De acordo com um estudo realizado pela University College de Londres, e partilhado pela BBC News, os homens têm um sentido de orientação mais apurado do que as mulheres, mas aparentemente não há, qualquer razão para que se orgulhem desse resultado.
Isto porque, segundo os investigadores, a diferença tem mais a ver com discriminação e oportunidades desiguais do que com qualquer habilidade inata.
Os resultados resultam de uma pesquisa sobre um teste para demência e deram uma visão sem precedentes sobre o sentido de direção dos indivíduos ao redor do mundo.
Perder a orientação é um dos principais sintomas da doença de Alzheimer.
Aquela pesquisa inédita foi realizada com o auxílio de um jogo de computador, o Sea Hero Quest, que contou com a participação de mais de quatro milhões de jogadores.
Homens versus mulheres
O jogo regista, anonimamente, o senso de direção e a capacidade de navegação do jogador. Os cientistas analisaram os dados de 2,4 milhões de pessoas que jogaram com o Sea Hero Quest.
Ao analisar o comportamento desses milhões de jogadores, os cientistas reparam que em média os homens se revelaram muito melhores a navegar do que as mulheres. Mas por quê?
Hugo Spiers, um dos autores do estudo, acredita ter encontrado a resposta examinando dados do Índice de Diferença de Género do Fórum Económico Mundial.
"Nos países onde existe uma grande igualdade entre homens e mulheres, a diferença de desempenho entre os mesmos no nosso teste de navegação espacial é muito pequena, mas quando há alta desigualdade de género, essa diferença (identificada no jogo) é muito maior", acrescenta o investigador, observando que "isso sugere que a cultura em que as pessoas vivem influencia as suas habilidades cognitivas, assim como o nível de discriminação sexual a que são expostas desde crianças".
O jogo permitiu ainda identificar que Dinamarca, Finlândia e Noruega têm as melhores habilidades de navegação do mundo, mas ainda não está claro por quê.
Os investigadores aperceberam-se igualmente que o senso de direção entra em constante declínio depois da adolescência. E, ainda, que pessoas em países mais ricos também tendem a ser melhores navegadoras.
A popularidade do jogo transformou a experiência naquele que é o maior estudo – até ao momento – sobre a demência no mundo inteiro.
NAOM
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