© GIUSEPPE CACACE/AFP via Getty Images
Notícias ao Minuto 13/12/23
O acordo propõe, pela primeira vez na história destes encontros, mencionar todos os combustíveis fósseis, principais responsáveis pelas alterações climáticas, numa decisão a adotar por todos os países.
Representantes de mais de 200 países concordaram na COP28, esta quarta-feira, em começar a reduzir o consumo global de combustíveis fósseis, num acordo inédito, avança a Reuters.
O acordo foi alcançado depois de duas semanas de cimeira no Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e pretende dar um sinal a investidores e políticos sobre a união a nível mundial para acabar com o uso de combustíveis fósseis, algo que é apontando pelos cientistas como a única forma de salvar o mundo de uma catástrofe climática.
"É a primeira vez que o mundo se une em torno de um texto tão claro sobre a necessidade de abandonar os combustíveis fósseis", explicou o ministro dos Negócios Estrangeiros da Noruega, Espen Barth Eide, sobre o acordo. "Este tem sido o elefante na sala. Finalmente, abordamo-lo de frente", sublinhou, citado pela agência de notícias.
Mais de 100 países têm vindo a defender uma linguagem assertiva e forte para "eliminar gradualmente" o uso de petróleo, gás e carvão, mas a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Organization of the Petroleum Exporting Countries, OPEC na sigla em inglês) liderada pela Arábia Saudita mostrou-se contra, defendendo que as reduções de emissões poderiam ser feitas sem o 'corte' de combustíveis específicos.
Numa conferência em Doha, na terça-feira, o ministro do petróleo do Kuwait, Saad al-Barrak, denunciou um "ataque agressivo" do Ocidente. O país faz parte da OPEC.
Mas o que diz o acordo?
Segundo a Reuters, o acordo em questão apela detalhadamente à “transição dos combustíveis fósseis nos sistemas energéticos, de uma forma justa, ordenada e equitativa... de modo a atingir a neutralidade carbónica até 2050, de acordo com a ciência”.
O documento apela ainda à triplicação da capacidade de energia renovável até 2030, à aceleração dos esforços para reduzir o carvão e acelerar tecnologias que permitam, por exemplo, captar e armazenar carbono.
Com a 'luz verde' ao acordo, cabe agora aos países avançarem com medidas a nível nacional e investimentos que vão ao encontro desta decisão.
Sem comentários:
Enviar um comentário