Umaro Sissoco Embaló (esq.) e Presidente da República José Mário Caz
Está por horas o fim do prazo dado pela Comunidade Económica de Estados de Estados da África Ocidental (CEDEAO), aos atores políticos guineenses para implementação do Acordo de Conacri. O cenário politico mantêm-se, sem grandes expetativas, em torno da implementação do referido acordo.
Perante este estado de coisas, o Secretário Nacional do PAIGC, Ali Hijazi, disse que o partido "continua cético", segundo ele, "não é a primeira vez que Umaro Sissoco Embaló apresenta o seu pedido de demissão".
Mais do mesmo
Umaro Sissoco Embaló |
"Eu creio que o Presidente da República não quer essas soluções. Tem uma agenda muito própria que é de dominar o poder, capturar as instituições e de favorecer um grupo de interesses que permitam justamente fazer essa captura. Eu creio que neste momento, até o próprio Presidente da República, se encontra refém daquilo que são as suas vontades e daquilo que ele planeou. As coisas já não estão a correr como o Presidente desejava inicialmente, porque isto, está fugir-lhe das mãos"
Final previsível
Dautarim da Costa disse ainda que, há muito que o país aguarda esta iniciativa do primeiro-ministro, devido aos objetivos políticos que ditaram a sua nomeação.
"Na verdade, nunca chegou a ser um primeiro-ministro, de facto. Foi escolhido para que tivesse uma atitude ou para que exercesse uma politica performativa. Porque na verdade, a origem da nomeação tinha muita intromissão do Presidente da República, naquilo que é o poder executivo. Ou seja, o Presidente da República pretendia e ainda pretende, construir governos, onde ele possa exercer os seus desejos, as suas vontades e influência extrema em tudo aquilo que são as decisões de governação".
Silêncio ruídoso
O Presidente guineense ainda não se pronunciou sobre o pedido da demissão apresentado por Umaro Sissoco Embaló, numa altura em que se aguarda esta semana, a chegada a Bissau de uma delegação da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental. A CEDEAO deu aos líderes guineenses até 16 de janeiro para que apliquem o "Acordo de Conacri", um instrumento elaborado por esta organização sub-regional, para acabar com a crise na Guiné-Bissau, caso contrário, irá sancionar os que dificultem a sua aplicação.
Que comece o jogo das cadeiras
Manifestação em Bissau (09.03.2017) |
Segundo os dois dirigentes, os 15 deputados que contestam a liderança de Domingos Simões Pereira, podem participar no congresso ordinário do partido, que deve ter lugar entre 31 de janeiro e 4 de fevereiro, se assim o entenderem.
Recorde-se que em nota à imprensa, divulgada na semana passada, o grupo dos 15 deputados fez saber que não acatará a abertura para sua reintegração no PAIGC "nos moldes em que o processo é conduzido", que considera de "ilusório e enganador".
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