quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Putin garante que a Rússia usará "todos os meios de destruição disponíveis" se a Ucrânia receber armas nucleares. Mesmo que seja uma "bomba suja"

Por  CNN Portugal

Declarações surgem depois de algumas notícias de que os Estados Unidos estarão a equacionar fornecer armas nucleares a Kiev antes de Biden deixar o cargo de presidente

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou esta quinta-feira que se a Ucrânia receber armas nucleares usará todas as armas que tem à sua disposição para a atacar.  

"Se o país com o qual estamos essencialmente em guerra agora se tornar uma potência nuclear, o que faremos? Neste caso, usaremos todos, quero enfatizar isto, precisamente todos os meios de destruição disponíveis na Rússia. Estaremos atentos a todos os movimentos", defendeu Putin durante uma conferência de imprensa em Astana, no Cazaquistão.

O presidente russo acrescentou ainda que “se oficialmente alguém transferisse algo, isso significaria uma violação de todos os compromissos de não proliferação” que assumiu.

As declarações surgem uma semana depois de o jornal New York Times noticiar que alguns responsáveis do Ocidente, sem citar nomes, afirmaram que o presidente dos EUA, Joe Biden, estaria a equacionar fornecer armas nucleares a Kiev antes de deixar o cargo.

Putin em alerta para "bomba suja"

Aos jornalistas presentes em Astana, Putin afirmou que seria impossível para a Ucrânia produzir uma arma nuclear, ainda que o país pudesse ser capaz de fabricar algum tipo de “bomba suja”, um tipo de bomba convencional que é misturada com material radioativo capaz de espalhar contaminação. Caso tal situação se verificasse, a Rússia também agiria em conformidade, garantiu.

Em 1991 a Ucrânia herdou armas nucleares da antiga União Soviética, mas acabou por desistir da sua posse depois da assinatura do Memorando de Budapeste em 1994, em troca de garantias de segurança da Rússia, dos Estados Unidos e do Reino Unido.

Volodymyr Zelensky tem-se vindo a queixar, de forma repetida, que esta decisão da Ucrânia deixou o país sem segurança, sendo uma das principais razões pela qual deveria ser admitido na NATO, algo a que Moscovo se opõe fortemente.

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