realiza formação para os profissionais de saúde locais, partilhando experiências sobre o diagnóstico e tratamento de doenças respiratórias, ajudando-os a identificar e tratar melhor essas doenças.

A equipa médica produziu e distribuiu uma grande quantidade de materiais educativos, apresentando informações de forma visual e com linguagem simples sobre prevenção de doenças e estilos de vida saudáveis. Esses materiais incluem guias sobre a prevenção da malária, manuais de prevenção da diarreia e dicas para evitar infeções respiratórias, que a população pode consultar facilmente.

O governo chinês faz doações regulares de medicamentos e equipamentos médicos à Guiné-Bissau para atender às necessidades de saúde da população local. Esses medicamentos abrangem tratamentos para malária, doenças infecciosas e doenças crónicas. Os equipamentos doados incluem estetoscópios, esfigmomanómetros, glicosímetros e instrumentos cirúrgicos, contribuindo para melhorar a capacidade de diagnóstico e tratamento dos hospitais locais.

OD: Como a medicina tradicional chinesa se integra ao trabalho de socorro médico que vocês estão realizando?

PY: Nos diagnósticos feitos utilizamos os métodos de exame da medicina moderna, como testes laboratoriais e exames de imagem, podem fornecer uma base objetiva para o diagnóstico com medicina tradicional chinesa (MTC). Por exemplo, ao avaliar a gravidade da condição de um paciente e determinar o tipo e estágio da doença, os resultados dos exames modernos podem tornar a diferenciação da MTC mais precisa.

Os quatro métodos de diagnóstico da MTC (observação, olfato, interrogação e palpação) também podem complementar a medicina moderna. A observação de sinais como a cor da face, a língua e o pulso do paciente pode revelar problemas que podem ser ignorados pela medicina moderna, fornecendo mais pistas para um diagnóstico abrangente.

Relativamente ao tratamento, a combinação de medicina chinesa e ocidental pode aumentar a eficácia dos tratamentos. Para doenças complexas, como câncer e doenças cardiovasculares, a combinação dos dois sistemas aproveita os pontos fortes de ambos. Por exemplo, em tratamentos oncológicos, a cirurgia, radioterapia e quimioterapia ocidentais podem remover tumores rapidamente, enquanto a MTC pode ajudar a regular a função corporal, fortalecer o sistema imunológico e reduzir os efeitos colaterais dos tratamentos.

A terapia de reabilitação na MTC pode ser integrada com os métodos de reabilitação da medicina moderna. Em casos de recuperação pós-fratura, os tratamentos de fisioterapia e treinamento da medicina moderna ajudam na regeneração de ossos e músculos, enquanto a acupuntura, massagem e tratamentos à base de ervas chinesas aliviam a dor, promovem a circulação sanguínea e aceleram o processo de recuperação.

O conceito da MTC de “prevenir antes que a doença ocorra” pode ser integrado às atividades de saúde pública. Por meio da promoção de conhecimentos de saúde e técnicas adequadas de MTC, pode-se aumentar a conscientização e a capacidade de autocuidado do público, prevenindo o surgimento de doenças. Exemplos incluem a promoção de exercícios tradicionais como Tai Chi e Baduanjin para melhorar a saúde física, e a divulgação de técnicas como moxabustão e massagem em pontos de acupuntura para prevenir doenças comuns como gripes e insônia.

A medicina chinesa também pode desempenhar um papel na resposta a emergências de saúde pública. Durante surtos de doenças infecciosas como a gripe, o uso de fórmulas preventivas de MTC pode aumentar a imunidade da população e reduzir o risco de infeção. Em eventos de saúde pública, a MTC pode contribuir com suas capacidades de desintoxicação e fortalecimento imunológico para fornecer tratamentos eficazes.

OD: Quais são os principais tratamentos e métodos da medicina tradicional chinesa que estão sendo promovidos durante esta semana?

PY: A acupuntura tem efeitos notáveis no tratamento de várias doenças dolorosas, como cefaleia, dor no pescoço e ombros, dor nas costas e pernas, e dores nas articulações. Através da estimulação de pontos específicos, promove a desobstrução dos meridianos, harmoniza a circulação de energia e sangue, e alivia a dor. Também tem eficácia no tratamento de doenças do sistema nervoso, como paralisia facial, sequelas de AVC, insónia e ansiedade. A acupuntura pode regular a função do sistema nervoso, melhorar a condução nervosa e promover a reparação dos nervos.

Além disso, pode ser usada para tratar doenças do sistema digestivo, como dor de estômago, inchaço abdominal, diarreia e obstipação. A acupuntura regula o movimento gastrointestinal e a secreção de sucos digestivos, melhorando o funcionamento do sistema digestivo. As agulhas utilizadas são muito finas, causando poucos traumas ao paciente. Quando realizada por médicos devidamente treinados, a acupuntura é um procedimento seguro, geralmente sem causar reações adversas graves.

O paciente não precisa de tomar medicamentos durante o tratamento, evitando assim efeitos secundários dos fármacos. Além disso, as sessões de acupuntura são relativamente curtas, permitindo que o tratamento seja concluído rapidamente sem interferir no dia-a-dia do paciente.

Para residentes locais com lesões musculares e rigidez causadas por trabalho físico intenso ou má postura, a massagem terapêutica (Tui Na) é eficaz no alívio da tensão muscular e relaxamento dos tecidos musculares. Através de técnicas manuais, promove a circulação sanguínea local, aumentando o fornecimento de nutrientes aos músculos e reduzindo a fadiga muscular.

A massagem também é muito útil na recuperação de lesões desportivas, como entorses e distensões. Ao melhorar a circulação sanguínea na área lesionada, acelera a regeneração dos tecidos, aliviando a dor e o inchaço.

A equipa médica chinesa prepara vinhos medicinais personalizados para os residentes locais, utilizando os princípios da MTC, para tratar lesões por trauma e dores nas articulações, com resultados muito eficazes. O uso externo do vinho medicinal chinês pode tratar diversas doenças, como artrite reumatóide, lesões traumáticas e dores musculares crónicas. Diferentes doenças requerem diferentes fórmulas de fitoterapia para garantir o melhor efeito terapêutico.

A equipa médica chinesa introduziu aos residentes locais o conceito de dietoterapia da MTC, recomendando alimentos adequados de acordo com diferentes constituições físicas e condições de saúde. Por exemplo, para pacientes com constituição debilitada, sugere-se o consumo de alimentos que reforçam a energia e o sangue, como tâmaras vermelhas, longan e inhame. Para pacientes com hipertensão e colesterol alto, é recomendada a ingestão de alimentos que reduzem a pressão arterial e o colesterol, como aipo, cebola e cogumelos pretos.

OD: Pode falar-nos dos benefícios da medicina tradicional chinesa em comparação com os métodos ocidentais?

PY: A MTC enfatiza que o corpo humano é um organismo integrado, onde os diferentes órgãos e tecidos estão interligados e se influenciam mutuamente. No tratamento de doenças, a MTC considera não apenas as alterações locais, mas também regula o corpo como um todo. Por exemplo, ao tratar insónias, a MTC não se concentra apenas no problema do sono, mas também leva em conta o estado emocional do paciente, dieta e hábitos de vida, visando melhorar a saúde global do paciente.

A MTC oferece uma ampla gama de tratamentos, como fitoterapia, acupuntura, massagem terapêutica (Tui Na), ventosas e dietoterapia. O médico pode escolher o método mais adequado conforme a condição do paciente, maximizando a eficácia. Por exemplo, para pacientes com doenças crónicas, a fitoterapia pode melhorar a saúde geral e aumentar a imunidade. Para pacientes com dores agudas, acupuntura e massagem podem aliviar a dor e melhorar os sintomas.

A maioria dos medicamentos na MTC provém de plantas, animais e minerais naturais, que são preparados de forma adequada e combinados para uso terapêutico, resultando em menos efeitos colaterais. Comparado com os medicamentos da medicina ocidental, a taxa de reações adversas dos remédios fitoterápicos é mais baixa e tem menor impacto sobre órgãos importantes como o fígado e os rins.

Os tratamentos da MTC focam na regulação das funções fisiológicas e na capacidade de autocura do corpo, em vez de simplesmente combater a doença. Por exemplo, métodos como acupuntura e massagem estimulam pontos e meridianos específicos, regulando a circulação de energia e sangue para tratar a doença, sem causar efeitos colaterais ao corpo.

OD: Qual tem sido a recepção da medicina tradicional chinesa pelos cidadãos da Guiné-Bissau?

PY: A aceitação da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) pelo povo da Guiné-Bissau tem vindo a aumentar gradualmente. No passado, devido às condições limitadas de saúde no país, a medicina convencional ocidental por vezes não obtinha resultados eficazes no tratamento de certas doenças. A MTC, com seus princípios terapêuticos únicos e comprovada eficácia, apresentou-se como uma alternativa valiosa, oferecendo aos guineenses novas opções de tratamento. Por exemplo, a acupuntura tem mostrado bons resultados no alívio de doenças dolorosas e do sistema nervoso, ganhando gradualmente uma boa reputação na comunidade local.

Com o trabalho contínuo da equipa médica chinesa em missão na Guiné-Bissau e os esforços para promover a MTC, um número crescente de cidadãos guineenses tem vindo a aprender e a experimentar essa medicina. A equipa médica chinesa implementa palestras de saúde, distribui materiais informativos e organiza atividades de experiência, tudo com o objetivo de educar o público sobre os benefícios da MTC e demonstrar sua eficácia. Muitos pacientes, após receberem tratamentos baseados em MTC, testemunham melhorias significativas em sua saúde, o que fortalece ainda mais a confiança e aceitação dessa prática.

OD: Você poderia compartilhar algumas histórias de sucesso de pacientes tratados com métodos de medicina tradicional chinesa durante a missão?

PY: Esta é uma carta de agradecimento escrita à mão por um paciente com enurese noturna no Hospital de Canchungo, na Guiné-Bissau. O pequeno menino, chamado Mamajam Djálo, sofreu de enurese noturna persistente durante 5 anos, e sua vida perdeu a alegria que deveria ter. O Dr. Xu Gang, um médico de medicina tradicional chinesa, com seus sólidos conhecimentos médicos e habilidade excecional em acupuntura, elaborou um plano de tratamento personalizado para o menino. Durante o tratamento, ele não apenas demonstrou uma habilidade médica superior, mas também ofereceu ao menino uma infinita recuperação e encorajamento. 

Após um esforço incansável, o menino finalmente se libertou das dores e recuperou uma vida saudável. Esta carta de agradecimento, embora simples e modesta em suas palavras, expressa profundamente o respeito e a sincera gratidão do menino e de sua família ao médico chinês. Esta carta é como uma ponte que une os corações do povo chinês e da Guiné-Bissau.

Por: Assana Sambú