Em nota à imprensa, datada de 17 do mês em curso, entregue hoje à ANG, o IBAP esclarece que para a concretização do envio destes animais para um santuário apropriado, serão respeitados todos os trâmites administrativos e veterinários.
Segundo a nota, as condições para a tranferência destes chimpanzés fêmeas, têm a ver com atrasos dos exames e certificados veterinários que devem ser emitidos por um especialista autorizado, para testar ausência de doenças epizoóticas e zoonóticas.
Devido a inexistência de serviços especializados no país, o IBAP recorreu á Delegação da União Europeia na Guiné-Bissau e a uma Investigadora pós-doutoral do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO), para identificar um laboratório que aceite realizar os exames.
Assim, os seus parceiros apoiaram a deslocação de um veterinário especializado em animais selvagens desde Junho deste ano, para anestesiar os três chimpanzés, recolha de amostras de sangue, medição dos aspectos biométricos, realização do teste de tuberculina, zaragatoas e aplicação de um número de identificação.
O problema de captura de Chimpanzés para a comercialização, tem sido o grande problema com que o IBAP tem sido confrontado há vários anos, informa a nota, que dijz que no entanto a organização sempre fez questão de devolve-los ao seu habitat, apesar de , em alguns casos, das rejeições de que são alvos pelos animais da sua espécie.
Em 2015, a Direcção do Parque Natural de Cantanhez recuperou um chimpanzé fêmea juvenil chamada Bô, capturada pela população local, na aldeia de Gandambel, a que um especialista português em primatas tentou reintroduzi-la na floresta, mas que não foi possível, porque ela não quis voltar, por o grupo de chimpanzés a terem rejeitado.
Igualmente, em 2016, animal da mesma espécie mas do género feminino de nome Bella também foi recuperada, mas o processo da sua reintegração na família natural não foi possível e actualmente ela se encontra sob gestão dos serviços da Guarda Nacional, na região de Tombali, em Mampatá-Forea.
A terceira chimpanzé de nome Emília que foi entregue a Direcção do Parque Nacional de Dulombi está em cativeiro em Bambadinca.
Os Chimpanzes de origem da Africa Ocidental são uma espécie rara e completamente protegida e consta da lista vermelha da UICN, o que significa que estão em extinção pelo que merecem toda a protecção pela Convenção Internacional das Espécies de Fauna e Flora Ameaçadas de Extinção (CITES), ratificada pela Guiné-Bissau.
O IBAP com a ajuda de diferentes parceiros há dois anos estabeleceu contactos com outras estruturas internacionais para obter orientações sobre as modalidades de adopção destes primatas noutros países com melhores condições.
Segundo a Aliança Pan Africana do Santuário, os únicos disponíveis para receber os referidos animais são o da Zâmbia e do Quénia,e IBAP entrou em contacto com eles e forneceram informações sobre os procedimentos necessários para a transferência dos chimpanzés.
ANG/JD/JAM/SG