O Presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keïta, anunciou hoje a dissolução do Tribunal Constitucional, decisão interpretada pela imprensa local como uma tentativa de acalmar a agitação civil que provocou a morte de sete pessoas, no sábado.
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O tribunal estava no centro da controvérsia depois de ter anulado os resultados provisórios das eleições parlamentares, em março.
O Presidente, conhecido como IBK, anunciou ainda que admite repetir a votação em áreas do país onde os resultados ainda são contestados, mas crescem os pedidos para que renuncie ao cargo de Presidente da República.
Os opositores têm expressado nas ruas o descontentamento com a maneira como o chefe de Estado lidou com o longo conflito 'jihadista' no Mali, agravado pela crise económica e a disputa sobre o resultado das eleições.
Os malianos foram às urnas para escolher os novos membros do parlamento em plena pandemia provocada pelo novo coronavírus, em 29 de março, poucos dias depois de um líder da oposição ter sido raptado junto com membros da sua comitiva eleitoral. A afluência às urnas rondou apenas os 35%.
As mais recentes concessões de IBK surgem como uma resposta aos manifestantes antigovernamentais que começaram a sair às ruas há mais de um mês para pedir que deixe o cargo, dois anos antes do final do seu mandato, que começou em 2013.
As mortes de sábado, em Bamaco, ocorreram em confrontos policiais com membros do novo coordenador do "Movimento do 05 de junho - Reunião das Forças Patrióticas" (M5-RFP), que reúne a maior parte da oposição a IBK.
O M5-RFP é integrado por religiosos, políticos e personalidades da sociedade civil.
Esta contestação já se havia feito sentir na sexta-feira, quando se registou um morto e 20 feridos e ocorreram incidentes na sede da Assembleia Nacional, cuja dissolução tem vindo também a ser pedida pelos manifestantes.
Por LUSA
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