Sabia que a melancia é uma fruta rica em potássio e magnésio, repleta de nutrientes, vitaminas e antioxidantes, ajudando ainda a prevenir a incidência de doenças como a hipertensão ou o cancro da próstata? Quem nos conta tudo sobre este poderoso alimento é a nutricionista Lillian Barros.
A melancia é das poucas frutas que, hoje em dia, ainda é conotada com a sua sazonalidade. Típica dos meses de verão, saborosa e refrescante, esta fruta pertence à mesma família do melão, da abóbora e do pepino, apresentando diversas variedades que se distinguem pelo tamanho, cor da polpa, da casca e pela presença ou não de sementes. Para beneficiar ao máximo das suas propriedades nutricionais o ideal é optar pelo consumo de melancia nacional entre os meses quentes, portanto, de julho a setembro.
É oriunda da África e países com climas quentes e regiões secas, não fosse a melancia tratar-se de uma fruta hidratante, uma vez que cerca de 94% da sua composição é constituída por água. Além de ser uma excelente fonte de hidratação, tem ainda a vantagem de ser pouco calórica e rica em vitaminas e minerais, interessante para quem procura perder peso ou manter um peso equilibrado. A quantidade de proteínas e gordura existente na melancia é tão reduzida que se considera praticamente nula.
Rica em potássio e magnésio, é um excelente diurético natural, ajudando a eliminar o excesso de líquidos do corpo, o que pode ser uma ferramenta útil em situações clínicas específicas como gota ou hipertensão arterial, por exemplo.
Para lá destes nutrientes, a melancia também possui vitamina C, vitamina A (benéfica para a visão, a pele e o sistema reprodutivo) e boas quantidades de carotenoides, como licopeno e betacaroteno (antioxidantes importantes que protegem o nosso organismo e células dos efeitos provocados pelos radicais livres).
Como em todas as situações devemos ter em conta cada pessoa, o seu historial clínico e ajustar o consumo de cada alimento a cada caso, personalizando ao máximo. O que faz bem a uns pode não fazer bem a todos. Quem sofre de insuficiência renal deve moderar o consumo de melancia, devido ao seu alto teor em potássio. É, contudo, este mineral que faz da melancia um alimento tão aconselhável para outras pessoas (leia o livro 'A comida que vai mudar a sua vida' e conheça mais sobre os princípios da alimentação funcional).
Os superpoderes da melancia em resumo
Devido à sua composição em vitaminas e minerais a melancia apresenta alguns benefícios a nossa saúde:
- Efeito antioxidante, prevenindo o envelhecimento precoce das células;
- Ajuda a melhorar o sistema imunitário, devido à presença de vitamina C;
- Contribui para saúde dos olhos e da, por ser uma boa fonte de betacaroteno;
- Estimula a limpeza dos rins aumentando o fluxo de excreção de urina devido ao potássio que está presente nesta fruta;
- Ajuda a fortalecer os ossos, devido as suas quantidades de licopeno;
- Melhora o transito intestinal por conter fibras e água;
- Ajuda a proteger a pele dos efeitos nocivos do sol devido dos carotenoides presentes, o betacaroteno e o licopeno;
- Está associado a prevenção de determinados tipos de cancro como o da próstata devido ao seu conteúdo em licopeno.
Como escolher a melancia e como comê-la
Na hora de comprar uma melancia, perceber se ela está no ponto ou ainda verde pode parecer um bicho de sete cabeças. Todavia, para saber qual a melancia a levar consigo para casa, sem ter de pedir para provar, basta bater com os nós dos dedos na sua casca e ouvir o som. Se o som resultante for oco e abafado significa que está madura e por isso será uma boa compra.
A cor da casca pode variar consoante a sua variedade e exposição solar, por isso consegue encontrar melancia igualmente boa com casca de cor verde escura ou mais clara. Se encontrar um lado mais amarelado, não se preocupe, significa apenas que era esta a parte que estava contra o chão e por isso não recebeu a incidência da luz solar impedindo a correta fotossíntese, responsável pela coloração verde característica.
Sempre que possível prefira melancias com a casca intacta, sem fendas, cortes ou amolgadelas.
A melancia pode ser conservada inteira, não refrigerada (sempre num lugar fresco, arejado e escuro) durante cerca de sete dias. Após a sua abertura, deve mantê-la no frigorífico e consumi-la em poucos dias.
A melancia pode ser consumida fresca em pedaços, em sumos, batidos ou até em saladas e sopas frias. Em muitos locais também é feito o consumo da casca e das sementes. Com a casca podem ser feitas conservas e as sementes podem ser assadas e consumidas ou trituradas para fazer farinha da semente da melancia.
Se grelhar melancia, poderá acompanhar pratos de carne ou peixe, garantindo uma perfeita biodisponibilidade do seu licopeno (antioxidante, também presente no tomate, que aumenta a sua eficácia pela ação do calor).
NAOM
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.