quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

Se tem mais de 60 anos e bebe café, não ignore este aviso

 © TVI

Beber quatro cafés por dia pode ajudar pessoas com mais de 60 anos a manter força, energia e mobilidade, reduzindo o risco de se tornarem frágeis ou dependentes. Esta conclusão surge de um estudo recente divulgado pelo site The Telegraph, com base em dados publicados na revista científica European Journal of Nutrition.

À medida que envelhecemos, o corpo perde massa muscular, tornando-nos mais lentos, cansados e menos capazes de realizar tarefas simples do dia a dia. A debilidade física associada à idade, ou fragilidade, é precisamente isso: uma condição comum entre os mais velhos que dificulta a manutenção da autonomia e aumenta o risco de quedas, internamentos, fraturas e até morte precoce.

O médico Tahir Masud, um dos especialistas referidos no estudo, explica que esta condição surge quando o corpo deixa de ter reservas para responder ao esforço. O especialista trabalha em hospitais públicos do Reino Unido e é também consultor de uma associação dedicada à saúde óssea e à prevenção da osteoporose.

O estudo analisou durante sete anos a saúde de 1.161 adultos com mais de 55 anos, na Holanda. Os investigadores descobriram que aqueles que bebiam entre quatro a seis cafés por dia apresentavam menos sinais de fragilidade: tinham mais força, menos cansaço, melhor mobilidade e menor perda de peso involuntária.

Acredita-se que a cafeína contribua para manter a força muscular e o estado de alerta, enquanto os antioxidantes naturais do café ajudam a reduzir inflamações e a proteger os músculos dos efeitos do envelhecimento.

Apesar destas boas notícias, os especialistas alertam que mais nem sempre é melhor. Beber mais de cinco cafés por dia pode ultrapassar os limites recomendados de cafeína (cerca de 400 mg diários), provocando nervosismo, insónias, tensão alta, palpitações ou azia.

Além disso, o café não substitui uma alimentação equilibrada nem a prática de exercício físico. «É um apoio, não uma solução», afirma a nutricionista Bini Suresh, do hospital privado Cleveland Clinic, em Londres. A atividade física continua a ser a forma mais eficaz de manter a força e a mobilidade ao longo dos anos.

Outros alimentos também podem ajudar a prevenir a fragilidade: frutos vermelhos, vegetais coloridos, chá verde, azeite virgem extra e chocolate negro, todos ricos em antioxidantes. A proteína (presente em ovos, leguminosas, peixe, carne magra e laticínios) é essencial para manter os músculos ativos, assim como alimentos ricos em cálcio, vitamina D e ómega-3, que fortalecem os ossos e reduzem inflamações.

Alimentos fermentados, como iogurte natural e kefir, contribuem para um intestino saudável e para um sistema imunitário forte — outro pilar fundamental para um envelhecimento de qualidade.

O Primeiro-Ministro da Transição, Ilídio Viera Té, visita Hospital Nacional Simão Mendes.

 

Aumento da próstata? Urologista deixa cinco sinais de alerta... Um urologista revela cinco sinais de alerta de aumento da próstata a que todos os homens devem estar atentos. São sintomas que não devem ser ignorados já que o cancro da próstata é um dos mais frequentes nos homens.

Por LUSA 

Em Portugal, o cancro da próstata é o tipo de cancro mais importante e frequente no homem, superior ao cancro da pele”, revela a Liga Portuguesa Contra o Cancro. Desta forma, é preciso estar atento a todos os sinais para evitar problemas mais tarde e conseguir começar todo o tipo de tratamentos de forma precoce, se for necessário.

“Reconhecer sintomas precocemente é importante porque pode levar a melhores opções de tratamento e melhorar a qualidade de vida”, começa por dizer o urologista Sanjay Pandey ao website HealthShots.

Sinais de alerta do aumento da próstata

Deu ainda a conhecer alguns dos sinais de alerta de aumento da próstata a que deve estar atento. Saiba tudo.

1- Urina mais fraca do que o normal

“Pode ser um sinal precoce de que um homem pode ter a próstata aumentada. Se demora mais para a esvaziar a bexiga ou se a urina não é tão forte quanto antes, isso pode indicar que a próstata está pressionar a uretra.”

2- Dificuldade em urinar

“Essa dificuldade em iniciar o fluxo urinário é um sintoma importante da hiperplasia benigna da próstata que  não deve ignorar. Muitos homens podem atribuir isso a um dia ruim mau ou pensar que estão desidratados. No entanto, isso pode indicar que a próstata está a pressionar a uretra.”

3- Sensação de que ainda tem urina na bexiga

“Quando a próstata cresce, pode pressionar a uretra, dificultando o esvaziamento completo da bexiga. Essa necessidade frequente de urinar pode ser incómoda, não apenas na rotina diária, mas também na vida pessoal e profissional. Ignorar esse problema pode levar a um aumento do desconforto.”

4- Levantar-se várias vezes durante a noite

“Muitos homens pensam que várias idas à casa de banho durante a noite são apenas parte do processo de envelhecimento. No entanto, muitas vezes não percebem que esses distúrbios podem afetar o sono, levando ao cansaço e à diminuição da produtividade durante o dia.”

5- Incontinência ou necessidade urgente de ir ao WC

“A ansiedade de procurar uma casa de banho pode ser bastante stressante para os homens, principalmente em situações sociais. A preocupação em encontrar o WC mais próximo pode ter um impacto emocional significativo, e o problema físico precisa de ser tratado com o diagnóstico e o acompanhamento adequados.”

Quanto o aumento da próstata é um problema grave?

“Uma próstata aumentada pode causar problemas como danos à bexiga, infeções do trato urinário e até mesmo problemas renais", começa por dizer o médico. A hiperplasia benigna da próstata é apenas um dos problemas que pode ter.

“É uma das doenças benignas mais comuns nos homens que se caracteriza por um aumento do volume da próstata. A próstata é uma glândula que desempenha funções importantes na sexualidade e, sobretudo, na fertilidade masculina e que se localiza por baixo da bexiga, envolvendo a uretra”, revela o website da rede de saúde CUF.

“Afeta cerca de 40% dos homens aos 50 anos e cerca de 90% aos 90 anos. É, portanto, uma doença progressiva, com importante impacto na qualidade de vida”, continuam.


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Quando tem sangue nas fezes pode logo pensar que é um sinal de alerta para algum tipo de condição, como é o caso das hemorroidas ou cancro. Perceba as diferenças, o que está em causa e a que mais fatores deve estar atento.


Rússia ameaça com "resposta forte" se Europa destacar militares para Kiev... O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, garantiu hoje que "haverá uma resposta forte" a um eventual destacamento militar europeu na Ucrânia ou ao uso de ativos russos para ajudar Kyiv na guerra.

Por LUSA 

A ideia de que Moscovo quer uma guerra com a Europa "não nos passou pela cabeça, mas responderemos a qualquer ato hostil", afirmou, sublinhando que isso "inclui o destacamento de contingentes militares europeus na Ucrânia".

Também haverá uma resposta se "os bens russos forem apreendidos", como alguns dirigentes europeus exigiram, acrescentou o ministro russo durante uma intervenção feita no parlamento russo.

Lavrov criticou "a mania" de acreditar que "os europeus estão acima de todas as normas, tradições ou leis em vigor noutras partes do mundo", elogiando o Presidente norte-americano, Donald Trump, por dizer que a União Europeia (UE) enfrenta "uma profunda crise" e "caminha na direção errada".

Para o ministro dos Negócios Estrangeiros de Moscovo, "a UE não consegue aceitar o facto de que a Rússia vai ganhar e alcançar os seus objetivos legítimos", pelo que, defendeu, os líderes europeus "continuam a aderir a políticas fúteis de apoio a Kyiv".

"A Europa ficou cega pelo desejo de infligir uma derrota estratégica à Rússia. Não conseguem imaginar uma situação em que tenham de aceitar a derrota", sublinhou.

As críticas aos líderes europeus foram contrapostas com elogios ao Presidente norte-americano, a quem Lavrov louvou a disponibilidade para "dialogar e resolver o conflito na Ucrânia por meios políticos e diplomáticos", destacando as negociações entre os Estados Unidos e a Rússia realizadas na semana passada.

Segundo o chefe da diplomacia russa, Donald Trump é "o único líder ocidental" que "compreende as raízes da crise" na Ucrânia e a situação atual no país.

"Imediatamente após chegar à Casa Branca, Trump começou a mostrar sinais de que compreendia o que estava a acontecer e as razões que tornam a guerra na Ucrânia inevitável", disse Lavrov, referindo que isso sublinha "as ações hostis" dos seus antecessores contra a Rússia.

"Os Estados Unidos estão a demonstrar uma crescente impaciência, especialmente Trump, que, como já disse, é o único que parece compreender. E esta história está a atingir o seu clímax", afirmou, referindo que o Presidente norte-americano "vê a necessidade de abordar as raízes deste problema".

Lavrov afirmou ainda que Trump se revelou também como "o único líder ocidental que se preocupa com os direitos humanos" em relação a esta questão e que quer abordar a possibilidade de "garantir os direitos das minorias" na Ucrânia.

O Kremlin tem justificado a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, com a necessidade de proteger as minorias russófonas naquele país, argumento que foi usado também para explicar a anexação -- não reconhecida, das regiões de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporijia, em setembro de 2022.

Por outro lado, Lavrov criticou também aquilo que chamou de "papel tendencioso" das Nações Unidas em relação à Ucrânia, exigindo que "parem de 'ucranianizar' tudo".

"As questões políticas, de paz, humanitárias e de segurança no âmbito da ONU são mecanismos de influência. Tudo isto está nas mãos dos ocidentais, que, infelizmente, beneficiam com isso. Temos de começar a pensar no futuro da ONU", concluiu.


Leia Também: Putin ainda não desistiu do Donbass: "Território histórico russo"

O presidente russo, Vladimir Putin, garantiu hoje que a Rússia continuará a ofensiva militar na Ucrânia até alcançar os seus objetivos, incluindo a conquista da região do Donbass, que classificou como "território histórico russo".



O líder do Partido da Unidade Nacional (PUN), Idrissa Djaló, afirma, numa conferência de imprensa realizada esta quarta-feira, que a Guiné-Bissau enfrenta um grave problema sistémico, defendendo que o país não conseguirá encontrar soluções dentro do atual modelo político e institucional. Segundo Djaló, as eleições, por si só, “não são capazes de resolver os problemas” do país, sendo necessária uma refundação completa do sistema nacional.

Esperma de dador com gene de cancro concebeu quase 200 crianças na Europa... O esperma de um dador, que sofre de uma mutação genética que aumenta o risco de cancro, foi usado para conceber quase 200 crianças por toda a Europa. A informação foi divulgada através uma investigação.

Por LUSA 

O esperma de um dador, que sofre de uma mutação genética que aumenta o risco de cancro, foi usado para conceber quase 200 crianças por toda a Europa. 

A informação foi revelada numa grande investigação, citada pela BBC, que dá ainda conta de que algumas das crianças já morreram e que apenas uma minoria que herda esta mutação conseguirá escapar do cancro. 

A estação televisiva britânica refere ainda que o esperma em questão não foi vendido em clínicas do Reino Unido. No entanto, há a confirmar um número "muito pequeno" de famílias britânicas que usaram o esperma do dador durante tratamentos de fertilidade na Dinamarca. 

Já o Banco Europeu do Esperma da Dinamarca, que o vendeu às famílias afetadas, expressou a sua "solidariedade" e admitiu que o sémen foi usado para conceber um número excessivo de bebés em alguns países. 

Sabe-se, no entanto, que o esperma pertence a um homem que o doou enquanto era estudante para receber dinheiro, em 2005. O sémen foi usado nos tratamentos durante cerca de 17 anos. 

O homem será também uma pessoa saudável, uma vez que passou nos testes de triagem para puder ser dador. No entanto, o ADN de algumas das suas células sofreu mutações antes ainda do seu nascimento, danificando o gene TP53 que tem um papel crucial na prevenção e transformação das células do corpo em cancerígenas.

De acordo com a investigação, grande parte do corpo do homem não contém a forma perigosa do gene referido, só que cerca de 20% dos seus espermatozoides é que contêm. 

Assim, qualquer criança que tenha sido concebida com aqueles espermatozoides apresentará a mutação em todas as células do seu corpo. 

Esta é uma condição conhecida como síndrome de Li-Fraumeni e apresenta uma probabilidade de até 90% de desenvolver cancro, sobretudo durante a infância, assim como cancro da mama na idade adulta.

"É um diagnóstico terrível" afirmou Clare Trunbull, geneticista especializada em cancro no Instituto de Pesquisa do Cancro de Londres, à BBC.

E acrescentou: "É um diagnóstico muito difícil de se dar a uma família, há um fardo para toda a vida de conviver com este risco. É devastador". 

É preciso, note-se, todo um acompanhamento médico anual, sendo também necessária a realização de diversos exames, desde ressonâncias magnéticas ou ultrassonografias. Já numa idade adulta, muitas mulher que apresentam esta probabilidade, optam por remover os peitos para diminuir o risco.

O Banco Europeu de Esperma esclareceu também que "o próprio dador e a sua família não estão doentes" e que a mutação "não é detetada preventivamente por exames genéticos". Dão ainda conta que, após o problema ter sido detetado, "bloquearam imediatamente" o dador.

Várias crianças com mutação morreram

A BBC conta ainda que os médicos que atenderam crianças com cancro relacionadas doação do sémen mostraram-se preocupados, expressando-a na Sociedade Europeia de Genética Humana, este ano. 

Os médicos relataram ter encontrado 23 casos da variante genética num total de 67 crianças conhecidas até então. Dez já haviam sido diagnosticadas com cancro. 

A estação televisiva britânica que teve acesso a diversa informação adiantou que o número de crianças concebidas pelo esperma do dador em questão é de, pelo menos, 197. No entanto, esse poderá não ser o número final, já que os dados não foram obtidos em todos os países.

Não se sabe também quantas crianças poderão ter herdado essa mutação genética. 

A geneticista especializada em cancro do Hospital Universitário de Rouen, em França, Edwige Kasper, revelou "muitas crianças já desenvolveram cancro". 

"Desenvolveram dois tipos diferentes de cancro e algumas delas morreram muito jovens", disse. 

"Quando acontecer, lutaremos"

Uma mãe solteira francesa concebeu o seu filho com o esperma de um dador há 14 anos. A criança possui a mutação genética. A mulher recebeu uma telefonema da clínica de fertilidade, que pediu (e insistiu) para que levasse o filho a fazer alguns exames. 

A francesa salientou não guardar "nenhum ressentimento" em relação ao dador. Ainda assim, afirma ter sido inaceitável ter recebido esperma que "não era limpo, não era seguro e representava um risco". Dá ainda conta de que sabe que o cancro está a pairar sobre a sua família durante o resto das suas vidas.

"Não sabemos quando, não sabemos qual e não sabemos quantos. Entendo que há uma grande probabilidade de acontecer e, quando acontecer, lutaremos. Se houver vários casos, lutaremos várias vezes", sublinhou.

Esperma do dador utilizado em 14 países

A BBC avança que o esperma do dador em questão foi utilizado por 67 clínicas de fertilização em 14 países, não tendo sido vendido, por exemplo, no Reino Unido. 

No entanto, como resultado desta investigação, as autoridades dinamarquesas notificaram, na segunda-feira, a Autoridade da Fertilização Humana e Embriologia (HFEA) do Reino Unido que várias mulheres britânicas - que já foram informadas - haviam viajado para a Dinamarca para fazer tratamentos de fertilidade e que o sémen do dador foi utilizado. 

De salientar que não há um limite de utilização do esperma de um dador. No entanto, cada país poderá definir os seus próprios limites. 

O Banco Europeu de Sémen reconheceu que esses limites poderão ter sido ultrapassados em alguns países e que está a dialogar com "as autoridades da Dinamarca e da Bélgica". 

Por exemplo, na Bélgica, um único dador só deveria ser utilizado em seis família. Mas, em vez disso, 38 mulheres deram à luz 53 filhos do mesmo dador. 

Já no Reino Unido, o limite é de 10 famílias por dador.

Allan Pacey, que dirigiu o Banco de Esperma de Sheffield, afirmou que os países se tornaram dependentes de grandes bancos de sémen internacionais e que metade do esperma utilizado no Reino Unido é importado. 

"Temos que importar de grandes bancos de esperma internacionais, que também o vendem para outros países, porque é assim que ganham dinheiro. É aí que o problema começa porque não existe uma lei internacional sobre a frequência com que o esperma pode ser utilizado", considerou. 

Referiu ainda que "não dá para selecionar todos os candidatos", uma vez que, "no sistema de seleção atual", aceita-se "apenas 1% ou 2% de todos os homens que se inscrevem para serem dadores de esperma". 

"Se tornarmos a seleção ainda mais rigorosa, não teremos nenhum dador de esperma", notou.

Caso reacende debate sobre limites de doação de esperma

Este caso, juntamente com um outro sobre um homem que foi proibido de ter filhos depois de ter gerado 550 filhos através de doação de esperma, reacendeu o debate sobre a necessidade de impor limites mais rigorosos. 

Recentemente, a Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia sugeriu um limite de 50 famílias por dador. Mas, sublinhou que este limite não irá impedir ou reduzir o risco de herdar doenças genéticas raras.

Nove mulheres morrem após disparos dos soldados contra manifestantes na Nigéria... Soldados do Exército nigeriano abriram fogo e mataram nove mulheres que protestavam contra a atuação das Forças Armadas num momento de conflitos comunitários no estado de Adamawa, no nordeste do país, adiantaram hoje testemunhas e a Amnistia Internacional.

Por LUSA 

As mulheres protestavam na segunda-feira numa importante via do município de Lamurde, em Adamawa, quando os soldados dispararam contra elas após terem sido impedidos de passar, relataram testemunhas e familiares das vítimas à agência Associated Press (AP).

Outras dez pessoas ficaram feridas no tiroteio, disseram testemunhas à AP, que divulgou que não conseguiu verificar de forma independente o sucedido.

Em comunicado, o Exército nigeriano negou ter morto alguém e atribuiu as mortes a uma milícia local que, segundo a organização, abriu fogo na zona.

O gabinete da Amnistia Internacional na Nigéria confirmou que os soldados mataram as nove manifestantes, citando relatos de testemunhas e familiares das vítimas.

"Isto demonstra que as forças armadas nigerianas não mudaram muito, devido ao seu historial de violações dos direitos humanos e de desrespeito pelo Estado de Direito", salientou Isa Sanusi, diretor da Amnistia Internacional na Nigéria.

Estes assassinatos são comuns em toda a Nigéria, onde os soldados, frequentemente mobilizados em resposta a protestos e confrontos, são geralmente acusados de uso excessivo da força.

Os protestos contra a brutalidade policial em Lagos, o centro económico da Nigéria, em 2020, terminaram no que uma investigação determinada pelo Governo descreveu como um massacre, depois de os soldados terem aberto fogo no local do protesto.

O incidente mais recente ocorreu no meio de um recolher obrigatório imposto pelas autoridades em Lamurde, após frequentes confrontos entre os grupos étnicos Bachama e Chobo, de Adamawa, devido a uma longa disputa de terras.

Os manifestantes estavam revoltados com o facto de as forças de segurança, incluindo os soldados, não estarem a fazer cumprir o recolher obrigatório nas zonas afetadas, permitindo assim que os confrontos continuassem, de acordo com Lawson Ignatius, vereador que representa Lamurde no parlamento do governo local.

Gyele Kennedy contou que a filha estava entre os manifestantes mortos a tiro.

"Não sabemos o que lhes deu", lamentou, sobre a atuação dos militares.

"Estes soldados estavam a sair do local do conflito e passaram por aqui. Depararam-se com as mulheres que protestavam quando um dos soldados disparou um tiro para o ar. Depois disso, abriram fogo contra as mulheres", acrescentou Kennedy.

O Exército nigeriano, no entanto, negou as acusações, afirmando que os seus soldados apenas enfrentaram uma milícia local noutra zona da cidade.

"Sem qualquer dúvida, as mortes foram causadas pelo manuseamento inadequado de armas automáticas pelas milícias locais, que não estão devidamente treinadas para operar tais armas", disse um porta-voz do exército.

Os assassinatos denunciados ocorrem numa altura em que as Forças Armadas da Nigéria estão sob escrutínio do presidente dos EUA, Donald Trump, que alegou que os cristãos estão a ser visados nas crises de segurança da Nigéria e que as forças de segurança não estão a fazer o suficiente para impedir os assassinatos.

Os residentes relataram à AP que quer cristãos, quer muçulmanos são afetados pela violência generalizada que assola as aldeias nigerianas.

O gabinete da Amnistia Internacional na Nigéria pediu que os assassinatos reportados sejam investigados e que os responsáveis sejam responsabilizados.


terça-feira, 9 de dezembro de 2025

O Alto Comando Militar para a Restauração da Segurança Nacional e Ordem Pública está reunido com os representantes da Comunidade Internacional. O Presidente da Transição, Major-General Horta Inta-A é quem preside a reunião na presença do Primeiro-Ministro, Ilidio Vieira Té.

Família de Domingos Simões Pereira pede "prova de vida"... A família de Domingos Simões Pereira quer "uma prova de vida" do político guineense que estará detido numa esquadra de Bissau, desde o golpe de 26 de novembro, uma informação que, segundo a filha, permanece por confirmar.

Por LUSA 

Denisa Pereira disse hoje à Lusa, numa entrevista telefónica, que a família "teme pela vida" de Simões Pereira, que não consegue contactar há quase 15 dias, e que aquilo que sabe é o que lhe contam terceiros, que "supostamente ele está na segunda esquadra".

"Sem o contacto, depois de quase 15 dias, nós precisamos de uma prova de vida, se houvesse alguém, algum organismo que tivesse entrado e confirmasse que estão detidos em tal sítio e encontram-se vivos, já era qualquer coisa", afirmou.

A filha contou que a última vez que a família viu o político guineense foi "antes da hora de almoço" de 26 de novembro, dia em que, depois de um tiroteio, os militares tomaram o poder na Guiné-Bissau.

"O que eu sei do meu pai é aquilo que nos contam, supostamente que ele está na segunda esquadra, que pertence ao Ministério do Interior, e é para lá que nós temos enviado alimentação", afirmou à Lusa.

Fora isso, acrescentou, "não existe telefonema, nem existiu, não existe contacto direto" nem com a filha, "nem outro membro da família, nem com advogados, nem com nenhum membro da sociedade civil".

Denisa Pereira indicou que, "inclusive, organizações religiosas já tentaram fazer essa aproximação e ninguém conseguiu" saber de Simões Pereira e de outros políticos que terão sido detidos a 26 de novembro.

A informação da detenção, segundo disse, chegou através de pessoas que "conseguiram perceber o trajeto que foi feito" da base aérea próxima do aeroporto de Bissau, onde estaria inicialmente Simões Pereira, até ao Ministério do Interior.

Das autoridades guineenses disse não terem tido, até agora, qualquer informação.

A filha adiantou que a família decidiu "partir para outras formas de luta", que passam por "chamar a atenção da comunidade internacional, das pessoas dentro e fora da Guiné", para a situação.

"Tudo o que nós podemos fazer é chamar a atenção para aquilo que está a acontecer, explicarmos que é uma situação, [que] os direitos e liberdades e garantias das pessoas que foram detidas, nomeadamente Domingos Simões Pereira, que é o meu pai, estão a ser espezinhados completamente", declarou.

Para a família, estas pessoas encontram-se "sequestradas" por não haver uma explicação e não terem acesso à família e a advogados ou outros direitos que a lei confere.

Denisa Pereira disse ainda que a família não tem tido apoio de entidades regionais e dirigiu-se em concreto à CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) para dizer que não se sentem protegidos por esta organização, da qual a Guiné-Bissau faz parte.

Denisa lembrou que a CEDEAO esteve no país depois do golpe e que teve "encontros com alguns membros do Governo, com o Presidente de transição e não houve nenhuma movimentação no sentido de tentar chegar junto à segunda esquadra para perceber qual a real situação de Domingos Simões Pereira e demais detidos".

"Nós sentimo-nos desprotegidos, não estamos a sentir uma mão firme da parte de uma organização que devia ter uma voz firme em relação à Guiné-Bissau. Em comparação, curiosamente tivemos notícias há dois dias de uma tentativa de golpe de Estado no Benim, que é um país que faz parte da CEDEAO tal como a Guiné-Bissau, e conseguimos perceber que a CEDEAO consegue agir, às vezes, quando quer", comparou.

Denisa Pereira apontou também a CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa), atualmente presidida pela Guiné-Bissau, para lamentar a falta de "voz firme".

"Toda a gente condena [o] ato e depois ficamos pela intenção, marcam reuniões distantes da data em que os acontecimentos se deram, nós não entendemos", observou.

Domingos Simões Pereira era considerado o principal adversário do Presidente guineense Umaro Sissoco Embaló, com quem disputou as presidenciais de 2019.

Simões Pereira preparava-se para voltar à corrida eleitoral, mas foi excluído das candidaturas pelo Supremo Tribunal de Justiça, assim como a coligação PAI-Terra Ranka, liderada pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

Enquanto líder da coligação e do histórico partido da libertação, Simões Pereira decidiu apoiar o candidato independente Fernando Dias que reclamou vitória sobre Sissoco Embaló, que concorreu a um segundo mandato, nas eleições gerais, presidenciais e legislativas, de 23 de novembro.

Três dias depois das eleições, e um dia antes da data anunciada para a divulgação dos resultados, os militares tomaram o poder, destituíram o Presidente cessante e suspenderam o processo eleitoral.

Um Alto Comando Militar nomeou Presidente de transição o general Horta Inta-A e este deu posse a um Governo com 23 ministérios e cinco secretarias de Estado, tutelados por vários nomes ligados ao Presidente deposto.

Os militares suspenderam parcialmente a Constituição e fixaram uma estrutura política com o Presidente da República de Transição, o Alto Comando Militar, o Conselho Nacional de Transição com as funções do parlamento e o Governo de Transição.

As organizações regionais africanas de que a Guiné-Bissau faz parte, suspenderam o país dos seus órgãos, nomeadamente a CEDEAO (Comunidade Económica dos Países da África Ocidental) e a União Africana (UA).

Os chefes de Estado e de Governo da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) irão analisar a situação na próxima cimeira, com a recomendação do Conselho de Ministro de suspender e substituir a Guiné-Bissau na presidência da organização.

A delegação da agência Lusa na Guiné-Bissau está suspensa desde agosto após a expulsão pelo Governo dos representantes dos órgãos de comunicação social portugueses. A cobertura está a ser assegurada à distância

EUA fazem aviso a Zelensky: restam-lhe dias para dizer ‘sim’ a acordo com a Rússia... De acordo com o Financial Times, a administração Trump deu apenas dias ao presidente da Ucrânia para aceitar o plano de paz proposto pelos EUA. Zelensky promete responder “em breve”.

Por SIC Notícias/Com Lusa

Os Estados Unidos da América (EUA) avisam a Ucrânia de que tem poucos dias para responder ao acordo que prevê a perda de território. 

O enviado especial norte-americano Steve Witkoff e o genro de Donald Trump, Jared Kushner, terão avisado Volodymyr Zelensky de que tem de tomar uma decisão sobre o acordo dentro de dias.  

Segundo o jornal Financial Times, o acordo prevê perdas de territoriais por parte da Ucrânia em troca de garantias de segurança dos Estados Unidos. 

Zelensky promete enviar "em breve" plano revisto 

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou, esta terça-feira, que vai enviar "em breve" uma versão revista do plano de paz proposto pelos Estados Unidos ao homólogo norte-americano, Donald Trump, após uma série de contactos com líderes europeus. 

"Estamos empenhados numa paz verdadeira e mantemos um contacto constante com os Estados Unidos. E, como os nossos parceiros nas equipas de negociação apontam corretamente, tudo depende de a Rússia estar preparada para tomar medidas eficazes para travar o derramamento de sangue e evitar que uma nova guerra ecloda", declarou numa mensagem divulgada na rede X, durante um encontro em Roma com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni. 

A reunião ocorre depois de Volodymyr Zelensky se ter encontrado no dia anterior, em Londres e Bruxelas, com parceiros europeus e da NATO, e em plenas negociações bilaterais dos enviados da Casa Branca com a Rússia sobre o fim do conflito iniciado com a invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022.   

"Estamos a trabalhar ativamente em todos os elementos de possíveis medidas para o fim da guerra. As propostas ucranianas e europeias estão agora mais avançadas e estamos preparados para apresentá-las aos nossos parceiros nos Estados Unidos", indicou o Presidente ucraniano, que espera "tornar estas medidas viáveiso mais rapidamente possível". 

Ao receber Zelensky no pátio do Palácio Chigi, sede do Governo italiano, Meloni, aliada de Trump na Europa e que sempre demonstrou apoio a Kiev, cumprimentou-o com um abraço, tendo depois realizado uma reunião à porta fechada de uma hora e meia. 

Mais tarde, o Presidente ucraniano relatou, através da rede X, que a reunião tinha sido "excelente e muito substancial", na qual foram abordados "todos os aspetos" da situação diplomática. 

"Agradecemos o papel ativo da Itália na criação de ideias práticas e na definição de medidas para aproximar a paz. Informei-a sobre o trabalho da nossa equipa de negociação e estamos a coordenar os nossos esforços diplomáticos. Estamos extremamente gratos pelo apoio contínuo da Itália; isto é importante para a Ucrânia", expressou Zelensky. 

O presidente ucraniano agradeceu também à primeira-ministra italiana pelo pacote de ajuda prometido e pelo fornecimento de geradores de energia. 

"É exatamente isto que vai apoiar as famílias ucranianas, o nosso povo, as nossas crianças e o quotidiano nas nossas cidades e comunidades, que continuam a sofrer constantes ataques russos. Precisamos de proteger vidas. Obrigado, Itália!", concluiu. 

Antes de se reunir com Meloni, Zelensky visitou o Papa Leão XIV na sua residência em Castel Gandolfo, perto de Roma. Durante a audiência, o pontífice norte-americano reiterou "a necessidade de continuar o diálogo e renovou o seu desejo urgente de que as iniciativas diplomáticas em curso conduzam a uma paz justa e duradoura", segundo um comunicado da Santa Sé. 

O presidente ucraniano anunciou na segunda-feira que Kiev está a preparar um plano alternativo para apresentar aos negociadores de Washington, ao mesmo tempo que reafirmou que não cederá qualquer território à Rússia.  

Eleições? "Estou sempre pronto"

Por outro lado, Zelensky respondeu ainda aos jornalistas que o questionaram, à saída de um hotel em Roma, sobre o apelo de Trump para a realização de eleições na Ucrânia, deixada numa entrevista publicada pelo Politico.  

"Estou sempre pronto", respondeu sucintamente.  

O mandato de cinco anos de Zelensky deveria ter terminado em maio do ano passado, mas não foram realizadas eleições devido à lei marcial imposta por causa da guerra com a Rússia. 

A retirada da região do Donbass, bem como a renúncia da Ucrânia à adesão à NATO, a garantias de segurança e às reparações russas no pós-guerra, são alguns dos pontos em que nem as partes beligerantes nem os mediadores conseguiram chegar a um acordo. 

Na última semana, as negociações foram marcadas por encontros entre o enviado especial da Casa Branca, Steve Witkoff, e o líder russo, Vladimir Putin, em Moscovo, e com o negociador ucraniano Rustem Umerov em Miami, sem que tenha sido alcançado qualquer acordo até ao momento. 


Leia Também: "Não estamos numa feira de Natal e o nosso território não está à venda"

O representante de Kyiv na ONU, Andrii Melnyk, garantiu hoje que os territórios ucranianos não estão à venda como numa "feira de Natal", reiterando a sua oposição a conceções territoriais à Rússia.


Leia Também: Defesas aéreas reivindicam abate de drones em tentativa de ataque a Moscovo

As defesas aéreas russas abateram hoje quatro drones ucranianos que se dirigiam para Moscovo, obrigando ao encerramento temporário dos aeroportos da capital russa, informou o presidente da câmara, Serguei Sobyanin.


CEDEAO admite “estado de emergência” na região e alerta para riscos crescentes de instabilidade

Por TV VOZ DO POVO

A 55ª Sessão do Conselho de Mediação e Segurança da CEDEAO ao nível ministerial decorreu esta segunda-feira, 09, em Abuja, marcada por fortes alertas sobre a deterioração da segurança e da estabilidade política na África Ocidental. 

Na declaração de abertura, o Presidente da Comissão da CEDEAO, Dr. Omar Alieu Touray, afirmou que a região enfrenta “um estado de emergência”, exigindo ação imediata e coordenação reforçada entre os Estados-membros.

Touray saudou os ministros presentes e agradeceu ao Governo da Nigéria pela receção, sublinhando que, no ano em que a organização celebra o seu Jubileu de Ouro, as tarefas e desafios para o futuro tornam-se mais exigentes.

Segundo o Presidente da Comissão, os memorandos apresentados revelam níveis elevados de risco político e de segurança em toda a comunidade. 

Entre os fatores listados destacam-se as intervenções militares recentes — incluindo a Guiné-Bissau e o Benim, onde ocorreu uma tentativa de golpe há poucos dias —, o incumprimento das normas de transição na Guiné-Conacri, a exclusão crescente de candidatos nos processos eleitorais e a expansão de grupos terroristas e redes criminosas na sub-região.

Touray advertiu que as eleições continuam a ser um dos principais motores de instabilidade. Em 2026, a CEDEAO terá de acompanhar processos eleitorais na Guiné, Benim, Gâmbia e Cabo Verde, ao mesmo tempo que gere as repercussões da crise política na Guiné-Bissau e a recente tentativa de golpe no Benim. 

A relação com a Aliança dos Estados do Sahel (AES) e a cooperação em matéria de segurança foi igualmente identificada como prioridade urgente.

Face ao agravamento do cenário, Touray propôs que o Conselho passe a reunir-se mais vezes do que as duas sessões ordinárias anuais. “Devemos enfrentar estas ameaças com a atenção que merecem”, alertou, defendendo maior mobilização de recursos contra o terrorismo, a bandidagem e o crime organizado.

A situação humanitária também foi destacada como crítica. Dados apresentados pelo Presidente da Comissão mostram que, em outubro de 2025, aproximadamente 7,6 milhões de pessoas estavam deslocadas à força na África Ocidental — um aumento face aos 7,4 milhões registados em março. Nigéria, Burkina Faso, Níger e Mali concentram o maior número de deslocados internos.

Touray garantiu que a CEDEAO “não vai descansar” na defesa da paz, da estabilidade e do respeito pelos princípios constitucionais, reafirmando o compromisso da organização com a unidade regional. 

A reunião deverá produzir recomendações a serem analisadas pelos Chefes de Estado e de Governo na próxima cimeira a realizar a 14 dezembro.

O Governo de Transição determinou o fim de cobranças, pela Câmara Municipal de Bissau, aos vendedores ambulantes, que vendem os seus produtos no chão, enquanto o governo cria condições para a sua melhor comercialização em Comunicado Final do Conselho de Ministros _09.12.2025

Mais uma FAKE NEWS fabricada pelo PAIGC, Depois das atas falsas ... Para vossa informação, nenhuma sanção pode ser aplicada nem nenhuma decisão pode ser tomada antes da Cimeira de Chefes de Estado da CEDEAO que terá lugar no dia 14. O PAIGC é uma máquina de desinformação incorrigível

Por Estamos a Trabalhar

PRIMEIRO-MINISTRO E MIN.DAS FINANÇAS DE TRANSIÇÃO ILÍDIO VIEIRA TÉ VISITOU AS INSTALAÇÕES DO ESTADO MAIOR GENERAL DAS FORÇAS ARMADAS

VISITA DO PRIMEIRO-MINISTRO E MIN.DAS FINANÇAS DE TRANSIÇÃO AS INSTALAÇÕES DE ALFÂNDEGAS DE BISSAU

Donald Trump: Europa? Conjunto de nações "em decadência", lideradas por "fracos"... O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, descreveu a Europa como politicamente fraca, anunciou que apoiará líderes europeus alinhados com a sua visão de política externa e admitiu usar força militar para derrubar o regime venezuelano.

© Lusa  09/12/2025 

Numa entrevista ao jornal Politico, Trump denunciou que os líderes europeus "não sabem o que fazer", acusando-os de exagerarem no politicamente correto e de falharem no controlo da imigração, situação que, na sua leitura, poderá levar ao desaparecimento de alguns países europeus enquanto Estados viáveis.

O chefe de Estado norte-americano classificou a Europa como um conjunto de nações "em decadência", lideradas por responsáveis "fracos", e apontou cidades como Londres e Paris como exemplos de sistemas sob pressão devido à imigração proveniente de África e do Médio Oriente.

Trump reagiu também às críticas do presidente do Conselho Europeu, António Costa, que acusou Washington de interferir na vida democrática europeia, reiterando que irá apoiar explicitamente líderes e forças políticas europeias que partilhem a sua visão estratégica.

"Irei apoiar. Já apoiei pessoas que muitos europeus não apreciam", assegurou Trump, citando como exemplo o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, elogiado pelas suas políticas de controlo de fronteiras, consonantes com o novo plano estratégico de política externa divulgado pela Casa Branca.

Sobre a guerra na Ucrânia, Trump considerou que a Rússia está numa posição mais forte do que Kiev e minimizou o papel dos líderes europeus no processo de paz, dizendo que "falam, mas não mostram resultados".

O Presidente norte-americano lembrou ter apresentado recentemente um novo projeto de plano de paz, acrescentando que alguns responsáveis ucranianos o viram com bons olhos, e insistiu que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, deveria lê-lo.

Trump voltou igualmente a defender a realização de novas eleições na Ucrânia, questionando a qualidade democrática do país num contexto prolongado de guerra.

Sobre a situação nas Caraíbas, o Presidente norte-americano recusou excluir a possibilidade de recorrer a forças militares dos Estados Unidos na Venezuela, como parte do esforço para derrubar o regime de Nicolás Maduro.

"Não excluo, nem confirmo", disse Trump sobre essa hipótese, sublinhando que não pretende discutir publicamente estratégias militares, mas admitindo que consideraria o uso da força também noutros países da região, como o México e a Colômbia, no combate ao tráfico de droga.


Guiné-Bissau: Portugal e Moçambique "preocupados" com situação na Guiné-Bissau... Os governos de Portugal e Moçambique condenaram hoje a "tomada do poder pela força na Guiné-Bissau", e manifestaram "preocupação com a evolução da situação no país, uma posição assumida na sexta cimeira bilateral, realizada no Porto.

© Lusa    09/12/2025 

Na declaração final da cimeira, em que participaram o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, e o Presidente moçambicano, Daniel Chapo, os dois governos "reafirmaram o seu empenho no reforço" da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) como "fórum de concertação política e de cooperação no espaço constituído pelos países de língua oficial portuguesa". 

"Neste quadro, condenaram, veementemente, a tomada do poder pela força na Guiné-Bissau, expressando a preocupação com a evolução da situação naquele país parceiro. Apoiaram, de igual modo, as iniciativas que assegurem o regresso à ordem constitucional e a conclusão do processo eleitoral naquele país", refere a declaração final.

Nesta cimeira, ainda na esfera diplomática, "Portugal felicitou Moçambique pelo exercício do seu primeiro mandato como membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas", no biénio de 2023-2024.

"Por seu turno, Moçambique reafirmou o seu apoio à candidatura de Portugal para o biénio de 2027-2028, nas eleições que terão lugar em junho de 2026", refere a declaração final.

A candidatura de Fernando Dias, que reclama vitória nas presidenciais na Guiné-Bissau, exigiu na quarta-feira à Comissão Nacional de Eleições (CNE) a convocação da plenária do órgão para que os resultados eleitorais sejam declarados "o mais rápido possível".

Em comunicado consultado pela Lusa nas redes sociais, reagia ao anúncio feito pela CNE, que se mostrou indisponível para dar continuidade ao processo eleitoral e divulgar os resultados das legislativas e presidenciais de 23 de novembro, devido a alegados atos de vandalismo às suas instalações.

Na voz do seu secretário executivo adjunto, o juiz Idriça Djaló, a CNE disse que os alegados atos teriam sido protagonizados por "homens armados e encapuzados" no dia 26 de novembro, véspera do anúncio dos resultados provisórios.

A candidatura de Fernando Dias da Costa, atualmente exilado na embaixada da Nigéria em Bissau, condena o "posicionamento ilegal" do secretariado executivo da CNE, que acusa de "usurpação de competências" da plenária do órgão que deveria, defende, ter sido convocada a pronunciar-se sobre o processo.

Assim sendo, o candidato exige a convocação da plenária da CNE e a divulgação dos resultados "o mais rápido possível para que se respeite a vontade popular expressa nas urnas".

A Guiné-Bissau está suspensa da CEDEAO, assim como de outra organização regional, a União Africana, consequência do golpe de Estado em 26 de novembro, quando um Alto Comando Militar tomou o poder, destituiu o Presidente, Umaro Sissoco Embaló, que deixou o país, e suspendeu o processo eleitoral.

As eleições gerais, presidenciais e legislativas, tinham decorrido sem incidentes mas na véspera da divulgação dos resultados oficiais, um tiroteio em Bissau antecedeu a tomada do poder pelo Alto Comando Militar que nomeou o Presidente de transição, o general Horta Inta-A.

O general anunciou que o período de transição terá a duração máxima de um ano e nomeou como primeiro-ministro e ministro das Finanças Ilídio Vieira Té, antigo ministro de Embaló.

Um novo Governo de transição foi entretanto empossado, com nomes do executivo deposto e cinco militares entre os 23 ministros e cinco secretários de Estado.

No golpe, o líder do PAIGC, Simões Pereira, foi detido e a tomada de poder pelos militares está a ser denunciada pela oposição como uma manobra para impedir a divulgação dos resultados eleitorais.

MINISTRA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CONFERE POSSE NOVA DIRETORA-GERAL INTERINA DO TRABALHO E RELAÇÕES LABORAIS

Por: GABINETE DE COMUNICAÇÃO

O Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social reafirma o seu compromisso com o reforço institucional e com a melhoria contínua de serviço público.

Nesta perspetiva, a Ministra da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social conferiu posse esta terça-feira, [09.12] à nova Diretora-geral Interina do Trabalho e Relações Laborais.

Na cerimónia, Assucénia Donato de Barros encorajou a recém-empossada a exercer as suas funções com elevado sentido de servidor público.

De Barros lembrou a nova Diretora-geral Interina do Trabalho que o setor exige responsabilidade, transparência e dedicação ao interesse nacional.

A Ministra da Administração Pública solicitou, igualmente, que sejam fortalecidos o diálogo social, a concertação e as boas relações laborais, pilares essenciais para a estabilidade e o progresso do país.

A nova Diretora-geral Interina do Trabalho e Relações Laborais, na sua curta declaração, agradeceu a confiança que nela depositada.

Idel Helena Cunha Pereira Gouveia sublinhou que construiu toda a sua carreira no Ministério, onde conta já com mais de 17 anos de serviço e de experiência, assegurando que irá desempenhar a sua nova função com zelo, compromisso e espírito de missão.

De referir, que a nova Diretora-geral Interina do Trabalho e Relações Laborais até antes da sua nomeação ocupava as funções da Diretora de Serviço de Higiene, Saúde e Segurança no Trabalho e substituí no cargo atual Ministra da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social.

Presidente do Movimento Social Democrático MSD em conferência de imprensa para falar sobre atual situação política do país

O Primeiro-Ministro de Transição, Ilídio Vieira Té, preside a Sessão Extraordinária do Conselho de Ministros de 09.12.2025

O novo Procurador-Geral da República, Amadu Tidjane Baldè, recebe os dossiês de transição das mãos do PGR cessante, Fernando Gomes.

Ministros da UE em Lviv para impulsionar adesão ucraniana ao bloco... Os ministros com a pasta dos Assuntos Europeus do bloco comunitário reúnem-se entre quarta-feira e quinta-feira na cidade ucraniana de Lviv para impulsionar o processo de adesão do país à União Europeia (UE) que continua bloqueado pela Hungria.

Por LUSA 

Apesar de um relatório divulgado recentemente pela Comissão Europeia considerar que a Ucrânia - país que está há quase quatro anos a tentar debelar uma invasão da Federação Russa - está "fortemente empenhada" no caminho de adesão à UE e que está a reformar o país, Budapeste continua a ser a 'pedra no sapato', respetivamente nas negociações dos capítulos obrigatórios.

Diplomatas dinamarquês disseram à Lusa que a reunião tem como propósito avançar no processo de adesão da Ucrânia, após a obtenção do estatuto de país candidato em 2022.

A reunião de dezembro visa, assim, desbloquear essas negociações, congeladas pelo veto do governo húngaro, numa votação que é feita por unanimidade.

A Hungria, que justifica a posição com preocupações políticas e culturais, tem vindo a opor-se à adesão do país à UE.

O governo ultranacionalista húngaro, liderado por Viktor Orbán, alega que Kiev não respeita plenamente os direitos da minoria húngara que vive na região da Transcarpátia, nomeadamente em questões linguísticas e educativas.

Além disso, Budapeste tem mantido uma postura crítica face às sanções europeias contra a Rússia e à política externa da UE relativamente ao conflito na Ucrânia, procurando preservar interesses energéticos e diplomáticos próprios.

Esta posição tem criado tensões dentro do bloco comunitário, atrasando o consenso necessário para avançar com o processo de adesão ucraniano.

A Ucrânia foi invadida pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Russos deportados por EUA chamados para exército ao chegarem a Moscovo... Vários russos deportados pelos Estados Unidos receberam notificações para se alistarem no exército, que combate na Ucrânia desde 2022, ao aterraram hoje no aeroporto de Moscovo, noticiaram órgãos de comunicação social locais.

Por LUSA 

As notificações obrigam-nos a apresentarem-se num centro de recrutamento militar, segundo o jornal eletrónico Agentstvo, considerado subversivo pelas autoridades da Rússia.

Desconhece-se o número exato de deportados que chegaram à capital da Rússia, segundo a agência de notícias espanhola EFE.

Os passageiros fizeram escala no Cairo juntamente com cerca de 50 iranianos, também deportados pelos Estados Unidos, depois de terem partido de Mesa (Arizona) no domingo, 07 de dezembro.

O presidente da organização Russian America for Democracy in Russia, Dmitri Valuev, disse que ainda não foi possível contactar todos os russos deportados, que aterraram às 02:39 (hora de Moscovo, 23:39 de segunda-feira em Lisboa).

Valuev admitiu anteriormente que havia opositores políticos entre os russos deportados pelos Estados Unidos.

Trata-se, pelo menos, do terceiro voo de russos que foram expulsos dos Estados Unidos desde o início do ano, embora também tenham ocorrido extradições individuais.

Um dos deportados foi o ativista Leonid Melekhin, que já tinha sido detido na Rússia por participar em manifestações e que foi novamente detido ao regressar em julho de 2025, acusado de justificar o terrorismo.

As autoridades russas intensificaram a repressão dos opositores políticos desde a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, não admitindo críticas à guerra que Moscovo designa oficialmente como uma operação militar especial.


Leia Também: Rússia nega acusações de preparar ataque sobre países da NATO

A Presidência da Rússia negou hoje a preparação de um ataque contra a Aliança Atlântica, considerando "completamente absurdas" as acusações sobre uma eventual agressão russa a países da NATO. 



Putin assina decreto para mobilizar cerca de 100 mil reservistas... José Milhazes revela, na antena da SIC Noticias, que, após receberem treino militar, os reservistas vão defender importantes alvos russos, ficando, assim, na retaguarda do conflito.

Por  SIC Noticias  09 dez.2025

Segundo a agência estatal russa, TASS, Vladimir Putin assinou um decreto anual para mobilizar cerca de 100.000 reservistas para treinos militares já a partir do próximo ano. Na sua análise na SIC Notícias, o comentador José Milhazes nota que, com esta medida, o Kremlin revela que não está verdadeiramente interessado na paz.

Para o comentador SIC, esta é mais uma prova de que Putin não quer resolver o conflito.

Nota que, após o treino militar, os reservistas vão defender importantes alvos russos, ficando, assim, na retaguarda do conflito: 

“Se mobiliza 100.000, mesmo que seja para a retaguarda, significa que esses lugares que estavam ocupados por militares no ativo vão para a frente de combate. São uma reserva grande soldados.” 

Para o comentador, o Presidente russo só tem uma coisa em mente: a vitória absoluta. 

Na sua análise na antena da SIC Notícias, José Milhazes aborda ainda temas como a demografia decrescente russa, a liberdade de expressão na Rússia e os combates entre Tailândia e Cambodja.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Vários mortos após tentativa de golpe de Estado em Benin... Várias pessoas morreram no Benin durante a tentativa falhada de golpe de Estado no domingo, anunciou hoje o Governo beninense, após uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros.

Por LUSA 08/12/2025

No início da manhã de domingo, "violentos confrontos" opuseram amotinados e a guarda republicana na residência do presidente, Patrice Talon, causando "vítimas de ambos os lados", indicou o governo, citado pela Agência France-Presse.

Alguns golpistas foram detidos e outros estão em fuga.

"O pequeno grupo de soldados que organizou a revolta planeava destituir o presidente da República, subjugar as instituições da República e pôr em causa a ordem estabelecida", refere o secretário-geral do Governo, Edouard Ouin-Ouro, no comunicado do Conselho de Ministros.

De acordo com Edouard Ouin-Ouro, os golpistas "tentaram neutralizar ou sequestrar alguns elementos do exército".

Segundo o governo, o chefe do Estado-Maior da Guarda Nacional, Faïzou Gomina, e o general Abou Issa, chefe do Estado-Maior do exército, foram feitos reféns, acabando por ser libertados em Tchaourou, uma cidade situada a mais de 350 quilómetros de Cotonou.

Além disso, morreu a mulher do diretor do gabinete militar do presidente, o general Bertin Bada, "ferida mortalmente" umas horas antes, num outro ataque liderado pelos golpistas.

Um grupo de militares anunciou no domingo de manhã a destituição do presidente beninês e a instauração de uma junta militar liderada pelo tenente-coronel Pascal Tigri, sob o nome de Comité Militar para a Refundação (CMR).

No entanto, pouco depois começaram a surgir mensagens do governo do Benim, com o ministro do Interior, Alassane Seidou, a dar o golpe como abortado.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) ordenou o destacamento imediato de tropas para o Benim, após o fracassado golpe de Estado.

A força regional é composta por tropas da Nigéria, Serra Leoa, Costa do Marfim e Gana, e tem como missão "apoiar o Governo e o Exército Republicano do Benim na preservação da ordem constitucional e da integridade territorial do país".

A CEDEAO já tinha condenado "veementemente" a tentativa de golpe e elogiado o Governo do presidente Patrice Talon por ter conseguido restabelecer a ordem.

Patrice Talon, de 67 anos, chegou ao poder em 2016 e foi reeleito em 2021, tendo lançado um programa político e económico centrado no desenvolvimento do país.

No entanto, os seus críticos acusam-no de ter conduzido a uma erosão das instituições democráticas, outrora consideradas exemplares na região.

As próximas eleições presidenciais no Benim estão previstas para abril de 2026 e Talon não será candidato, por ter cumprido os dois mandatos de cinco anos permitidos pela Constituição.