domingo, 21 de janeiro de 2018

“Nós entendemos que se o PAIGC se organizar, a sociedade guineense vai se organizar.” João Bernardo Vieira na qualidade de porta-voz do PAIGC.

Esta frase, de um enorme pretensiosismo, vem ao encontro daquilo que ando a defender já há algum tempo e que os guineenses já começam a assumir. O maior responsável pela miséria em que o povo e o Estado guineense se encontra é o PAIGC. Pior é que quando se trata de assumirem essa responsabilidade tentam esquivar-se mas continuam a manter a pretensão de serem os únicos capazes de dirigir os destinos do país e do povo. PF, EXTINGAM O PAIGC, PARA O BEM DO POVO GUINEENSE. Não continuem a insistir numa fórmula falhada em todas as alternativas que lhes foram oferecidas pelo povo. O povo guineense precisa entender que o próprio PAIGC assassinou Cabral junto com o seu projecto, porque não o entendiam nem o aceitavam. Um povo não pode nem deve continuar agarrado ao mesmo sonho ou a mesma fórmula quase cinco décadas depois e o discurso do porta-voz do PAIGC vem expor justamente essa pretensão. É aquilo que o português diz “mudem a mosca que a merda continuará a ser a mesma”.

Fonte: Jorge Herbert

2 comentários:

  1. Parte 1/2

    O autor deste presente artigo cá comentado reincidente no mesmo tipo de abordagem, do mesmo tema (Cif., http://faladepapagaio.blogspot.ch/2018/01/nos-entendemos-que-se-o-paigc-se.html; e http://faladepapagaio.blogspot.ch/2017/07/ paigc-di-bom-bardadi.html#comment-form), por isso o comentarista também reincidente.

    É para dizer que, dito isto, vou retomar o já uma vez dito sobre este assunto no texto que segue com alguns poucos acréscimos.

    Felizmente para a Guiné-Bissau e a grande maioria do seu povo eleitor (até à prova do contrário), o autor deste artigo (http://faladepapagaio.blogspot.ch/2017/07/ paigc-di-bom-bardadi.html#comment-form, acessado, 01.07.2017) não está em condições de poder tornar realidade este seu sonho registado neste e noutros seus artigos.

    “EXTINGUIR O PAIGC”. Wau!

    Bom, enfim, sabe-se, essa coisa de querer ou pretender “EXTINGUIR O PAIGC” não é de hoje. Não é nova. Mas também nem tão fácil. Nada de tudo. E isso todo o mundo bem-avisado, com os pés no chão, a cabeça no lugar e bem conhecedor da nossa história bissau-guineense bem sabe. E sabe-se de que maneira bem isso. Sobretudo os mais ferrenhos e jurados inimigos do PAIGC. Também a grande parte das massas populares nacionalistas deste país (para falar à maneira de camarada Cabral) sabe isso.

    Com efeito, este sonho de tentar propriamente e/ou de apelar os outros à “EXTINÇÃO DO PAIGC” é de longa data. Veio de um dos mais “Makukus”, ferrenhos e jurados inimigos do PAIGC e de todos os povos do continente africano, que a história de humanidade jamais conheceu e conhecerá. O Brigadeiro (advindo General nos solos da atual Guiné-Bissau), António Ribeiro Sebastião de Spínola (vulgo General Monóculos). Foi o primeiro a objetivar publicamente este sonho após ter desembarcado em Bissalanca (aeroporto de Bissau) no dia 20 de Maio de 1968. Este sonho ainda reanimado de vez em quando, aqui e lá, por uns ainda sempre continuados incuráveis nostálgicos camuflados ou não, da era do Império.

    Sonho reanimado deste General Monóculos que na altura disse QUE IA LIQUIDAR O PAIGC E A SUA LUTA TODA EM SEIS MESES (Cif., A. Cabral, 1977: 128, “XII. A situação da luta do PAIGC em Janeiro de 1973“, in: A prática revolucionária: unidade e luta vol. II, Obras escolhidas, Sera Nova, 224 p.). (continuação na parte 2/2).

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  2. Parte 2/2

    Mas ora então, foi é, nada! Mas nada mesmo. Pois, ao embarcar pela mesma porta, 5 anos mais tarde, de regresso para a direção contrária, no dia 8 de Agosto de 1973, o discurso já era outro. Já aí, disse esse General, falando agora do seu instrumento principal, com o qual pretendeu outrora “LIQUIDAR O PAIGC”, o seu exército colonial de então, forte de 40’000 homens contra os 10’000 do PAIGC; disse então que aquele seu exército estava praticamente à beira do “colapso militar”.

    Dito isto, montou-se no seu aviãozinho, embarcou-se e, foi-se embora para nunca mais voltar. Força do PAIGC, apoiado pela grande maioria do povo bissau-guineense. E o predito “colapso” não tardou para vir. Registou-se e para ficar sempre na história, como uma das maiores vitórias da luta, entre outros, dos povos da Guiné e Cabo Verde, dirigido por este PAIGC que se quis então “liquidar” e que ainda o autor deste artigo cá comentado sonha poder/querer extinguir. Portanto, registou-se o predito “colapso” pelo General Monóculos, no dia 25 de Abril de 1974. Registou-se sim, mas isso é outro assunto e outra história.

    Bom então ficando nesta, da perspetiva do artigo cá comentado, é dizer que logo depois o PAIGC continuou e ainda sempre contínua de vida. Contra todos os ventos e marés. Tendo sido sufragado pelo povo eleitor bissau-guineense, nos últimos 23 anos e pico da instituição e implantação definitiva do atual Regime Democrático vigente no país, num total de 5 rondas de atos votivos, com os seguintes resultados.

    • COM UMA MAIORIA ABSOLUTA, 3 vezes: (1) em 1994, 62 sobre 100 assentos na
    ANP; (2) em 2008, 67 sobre 100, e; (3) em 2014, 57 sobre 102.
    • COM UMA MAIORIA RELATIVA, 1 só vez, em 2004, 45 assentos sobre 100.
    • E UMA ÚNICA DERROTA (honrosa, porque tendo sido o 3º Partido mais votado),
    também 1 só vez, em 1999, 24 sobre 102 assentos.

    Isso tudo, num universo concorrencial de entre uma dúzia e mais de uma vintena de Partidos políticos legalmente instalados (mais de trinta atualmente). E que visto e tendo isso assim, não me venham insultar a gente do povo, dizendo que sim senhora, isso aconteceu assim porque são burros. Errado! Mas também isso é outro assunto e outra história.

    Em todo o caso, eis então os factos, os resultados! E, é então este Partido que o autor deste cá comentado artigo quer “LIQUIDAR”. Na democracia!? Assim pura e simplesmente. Como? Democraticamente? Bom então que venha. Porque até o momento deve ser favorável. Pois dentro de alguns meses lá estará a Guiné-Bissau de novo a caminho das eleições.

    Ou quer implementar o seu projeto de “LIQUIDAÇÃO” por intermédio de outros meios?

    Bom, se é isso que se pretende, viu-se o acontecido com o General Monóculos. Não conseguiu e ainda por cima passou muita vergonha. Mas também isso é outro assunto.

    Em todo caso, que este autor saiba, e mais outros da sua espécie que têm vindo a bater nesta mesma tecla novamente nos últimos tempos. As suas mensagens estão bem acolhidas. Democraticamente. E a ver vamos. Que se preparem melhor do que o General Monóculos e sua corja de então. Um conselho, e não uma ameaça. É simples conselho.

    Obrigado.
    Por uma Guiné-Bissau de HOMEM NOVO (Mulheres e Homens), íntegro, idôneo e, pensador com a sua própria cabeça.
    Que reine o bom senso.
    Amizade.
    A. Keita

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