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POR LUSA 14/12/23
A detenção surge no final de uma investigação da Comissão Nacional de Supervisão, órgão máximo anticorrupção da China.
A Procuradoria-Geral da China ordenou hoje a detenção de Zhou Qingyu, antigo vice-presidente Banco de Desenvolvimento da China, instituição do Estado chinês que é um dos principais financiadores dos países em desenvolvimento.
Zhou foi acusado de aceitar subornos.
A detenção surge no final de uma investigação da Comissão Nacional de Supervisão, órgão máximo anticorrupção da China, sobre suspeitas de "violações graves" da lei, informou a agência de notícias oficial chinesa Xinhua.
Ainda não foi divulgada qualquer informação sobre as datas do julgamento do antigo diretor financeiro.
Zhou, que ocupou o cargo entre 2016 e julho de 2022, apenas dois meses antes de completar 60 anos, está também a ser investigado desde maio pela Comissão Central de Inspeção e Disciplina, o poderoso órgão anticorrupção do Partido Comunista da China (PCC).
Em novembro passado, aquele órgão acusou o banqueiro, nascido em 1962 na província central de Henan, de, entre outras coisas, "colecionar e ler em privado livros e publicações sobre questões políticas sérias", "aceitar banquetes", "aderir a clubes privados" e "interferir de forma flagrante no recrutamento de funcionários de instituições financeiras".
Em fevereiro passado, o PCC comprometeu-se a intensificar a campanha contra a má conduta financeira, poucos dias depois de o desaparecimento do conhecido banqueiro Bao Fan, que mais tarde anunciou estar a "cooperar numa investigação", de acordo com o banco de investimento de que é fundador, o China Renaissance.
A campanha no setor financeiro resultou na acusação de vários funcionários de organismos reguladores e de altos dirigentes de empresas.
Depois de ascender ao poder, em 2012, o atual secretário-geral do PCC e Presidente da China, Xi Jinping, deu início a uma campanha anticorrupção, no âmbito da qual centenas de funcionários chineses foram condenados por aceitarem subornos no valor de milhões.
Alguns críticos sugeriram que a campanha foi também utilizada para afastar alguns dos rivais políticos de Xi.
O líder chinês foi reeleito em outubro passado, no 20.º Congresso do PCC, para um terceiro mandato, sem precedentes entre os antecessores das últimas décadas.
O Banco de Desenvolvimento da China converteu-se, nas últimas décadas, num financiador chave dos países em desenvolvimento, sendo, por exemplo, um dos principais financiadores de Angola.