sábado, 25 de junho de 2022

Suspeita de matar marido: DETIDA COM BEBÉ DE ONZE MESES

JORNAL ODEMOCRATA  25/06/2022

Uma mulher, residente da ilha da secção de Uracane, setor de Uno, região de Bolama/Bijagós, no sul da Guiné-Bissau, está detida há duas semanas, com o seu bebê de onze meses, nas instalações da Segunda Esquadra, em Bissau, por suspeita de ter matado o seu marido. 

O Democrata apurou que a suspeita terá tido uma discussão com o seu defunto marido e acabaram por brigar. Já no dia seguinte, o malogrado terá intercetado a esposa no caminho e envolveram-se em briga novamente e a esposa agarrou o seu genital do homem, puxando-o desalmadamente.

“O marido foi transferido para Bissau para melhor tratamento médico, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu” contou uma fonte, avançando que a esposa foi trazida para Bissau por elementos da Polícia de Ordem Pública e que depois de ser ouvida por agentes do Departamento de Informação Policial e Investigação Criminal (DIPIC) foi lhe ordenada a prisão. 

Segundo um despacho do DIPIC na posse de O Democrata, o processo n°. 41/2022 referente ao caso foi remetido ao Ministério Público no dia 9 de junho corrente.

“O crime ocorreu no sul do país e, por isso, deve ser julgado no tribunal provincial de Buba, região de Quínara, que tem jurisdição nessa zona”, informou outra fonte contactada por telefone, acrescentando que tem informação em como o caso foi encaminhado para o tribunal de Buba e que os delegados regionais do ministério público já terão recebido instruções para procederem a transferência da suspeita.

A fonte enfatizou que até hoje a suspeita não foi ouvida por nenhum juiz para decidir eventual aplicação da medida de coação.

“Apesar de o processo ter sido remetido ao ministério público, o mais grave de tudo é que ela continua detida com o seu bebê de onze meses. Ela sempre está numa varanda da cela com a criança”, lamentou para de seguida criticar que em nenhuma circunstância as autoridades poderiam ter deixado a mãe com a criança na cela.

LGDH DENUNCIA DETENÇÃO FORA DE PRAZO E ALERTA QUE BEBÊ ESTÁ DOENTE 

Contactado por telefone para pronunciar-se sobre o caso, o vice-presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), Bubacar Turé, denunciou que a detenção está fora de prazo, como também criticou as autoridades por deixarem o bebê na cela com a mãe, o que “é uma situação desumana e inacreditável”.

Bubacar Turé disse que a liga entrou em contacto com a Associação de Amigos da Criança (AMIC) no sentido deesta assumir a custódia da criança, de forma a salvar-lhe a vida. Enfatizou que a AMIC manifestou disponibilidade, mas não recebeu a autorização das autoridades.  

“Nós entramos em contato com o ministério público sobre este processo, porque é bom saber que já foram ultrapassados todos os prazos legais de detenção da mulher. O crime foi cometido fora da jurisdição do setor autónomo de Bissau e o tribunal regional de Bissau não tem competência para julgar este caso. Este é um caso que deve ser julgado no tribunal provincial de Buba, porque o crime foi cometido na região de Bolama que faz parte da província sul”, contou, criticando também que até hoje a mulher não chegou a ser ouvida por um magistrado do ministério público.

“É verdade que ela é suspeita do crime do homicídio e que deve ser julgada pelos crimes que terá cometido, mas é importante respeitar as normas processuais, que devem ser estritamente cumpridas”, exortou.

A presidente do Instituto da Mulher e Crianças (IMC), Florença Dabó, explicou a O Democrata que a sua organização tomou conhecimento dessa situação. 

“Estamos a tomar as pertinentes diligências neste momento para assumir a responsabilidade pela criança. Os nossos técnicos estão em contacto com as autoridades sobre este assunto”, contou aquela responsável, em conversa telefónica.

Por: Assana Sambú 

Como a Rússia se movimentou nas sombras durante anos para sufocar o armamento ucraniano

CNN Portugal  25 de junho de 2022

Há pelo menos oito anos que a Rússia lançou uma campanha de sabotagem ao armamento ucraniano em preparação para a invasão militar, lançada em fevereiro deste ano. "Mesmo que todos nos dêem estas munições, não serão suficientes", diz a Vice-Ministra da Defesa Hanna Malya

A Ucrânia está a ficar sem munições para a maioria da sua artilharia, em parte devido a uma campanha russa clandestina de sabotagem ao longo dos últimos oito anos, incluindo bombardeamentos de depósitos de armamento em toda a Europa de Leste que o governo ucraniano liga a Moscovo, de acordo com funcionários do executivo ucraniano e analistas militares.

Os combates no leste e sul da Ucrânia são agora quase exclusivamente uma troca quase constante de artilharia, e a escassez de munições na Ucrânia exacerbou o que já era um desajuste no campo de batalha contra um exército russo com mais armas. A Rússia está a disparar mais de 60.000 projéteis por dia - 10 vezes mais do que os ucranianos, disse a Vice-Ministra da Defesa Hanna Malyar ao The Washington Post.

A maior parte das peças de artilharia da Ucrânia datam da União Soviética, o que significa que dependem das mesmas munições de calibre 122mm e 152mm que a Rússia utiliza. Mas fora da Rússia, existe muito pouca oferta - em grande parte porque a Rússia passou anos a visar instalações e fornecedores de armazenamento de munições ucranianos e de outros países da Europa de Leste antes de lançar a sua operação militar da Ucrânia em finais de fevereiro. A Rússia também tomou outras medidas para adquirir as munições ou impedir de outra forma a sua venda à Ucrânia.

"Mesmo que todos nos dêem estas munições, não serão suficientes", disse Malyar, acrescentando que a Ucrânia utiliza mais munições de 152mm do que as produzidas globalmente num só dia.

Soldados ucranianos colocam um howitzer M777 fornecido pelos EUA em posição de ataque contra forças russas no Donbass, a 18 de Junho

Howitzers utilizados pela NATO e pelos Estados Unidos disparam projéteis de 105mm e 155mm. Os países ocidentais forneceram à Ucrânia uma grande parte das munições, mas apenas um número limitado de sistemas para os disparar. Apesar das promessas dos EUA e da Europa de enviar mais artilharia, a Ucrânia ainda não tem o suficiente para substituir inteiramente o seu velho equipamento da era soviética pelo armamento padrão da NATO.

Está a ter lugar uma espécie de guerra-sombra para o que poucos projéteis de 152mm estão disponíveis no mercado global. Um cidadão americano que ajudava a intermediar transferências de armas para a Ucrânia disse ter abordado recentemente um país da Europa de Leste para negociar uma compra de munições de artilharia. As autoridades desse país disseram que não podiam fazer um acordo, disse o homem, porque os russos já tinham avisado que os "matariam se vendessem alguma coisa aos ucranianos". Este vendedor de armas foi entrevistado sob a condição de anonimato.

Os países que ainda têm stocks munições de 152mm são em grande parte antigas repúblicas soviéticas, muitas das quais hesitam em vender à Ucrânia porque mantêm laços estreitos com a Rússia. Alguns países africanos e do Médio Oriente, que têm recebido armas e munições da Rússia ao longo dos anos, também têm stocks dessas munições. Alguns antigos países do Pacto de Varsóvia têm a capacidade de fabricar este tipo de projéteis mas não à escala e velocidade de que a Ucrânia necessita no campo de batalha.

O vendedor de armas que falou ao The Washington Post disse que teve de fazer aparecer algumas transferências de armas como se viajassem através de um país não relacionado para obscurecer a origem da compra. Noutros casos, a Ucrânia pensou ter feito um acordo, mas depois um comprador que trabalhava em nome da Rússia entrou em cena no último minuto e ultrapassou agressivamente a proposta, disse.

Os Estados Unidos e o Reino Unido também tentaram ajudar a Ucrânia a obter material da era soviética, disseram as autoridades, para oferecer mais segurança aos países que temem retaliações por parte da Rússia, caso forneçam as armas directamente à Ucrânia.


O Presidente da República Umaro Sissoco Embaló chega a Lisboa para participar na cimeira mundial de Organizações das Nações Unidas sobre Oceanos;

 Umaro S. Embaló/Presidente de Concórdia Nacional  25 de Junho de 2022

ABORTO - ONU condena decisão sobre o abordo do Supremo tribunal dos EUA

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POR BEATRIZ CAVACA Notícias ao Minuto 25/06/22 

"Restringir o acesso ao aborto não impede as pessoas de procurar o aborto, apenas o torna mais mortal", disse o porta-voz do secretário-geral da ONU.

A condenação internacional foi rápida depois da decisão do Supremo tribunal dos EUA revogar o processo 'Roe v. Wade', o processo que concedeu o direito constitucional ao aborto no país há quase 50 anos

A decisão controversa desta sexta-feira significa que cerca de metade dos estados nos EUA estão prestes a proibir o aborto.

Para a responsável de direitos humanos da ONU, Michelle Bachelet, a decisão do tribunal americano foi "uma grande reviravolta" e um "grande golpe nos direitos humanos das mulheres e na igualdade de género".

Já um porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que restringir o acesso ao aborto não impede as pessoas de procurar fazer este procedimento “só o torna mais mortal”.

Restringir o acesso ao aborto não impede as pessoas de procurar o aborto, apenas o torna mais mortal

“A saúde e os direitos sexuais e reprodutivos são a base de uma vida de escolha, empoderamento e igualdade para mulheres e meninas do mundo”, acrescentou ainda o porta-voz do secretário-geral, Stephane Dujarric, aos repórteres, esta sexta-feira.

Recorde-se que esta decisão tomada pela maioria de juízes conservadores no Supremo tribunal já era esperada, depois de ter sido divulgado em maio um rascunho sobre a intenção do principal tribunal norte-americano de reverter o processo. A votação foi de 5-4, sendo que os três juízes conservadores nomeados pelo ex-presidente Donald Trump fizeram pender a balança para o lado anti-aborto.

A reversão do 'Roe v. Wade', o processo que concedeu o direito federal e universal ao aborto em todo o país, em 1973, é um dos mais duros golpes aos direitos das mulheres norte-americanas em quase 50 anos.

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UCRÂNIA/RÚSSIA - Rússia removeu vários generais importantes da Ucrânia

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Notícias ao Minuto  25/06/22 

"Desde o início de junho, o alto comando russo provavelmente removeu vários generais das principais funções de comando operacional", diz o Ministério da Defesa britânico.

O Ministério da Defesa britânico revelou, este sábado no seu relatório diário, que a Rússia provavelmente retirou vários generais de funções-chave de comando no conflito na Ucrânia, em junho.

"Desde o início de junho, o alto comando russo provavelmente removeu vários generais das principais funções de comando operacional na guerra na Ucrânia", revela a tutela.

Entre os chefes do exército removidos, estão o comandante das Forças Aerotransportadas (VDV) General-Coronel Andrei Serdyukov e o comandante do Grupo de Forças do Sul (SGF) General do Exército Alexandr Dvornikov (este último provavelmente foi em algum momento o comandante operacional das forças invasoras).

As forças ucranianas receberam ordens para se retirarem da cidade  de Severodonetsk, após semanas de violentos combates de rua, a fim de limitar mais baixas e reagrupar, confirmam ainda.

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IIª Conferência das Nações Unidas sobre Oceanos Lisboa, Junho -Julho de 2022

 Embaixador da Cimeira Internacional da Diplomacia

Com o fardo de Representar a Juventude Luso-africana e Grupo dos Investigadores da CPLP, nessa Reunião Mundial sobre os Oceanos, a Responsabilidade é enorme.

Foi possível confirmar ontem chegada da Delegação de Diferentes Continentes no referido encontro, no dia 26.06.2022 começa os trabalhos. 

Segunda feira dia 27.06.2022. É o dia da  Abertura Oficial da Conferência  em Lisboa, no Centro de Convenções Altice Arena, Parque das Nações, Rossio dos Olivais, Lote 2.13.01A, 1990-231 Lisboa.

Logo a sessão de Abertura Oficial, seguirá a  Eleição dos dois Presidentes para o Presídio da Conferência, Adoção do regulamento interno, Adoção da agenda da Conferência e a Eleição de outros dirigentes além dos Presidentes. 

Outrossim, seguiremos com a organização do trabalho, incluindo a criação de órgãos subsidiários e outros assuntos organizacionais. Durante toda jornada vai decorrer trabalhos de credenciamento e acreditação dos representantes da Conferência, como é visível desde os dias 24.06.222, a Comissão nomeada dos membros  para imprimir Credenciais e do Relatório do Comitê de Credenciais estão a trabalhar.

À margem da realização da Conferência dos Oceanos, são dezenas os side events que vão estar a decorrer sobretudo na zona do Parque das Nações em Lisboa, na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, e nos outros Sítios.

Organizados por diferentes entidades nacionais e internacionais, estas sessões vão reunir participantes de todo o mundo e focar-se em variadas perspetivas e problemáticas ligadas ao Oceano. 

Lisboa 25.06.2022 

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África subsaariana não consegue voltar ao crescimento pré-pandémico

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Por LUSA   25/06/22 

A agência de notação financeira Standard & Poor's considerou hoje que os países da África subsaariana enfrentam várias dificuldades para voltar ao crescimento registado antes da pandemia, notando um panorama mais positivo para os exportadores de petróleo.

"As exportações de matérias-primas e os investimentos devem ajudar a reduzir os desequilíbrios externos e aumentar a atividade nos países ricos em recursos naturais, principalmente Nigéria, Angola e, em menor escala, África do Sul", lê-se no relatório enviado aos clientes, e a que a Lusa teve acesso.

Na análise com o título 'África subsaariana ainda em baixo, mas não de fora', os analistas escrevem que "o aumento do custo dos bens e serviços vão prejudicar os agregados familiares na região, especialmente nos países importadores de alimentos e de matérias-primas" e acrescentam que "as autoridades e os reguladores vão tentar equilibrar a entrega de subsídios e outras medidas de apoio com o aumento de preços, ao mesmo tempo que lidam com grandes défices orçamentais e uma dívida pública significativa".

Entre as razões para a dificuldade na recuperação económica estão ainda os efeitos da pandemia, as dificuldades alimentares e a subida dos preços da energia no seguimento da invasão da Ucrânia pela Rússia, e outros fatores macroeconómicos que já estavam presentes mesmo antes da pandemia.

"A subida das taxas de juro globais são riscos pertinentes para os países altamente endividados; a subida dos preços das matérias-primas está a beneficiar muitos países, mas os elevados fardos da dívida, e o seu elevado custo, para além da flexibilidade orçamental limitada, continuam a prejudicar a qualidade do crédito soberano, ao passo que o aumento do preço da energia e dos alimentes, juntamente com um ciclo eleitoral repleto, vão atrasar a consolidação orçamental", apontam os analistas.

O alerta da Standard & Poor's segue-se à divulgação de um relatório do Banco Mundial, que avisa que a guerra na Ucrânia pode tirar um ponto percentual ao crescimento dos países de baixo rendimento na África subsaariana, região cuja economia deverá crescer 3,7% este ano.

"No seguimento da recuperação de 4,2% em 2021, o crescimento na África subsaariana abrandou este ano devido às pressões dos preços a nível interno, parcialmente induzidas pelas perturbações na oferta devido à guerra na Ucrânia, reduzindo os rendimentos reais e a capacidade de compra de alimentos, especialmente nos países de baixo rendimento", lê-se no relatório Perspetivas Económicas Globais, divulgado em Washington.

"O crescimento na África subsaariana deverá ser de 3,7% em 2022 e 3,8% em 2023, em linha com as previsões de janeiro, mas excluindo as três maiores economias [Nigéria, África do Sul e Angola], o crescimento foi reduzido em 0,4 pontos percentuais em 2022 e em 2023", aponta-se no relatório, que mostra o duplo efeito da evolução dos preços energéticos.

O Banco Mundial alerta que "os preços elevados das matérias-primas pode sustentar as recuperações nos setores extrativos, mas em muitos países a inflação elevada vai eliminar os rendimentos reais, deprimir a procura e aprofundar a pobreza" e salienta que "nos países de baixo rendimento, o crescimento foi revisto em quase um ponto percentual este ano devido à inflação nos preços alimentares e à escassez de alimentos, que deverá causar um impacto particularmente severo nas populações vulneráveis, piorando ainda mais a situação de insegurança alimentar nesses países".

APU-PDGB do primeiro-ministro da Guiné-Bissau inicia hoje o II congresso

© Lusa

Por LUSA  25/06/22 

A Assembleia do Povo Unido -- Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), liderada pelo primeiro-ministro guineense, Nuno Gomes, reúne-se hoje e domingo para a realização do segundo congresso do partido com a coesão interna a dominar os debates.

"Como sabem a APU é um partido recém-criado e durante este nosso percurso houve situações, depois das eleições de 2019, que levaram o partido a uma certa contradição entre militantes e dirigentes e vamos agora dentro de casa organizarmo-nos, reforçar a nossa coesão interna e espero que tudo corra bem", afirmou Nuno Gomes Nabiam, na sexta-feira.

O segundo congresso, dedicado ao tema "Congresso para fortalecimento da coesão interna e afirmação política da APU-PDGB", vai reunir 1.351 delegados em Gardete, nos arredores de Bissau, para analisar os últimos quatro anos de vida do partido e as estratégias para as legislativas, as segundas em que participa aquela formação partidária.

Candidatam-se à liderança do partido Nuno Gomes Nabiam, Agostinho Sanhá e Mamadjam Mamadú Darame.

Após as eleições legislativas de 2019, as primeiras em que o partido participou, a APU-PDGB fez um acordo de coligação com o PAIGC, com a União para a Mudança e com o Partido da Nova Democracia, que acabou por abandonar para se juntar a uma nova coligação com o Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15) e o Partido de Renovação Social (PRS).

A decisão da direção do partido não foi, contudo, respeitada pela maioria dos cinco deputados eleitos, que permaneceram fiéis à coligação com o PAIGC.

Em abril, o conselho nacional do partido decidiu suspender cinco dos vice-presidentes e quatro dos cinco deputados que elegeu nas últimas legislativas.

sexta-feira, 24 de junho de 2022

MINISTRO DA ADMINISTRAÇÃO TERRITORIAL CONSIDERA DE INFANTIL AS ACUSAÇÕES FEITAS PELO PRESIDENTE CESSANTE DA CMB

Radiosolmansi.net

O ministro da administração territorial, Fernando Gomes, considera de Infantil as declarações, ontem, do Presidente cessante da Camara Municipal (CMB), Luís Ntchama, que o acusa de ser perseguidor.

Fernando Gomes foi instado, hoje, pela RSM à responder as acusações, ontem, do antigo presidente da CMB que diz ser demitido com justificações falsas e que acusa Fernando Gomes de estar a usar os assuntos pessoais para atingir o antigo ministro da administração territorial, Fernando Dias, atual presidente em exercício do PRS.

Fernando Gomes diz ser um homem de Estado e de personalidade reconhecida.

“Esta é uma questão muito infantil e por isso não vou responder. Eu sou um homem de Estado e dispenso esta questão porque todos sabem quem sou eu”, justifica.

Ontem, em conferencia de imprensa, o antigo presidente da CMB afirmou que a sua exoneração não passa de ódio e perseguição política por parte de Fernando Gomes, atual ministro da administração territorial.

Fernando Gomes, ministro da administração territorial, reafirmou que não está disposto a comentar sobre o assunto evocando os seus valores éticos.

“Podem que fazer esta mesma pergunta por dezenas de vezes mas, escuso em responder estes comentários porque o meu passado prova quem sou eu”, justifica.

Ontem, em conferência de imprensa, o antigo presidente da CMB demito por alegados atos de corrupção, acusou o atual ministro da administração territorial de inventar alegações para a sua demissão.

Luís Intchama foi demitido pelo atual ministro da administração territorial, Fernando Gomes, que justifica a demissão com alegados atos de corrupção.

Por: Diana Bacurim / Rádio Sol Mansi

Imagem: Arquivo

Quanta falta faz a Educação para a Cidadania...

Por Fernando Casimiro 

Continuamos a decrescer a Guiné-Bissau, em função de idolatrias, entre o essencial e o acessório; entre o pessoal, o partidário, e o coletivo.

A Educação/Ensino, através da Escola/Academia, é a Base que alicerça e projeta o Desenvolvimento de qualquer Sociedade e, consequentemente, País.

Negar ou minimizar o reconhecimento do mérito alcançado por alguém no seu percurso académico, profissional ou outro, é um ato doentio, de ignorância e de contradição com a lógica da evolução social por via do Conhecimento, nas suas múltiplas formas, quais: o Científico; o Empírico; o Filosófico; oTácito e o Teológico.

Em todo o mundo as conquistas académicas ou profissionais de alguém, não se sobrepõem à Agenda Política e Governativa de seja qual for o País. 

A Guiné-Bissau é, infelizmente, um caso à parte, porque o acessório sobrepõe-se, sempre, ao essencial. 

Que alguém tenha concluído com distinção a sua Tese de Doutoramento, e receba as felicitações pelo brilhantismo do percurso académico, compreendo e associo ao reconhecimento, porém, não percebo que se continue a insistir na lógica de que só há uma referência académica e intelectual guineense, por via das suas realizações/conquistas, quando a Guiné-Bissau tem, desde há vários anos, diversos Quadros, sobretudo Jovens, com Doutoramento e Pós-Doutoramento em várias áreas do Conhecimento, e até com nota máxima de conclusão, ainda que nunca aproveitados/enquadrados na Administração Pública, ou convidados a contribuir para o País, nas suas áreas de formação. 

Chegar ao patamar mais elevado da Academia, é também o momento de assumir o desafio maior do Conhecimento, que consiste na sua partilha/disponibilização à Sociedade.

Não tenho visto a lógica da Academia e do Conhecimento Científico nas políticas públicas da Guiné-Bissau, relativamente à Educação e ao Ensino. 

Como ser político e governante, dotado de Diplomas e Certificados, no âmbito da Academia, e ignorar a Ignorância de uma Sociedade e de um Povo que continua a não ter Escolas condignas, num País onde os Professores, simplesmente, são desconsiderados e forçados à corrupção tendo em conta a sobrevivência humana?

Quantos Doutores Guineenses, entre políticos e governantes, em função dos princípios e valores da Academia, fizeram questão, alguma vez, de propor um Debate Nacional de Urgência, alargado aos Quadros Guineenses na Diáspora, sobre a Educação e o Ensino na Guiné-Bissau?

Frequentar a Academia até ao último patamar, apenas para um reconhecimento de formação, ou para liderar um partido político, ignorando que para lá da formação, o desafio que se segue é a competência e isso não é por via do Diploma, mas do trabalho prático, quiçá, da obra feita e dos resultados obtidos face aos objetivos estabelecidos, não me parece um investimento em prol da valorização, promoção e partilha do Conhecimento Científico numa perspetiva coletiva. 

Aprecio imenso os Quadros Guineenses que leccionam em várias universidades do mundo, de quem nunca se falou dos seus Doutoramentos ou Pós-Doutoramentos, e que disponibilizam o Conhecimento Científico ao Coletivo através da Educação e do Ensino. 

Não estou a insinuar que a participação dos senhores Doutores ou das senhoras Doutoras apenas tem que ser resumida à atividade Académica.

Estando na Política e, ou, na Governação, um Académico deve fazer tudo para que a Política das políticas públicas não acabe com a Educação e com o Ensino na Guiné-Bissau, e verdade seja dita e sei que dói, nenhum se tem preocupado com a Educação e com o Ensino, numa vertente Coletiva, em prol de Todos, porquanto, no Poder, ou beneficiários do Poder, terem alternativas privadas para a Educação e o Ensino, pessoal e familiar.

O resto (entre gente que até pode ter Diploma, mas não tem Competência), para travar os "invejosos", vai aplaudindo os novos Doutores da Política, como se de uma novidade se tratasse, ignorando a Importância que a Ignorância Política e Governativa tem dado à Educação e ao Ensino na Guiné-Bissau e, claro está, aos Guineenses.

E os senhores Doutores não têm sido capazes de Educar e Ensinar os seus pupilos das suas diversas comunidades políticas, sobretudo no essencial do Conhecimento Científico, entre a lógica e o pensamento crítico e analítico. 

Quanta falta faz a Educação para a Cidadania...

Didinho 24.06.2022

PAIGC elogiar o seu líder

PAIGC 2022

Assistimos com muita satisfação à defesa da tese de Doutoramento " A DEMOCRACIA LIBERAL NA ÁFRICA SUBSAARIANA" do presidente do PAIGC, Eng. Domingos Simões Pereira,  na Universidade Católica de Lisboa.

Foi atribuída ao Líder do PAIGC a nota de 19 valores. 

Estamos orgulhoso do nosso líder, líder do maior partido da Guiné-Bissau, PAIGC.

"Não precisava fazer Doutoramento, pois tem um Curriculum Vitae inigualável." - Prof. Doutora Clara Carvalho Piçarra.

"Fi-lo por uma necessidade. Quero servir o meu país com honestidade. Não bastava ser capaz de colocar questões. É necessário encontrar respostas." - DSP

Lisboa, 23.06.2022


Coordenador nacional di MADEM-G15 bai rassa sexta-feira na mesquita central di Pefine... Tudu ladu Braima Camara. 🙏🏿🙏🏿

R Kelly Queba Sané

APU-PDGB realiza II Congresso ordinário de 25 à 26 de Junho


Bissau, 24 Jun 22 (ANG) – A Assembleia do Povo Unido Partido Democrático da Guiné-Bissau(APU-PDGB), vai realizar entre os dias 25 e 26 do corrente mês, o seu II Congresso Órdinário,  na vila de Gardete, sector de Prabis, região de Biombo.

O evento que decorre sob o lema “Congresso para fortalecimento da coesão interna e afirmação política da APU-PDGB”, vai congregar 1.351 delegados que vão escolher um novo Presidente daquela formação politica.

Segundo o programa do congresso enviado hoje à ANG, os delegados ao Congresso vão discutir e aprovar a revisão dos estatutos e adoptar uma  declaração de princípios do partido, entre outras decisões.

APU-PDGB, liderado pelo actual Primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam, é a quarta maior força política do país, e conquistou cinco mandatos nas  legislativas de 2019.

ANG/MI/ÂC//SG

Cerimónia de tomada de posse do novo presidente do tribunal millitar superior

 Radio TV Bantaba 

Disputas por água e alterações climáticas são causa de guerras em África«

© Lusa

Por LUSA  24/06/22 

O secretário-geral da ONU, António Guterres, alerta que as alterações climáticas são "um dos piores perigos para a segurança coletiva" mundial, sublinhando que disputas por água e o progresso da desertificação são já fatores de guerra em África.

Em entrevista à Lusa na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, Guterres observou que os países se devem preocupar mais com o clima, porque é a segurança dos mesmo que está em causa.

"O clima, as alterações climáticas, são um dos piores perigos para a nossa segurança coletiva. Se continuarmos nesta situação, nós teremos vastas zonas do mundo em que as secas obrigam populações a mover-se aos milhões, criando uma enorme instabilidade. Nós vamos ter zonas costeiras completamente destruídas, uma vez mais, criando enorme instabilidade nos países", disse.

"A disputa pela água é já hoje um fator de guerra em vários pontos do mundo, nomeadamente em África. No Sahel, um dos problemas essenciais da crise de segurança, do desenvolvimento do terrorismo, é o progresso da desertificação, as alterações climáticas e, por isso, combater as alterações climáticas, defender uma economia verde, é defender a nossa segurança coletiva. As energias renováveis são hoje um projeto de paz", frisou Guterres, que tem nas questões ambientais uma das prioridades do seu mandato.

Tal como destacou o secretário-geral nas Nações Unidas, as catástrofes relacionadas com o clima agravaram consideravelmente nos últimos anos o deslocamento forçado de populações em África, que já é massivo devido à violência e aos conflitos, afirmou o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) em maio último.

De acordo com esse órgão da ONU, o continente africano está atualmente a enfrentar desastres naturais e conflitos que estão a causar o deslocamento de população de "uma magnitude sem precedentes".

Em 2021, de acordo com um relatório do Centro de Monitorização de Deslocados Internos (IDMC, em inglês 'Internal Displacement Monitoring Center'), 22,3 milhões de pessoas foram deslocadas internamente devido a desastres relacionados com o clima em todo o mundo, em comparação com 14,4 milhões desalojados por conflitos e violência.

As inundações e secas estão a tornar-se "mais frequentes e intensas e afetam gravemente países como Etiópia, Quénia, Somália e Sudão do Sul", indicou o alto comissariado, referindo que as catástrofes relacionadas com às alterações climáticas arriscam não apenas agravar a pobreza, a fome e o acesso a recursos naturais como a água, mas também a aumentar a instabilidade e a violência.

A região do Sahel está na linha de frente da crise climática, com temperaturas a subir 1,5 vezes mais rápido do que a média global, o que só agrava os conflitos por recursos limitados, tornando a vida ainda mais difícil para aqueles que foram forçados a fugir das suas casas.


Descoberta a maior bactéria do mundo em pântano nas Caraíbas

 © Reuters

 Por LUSA  24/06/22 

Cientistas descobriram a maior bactéria do mundo, num pântano nas Caraíbas, que ao contrário da maioria não é microscópica e pode ser vista a olho nu, divulgou esta quinta-feira a revista Sciense.

O fino filamento branco, aproximadamente do tamanho de um cílio humano, é "de longe a maior bactéria conhecida até hoje", realçou Jean-Marie Volland, biólogo marinho do Lawrence Berkeley National Laboratory e coautor de um artigo onde foi divulgada a descoberta.

Olivier Gros, coautor e biólogo da Universidade das Índias Ocidentais Francesas e da Guiana, encontrou o primeiro exemplar desta bactéria -- chamada Thiomargarita magnifica, ou "magnífica pérola de enxofre" -- agarrada a folhas submersas no arquipélago de Guadalupe, no mar das Caraíbas, em 2009.

O cientista não identificou imediatamente que esta era uma bactéria, devido ao seu tamanho surpreendentemente grande, visto que estas bactérias, em média, atingem um comprimento de um 0,9 centímetros.

Somente análises genéticas posteriores revelaram que o organismo era uma única célula bacteriana.

"É uma descoberta incrível. Abre a questão de quantas destas bactérias gigantes existem no mundo e lembra-nos que não devemos subestimar as bactérias", realçou Petra Levin, microbiologista da Universidade de Washington, que não esteve envolvida no estudo.

Olivier Gros também encontrou a bactéria presa a conchas de ostras, rochas e garrafas de vidro no pântano de Guadalupe.

Os cientistas ainda não conseguira cultivá-la em laboratório, mas os investigadores referem que a célula tem uma estrutura incomum para bactérias.

A diferença fundamental é que tem um grande compartimento central, ou vacúolo (cavidade do protoplasma de uma célula), que permite que algumas funções celulares aconteçam nesse ambiente controlado, em vez de em toda a célula.

"A aquisição desse grande vacúolo central definitivamente ajuda uma célula a contornar as limitações físicas (...) sobre o tamanho de uma célula", defendeu Manuel Campos, biólogo do Centro Nacional Francês de Investigação Científica, que não esteve envolvido no estudo.

Os investigadores destacaram ainda que não sabem ao certo porque é que a bactéria é tão grande, mas o co-autor do trabalho, Jean-Marie Volland, apontou como hipótese de poder ser uma adaptação para ajudá-la a evitar ser comida por organismos menores.

Descoberta a maior bactéria do mundo em pântano nas Caraíbas Cientistas descobriram a maior bactéria do mundo, num pântano nas Caraíbas, que ao contrário da maioria não é microscópica e pode ser vista a olho nu, divulgou esta quinta-feira a revista Sciense.  © Reuters

quinta-feira, 23 de junho de 2022

Cumprimentos - O Coordenador Nacional, Braima Camará, acompanhado pela direção do partido MADEM-G15, realizou uma visita de cortesia à sede do partido APU-PDG, onde foi recebido pelo senhor Augusto Gomes, Presidente da Comissão Organizadora do congresso a realizar brevemente.

Apesar da dissolução da ANP e, o fim do ciclo parlamentar, não significa para o MADEM-G15 o término das alianças políticas.

Uma visita para reafirmar os laços socio-políticos.

 Movimento para Alternância Democrática - MADEM G15

UCRÂNIA - Kyiv anuncia chegada de lança-foguetes norte-americanos Himars

© Lusa

 Por LUSA  23/06/22 

O ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, anunciou hoje a chegada de lança-foguetes norte-americanos Himars à Ucrânia, armas poderosas que foram pedidas a Washington e aliados para enfrentar a invasão russa.

"Os Himars chegaram à Ucrânia. Obrigado ao meu colega e amigo Lloyd Austin [o homólogo norte-americano] por estes poderosos instrumentos", congratulou-se Reznikov na rede social Twitter, acompanhando a sua mensagem com uma foto deste sistema de lança-foguetes móvel montado em blindados ligeiros.

"O verão será quente para os ocupantes russos. E para alguns deles, certamente o último", disse, sem precisar quantos Himars foram entregues pelos norte-americanos.

No início de junho, os Estados Unidos tinham anunciado que iam fornecer à Ucrânia os sistemas Himars (High Mobility Artillery Rocket System) com um alcance de 80 quilómetros.

Apesar de não serem sistemas de longo alcance, de várias centenas de quilómetros, que também integram o arsenal do exército dos EUA, são armas poderosas e de alta precisão, consideradas mais eficazes face às que possui o exército russo.

Joe Biden indicou na ocasião que estes sistemas de míssil "permitem atingir com mais precisão objetivos chave no campo de batalha na Ucrânia", adiantando que tinha garantias de Kiev de que não seriam utilizados "para atingir território russo".

Desde o início do conflito, o Presidente norte-americano demonstrou alguma contenção sobre o fornecimento de armas à Ucrânia, para não fornecer argumentos que permitissem acusar os Estados Unidos de serem co-beligerantes.

Kiev, que já recebeu morteiros norte-americanos, tem exigido "armas poderosas" e "pesadas" para repelir a ofensiva russa no Donbass (leste).

Na terça-feira, Reznikov anunciou a chegada de canhões automotores alemães Panzerhaubitze 2000, após o envio nas últimas semanas de 12 Caesar (camiões com um sistema de artilharia) franceses e quando se aguardam outros seis prometidos por Emmanuel Macron durante a sua visita à capital ucraniana em 16 de junho.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia já matou 4.662 civis, de acordo com dados da ONU, que sublinha que os números reais poderão ser muito superiores. O conflito levou ainda à fuga de mais de 15 milhões de pessoas de suas casas, 7,7 milhões das quais para os países vizinhos.

UCRÂNIA/RÚSSIACabra fere 40 russos ao, acidentalmente, acionar granadas em Zaporizhzhia... Vários soldados russos terão ficado feridos

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Notícias ao Minuto  23/06/22 

Uma cabra feriu vários militares russos ao ativar os 'fios de tropeçar' que ativavam granadas na aldeia de Kinski Rozdory em Zaporizhzhia Oblast.

Vários soldados russos terão ficado feridos, avançou esta segunda-feira a direção dos Serviços Secretos da Ucrânia, citada pelo jornal russo Pravda.

Um total de 40 invasores precisaram de ser assistidos na instituição médica em Kinski Rozdory.

Os militares russos instalaram uma "defesa circular" e colocaram arames de disparo em torno do perímetro do hospital. Mas uma cabra de uma quinta vizinha decidiu fazer uma visita ao hospital e à medida que o animal se movia caóticamente pela área, "eliminou" acidentalmente várias granadas.

Os 'fios de tropeçar' são fios de metal muito finos para fazer armadilhas. Ligam-se a um meio mecânico ou eletrónico que aciona um fulminante que faz explodir a carga.

Quanto à cabra, não é conhecido o seu “destino”, não se sabendo se sobreviveu. 

Comunicado conjunto PAM/FAO: CABO VERDE ENFRENTA NÍVEIS RECORDES DE INSEGURANÇA ALIMENTAR EM RESULTADO DA SECA, DA COVID-19 E DA CRISE NA UCRÂNIA - 23 Junho 2022

wfp.org  23 junho 2022

CABO VERDE ENFRENTA NÍVEIS RECORDES DE INSEGURANÇA ALIMENTAR EM RESULTADO DA SECA, DA COVID-19 E DA CRISE NA UCRÂNIA

DACAR – O número de pessoas afetadas por uma crise alimentar e nutricional em Cabo Verde atingiu um recorde histórico em junho de 2022, com 181.000 mulheres, homens e crianças a enfrentarem uma fome aguda. Isto representa 32 por cento da população total e marca uma inversão maciça dos ganhos duramente conquistados em segurança alimentar e nutrição nos últimos anos, obrigando o Governo a declarar uma emergência nacional social e económica a 20 de junho. Se não for abordada com urgência, esta crise perturbará gravemente o acesso aos alimentos e a produção agrícola, colocando mais vidas em risco, uma vez que o país depende largamente das importações para satisfazer as suas necessidades alimentares.

A atual crise alimentar e nutricional resulta de uma combinação de fatores, incluindo anos de seca, que levaram a quedas significativas na produção alimentar e perdas de terras de pastagem, e as consequências económicas da pandemia da COVID-19. Devido à sua forte dependência do turismo - um sector que representa mais de 60% do seu produto interno bruto e que dá emprego a quase 70% da população - a economia de Cabo Verde foi abalada pela pandemia. Em apenas dois anos, o país registou uma queda de 78 por cento nas receitas do turismo - com graves consequências no seu desempenho económico nacional.

A situação foi ainda agravada pelas repercussões da crise na Ucrânia, que está a provocar uma agitação nos mercados globais de alimentos e energia, perturbando as cadeias de abastecimento alimentar e provocando aumentos acentuados dos preços dos alimentos, que afetam desproporcionadamente os mais pobres.

"Os atuais níveis de insegurança alimentar são sem precedentes. A menos que medidas apropriadas sejam urgentemente tomadas, a produção agrícola local, o gado e os meios de subsistência das comunidades rurais estão sob grave ameaça", disse Dr. Gouantoueu Robert Guei, Coordenador Sub-Regional para a África Ocidental e representante da FAO no Senegal.

Em abril de 2022, uma missão conjunta da FAO, do PAM e do Governo de Cabo Verde no Arquipélago descobriu que famílias vulneráveis em algumas zonas rurais estão a reduzir o número de refeições e a comer menos, de três refeições por dia para por vezes uma refeição por dia, uma vez que os stocks de alimentos estão a diminuir, e os preços dos alimentos atingem níveis recorde no país. Além disso, os agricultores estão a vender o seu gado, reduzindo a produção de leite e queijo - e, por sua vez, reduzindo o consumo destes alimentos importantes entre as crianças. Com um défice pluviométrico de 34% na época passada, o país registou a maior queda na produção de cereais da região em 2021, com um preocupante corte de 93 por cento na produção.

"A situação atual em Cabo Verde realça a fragilidade dos sistemas alimentares e de proteção social nos países costeiros da África Ocidental. É fundamental que nos juntemos agora para apoiar o governo na manutenção de programas essenciais de redes de segurança social e na satisfação das necessidades alimentares e nutricionais imediatas das comunidades mais vulneráveis", disse Elvira Pruscini, Diretora Regional Adjunta do PAM para a África Ocidental.

O primeiro programa de alimentação escolar da África Ocidental em Cabo Verde de iniciativa nacional está também em risco de ser suspenso devido à incapacidade do governo de fornecer todos os bens necessários. O programa apoia famílias vulneráveis em risco de insegurança alimentar e ajuda a evitar uma inversão nas taxas de matrícula e frequência escolar. Com o mundo a enfrentar um ano de necessidades humanitárias sem precedentes, o Governo apela agora a todos os parceiros para um apoio imediato. 

A fim de evitar um maior esgotamento dos meios de subsistência e deterioração da situação alimentar e nutricional em Cabo Verde, o PAM e a FAO necessitam de 15 milhões de dólares para apoiar um plano de resposta governamental de dois anos com o objetivo de reforçar os programas nacionais de rede de segurança, tais como refeições escolares, apoiar atividades de reforço da resiliência, e impulsionar a produção agrícola.

Nota aos editores:

Globalmente, em Cabo Verde, a análise do Quadro Harmonizado de março de 2022 projetou que 3.000 pessoas estarão em situação de emergência (Fase 4) e 43.000 pessoas em situação de crise (Fase 3) de insegurança alimentar, requerendo assistência humanitária urgente durante a época de escassez (junho - agosto). Ao mesmo tempo, 138.000 pessoas estão sob pressão (Fase 2) e em risco de grave insegurança alimentar, exigindo apoio aos meios de subsistência. Esta análise foi realizada antes da crise na Ucrânia eclodir.

Sobre o PAM

O Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas é a maior organização humanitária do mundo, salvando vidas em situações de emergência e utilizando a assistência alimentar para construir um caminho para a paz, estabilidade e prosperidade das pessoas que se recuperam de conflitos, catástrofes e do impacto das alterações climáticas.

Sobre a FAO

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) é a agência especializada das Nações Unidas que lidera os esforços internacionais para eliminar a fome. O seu objetivo é alcançar a segurança alimentar para todos e assegurar o acesso regular e adequado a alimentos de boa qualidade para todos, permitindo que as pessoas possam levar uma vida saudável e ativa. Com mais de 194 países membros, a FAO trabalha em mais de 130 países em todo o mundo.

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Por Charlotte Alvarenga Alves