quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Militares da Guiné-Bissau preparam-se para operações de manutenção da paz no âmbito da ONU

Sessenta militares guineenses iniciaram hoje uma ação de capacitação para se prepararem para eventuais missões de manutenção da paz das Nações Unidas, recebendo treino ministrado pelo coronel brasileiro Costa Neto, afeto ao gabinete da ONU em Bissau.

Até sexta-feira, os militares guineenses vão receber informações sobre como funcionam as Nações Unidas, qual o papel dos soldados em missões de manutenção da paz, qual a conduta das chefias e dos subalternos e que bens merecem maior proteção em teatro de operações - neste caso, as crianças, as mulheres e os idosos, assinalou o coronel Neto.

Valendo-se da experiência do Brasil, Costa Neto indicou que vai aproveitar as sessões de capacitação para abordar também a problemática dos direitos humanos, entre outros temas.

Os militares da Guiné-Bissau foram excluídos de missões de manutenção da paz organizadas pela ONU desde 2007, na sequência dos incidentes ocorridos em Bissau, em 2004, e que resultaram nos assassínios do então Chefe do Estado-Maior General, Veríssimo Seabra e do porta-voz das Forças Armadas, Domingos de Barros.

Soldados regressados de uma missão de manutenção da paz na Libéria abateram os dois dirigentes militares, que acusaram de lhes terem ficado com o dinheiro que deveriam receber da ONU.

No passado, militares guineenses participaram em missões de manutenção da paz em Angola, Moçambique, Libéria, Chade, Ruanda e Haiti.

Presente na abertura do seminário, o brigadeiro-general guineense Albertino Cuma, da divisão dos assuntos sociais do Estado-Maior das Forças Armadas, disse que o país tem que se preparar para voltar a ser chamado às missões de manutenção de paz "em qualquer parte do mundo, como no passado".

"A nossa participação nessas missões foi travada devido aos problemas internos, mas isso já é passado", afirmou Albertino Cuma, assinalando a prontidão da tropa guineense para o caso de ser convocada.

"Já estamos prontos para qualquer missão. Nem que seja amanhã", referiu o brigadeiro-general Cuma.

dn.pt/lusa

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