O ex-Procurador Geral da República foi indigitado por Sua Excelência Presidente da República para ocupar esse posto na organização regional.
Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló
O ex-Procurador Geral da República foi indigitado por Sua Excelência Presidente da República para ocupar esse posto na organização regional.
Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló
Por LUSA 10/02/22
O Presidente da Guiné-Bissau afirmou hoje que lhe custa acreditar que ainda haja pessoas no país com "cultura de matar" e considerou que a tentativa de golpe de Estado de 01 de fevereiro "foi uma terça-feira negra".
Umaro Sissoco Embaló fez estas considerações ao receber os votos de solidariedade dos funcionários e colaboradores da Presidência da República, à semelhança do que tem acontecido com diversas franjas da sociedade guineense.
"É pena, mas custa-me acreditar que ainda possamos ter pessoas com essa cultura de violência, de matar alguém", declarou o Presidente guineense, depois de ouvir "votos de solidariedade e de fidelidade" transmitidos por Fernando Delfim da Silva, conselheiro presidencial e antigo chefe da diplomacia do país.
O chefe de Estado afirmou ainda que os atacantes do palácio do Governo, numa altura em que presidia à reunião do Conselho de Ministros, poderiam ter tido êxito caso tivessem apenas a intenção de fazer um golpe de Estado.
"Se a intenção deles era apenas fazer um golpe de Estado talvez poderiam ter ajuda de Deus, mas como queriam matar o Presidente, membros do Governo e inocentes, não tiveram êxito", defendeu Embaló, voltando a frisar que "ninguém tem o direito de matar ninguém".
O Presidente afirmou ainda que aprecia o "gesto humano" dos funcionários e colaboradores da Presidência da República.
Em nome dos funcionários, militares e colaboradores, Fernando Delfim da Silva, ex-representante da Guiné-Bissau nas Nações Unidas, deixou uma promessa de "lealdade a toda a prova" para com o chefe de Estado e a sua família e pediu ao Presidente que tenha "coragem e sangue-frio" perante a situação do país.
No dia 01 de fevereiro, homens armados atacaram o Palácio do Governo da Guiné-Bissau, onde decorria um Conselho de Ministros, com a presença do Presidente da República e do primeiro-ministro, Nuno Nabiam, e de que resultaram oito mortos.
O Presidente considerou tratar-se de uma tentativa de golpe de Estado que poderá também estar ligada a "gente relacionada com o tráfico de droga".
O porta-voz do Governo adiantou no sábado, em conferência de imprensa, que o ataque foi feito por militares, paramilitares e que estarão envolvidos elementos dos rebeldes de Casamansa, bem como várias personalidades, que não especificou.
O Estado-Maior General das Forças Armadas guineense iniciou, entretanto, uma operação para recolha de mais indícios sobre o ataque, que foi condenado pela comunidade internacional.
A Guiné-Bissau é um dos países mais pobres do mundo, com cerca de dois terços dos 1,8 milhões de habitantes a viverem com menos de um dólar por dia, segundo a ONU.
Desde a declaração unilateral da sua independência de Portugal, em 1973, sofreu quatro golpes de Estado e várias outras tentativas que afetaram o desenvolvimento do país
A embaixadora da União Europeia (UE) na Guiné-Bissau, Sónia Neto, afirmou hoje que a organização condena qualquer tipo de violência e que a defesa dos direitos humanos faz parte do princípio basilar do projeto europeu
“Aposição da União Europeia e dos seus Estados-membros, como sabem, condenamos qualquer tipo de violência. É inequívoca a nossa defesa dos direitos humanos, que fazem parte do princípio basilar do projeto europeu”, disse Sónia Neto, quando questionada pela Lusa sobre os apelos das organizações da sociedade civil e dos direitos humanos guineenses.
A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) endereçou hoje uma carta ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e ao presidente da União Africana, Macky Sall, na qual a organização pede uma “intervenção mais enérgica e vigorosa da comunidade internacional sob pena de contribuir indiretamente para a instabilidade permanente, com consequências sub-regionais”.
Na carta a organização de defesa dos direitos humanos acusa as autoridades políticas do país de alegado “recurso sistemático a métodos ilegais tais como violência policial, intimidações, detenções arbitrárias, raptos e espancamento de jornalistas, ativistas cívicos e opositores políticos”.
“Temos estado a dialogar com quem nos procura”, sublinhou a embaixadora da União Europeia, que falava após um encontro com o chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló, acompanhada dos embaixadores de Portugal, José Caroço, de Espanha, Antonio Zavala, e de França, Terence Wills.
Antes, Sónia Neto já tinha novamente manifestado a solidariedade da UE e dos seus Estados-membros ao atentado do passado dia 01 contra o chefe de Estado e o Governo.
“Consideramos que a cultura da violência não deve fazer parte da democracia e, portanto, é nossa firme convicção que devemos unir forças e reafirmar o nosso apoio à estabilidade do país, ao diálogo no pleno respeito do princípio da democratização, da boa governação e do respeito pelos direitos humanos e apoiar inequivocamente o desenvolvimento sustentável do país, porque o povo assim o merece”, disse.
“Um povo que merece toda a nossa admiração pela sua resiliência, pela paz, pelos direitos humanos, pela democracia, pela liberdade de imprensa”, sublinhou.
Também hoje, o representante especial do secretário-geral das Nações Unidas para a África Ocidental, Mahamat Saleh Annadif, reforçou a solidariedade da ONU com o Governo e o Presidente guineense, sublinhando que é “inaceitável que haja mais um golpe de Estado na sub-região” e que “é preciso fazer tudo para que a Guiné-Bissau não regrida”.
Sobre o encontro com o chefe de Estado guineense, Sónia Neto afirmou que serviu também para falar sobre a próxima cimeira entre a União Europeia e a União Africana, que vai decorrer em Bruxelas em 17 e 18 de fevereiro.
A cimeira, segundo a embaixadora, será uma “oportunidade única para estabelecer as bases de uma parceria renovada e mais profunda”.
A presidente da Comissão Europeia anunciou hoje, no Senegal, um plano de investimentos para África que mobilizará cerca de 150 mil milhões de euros, o primeiro plano regional no quadro da nova estratégia de investimento da União Europeia.
Por LUSA
Notícias ao Minuto 10/02/22
Os partidos políticos e movimentos que apoiam o Governo e o Presidente da República da Guiné-Bissau felicitaram hoje a decisão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental de envio de uma força de estabilização para o país.
O Fórum de partidos, movimentos e personalidades contra a tentativa de golpe, ocorrida na semana passada, "felicita vivamente a recente cimeira de chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, na qual se recomenda o envio de uma força de estabilização", refere, em comunicado à imprensa.
Os chefes de Estado e de Governo da CEDEAO decidiram na semana passada enviar uma força de apoio à estabilização para a Guiné-Bissau.
"A conferência, tendo em conta os últimos desenvolvimentos, decidiu o envio de uma força de apoio à estabilização do país", refere o comunicado final da cimeira, que reafirma a condenação da tentativa de golpe de Estado e o apoio ao Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló.
No comunicado, o fórum, que inclui, entre outros, o Partido de Renovação Social (PRS), o Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), a Assembleia do Povo Unido -- Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), liderado pelo primeiro-ministro Nuno Gomes Nabiam, e o Partido da Nova Democracia (PND), deixa também críticas ao posicionamento do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
Segundo o Fórum, num "passado recente", o PAIGC era quem "mais defendia, politizava e utilizava a seu favor as forças presentes da CEDEAO", referindo-se à força de interposição, denominada Ecomib, que esteve estacionada no país entre 2012 e 2020.
No comunicado, o Fórum afirma também que qualquer tentativa de "desestabilizar a paz, arduamente negociada e conseguida através de acordos legalmente firmados com as mais diversas entidades, não triunfará".
O Fórum sublinha também que os partidos e movimentos que o integram condenam qualquer insurreição que vise a "decapitação de um regime democraticamente eleito".
Os partidos e movimento do Fórum lembram que nada substitui o diálogo e que "há espaço e pontes suficientemente disponíveis para que se estabeleçam diálogos construtivos" para alcançar a paz.
"Os guineenses já estão suficientemente divididos para que novas e infelizes aventuras venham, de novo, perturbar a paz precária que temos vindo a viver, com as constantes perturbações nos setores tão ou mais estruturantes que outros, como sejam os da educação e saúde", refere.
Os partidos e movimentos do Fórum "encorajam todas as forças políticas da Nação guineense a enveredarem pelo único caminho de acesso ao poder: a via das urnas, através de eleições democráticas, transparentes, justas e livres, nos períodos constitucionalmente previstos".
No dia 01 de fevereiro, homens armados atacaram o Palácio do Governo da Guiné-Bissau, onde decorria um Conselho de Ministros, com a presença do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e do primeiro-ministro, Nuno Nabiam, e de que resultaram oito mortos.
O Presidente considerou tratar-se de uma tentativa de golpe de Estado que poderá também estar ligada a "gente relacionada com o tráfico de droga".
O porta-voz do Governo adiantou no sábado, em conferência de imprensa, que o ataque foi feito por militares, paramilitares e que estarão envolvidos elementos dos rebeldes de Casamansa, bem como várias personalidades, que não especificou.
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Desde a declaração unilateral da sua independência de Portugal, em 1973, sofreu quatro golpes de Estado e várias outras tentativas que afetaram o desenvolvimento do país
Por Hospital Nacional Simão Mendes
Obstáculos nunca podem ser um empecilho para o crescimento de qualquer que seja o centro hospitalar, é necessário incentivar, motivar e engajar a equipa. Por isso, o nosso parabéns a toda equipe que está labutando dia após dia para melhorar o funcionamento do sistema público de saúde Guineense.
Hoje a nossa mensagem vai para os utentes (doentes), sendo assim vamos conhecer alguns deveres.
1. O utente tem o dever de zelar pelo seu estado de saúde. Isto significa que deve procurar garantir o mais completo restabelecimento e também participar na promoção da própria saúde e da comunidade em que vive.
2. O utente tem o dever de fornecer aos profissionais de saúde todas as informações necessárias para obtenção de um correto diagnóstico e adequado tratamento.
3. O utente tem o dever de respeitar os direitos dos outros utentes, bem como os dos profissionais de saúde com os quais se relacione.
4. O utente tem o dever de colaborar com os profissionais de saúde, respeitando as indicações que lhe são recomendadas e, por si, livremente aceites.
5. O utente tem o dever de respeitar as regras de organização e funcionamento dos serviços de saúde.
6. O utente tem o dever de utilizar os serviços de saúde de forma apropriada e de colaborar ativamente na redução de gastos desnecessários.
© Reuters
Por LUSA 10/02/22
O Presidente sul-coreano manifestou hoje preocupação face à possível expansão dos programas nuclear e de armamento da Coreia do Norte a reavivar os receios de guerra na península.
As tensões renovadas entre Washington e Pyongyang têm sido um grande revés para Moon Jae-in, um liberal pacifista e filho de refugiados de guerra do Norte, que apostou na aproximação entre as duas Coreias.
As eleições presidenciais sul-coreanas vão realizar-se em março e Moon deverá abandonar o cargo em maio, pondo fim ao seu mandato presidencial de cinco anos.
O Presidente sul-coreano pediu, numa declaração escrita enviada à agência de notícias Associated Press e outras agências, uma cimeira entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para resolver divergências profundas nas negociações do fim das sanções contra o Norte e medidas de desarmamento de Pyongyang.
"Se os repetidos lançamentos de mísseis da Coreia do Norte chegarem ao ponto de violar a moratória [norte-coreana], isso traria imediatamente a península coreana de volta à situação de crise de há cinco anos, quando existiam preocupações de guerra", disse Moon.
"Os líderes políticos das nações relacionadas deviam empenhar-se num diálogo e diplomacia persistentes para evitar uma crise semelhante", sublinhou.
Em 2017, Kim realizou uma série de testes nucleares e de mísseis balísticos intercontinentais, desencadeando uma troca verbal de ameaças de guerra com o então Presidente dos EUA Donald Trump, antes do início, em 2018, da estratégia diplomática com Seul e Washington.
Em 2018, Moon encontrou-se três vezes com Kim e desenvolveu os preparativos para as cimeiras entre Kim e Trump.
Mas o esforço diplomático nunca recuperou do fracasso da segunda cimeira Kim-Trump, em 2019, no Vietname, onde os EUA rejeitaram as exigências da Coreia do Norte de um alívio importante das sanções em troca do desmantelamento de uma instalação nuclear.
A Coreia do Norte também cortou toda a cooperação com o Governo de Moon, ao mesmo tempo que manifestava o desagrado pelos exercícios militares EUA-Coreia do Sul.
Moon Jae-in pediu que o próximo Governo sul-coreano pressione para a concretização de uma declaração política entre as Coreias, os EUA, e possivelmente a China, para terminar formalmente a Guerra da Coreia (1950-53), substituindo o armistício assinado por um tratado de paz.
No início deste ano, Pyongyang realizou vários testes de mísseis, aparentemente suspensos durante os Jogos Olímpicos de Inverno na China, principal aliado do regime.
Observadores disseram acreditar que a Coreia do Norte vai aumentar aqueles testes depois de Pequim2022 para tentar pressionar Biden, cuja administração propôs conversações, sem demonstrar qualquer intenção de aliviar as sanções antes de qualquer corte significativo no programa nuclear norte-coreano.
Por LGDH - Liga Guineense dos Direitos Humanos
𝐂𝐎𝐍𝐕𝐈𝐓𝐄 𝐔𝐑𝐆𝐄𝐍𝐓𝐄!
Face a deterioração da situação de segurança e dos direitos humanos na Guiné-Bissau, a Direção Nacional da LGDH vai tornar público amanhã dia 10 de Fevereiro de 2022, uma Carta Aberta dirigida ao Secretário-geral da ONU o 𝐒𝐫. 𝐀𝐧𝐭ó𝐧𝐢𝐨 𝐆𝐮𝐭𝐞𝐫𝐫𝐞𝐬e a Presidente da Comissão Europeia a 𝐒𝐫ª. 𝐔𝐫𝐬𝐮𝐥𝐚 𝐕𝐨𝐧 𝐃𝐞𝐫 𝐋𝐞𝐲𝐞𝐧.
Para o efeito, são convidados todos os órgãos de comunicação social nacional e estrangeira para proceder a cobertura jornalística do evento que terá lugar na Casa dos Direitos a partir das 10h.
Bissau, 10 de Fevereiro de 2022.
O Gabinete de Comunicação
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O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Augusto Mário Silva.
Dw.com 09.02.2022
Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Augusto Mário Silva, diz que também foi atacado. Mesmo correndo risco de vida, promete não abandonar os seus concidadãos. "Emigrar ou fugir não é opção", afirma à DW.
Após os ataques à Rádio Capital FM e à residência de importantes vozes críticas do país, esta semana, o presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) denuncia que ele próprio foi ameaçado junto à sua residência por "elementos desconhecidos".
Mesmo assim, para Augusto Mário Silva, "emigrar ou fugir não é opção". Em entrevista à DW África, garante que ele e outros ativistas ficarão do lado do povo da Guiné-Bissau. Fugir seria "virar as costas" aos cidadãos guineenses que precisam dos defensores dos direitos humanos, defende.
À DW África, Augusto Mário Silva exige a "demissão imediata" do ministro do Interior, Botche Candé, por "incapacidade" para garantir a segurança e tranquilidade públicas.
DW África: Como recebeu as notícias dos últimos ataques e ameaças contra jornalistas e outras vozes críticas na Guiné-Bissau?
Augusto Mário Silva (AMS): Nós recebemos as notícias com muita tristeza e inquietação, mas já esperávamos, tendo em conta os métodos instituídos. A Rádio Capital FM tem vindo a ser uma voz incómoda ao regime instalado, e nunca desperdiçaram a oportunidade de atacar a rádio. Esta é a segunda vez que a atacam. Portanto, registamos mais um ato cobarde de ataque à imprensa e que tem um propósito político. O principal responsável por tudo isso é o Governo.
DW África: Diz que o Ministério do Interior mostrou-se incapaz de garantir a segurança e tranquilidade públicas... Portanto, é responsável?
AMS: O Ministério do Interior é quem tem a responsabilidade constitucional e legal de garantir a segurança aos cidadãos. Mas infelizmente tem demonstrado incapacidade a este nível.
DW África: Acha, então, que o ministro do Interior deveria demitir-se imediatamente?
AMS: É óbvio que sim, pois num Estado de Direito democrático, quando um ministro revela incapacidade em garantir a segurança dos cidadãos, a primeira consequência política dessa incapacidade deveria ser a sua demissão imediata. Mas, conhecendo o país que temos, isso está longe de acontecer.
DW África: Houve ataques contra o Dr. Rui Landim e o jurista Vaz Martins, que é o seu antecessor na chefia da Liga Guineense dos Direitos Humanos. Duas vozes críticas. O que se pode dizer sobre estes dois casos?
AMS: Não são apenas estes dois casos, há outros. Eu próprio fui vítima de ataques por parte deste esquadrão da morte do atual regime. Atacaram as casas de Rui Landim e Vaz Martins e, por último, a minha casa. Felizmente, não houve disparos como houve na casa do Dr. Landim. Mesmo assim, isso demonstra a intolerância de algumas pessoas, ou de algum círculo político, ligado ao poder vigente, às vozes críticas.
DW África: Sr. Augusto Mário Silva, na sua opinião, fugir ou emigrar seria uma opção válida para os defensores dos direitos humanos, neste momento?
AMS: Fugir é virar as costas aos nossos concidadãos que precisam dos defensores dos direitos humanos. Nós, enquanto pessoas que trabalham neste campo, comprometidos com o valor da dignidade da pessoa humana, estamos dispostos a enfrentar as consequências que podem advir das nossas atuações. Mas vamos continuar ao lado do nosso povo e dos nossos concidadãos que precisam de nós. Não vamos virar as costas a eles.
DW África: Mas está consciente de que corre o risco de perder a própria vida?
AMS: Estou consciente e tenho a perfeita noção do risco que todos nós aqui corremos. Mas não temos outra alternativa, pois não temos uma segunda pátria. A nossa única pátria é a Guiné-Bissau. Nascemos, crescemos e desenvolvemos a nossa atividade aqui. Portanto, não vamos abandonar os nossos concidadãos.
“Mas antes é da nossa responsabilidade dar todos os elementos necessários para quando o Povo levantar, saiba com que finalidade vai levantar, e quando vamos para a luta sabermos, exactamente, porquê que vamos lutar”, disse Domingos Simões Pereira, na conferencia de imprensa dos partidos políticos agrupados no Espaço de Concertação Democrática, realizada esta quarta-feira,em Bissau .
Pereira sublinhou que foi por esta razão que, durante muito tempo, apelaram a calma, tranquilidade e sempre pediram para que as pessoas dêm tempo.
“Sabemos que a arma de repressão ou seja importar gases lacrimogénio é fácil, mas, mobilizar um Povo para levantar todos de uma vez, leva-nos à muito trabalho, muitas sensiblizações e preparação. Chega o seu dia, momento, hora e limite, e foi essa hora que me paraceu que já chegou”, salientou.
O líder do PAIGC sublinhou que até Amilcar Cabral, antes de convocar os combatentes para a luta de libertação, esgotava todos os mecanismos de diálogo.
“Penso que tudo o que estamos a ver é a demonstração clara de como os mecanismos de diálogo são esgotados”, disse, acrescentando que não tem dúvidas de que o actual regime vai afogar-se”.
Por sua vez, o líder da Bancada Parlamentar do partido Assembleia do Povo Unido(APU-PDGB), Marciano Indi denunciou que foi o próprio Botche Candé, ministro do Interior e da Ordem Pública quem falou com os seus dois irmãos, no sentido destes lhe aconselhar para se abdicar de proferir certas declarações sob pena de pagar caro a factura.
“Devo anunciar ao Povo guineense que foi o próprio Botche Candé quem orquestrou o plano para me espancar em 2020 e volto a afirmar que o país está de novo em perigo”, disse Indi.
O porta voz dos partidos agrupados no Espaço de Concertação Democrática,Armando Mango alertou as autoridades que qualifica de “ilegítimas” que o envio de forças estrangeiras para o país e mormente da CEDEAO, carece da autorização da Assembleia Nacional Popular e constitui um sinal de descrédito e desrespeito para as Forças Armadas da Guiné-Bissau.
Mango disse que manifestam total oposição e rejeição à vinda de qualquer Força estrangeira para a Guiné-Bissau para defender um “regime ditatorial e que mantém vinculo ao narcotráfico e ao crime organizado” e que decidiu “vender os recursos naturais do país”.
O Espaço de Concertação Democrática dos partidos é constituído pelo PAIGC, APU-PDGB, PCD, União para Mudança, MDG, Manifesto do Povo e PSD.
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© Getty Images
Notícias ao Minuto 09/02/22
Pelo menos 92 pessoas morreram em Madagáscar no passado fim de semana devido ao impacto da tempestade Batsirai, segundo dados atualizados do Gabinete Nacional de Gestão de Riscos e Desastres (BNGRC) da nação insular.
"Além das 92 mortes, o ciclone deslocou 112.115 pessoas e destruiu pelo menos 7.488 casas", disse o diretor do BNGRC, Paolo Emilio Raholinarivo, à agência noticiosa Efe.
Ao início da tarde, o gabinete tinha indicado que a tempestade causara 80 mortos, mas admitia que o número de vítimas pudesse ainda subir.
O diretor do BNGRC apelou à solidariedade com as vítimas e prometeu que o governo distribuiria as indemnizações de forma justa.
A tempestade atingiu terra no sábado, perto da cidade oriental de Mananjary, com ventos de mais de 235 quilómetros por hora, segundo o Instituto Meteorológico Malgaxe (Météo-Madagascar).
O ciclone causou inundações, destruiu edifícios e provocou cortes de energia, entre outros danos materiais.
Em janeiro, o país tinha sido afetado pela tempestade Ana, que matou pelo menos 58 pessoas, a maioria na capital, Antananarivo, e afetou cerca de 131.000 pessoas em toda a ilha, de acordo com o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA).
A tempestade Ana também atingiu Moçambique (25 mortos, 220 feridos e 141.500 pessoas afetadas) e o Malaui (33 mortos e 158 feridos), anunciou a OCHA.
Polícia de Peshawar analisa imagens de mulher com prego na cabeça
▲Chefe da polícia de Peshawar já garantiu que está formada uma equipa de investigação com o propósito de encontrar o curandeiro Reprodução Twitter/ Polícia de Peshawar
Observador.pt 09 fev 2022
Marido terá ameaçado a mulher que a abandonaria caso voltasse a ter uma menina. Ouviu a história de uma vizinha e decidiu fazer o mesmo: martelar um prego no crânio. A polícia procura o curandeiro.
Decorrem buscas a um alegado curandeiro que martelou um prego na cabeça de uma grávida de três meses, no Paquistão. A mulher estava “totalmente consciente, mas com imensa dor” quando chegou à procura de ajuda, sendo que já tinha tentado extrair o prego com um alicate em casa, contou o neurocirurgião do Hospital Lady Reading, Haider Suleman ao jornal paquistanês Dawn.
Mas, afinal, porque foi ter com o alegado curandeiro? “Por medo do marido”, explicou o médico. A mulher tem três filhas e o marido terá ameaçado deixá-la se voltasse a dar à luz uma menina, mesmo ainda não sendo claro o sexo do feto.
This image shows the X-ray of the victim. — Photo provided by author
Ela disse que uma mulher na sua localidade fez o mesmo [martelou um prego na cabeça] e deu à luz um menino, embora o ultrassom tenha mostrado que o feto era uma menina”, esclareceu o médico.
O chefe da polícia de Peshawar, Abbas Ahsan, garantiu esta terça-feira que já está formada uma equipa de investigação com o propósito de encontrar o curandeiro “que brincou com a vida de uma mulher inocente e colocou um prego na sua cabeça, com a falsa promessa de um filho do sexo masculino”, escreveu no Twitter.
A polícia passou vários dias a entrevistar os profissionais de saúde que operaram a mulher e, agora, estão a tentar encontrá-la, já que saiu do hospital depois de retirado o prego do crânio.
Em alguns países mais pobres do sul da Ásia, acredita-se que um filho oferece maior segurança financeira a longo prazo aos pais do que as filhas, e tal dá origem a práticas de exploração. Os curandeiros são até comuns em zonas do Paquistão, e as suas práticas são enraizadas na tradição sufista, às vezes descrita como uma forma de misticismo islâmico, porém proibidas em muitas escolas do Islão, segundo a BBC.
Bissau, 09 Fev 22 (ANG) – O Partido da Renovação Social (PRS),declarou terça-feira que concorda com o regresso ao país da Força Militar de Estabilização da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental(CEDEAO).
De acordo com a RDP África que cita um comunicado do partido, o PRS sustenta que, uma vez quebrada a confiança no seio da classe politica, vem manifestar o seu aval a decisão tomada na Cimeira dos Chefes de Estados da CEDEAO realizada recentemente na República do Ghana.
Na nota os renovadores referem que o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló foi a primeira pessoa que deu voto a retirada da Ecomib, Missão Miliatar da CEDEAO, para permitir o restabelecimento do clima de confiança entre o poder politico, forças armadas e a população.
O PRS diz no comunicado estranhar o facto de o PAIGC não estar de acordo com a decisão de vinda de forças da CEDEAO, sendo o partido que em 2020 solicitou a vinda de três mil efetivos da CEDEAO, sem conhecimento do parlamento, e com a justificação de que era necessário assegurar o processo de realização das presidenciais.
Na sequência da tentativa de golpe de estado, ocorrida no dia 01 de Fevereiro, em Bissau, e que resultou na morte de 11 pessoas, a CEDEAO decidiu, numa cimeira de Chefes de Estados e de Governs, o realizada recentemente em Gana, enviar uma força para apoiar a estabilização do país.
Lassana Cassamá: "Ministério do Interior é responsável pelo assalto à Rádio Capital"
Depois de a Rádio Capital FM ser atacada por homens armados no início desta semana, diretor-geral da emissora diz, em entrevista à DW, que o Ministério do Interior é o responsável político "número 1" pelo assalto.
A Rádio Capital FM foi atacada na segunda-feira (07.02). Um grupo de homens armados forçou a entrada nas instalações da emissora, na capital guineense, disparando vários tiros. Há sete feridos confirmados, entre eles a jornalista Maimuna Bari, que está hospitalizada em estado grave.
Mas os episódios de violência em Bissau não param por aqui. Na noite de terça-feira (08.02), a casa do analista político Rui Landim, em Bissau, também foi alvo de um ataque. Homens armados dispararam contra o portão e lançaram gás lacrimogéneo dentro da casa.
O jurista Luís Vaz Martins foi alvo de outro ataque, embora fontes tenham confirmado que ele saiu ileso da sua residência. Contactado pela DW, Vaz Martins disse que ainda não está em condições de gravar entrevista por estar a procurar um lugar seguro para se esconder. Ambos são comentadores da Capital FM.
Diante deste cenário, que envolve um atentado às liberdades de imprensa e direitos humanos na Guiné-Bissau, a DW África falou com o jornalista responsável da Rádio Capital FM, Lassana Cassamá.
DW África: Como viveu os diversos ataques contra jornalistas e comentadores, assim como contra as instalações da Rádio Capital FM?
Lassana Cassamá: Qualquer pessoa com o espírito aberto e solidário, mesmo que não seja profissional da Rádio Capital FM, não poderia ficar indiferente a este ataque contra a estação. Eu fiquei profundamente chocado. Não pelos danos materiais, mas sim porque estavam – e ainda estão – vidas humanas em jogo: há sete feridos. Imaginem os homens armados e encapuzados a entrar numa estação de rádio, a atacar civis desarmados que não têm nada nas mãos, além das suas canetas, gravadores e bloco de notas. Homens armados e encapuzados chegam e começam a disparar indiscriminadamente. As pessoas tiveram que fugir, pulando o muro e saltando do primeiro piso para o chão, e isso resultou em vários feridos. Estamos a falar de sete, além de uma pessoa que foi agredida no recinto do palácio presidencial quando foi fazer a cobertura de um seminário do Alto Comissariado de Luta contra a Covid-19, ao lado palácio presidencial. Portanto, todo este cenário não nos deixa indiferentes; ficámos chocados e consternados.
DW África: E houve também um ataque contra outros colaboradores vossos, nomeadamente comentadores e analistas...
LC: Sim, além do que aconteceu, estamos a falar também de perseguições aos nossos comentadores Luís Vaz Martins e o Dr. Rui Landim, que, neste momento, estão em lugares seguros... mas, na verdade, não estão porque neste momento toda a Guiné-Bissau está insegura. Portanto, como responsável máximo da Rádio Capital, fiquei chocado, "digerindo" esta situação, sobretudo [ao pensar] nas vidas humanas, que estão em jogo neste momento.
DW África: Há feridos que precisam de mais cuidados neste momento?
LC: Quem se encontra gravemente ferida é a nossa colega Maimuna Bari. Estamos a diligenciar, neste momento, junto com o Sindicatos dos Jornalistas da Guiné-Bissau, para poder evacuá-la de Bissau com destino a Portugal. Estamos a trabalhar para isso e, provavelmente, ela poderá ter sorte e sair do país. Segundo os relatos médicos, ela está numa situação caótica e é preciso que tenha um acompanhamento especializado, que não existe na Guiné-Bissau.
DW África: Tendo em conta estes ataques, como é que vê o futuro da Rádio Capital FM? Há viabilidade para poderem continuar?
LC: Não há viabilidade ou certeza de que poderemos voltar às emissões brevemente, porque estamos descapitalizados. Mas a Rádio Capital nunca resignará. Isso está fora de questão. Nós emergimos neste país e fazemos parte da Guiné-Bissau. Os ouvintes têm crédito na Rádio Capital FM. Se desistirmos, seremos uma desilusão para a maior parte dos guineenses. Não podemos fazer isso. É a nossa profissão e os riscos são inerentes. Portanto, um dia, tarde ou cedo, retomaremos as nossas emissões.
DW África: Lassana Cassamá, sabemos que ainda não há indicações sobre quem são os autores deste crime. Mas na sua opinião, quem são os responsáveis por estes atentados?
LC: Em toda esta dinâmica, eu diria que o Ministério do Interior é o responsável número um pelo assalto à Rádio Capital. Porquê? Porque, quando houve o primeiro ataque, em julho de 2020, o Ministério colocou lá homens seus. Os homens do Ministério do Interior é que andavam a assegurar a rádio, desde 2020. Portanto, não se entende como é possível que outro grupo, desconhecido deste Ministério, chegue à rádio para assaltá-la, disparando contra todos os equipamentos e todas as pessoas, sem que haja uma reação a respeito disso.
[Por outro lado,] o comissário da Polícia de Ordem Pública já deu uma conferência de imprensa dizendo que era "um ato isolado". Mas como é que ele afirmou isso sem ter recolhido os elementos no terreno? A equipa [de investigação criminal] ainda estava na rádio. Portanto, há "muitas coincidências", há muita confusão e muitas dúvidas sobre o que de facto aconteceu na Rádio Capital FM.
Por Notícias ao Minuto 09/02/22
Organizações civis dizem-se abandonadas perante "clima de terror"
O presidente da rede da Defesa dos Direitos Humanos na Guiné-Bissau, Fodé Mané, considerou hoje que a Guiné-Bissau vive "num clima de terror" e que as organizações de defesa dos direitos humanos se sentem abandonados pela comunidade internacional.
"Estamos perante um Estado, que para além de não estar em condições de garantir segurança às pessoas, ainda permite que os seus meios e os seus agentes sejam utilizados para criar um clima de terror e de medo. há uma sensação de insegurança, de terrorismo, em que todo o mundo está vulnerável e indefeso neste momento", observou Fodé Mané, em declarações à Lusa.
O jurista falava à margem de uma visita que um grupo de organizações da sociedade civil guineense realizou hoje à jornalista Maimuna Bari, gravemente ferida e internada no Hospital Militar de Bissau, na sequência do ataque à rádio Capital FM, na segunda-feira, por homens armados.
"A comunidade internacional deve reagir rapidamente e de forma clara perante as violações, as ameaças, as detenções ilegais que têm ocorrido na Guiné-Bissau. Estamos a falar de sindicalistas, jornalistas e pessoas que trabalham em questões ligadas aos Direitos Humanos", afirmou Fodé Mané.
Para o presidente da rede de organizações que trabalham na proteção dos Direitos Humanos na Guiné-Bissau, o que aconteceu com a jornalista Maimuna Bari e com o analista político na rádio Capital FM, o politólogo Rui Landim, cuja residência terá sido atacada na noite de terça-feira, por homens armados, "mostra a vulnerabilidade em que se encontra a sociedade guineense".
Através de um áudio em circulação nas redes sociais, Rui Landim denunciou que a sua residência foi atacada a tiro com armas de fogo e uma granada foi lançada para a parte externa do quarto das crianças.
Familiares do também comentador político na rádio Capital FM Luís Vaz Martins indicaram à Lusa que aquele foi aconselhado a esconder-se com receio de ataques contra si.
Um outro comentador político e jurídico, o também advogado e docente universitário Marcelino Ntupé, que colabora com a rádio Bombolom FM de Bissau, denunciou hoje que tem os movimentos vigiados "por pessoas ligadas ao Estado".
Fodé Mané criticou ainda a postura da comunidade internacional por estar a ter "dois pesos e duas medidas" em relação aos guineenses e deu como exemplo a onda de solidariedade demonstrada com as autoridades na sequência dos ataques à sede do Governo.
"O que aconteceu no dia 01 de fevereiro é muito grave, mas a solidariedade que foi prestada ao Governo, ao poder político, não corresponde minimamente com a atenção que está a ser dada às questões de violação dos Direitos Humanos", notou Fodé Mané.
"Mas parece-nos que os parceiros internacionais não estão a colocar a questão dos Direitos Humanos nas suas relações com as autoridades da Guiné-Bissau", considerou.
No dia 01 de fevereiro, homens armados atacaram o Palácio do Governo da Guiné-Bissau, onde decorria um Conselho de Ministros, com a presença do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e do primeiro-ministro, Nuno Nabiam, e de que resultaram oito mortos.
O Presidente considerou tratar-se de uma tentativa de golpe de Estado que poderá também estar ligada a "gente relacionada com o tráfico de droga".
O porta-voz do Governo adiantou no sábado, em conferência de imprensa, que o ataque foi feito por militares, paramilitares e que estarão envolvidos elementos dos rebeldes de Casamança, bem como "personalidades".
O Estado-Maior General das Forças Armadas guineense iniciou, entretanto, uma operação para recolha de mais indícios sobre o ataque, que foi condenado pela comunidade internacional.
Na sequência dos acontecimentos, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) anunciou o envio de uma força de apoio à estabilização do país.
A Guiné-Bissau é um dos países mais pobres do mundo, com cerca de dois terços dos 1,8 milhões de habitantes a viverem com menos de um dólar por dia, segundo a ONU.
Desde a declaração unilateral da sua independência de Portugal, em 1973, sofreu quatro golpes de Estado e várias outras tentativas que afetaram o desenvolvimento do país
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