Por: Yanick Aerton
O PAIGC, movimento que lutou pela independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde, e com o tempo veio a transformar-se num partido político, teve lideranças de vários estilos, mas a actual liderança e portadora de prejuízos que dificilmente serão esquecidos pelos Guineenses.
É uma liderança que todos esperavam que revolucionasse o modus operandi do partido, fazendo o PAIGC o que foi no passado, isto é, unir os Guineenses de todos os bordos, e aproveitar todas as energias para corrigir os erros do passado, promovendo o tão sonhado desenvolvimento.
Sem pretender ser o seu advogado, mas eu não acredito na tese segundo a qual o líder do PAIGC esteja na origem de todos os males do partido, porque ele beneficia e beneficiou desde a sua “vitória” no congresso de Cacheu do conselho de muitos daqueles que protagonizaram a luta para nos libertar do jogo colonial.
Sem querer apontar um dedo acusador, mas não serão esses que influenciaram o jovem líder para enveredar por essa via da divisão, não só dentro do partido como também na sociedade durante a sua passagem pela Prematura? Ou talvez aqueles “late c,rs”, arrivistas, os PAIGCistas da Avenida, cu cata sai for a di alcatron? Uma incógnita!
O PAIGC foi e continua a ser um grande partido, e muitas das acusações que lhe são feitas são originadas pela hipocrisia daqueles que arrastou para o seu campo, em detrimento de uma oposição, a mais construtiva oposição, que julgava ser o seu inimigo número um, quando na realidade o que pretendia essa oposição era fazer as coisas de forma diferente, isto é, “gouverner autrement” (permitam-me o estrangeirismo). N̕ Disa és pá bo pensa!
Cheio de boas intenções e de projectos estava o DSP, porque a partir de fora, onde exercia alto cargo, por indicação do seu país, conseguiu estudar a Guiné-Bissau, diagnosticá-lo e compreender profundamente quais eram os estrangulamentos ao seu arranque, ou pré-arranque (redemarrage), depois do sonho do Luís Cabral ter sido enterrado por miopia politica daqueles que, a 14 de Novembro de 1980, escreveram uma das mais negras páginas da história da Guiné-Bissau, atrocidade cuja dimensão se aproxima apenas do maior crime cometido sobre este povo, o conhecido “Caso 17 de Outubro”.
Falar do PAIGC é falar da Guiné-Bissau e do seu povo em geral, e dos combatentes da liberdade da pátria, em particular.
Falar dos combatentes da liberdade da pátria deve começar por rendê-los a merecida homenagem e manifestar a eterna gratidão pelos sacrifícios consentidos durante a gloriosa luta armada de libertação nacional.
Mas quem sou, um puto como eu, para falar do PAIGC, partido di Nhá donas cu papes? Mas, sendo um observador atento e cujos familiares muitos pagaram o seu kinhon na construção deste edifício, que pretendemos seja cada vez mais robusto, não podia ficar indiferente às questões que a todos interpelam, a actualidade política naquele que é o pai de todos os partidos políticos.
;pape GC;
O PAIGC precisa de um novo fôlego. O líder do PAIGC, um grande quadro não teve infelizmente tempo suficiente de por em evidência o seu sonho, a sua visão de desenvolvimento e ser em consequência avaliado, deve pura e simplesmente, afastar-se da liderança por algum tempo, para mais tarde voltar com mais força. Âmi na sedu si primeiro apoiante.
Que os caciques deixem o DSP em paz para se ocupar da sua vida académica e familiar, porque são esses que o têm empurrado para continuar nessa postura radicalista que só lhe prejudica politicamente.
Primeiro, pintaram o DSP como sendo Cabral II, e segundo, para preservarem os seus privilégios, estão a fazer tudo para que o jovem líder não se afaste da liderança do PAIGC, embora essa seja a sua melhor saída para preservar o seu prestígio de um lutador incansável pela defesa dos seus ideais.
Não o conheço muito bem, por não ser da minha geração, mas por aquilo que oiço algumas pessoas isentas falarem deste rapaz, ele não é assim tao ruim, como por aí esta a ser pintado.
Por isso, nessa política de diálogo nacional, de mão estendida que Sua Excelência Senhor Presidente da República, Presidente de todos os Guineenses, General Umaro Sissoco Embalo, está a levar a cabo, o povo que aspira a paz e a reconciliação nacional, espera dele um gesto nobre.
Que o General Presidente convide o seu irmão, o líder do PAIGC, Eng. Domingos Simões Pereira, para regressar a Guiné-Bissau para vir dar a sua contribuição, como sempre o fez, para a consolidação das conquistas que são de todos nós.
O USE não ganhou, o DSP não perdeu. O único ganhador em tudo isso é o povo, porque ele é que ordena e é ao serviço dele que estamos todos, incluindo o USE e o DSP.
Apesar da separação de poderes consagrada na Constituição da República, o PR deve usar a sua influência para que se anule esse mandato de captura internacional emitido pela PGR, porque não faz sentido irmos para soluções radicais, quando temos todas as condições para de forma normal obtermos aquilo que pretendemos.
É bom não perdermos de vista que na segunda volta das eleições presidenciais, apesar do peso daqueles que apoiaram o USE, o DSP terminou a corrida com mais de 40% dos votos validamente expressos. Esse dado não é de desprezar e tem quase a metade dos Guineenses através dele. Não causemos descontentamento nessa franja importante, porque são também atores de desenvolvimento como os demais Guineenses.
Só no Leste, contrariamente aquilo que se esperava, até com o slogan que se julgava capaz de mobilizar o eleitorado Pular (anca ida hore ma), o score do DSP não se alterou.
Por isso, qual é o melhor caminho para a reconciliação de uma família dividida desnecessariamente por questões políticas? É de todos os atores políticos contribuírem para a existência de um clima de paz e estabilidade, dialogando permanentemente.
O que o grupo parlamentar do PAIGC está a fazer na ANP não nenhum bicho-de-sete-cabeças, é a política, um direito que lhe assiste. Também foi assim, quando o PAIGC não reconhecia a vitória do General Presidente, mas depois do acórdão, o partido mudou de posição fazendo um volte face.
Reconhecem-se os esforços que a PGR está a fazer, mas por amor de Deus, não contribuamos para piorar o clima político que se esta a viver, que até é objecto de muitos elogios.
Crimes, muitos foram cometidos, mas nunca se chegou ao ponto de se emitirem mandatos de captura internacionais, antes do julgamento desses crimes e condenados os seus atores, à revelia.
Não estou aqui a defender quem quer que seja, mas nós os jovens já estamos cansados, e queremos ver enterrado o machado de guerra definitivamente. O que nós os jovens queremos é que sejam criadas condições para que a nossa participação seja decisiva na construção da nossa mamã Guine.
No garandis ca bo cansanu mas!
Nin ica MADEM G15, nin ica PRS, nin ica PAIGC, nin ica APU i muito menos és partidocinhos.
Bo tirano pé na pito, bo dano formação, bu dano emprego, bo desenvolve i bo apoia sector privado pá i pudi empregano!
Si iara alguma sensibilidade, pidi purdon. Ica Nhá intenção.
Peace and love!
Viva Guinendadi!