Polícia de Peshawar analisa imagens de mulher com prego na cabeça
▲Chefe da polícia de Peshawar já garantiu que está formada uma equipa de investigação com o propósito de encontrar o curandeiro Reprodução Twitter/ Polícia de Peshawar
Observador.pt 09 fev 2022
Marido terá ameaçado a mulher que a abandonaria caso voltasse a ter uma menina. Ouviu a história de uma vizinha e decidiu fazer o mesmo: martelar um prego no crânio. A polícia procura o curandeiro.
Decorrem buscas a um alegado curandeiro que martelou um prego na cabeça de uma grávida de três meses, no Paquistão. A mulher estava “totalmente consciente, mas com imensa dor” quando chegou à procura de ajuda, sendo que já tinha tentado extrair o prego com um alicate em casa, contou o neurocirurgião do Hospital Lady Reading, Haider Suleman ao jornal paquistanês Dawn.
Mas, afinal, porque foi ter com o alegado curandeiro? “Por medo do marido”, explicou o médico. A mulher tem três filhas e o marido terá ameaçado deixá-la se voltasse a dar à luz uma menina, mesmo ainda não sendo claro o sexo do feto.
This image shows the X-ray of the victim. — Photo provided by author
Ela disse que uma mulher na sua localidade fez o mesmo [martelou um prego na cabeça] e deu à luz um menino, embora o ultrassom tenha mostrado que o feto era uma menina”, esclareceu o médico.
O chefe da polícia de Peshawar, Abbas Ahsan, garantiu esta terça-feira que já está formada uma equipa de investigação com o propósito de encontrar o curandeiro “que brincou com a vida de uma mulher inocente e colocou um prego na sua cabeça, com a falsa promessa de um filho do sexo masculino”, escreveu no Twitter.
A polícia passou vários dias a entrevistar os profissionais de saúde que operaram a mulher e, agora, estão a tentar encontrá-la, já que saiu do hospital depois de retirado o prego do crânio.
Em alguns países mais pobres do sul da Ásia, acredita-se que um filho oferece maior segurança financeira a longo prazo aos pais do que as filhas, e tal dá origem a práticas de exploração. Os curandeiros são até comuns em zonas do Paquistão, e as suas práticas são enraizadas na tradição sufista, às vezes descrita como uma forma de misticismo islâmico, porém proibidas em muitas escolas do Islão, segundo a BBC.
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