quinta-feira, 13 de setembro de 2018

PM guineense explica a partidos políticos atrasos no início do recenseamento

O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Aristides Gomes, explicou hoje aos partidos políticos com assento parlamentar os atrasos no recenseamento eleitoral, numa reunião de mais de três horas.

Guiné-Bissau tem eleições legislativas marcadas para 18 de novembro, mas o recenseamento eleitoral, que devia ter começado a 23 de agosto, ainda não arrancou devido a atrasos na chegada dos 'kits' de registo biométrico.

"Nós ouvimos explicações nos atrasos que se têm registado não só na chegada dos kits ao país, mas no próprio início do processo de recenseamento e essas explicações apontam para o facto de já só serem questões burocráticas que estão a atrasar a saída dos kits", afirmou Domingos Simões Pereira, presidente do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

Domingos Simões Pereira disse que se espera que os 'kits' possam estar no país "nas próximas horas" e que o PAIGC recebeu garantias do Governo de que será apresentado um novo cronograma eleitoral assim que aqueles aparelhos de registo biométrico dos eleitores se encontrarem na Guiné-Bissau.

"Nós aproveitamos para exortar os nossos colegas dirigentes de partidos políticos para não fazer uso em termos de tirar benefícios. É preciso ter algum 'fair play' e reconhecer que este Governo é uma consequência do bloqueio político que se estabeleceu no país e portanto basta de jogar vantagens partidárias", afirmou Domingos Simões Pereira.

Para o antigo primeiro-ministro, agora é preciso criar "condições objetivas para a ida às urnas no prazo mínimo possível para esse efeito".

A Comissão Nacional de Eleições da Guiné-Bissau defendeu na sexta-feira, em comunicado à imprensa, um novo cronograma eleitoral por causa da lei sobre a inalterabilidade dos cadernos eleitorais.

O vice-presidente do Partido de Renovação Social (PRS), Certório Biote, disse aos jornalistas que se aguarda a chegada dos 'kits' para ser feita uma atualização do cronograma eleitoral.

"Depois de recebermos os 'kits', o Governo vai analisar e propor um novo cronograma", disse.

Questionados pelos jornalistas sobre a possibilidade de as eleições serem adiadas, ambos os dirigentes políticos afirmaram que primeiro é preciso os 'kits' de recenseamento biométrico chegarem ao país e só depois essa possibilidade poderá ser analisada.

dn.pt/lusa

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