segunda-feira, 31 de julho de 2023

Conselho de Segurança reuniu-se 66 vezes sem resultados desde a invasão

© Reuters

POR LUSA  31/07/23 

O Conselho de Segurança da ONU já se reuniu 66 vezes sem resultados desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2023, tendo, no mês que hoje finda, realizado mais cinco reuniões, disse fonte diplomática.

Os números foram hoje sublinhados pelo embaixador do Brasil na ONU, Sérgio França, que lamentou que todas estas reuniões tenham limitado a resposta do Conselho de Segurança à "repetição de narrativas opostas sobre os acontecimentos no terreno e as posições" de cada país.

De facto, os países ocidentais e a Rússia levaram as suas respetivas posições ao Conselho utilizando todos os ângulos da guerra - a situação das crianças, os danos ao património, os riscos da central nuclear de Zaporijia e a insegurança alimentar, entre outros - transformando a sala de reuniões numa permanente troca de acusações.

Tanto a Rússia como as três potências ocidentais -- Estados Unidos, Reino Unido e França - têm direito de veto, pelo que não foi aprovada qualquer resolução, o que demonstrou a ineficácia do Conselho de Segurança na procura de uma solução.

O quinto membro permanente do Conselho de Segurança com direito de veto é a China.

O embaixador brasileiro lamentou que a guerra na Ucrânia esteja a desviar a atenção das grandes potências representadas no Conselho de outras crises que se estão a tornar crónicas no mundo.

"Lamentamos que outras situações como o Sudão, o Sahel ou a Palestina não estejam a receber a mesma atenção", resumiu.

Além disso, Sérgio França repetiu uma posição que é cada vez mais comum entre os países africanos e asiáticos e, em menor grau, entre os sul-americanos: uma espécie de equidistância semelhante à posição da China, que repete constantemente ser a favor de uma solução negociada, da cessação incondicional das hostilidades e do respeito pela integridade territorial, sem apontar a culpa da Rússia.


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