quarta-feira, 21 de agosto de 2019
Guiné-Bissau vai pagar salários em atraso aos professores até 15 de setembro
A Guiné-Bissau vai pagar salários em atraso aos professores até ao início do novo ano letivo, que começa a 15 de setembro, prometeu hoje, em Lisboa, o Ministro da Educação do país.
Em declarações em Lisboa à margem da cerimonia de assinatura de um protocolo para o desenvolvimento sustentável do ensino na Guiné-Bissau, o ministro da Educação Nacional e Ensino Superior, Dautarin da Costa assegurou que "a intenção do governo" é que os professores "recebam antes do início do ano letivo" os salários que têm em atraso, reafirmando que o Governo está "a prever que o ano letivo comece a 15 de setembro".
"A ideia é regularizar esta situação antes do início do ano letivo para que possamos ter uma base de confiança com os sindicatos e para que possamos caminhar para uma estabilidade do sistema", afirmou o ministro.
Para o responsável da pasta da educação guineense, no que respeita aos professores "as coisas estão bastante bem encaminhadas".
Porém, Dautarin da Costa admitiu que para assegurar "a estabilização" o governo tem de conseguir duas coisas: a implementação do estatuto da carreira docente - "um instrumento que vai permitir a dignificação da carreira" - e pagar algumas dívidas de salários dos professores, que "não serão todos".
"A partir desse ponto poderemos criar uma relação de parceria com os sindicatos e alguma estabilização no sistema", reforçou.
Questionado sobre o montante, o governante referiu que se tratava de uma dívida "de dois a três meses de salários, porque o acordo anterior estava a ser cumprido".
"Temos a identificação de cada caso e vamos começar a pagar brevemente. (...) Não é um valor muito alto. Trata-se apenas de honrar um compromisso", frisou Dautarim da Costa.
Os professores guineenses estiveram em greve entre outubro do ano passado e o início de janeiro deste ano e milhares de alunos perderam o primeiro período do ano letivo.
A greve foi retomada em março, mas os três sindicatos decidiram pela sua suspensão para dar então o "benefício da dúvida" ao Governo para cumprir o acordo assinado e depois de ter sido publicado em Boletim Oficial a revisão do estatuto de carreira docente.
Os professores exigem agora o pagamento das dívidas salariais.
ATR // PJA
Por Lusa /Fim
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