Por LUSA 08/12/2025
No início da manhã de domingo, "violentos confrontos" opuseram amotinados e a guarda republicana na residência do presidente, Patrice Talon, causando "vítimas de ambos os lados", indicou o governo, citado pela Agência France-Presse.
Alguns golpistas foram detidos e outros estão em fuga.
"O pequeno grupo de soldados que organizou a revolta planeava destituir o presidente da República, subjugar as instituições da República e pôr em causa a ordem estabelecida", refere o secretário-geral do Governo, Edouard Ouin-Ouro, no comunicado do Conselho de Ministros.
De acordo com Edouard Ouin-Ouro, os golpistas "tentaram neutralizar ou sequestrar alguns elementos do exército".
Segundo o governo, o chefe do Estado-Maior da Guarda Nacional, Faïzou Gomina, e o general Abou Issa, chefe do Estado-Maior do exército, foram feitos reféns, acabando por ser libertados em Tchaourou, uma cidade situada a mais de 350 quilómetros de Cotonou.
Além disso, morreu a mulher do diretor do gabinete militar do presidente, o general Bertin Bada, "ferida mortalmente" umas horas antes, num outro ataque liderado pelos golpistas.
Um grupo de militares anunciou no domingo de manhã a destituição do presidente beninês e a instauração de uma junta militar liderada pelo tenente-coronel Pascal Tigri, sob o nome de Comité Militar para a Refundação (CMR).
No entanto, pouco depois começaram a surgir mensagens do governo do Benim, com o ministro do Interior, Alassane Seidou, a dar o golpe como abortado.
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) ordenou o destacamento imediato de tropas para o Benim, após o fracassado golpe de Estado.
A força regional é composta por tropas da Nigéria, Serra Leoa, Costa do Marfim e Gana, e tem como missão "apoiar o Governo e o Exército Republicano do Benim na preservação da ordem constitucional e da integridade territorial do país".
A CEDEAO já tinha condenado "veementemente" a tentativa de golpe e elogiado o Governo do presidente Patrice Talon por ter conseguido restabelecer a ordem.
Patrice Talon, de 67 anos, chegou ao poder em 2016 e foi reeleito em 2021, tendo lançado um programa político e económico centrado no desenvolvimento do país.
No entanto, os seus críticos acusam-no de ter conduzido a uma erosão das instituições democráticas, outrora consideradas exemplares na região.
As próximas eleições presidenciais no Benim estão previstas para abril de 2026 e Talon não será candidato, por ter cumprido os dois mandatos de cinco anos permitidos pela Constituição.

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