domingo, 3 de setembro de 2023
Canchungo recebe a Comissão Interministerial de seguimento de preço dos produtos de primeira necessidade.
Ucrânia. Responsável por contraofensiva reivindica avanço significativo
© SERGEY BOBOK/AFP via Getty Images
POR LUSA 03/09/23
Um dos principais oficiais do exército ucraniano reivindicou um avanço significativo nas linhas de defesa russas no sul da Ucrânia, numa entrevista divulgada hoje pelo jornal britânico The Guardian.
"Estamos agora entre a primeira e a segunda linha de defesa russa", disse o general Oleksandr Tarnavskiy, responsável pela contraofensiva no sul, segundo a agência francesa AFP.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, rejeitou recentemente críticas sobre a suposta lentidão da contraofensiva lançada em junho para retomar os territórios conquistados pela Rússia depois da invasão de há pouco mais de 18 meses.
O general Tarnavskiy referiu que as forças ucranianas estão "agora na fase final da destruição das unidades inimigas responsáveis pela proteção das tropas russas quando estas se retiram para trás da segunda linha de defesa".
De acordo com o general, cujas tropas libertaram a cidade de Kherson (sul) no ano passado, as forças de Moscovo "estavam simplesmente paradas à espera do exército ucraniano" e já se reposicionaram na zona.
"O inimigo está a utilizar as suas reservas, não só na Ucrânia mas também na Rússia. Mais cedo ou mais tarde, os russos vão ficar sem os melhores soldados. Isto dar-nos-á a oportunidade de os atacar mais e mais rapidamente", afirmou.
"Tudo ainda está para vir", disse o general, que atribuiu a lentidão da ofensiva à necessidade de retirar as minas dos territórios ocupados pelos russos, que demorou "mais tempo do que o previsto".
Disse ainda que tem sido difícil retirar os feridos da linha da frente, o que também tem complicado o avanço das tropas.
O general Tarnavskiy admitiu que as forças ucranianas sofreram perdas significativas, mas sem especificar.
"Quanto mais nos aproximamos da vitória, mais difícil ela se torna. E porquê? Porque, infelizmente, estamos a perder os nossos melhores e mais fortes soldados", explicou.
"Agora, temos de nos concentrar em certas áreas e terminar o trabalho. Por muito difícil que seja para cada um de nós", acrescentou.
As informações divulgadas pelas duas partes sobre o curso da guerra não podem ser verificadas de imediato de forma independente.
A Ucrânia tem recebido armamento dos aliados ocidentais, que também decretaram sanções contra Moscovo para tentar diminuir a sua capacidade de financiar o esforço de guerra.
O número oficial de baixas civis e militares do conflito é desconhecido, mas diversas fontes, incluindo a ONU, admitem que será elevado.
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Rússia ataca porto ucraniano perto da Roménia
© REUTERS
POR LUSA 03/09/23
A Ucrânia denunciou hoje um ataque russo contra instalações industriais civis no Danúbio, no sudeste do país, e a Rússia confirmou que atingiu um porto na região que faz fronteira com a Roménia.
"O inimigo atacou infraestruturas industriais civis na região do Danúbio", afirmou o Ministério Público ucraniano nas redes sociais, segundo a agência francesa AFP.
"Duas pessoas ficaram feridas no ataque e foram hospitalizadas", disse a mesma fonte.
As forças ucranianas conseguiram abater 22 dos 25 'drones' (aparelhos sem tripulação) utilizados no ataque, ocorrido no sábado à noite, acrescentou a procuradoria.
O Ministério da Defesa russo afirmou ter efetuado um ataque com 'drones' contra o porto de Reni, na fronteira com a Roménia, um país membro da NATO (sigla inglesa da Organização do Tratado do Atlântico Norte).
O ataque visou "depósitos de combustível utilizados para reabastecer o equipamento militar do exército ucraniano no porto de Reni", afirmou o ministério.
Segundo Moscovo, o objetivo do ataque foi alcançado e todos os alvos foram atingidos.
As informações divulgadas pelas duas partes sobre o curso da guerra não podem ser verificadas de imediato de forma independente.
O Ministério da Defesa romeno condenou os ataques russos perto da fronteira com a Ucrânia, descrevendo-os como injustificados, mas assegurou que não geraram uma ameaça direta contra a Roménia.
"Estes ataques contra alvos civis e infraestruturas na Ucrânia são injustificados e estão em profunda contradição com as regras do direito humanitário internacional", disse em comunicado.
Em nenhum momento, os ataques russos "geraram uma ameaça militar direta ao território nacional ou às águas territoriais da Roménia", acrescentou, citado pela AFP.
As instalações no Rio Danúbio, incluindo os portos de Reni e Ismail, já foram alvo das forças russas, tendo a Roménia condenado os ataques na altura.
Os dois portos têm sido usados pela Ucrânia após a suspensão do acordo que permitia a Kiev exportar cereais em segurança através do Mar Negro.
A Rússia suspendeu os acordos em julho, após um ano em vigor, alegando que as sanções do Ocidente não permitiam a exportação dos seus produtos agrícolas, conforme o que negociou com a ONU.
Desde então, a Rússia intensificou os ataques nas regiões de onde se situam os portos e outras infraestruturas vitais para o comércio de cereais.
A guerra iniciada pela Rússia quando invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022 originou, entre outras consequências, o receio de insegurança alimentar no mundo.
Antes da guerra, a Ucrânia e a Rússia forneciam, em conjunto, 28% do trigo consumido no mundo, 29% da cevada, 15% do milho e 75% do óleo de girassol, segundo a revista britânica The Economist.
O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, vai tentar reativar os acordos sobre os cereais na segunda-feira, num encontro na Rússia com o homólogo Vladimir Putin.
A Turquia é parte dos acordos e instalou um centro de coordenação conjunto no porto de Istambul, com representantes da Ucrânia, da Rússia e das Nações Unidas.
Num ano, a iniciativa do Mar Negro permitiu a saída de cerca de 33 milhões de toneladas de cereais e outros produtos alimentares de três portos ucranianos para 45 países.
Leia Também: A Rússia encorajou o recrutamento de cidadãos de países vizinhos para combater na Ucrânia, disseram hoje os serviços secretos britânicos, que atribuíram estes esforços à tentativa de evitar os efeitos políticos de uma mobilização.
ISRAEL: Netanyahu quer deportar eritreus envolvidos em confrontos em Telavive
POR LUSA 03/09/23
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, defendeu hoje a deportação imediata dos migrantes eritreus envolvidos em confrontos violentos em Telavive no sábado.
"Queremos tomar medidas duras contra os desordeiros, incluindo a expulsão imediata daqueles que participaram", disse Netanyahu numa reunião ministerial extraordinária convocada para abordar a violência.
Cerca de 140 pessoas ficaram feridas, 15 das quais com gravidade, durante os confrontos entre a polícia israelita e os requerentes de asilo eritreus que se manifestavam em Telavive, num evento organizado pela embaixada da Eritreia, segundo fontes médicas citadas pela EFE.
Segundo a polícia israelita, 30 agentes ficaram feridos nos confrontos e pelo menos três manifestantes foram baleados pela
polícia com balas reais.
Na sua intervenção inicial, Netanyahu acrescentou que esta reunião pretende "preparar um plano completo e atualizado para repatriar todos os infiltrados ilegais no Estado de Israel".
Estima-se que cerca de 30.000 migrantes africanos vivam em Israel, principalmente oriundos do Sudão e da Eritreia. Israel reconhece poucos como refugiados e considera-os, na maioria, migrantes económicos.
O país tem tentado uma variedade de táticas para os forçar a sair, incluindo através do envio para uma prisão remota, retenção de parte dos salários ou pagamentos em dinheiro para os que aceitem mudar-se para outro país africano, segundo a Associated Press (AP).
Protestos violentos como este têm-se repetido em todo o mundo numa altura em que a Eritreia, um dos países mais repressivos do mundo, assinala os seus 30 anos de independência com festivais organizados pela diáspora eritreia na Europa e na América do Norte.
No início deste ano, a Eritreia apelidou de "escumalha de asilo" os manifestantes anti-governamentais que protestavam contra estes eventos.
Os eritreus constituem a maioria dos mais de 30 mil requerentes de asilo africanos em Israel. Alegam que fugiram do perigo e da perseguição de um país conhecido como a "Coreia do Norte de África", com o recrutamento militar forçado durante toda a vida em condições de escravatura.
O Presidente Isaias Afwerki, 77 anos, dirige a Eritreia desde 1993, tendo assumido o poder após o país ter conquistado a independência da Etiópia numa longa guerra de guerrilha.
Esta nação no Corno de África tem um dos piores registos de Direitos Humanos do mundo e os requerentes de asilo temem a morte se regressarem.
Leia Também: Dezenas de feridos em protesto junto à embaixada da Eritreia em Israel
A cada 30 segundos, alguém no mundo tem um membro amputado devido a uma ferida diabética. Pesquisadores universitários da Califórnia estão a desenvolver um curativo “inteligente” e esperam mudar essa estatística sombria.
Força Aérea da Ucrânia disse ter abatido 22 drones russos no sul do país
© YASUYOSHI CHIBA/AFP via Getty Images
POR LUSA 03/09/23
A Força Aérea ucraniana disse hoje ter abatido 22 'drones' russos na região de Odessa, no sul do país.
"Na noite de 03 de setembro de 2023, os ocupantes russos lançaram várias vagas de ataques de 'drones Shahed-136/131', a partir do sul e sudeste", escreveu a Força Aérea ucraniana na plataforma de mensagens Telegram, acrescentando que 22 'drones' tinham sido destruídos, num total de 25 lançados.
Em julho, depois de ter sido suspenso acordo sobre os cereais, mediante o qual a Ucrânia podia fazer as exportações em segurança pelo mar Negro, a Rússia intensificou os ataques às regiões de Odessa e Mykolaïv, no sul da Ucrânia, onde se situam os portos e outras infraestruturas vitais para este comércio.
Em agosto, o primeiro navio de carga ucraniano a passar pelo mar Negro chegou a Istambul, na Turquia, apesar do bloqueio russo.
No sábado, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que mais dois navios tinham passado pelo "corredor temporário de cereais do mar Negro" criado por Kyiv.
Leia Também: Ucrânia: Forças de Kyiv reforçam posições no leste e progridem no sul
sábado, 2 de setembro de 2023
Sonha com familiares que já morreram? Não está sozinho
Mulher a dormir e a sonhar Foto via Getty Images
Um estudo publicado esta semana nos Estados Unidos revela que muitos americanos afirmam que as suas relações com os entes queridos continuam, de alguma forma, para lá da morte.
As ligações que as pessoas mantêm com os seus entes queridos não terminam necessariamente após a morte, segundo os resultados de um inquérito recente do Pew Research Center.
Pouco mais de metade dos 5.079 adultos americanos inquiridos - 53% - afirmaram já ter sido visitados por um familiar falecido em sonhos "ou sob qualquer outra forma", de acordo com os resultados do inquérito divulgados na quarta-feira.
E, ainda segundo o Pew Research Center, 44% dos inquiridos disseram ter tido pelo menos um destes três encontros no ano passado: sentir a presença de um familiar falecido, contar a vida a um familiar falecido ou ter um familiar falecido a comunicar com eles.
O centro realizou o inquérito entre os membros do seu Painel de Tendências Americanas entre 27 de março e 2 de abril. O inquérito incluiu respostas de "americanos de todas as origens religiosas", incluindo budistas, judeus e muçulmanos, segundo o centro.
Os resultados mostraram que as pessoas moderadamente religiosas - medidas em parte pela frequência com que frequentam os serviços religiosos e se dizem que rezam diariamente - tinham mais probabilidades de ter tido interacções com familiares mortos.
Isto deve-se, em parte, ao facto de alguns dos grupos mais tradicionalmente religiosos e algumas das pessoas menos religiosas, como os ateus, terem menos probabilidades de relatar interacções com familiares falecidos, escreveram dois dos investigadores do centro num relatório sobre o inquérito.
"No que diz respeito à religião, cerca de metade ou mais dos católicos (58%), membros da tradição protestante historicamente negra (56%) e protestantes de linha principal (52%) dizem ter tido pelo menos uma destas três experiências no último ano - significativamente mais do que os 35% de protestantes evangélicos que dizem o mesmo", escreveram os investigadores Patricia Tevington e Manolo Corichi.
As mulheres - 41% - também são mais propensas do que os homens - 27% - a declararem ter sentido recentemente a presença de um familiar morto, segundo o inquérito.
O questionário de sim-não do inquérito não pedia explicações sobre a natureza desses encontros aos inquiridos.
Por este motivo, os investigadores escreveram que "não sabem se as pessoas vêem estas experiências como misteriosas ou sobrenaturais, ou se as vêem como tendo causas naturais ou científicas, ou algumas de ambas".
"A Rússia e a China querem fazer parte do sistema da ONU para explorar as suas fraquezas em benefício próprio"
A comentadora da CNN Portugal Sónia Sénica defende que tanto Pequim como a Rússia não estão a tentar criar um sistema multilateral alternativo à ONU, mas aproveitar as Nações Unidas para tentar isolar os Estados Unidos.
Veja Também: "A Ucrânia está a investir mil milhões de dólares no desenvolvimento de drones"
Forças ucranianas avançam "não importa o que digam"
© Lusa
POR LUSA 02/09/23
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou hoje que as forças armadas ucranianas avançam "contra todas as probabilidades" face às tropas russas, "não importa o que digam", após uma semana de controvérsia sobre a velocidade da contraofensiva de Kyiv.
"As forças ucranianas avançam. Apesar de tudo e não importa o que digam, estamos avançar e isso é o mais importante. Estamos em movimento", declarou Zelensky numa mensagem divulgada no Telegram.
Na quarta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, argumentou que criticar o ritmo da contraofensiva "é igual a cuspir no rosto" dos militares que estão na linha da frente do conflito e recomendou aos críticos "que se calem".
"Criticar o ritmo lento da contraofensiva é igual a cuspir no rosto dos soldados que, todos os dias, sacrificam as suas vidas para reconquistar um metro quadrado de território", considerou Kuleba, à saída de uma reunião informal com os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE), na cidade espanhola de Toledo.
Kuleba deixou uma recomendação aos analistas que todos os dias avaliam e comentam os progressos na contraofensiva iniciada há pouco mais de dois meses: "Recomendo a todos os críticos que se calem, venham até à Ucrânia e tentem libertar um metro quadrado de território".
Estas palavras foram secundadas pelo representante permanente da Ucrânia na ONU, Sergiy Kyslytsya, que, em entrevista à Lusa divulgada na sexta-feira, sugeriu que não se analise o campo de batalha "como um jogo de computador ou um filme de Hollywood", quando se trata de uma "guerra muito sangrenta numa escala sem precedentes".
"Sejam realistas, sejam pacientes e até ousaria dizer, sejam gratos", apelou Kyslytsya.
Antes dos pronunciamentos dos diplomatas ucranianos, notícias divulgadas nos Estados Unidos deram conta de críticas de analistas norte-americanos não identificados sobre a velocidade e estratégia das forças de Kyiv, face às fortes linhas de defesa russas.
Na sexta-feira, e num aparente esforço para arrefecer a controvérsia, a Casa Branca afirmou que os Estados Unidos "constataram nas últimas 72 horas avanços notáveis das forças armadas ucranianas" na frente sul.
Segundo o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby "criticar um [país] parceiro e um amigo que está a tentar progredir em condições sangrentas, terríveis e violentas realmente não ajuda".
"Mesmo ignorando as últimas 72 horas, nenhum observador objetivo desta contraofensiva poderia dizer que não houve progresso. Tem sido lento em algumas áreas (...) mas eles estão a lutar corajosamente todos os dias", acrescentou Kirby, acrescentando que ele próprio teria o cuidado de não comentar a estratégia ucraniana "do sofá".
Os Estados Unidos são o principal fornecedor de assistência militar à Ucrânia.
No último dia, as tropas ucranianas voltaram a reclamar avanços no terreno, relatando a ocorrência de 45 combates e ataques a locais que abrigavam forças inimigas, depósitos de armas e munições, sistemas de artilharia e uma estação de radar, segundo a última atualização das forças de Kyiv citadas pela agência Ukrinform.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
Leia Também: A Rússia não precisa de paz, acordos ou de guerra. A Rússia precisa de uma pausa operacional imediata, de falsas ‘negociações’ para ganhar uma posição nos territórios ocupados, reconstruir o exército, realizar a mobilização, organizar várias provocações assustadoras na Europa (reduzindo, assim, o apoio à Ucrânia ) e, o mais importante, preservar-se como a elite dominante na própria Rússia…”,
Guiné-Bissau: O Presidente da República desloca-se à Nigéria para uma Visita de Trabalho.
Gabão. Golpistas anunciam reabertura das fronteiras com efeito imediato
© Lusa
POR LUSA 02/09/23
Os militares golpistas que destituíram Ali Bongo do poder no Gabão anunciaram hoje a reabertura das fronteiras com efeito imediato, três dias após o seu encerramento, a fim de promover a "continuidade do Estado".
Esta decisão surge dois dias antes da tomada de posse como presidente de transição do general Brice Oligui Nguema, marcada para segunda-feira, para um mandato cuja duração não foi especificada.
O novo homem forte do Gabão prometeu na sexta-feira uma nova Constituição e um novo código eleitoral, fechando assim a porta aos principais partidos da antiga oposição que o instaram a devolver o poder aos civis e entregá-lo a Albert Ondo Ossa, que ficou em segundo lugar nas eleições presidenciais de 26 de agosto, que considerou fraudulentas.
Na semana passada, os militares tomaram o poder menos de uma hora depois do anúncio da reeleição do Presidente Ali Bongo Ondimba, alegando que os resultados das eleições presidenciais tinham sido alterados, e que o seu regime era marcado por uma "governação irresponsável e imprevisível".
A decisão de reabrir as fronteiras foi tomada para "preservar o respeito pelo Estado de Direito, as boas relações com os nossos vizinhos e todos os Estados do mundo", justificou o coronel Ulrich Manfoumbi Manfoumbi, porta-voz da Comissão para a Transição e Restauração das Instituições (CTRI), em comunicado lido na televisão estatal.
Manfoumbi também sublinhou a "firme vontade" dos militares de manter os compromissos internacionais em um comunicado lido na televisão estatal.
Oligui Nguema tinha prometido na sexta-feira instituições "mais democráticas" que respeitem os direitos humanos, mas sem pressa, depois de reuniões realizadas nos últimos dias com partidos, corpo diplomático, organizações internacionais e doadores.
O General Oligui também visou a corrupção do antigo poder de Bongo, cuja família governou este pequeno estado africano rico em petróleo durante mais de 55 anos.
As autoridades, no entanto, não levantaram o recolher obrigatório parcial que continua em vigor em todo o território, mas "os viajantes que chegam Gabão ou que pretendam partir estarão autorizados a viajar mediante apresentação do documento de viagem", especificou Manfoumbi Manfoumbi.
Na sexta-feira, as atividades de cerca de 400 soldados franceses, permanentemente estacionados no Gabão no âmbito da cooperação militar bilateral, foram suspensas "enquanto aguardam a clarificação da situação política", declarou o ministro francês da Defesa, Sébastien Lecornu, em entrevista ao jornal Le Figaro publicada na noite de sexta-feira.
Lecornu fez questão de diferenciar entre os golpes de Estado no Gabão e no Níger no final de julho.
"A França condena todos os atos de força (...) No entanto, não podemos equiparar a situação do Níger, onde militares ilegítimos depuseram um presidente legitimamente eleito, com a do Gabão, onde o motivo apresentado pelos militares é precisamente o não cumprimento com a lei eleitoral e a Constituição. Porque de facto, e peso as minhas palavras, há dúvidas sobre a transparência das eleições neste país", afirmou.
O líder do golpe afirmou que a dissolução das instituições era temporária.
Perante a sociedade civil, o general Oligui, líder da poderosa guarda pretoriana da família Bongo, prometeu uma nova Constituição e um novo código eleitoral, mas sem "confundir rapidez com pressa", alegando que "quem vai devagar, vai com segurança".
Bongo está em prisão domiciliária em Libreville desde o golpe. Sylvia Bongo, a sua mulher franco-gabonesa, também está detida em regime de incomunicabilidade, disseram os seus advogados na sexta-feira, anunciando que apresentaram uma queixa em França por detenção arbitrária.
"Vitória para o humanismo" convite retirado a embaixador russo para Nobel
© Oleg Nikolenko / Twitter
POR LUSA 02/09/23
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia considerou hoje "uma vitória para o humanismo" a retirada do convite ao embaixador russo para a cerimónia do Prémio Nobel deste ano em Estocolmo, na Suécia.
"Uma vitória para o humanismo", reagiu o porta-voz do ministério ucraniano, Oleg Nikolenko, na rede social Facebook, depois da Fundação Nobel ter recuado e retirado o convite aos embaixadores russo e bielorrusso.
Nikolenko disse também esperar que seja tomada uma "decisão semelhante" na atribuição do Prémio Nobel da Paz, que se realiza em Oslo, na Noruega.
A Fundação Nobel, responsável pela atribuição dos prémios Nobel, recuou hoje na decisão de convidar "todos os embaixadores" para a cerimónia de entrega, depois de ter recebido "fortes reações" ao convite aos diplomatas da Rússia e da Bielorrússia.
"Decidimos repetir a exceção do ano passado à prática habitual, ou seja, não convidaremos os embaixadores da Rússia, Bielorrússia e Irão para a cerimónia de entrega do Prémio Nobel em Estocolmo", refere um comunicado hoje divulgado no seu portal.
No ano passado, este organismo decidira não convidar os embaixadores russo e bielorrusso por causa da guerra na Ucrânia, assim como o embaixador iraniano, este devido à dura repressão do movimento popular de protesto a favor dos direitos das mulheres.
A cerimónia realiza-se todos os anos em Estocolmo em 10 de dezembro, dia em que os vencedores dos prémios de medicina, física, química, literatura e economia recebem os seus prémios das mãos do rei Carlos XVI Gustaf, seguindo-se um jantar de gala que reúne cerca de 1.200 convidados.
Um evento separado é organizado em Oslo, no mesmo dia, para o vencedor do Prémio Nobel da Paz, para o qual são convidados todos os embaixadores presentes na Noruega, sem exceção.
Leia Também: Fundação Nobel recua e retira convite a embaixadores russo e bielorrusso
Tropas da Rússia intercetam 'drones' em região russa junto à fronteira
© Getty Images
POR LUSA 02/09/23
A Rússia reivindicou ter intercetado hoje dois 'drones' (aparelhos sem tripulação) na região de Belgorod, próxima da fronteira com a Ucrânia, no que descreveu como uma tentativa de "um ataque terrorista" de Kyiv.
"Na manhã de 02 de setembro, foi travada uma tentativa do regime de Kiev de levar a cabo um ataque terrorista utilizando veículos aéreos não tripulados no território da Federação Russa", disse o Ministério da Defesa.
"Dois 'drones' ucranianos foram intercetados sobre o território da região de Belgorod", acrescentou o ministério, citado pela agência oficial russa TASS.
A região de Belgorod, cuja capital do mesmo nome dista cerca de 40 quilómetros da fronteira ucraniana, é vizinha da região de Kharkiv, no leste da Ucrânia.
Em maio, Belgorod foi alvo de incursões de alegados grupos de voluntários russos que afirmavam combater ao lado das tropas ucranianas.
Moscovo também reivindicou hoje ter repelido um novo ataque com três 'drones' navais no Mar Negro que teria como alvo a ponte que liga a Península da Crimeia à Rússia.
A ponte, construída por ordem do Presidente Vladimir Putin na sequência da anexação da península ucraniana em 2014, foi várias vezes alvo de ataques das forças da Ucrânia.
Um ataque em julho causou grandes danos na secção rodoviária da ponte, que é utilizada para transportar equipamento militar para o exército russo que combate na Ucrânia.
Em outubro de 2022, a explosão de um camião, que Moscovo atribuiu aos serviços secretos ucranianos, provocou danos consideráveis na ponte, que esteve encerrada durante algum tempo para reparações.
A ponte de betão de 18 quilómetros é composta por duas estruturas paralelas, uma reservada ao tráfego rodoviário e outra ao tráfego ferroviário.
A própria Crimeia também é regularmente alvo de ataques ucranianos, incluindo um em agosto que Kiev disse ter destruído um sistema de mísseis antiaéreos russo S-400.
Os serviços secretos militares britânicos disseram na sexta-feira, num relatório diário sobre a guerra, que a Rússia estava a reforçar as medidas de segurança em redor da ponte estratégica no Estreito de Kerch.
"A Rússia está a empregar uma série de defesas passivas, como geradores de fumo e barreiras subaquáticas, juntamente com medidas de defesa ativa, tais como sistemas de defesa aérea", para proteger a infraestrutura, disseram os peritos britânicos.
As medidas visam proteger a ponte e os 'ferries' que transportam tropas e armas para a Ucrânia, acrescentaram.
A Rússia juntou à Crimeia as regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, que anexou já depois de ter invadido a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022.
A Ucrânia e a generalidade da comunidade internacional não reconhecem a soberania russa nas cinco regiões.
Kiev exige a retirada das tropas russas de todo o território ucraniano, incluindo a Crimeia.
Também considera que as restrições ao uso de armamento ocidental em território da Rússia não se aplicam aos territórios sob ocupação russa por pertencerem à Ucrânia.
Os aliados ocidentais têm fornecido armamento à Ucrânia sob a condição de não ser usado em território da Federação Russa.
Os aliados de Kiev também decretaram sanções económicas contra Moscovo para tentar diminuir a sua capacidade de financiar o esforço de guerra.
As informações divulgadas pela Ucrânia e pela Rússia sob o curso da guerra não podem ser verificadas de imediato de forma independente.
Leia Também: Líderes do Ocidente chefiam "países da coligação nazi" ao apoiar Ucrânia
Comissao Interministerial de Seguimento de preço do arroz está em visita a zona norte-Mansoa. A delegação governamental chefiada pela Ministra do Interior e da Ordem Pública, Adiato Djaló Nandigna é integrada pelos Ministros das Finanças, da Mulher e Família e, Secretário de Estado da Ordem Pública, bem como o Inspector geral do Comércio.
Agente da Guarda Nacional morto a tiro em Bissau.
Por Rádio Capital Fm
Um elemento da Brigada Costeira, estrutura afeta à Guarda Nacional (GN), terá sido morto a tiro, na madrugada deste sábado (02.09), em Bissau, por um agente da Quarta Esquadra da Polícia de Ordem Pública (POP).
Fonte da Guarda Nacional contactada por Capital News confirmou o "homicídio" e diz que o corpo da vítima, que respondia por Malam Dabó, se encontra na morgue do Hospital Nacional Simão Mendes (HNSM).
Embora inativo na estrutura há muito tempo, segundo o confidente do CNEWS, Dabó estava colocado em Ponta Pedra, na região de Cachéu, no norte da Guiné-Bissau, mas se terá envolvido numa discussão com dois jovens, quando saía de uma atividade cultural, nesta madrugada, "uma barafunda que culminou com a intervenção a tiro de um agente da POP, que estava de serviço num dos bancos comerciais nas zonas do mercado de Bandim", explicou.
O autor do disparo encontra-se detido e a Polícia Judiciária (PJ) a investigar as circunstâncias da morte de Malam Dabó, soube o Capital News.
Kim Jong Un visita posto de comando de treinamento do Estado-Maior
Kim Jong Un, Secretário Geral do Partido de Trabalho da Coreia e Presidente de Assuntos de Estado da República Popular Democrática da Coreia, visitou em 29 de agosto o posto de comando de treinamento do Estado-Maior do Exército Popular da Coreia para aprender sobre o exercício de comando do exército inteiro.
Ele estava acompanhado por Pak Jong Chon, Marechal do EPC, e pelo General do Exército Kang Sun Nam, Ministro da Defesa Nacional.
Foi recebido no posto de comando pelo Chefe do Estado-Maior General e pelo Diretor Geral de Reconhecimento do EPC.
No contexto em que os gangsters militares dos Estados Unidos e da "República da Coreia" estavam envolvidos em exercícios conjuntos em grande escala, de natureza extremamente provocativa e perigosa, envolvendo uma guerra total contra a República Popular Democrática da Coreia, o Estado-Maior do EPC organizou a partir de 29 de agosto o exercício de comando de todo o exército para avaliar e inspecionar a organização operacional e as habilidades de liderança dos comandantes de grandes unidades e unidades de armas combinadas de todos os níveis, bem como de seus estados-maiores.
Kim Jong Un observou o plano do exercício do Estado-Maior com o objectivo geral de repelir as invasões armadas surpresa dos inimigos e avançar para uma contra-ofensiva total para tomar todo o território da Coreia do Sul. Da mesma forma, examinou detalhadamente os planos de operações reais do Estado-Maior, entre outros, o plano de utilização de artilharia na frente e artilharia de reserva estratégica, o plano de treinamento da frente na retaguarda inimiga e o plano de neutralização do intervenção de forças armadas estrangeiras em caso de guerra.
Indicou a necessidade de prestar grande atenção a vários aspectos: desferir golpes severos no início das operações ao potencial bélico do inimigo e ao centro de comando de guerra dos exércitos inimigos, neutralizar os seus meios de comunicação de comando para desencorajá-los de desde o início, confundem suas ações militares, infligem golpes de grande intensidade, simultâneos e sucessivos, etc.
Ele enfatizou : O resultado da guerra depende acima de tudo do cérebro do comandante; Cabe a todos os comandantes do exército intensificar o exercício do estado-maior em situação real de combate.
Afirmando que as acções militares intensas dos gangsters militares dos Estados Unidos e da "República da Coreia" e os seus exercícios militares que ocorriam frequentemente e ganhavam cada vez mais escala revelam claramente as suas tentativas de agressão contra a R. P. D. da Coreia, ele insistiu em a necessidade de enfrentá-lo de cima a baixo.
Em 30 de agosto, os imperialistas dos EUA introduziram o esquadrão de bombardeiros estratégicos nucleares “B-1B” nos céus dos mares Oriental e Ocidental da Coreia para realizar exercícios conjuntos de esquadrões de ataque contra a R. P. D. da Coreia com aviões militares gangster da “República da Coreia”.
Estes exercícios, realizados numa altura em que os seus exercícios de guerra agressivos e aventureiros "Ulji Freedom Shield" estavam a atingir o seu auge, representam uma séria ameaça para a R. P. D. da Coreia, uma vez que resultam do seu projeto de ataque nuclear preventivo contra ela.
Perante isto, o Exército Popular Coreano realizou um exercício de ataque nuclear táctico na noite de 30 de Agosto, assumindo a aniquilação de importantes pontos de comando e campos de aviação operacionais dos gangsters militares da 'República da Coreia'.
As unidades táticas de emprego de armas nucleares do setor ocidental do EPC realizaram atividades militares relevantes.
Lançadores de mísseis lançaram dois mísseis balísticos táticos do Aeroporto Internacional de Pyongyang na direção nordeste para detoná-los em um espaço a uma altitude de 400 m acima de uma ilha alvo, cumprindo assim com precisão sua tarefa de ataque nuclear.
O objetivo dos presentes exercícios é enviar um sinal claro aos inimigos que desafiaram os repetidos avisos com as suas ameaças militares, tais como a utilização de meios estratégicos, e levá-los a conhecer mais uma vez claramente o firme desejo de punição e capacidades reais de retaliação.
O Exército Popular da Coreia nunca permanecerá em silêncio face às ações impensadas e imprudentes dos gangsters militares dos Estados Unidos e da “República da Coreia”.
🇬🇦Quem é o novo líder de transição do Gabão?
O chefe da Guarda Republicana, General Brice Oligui Nguema, foi nomeado Presidente de transição, após a aparente destituição do recém-reeleito Presidente Ali Bongo.
A Voz da América partilha alguns detalhes sobre o novo líder do Gabão.
Fonte: VOA Português
PRESIDENTE DA REPÚBLICA EFECTUA A REZA DE SEXTA-FEIRA NA MESQUITA DE HAMDALAI
sexta-feira, 1 de setembro de 2023
ÁFRICA DO SUL: Pelo menos 18 pessoas mortas em tiroteio com a polícia da África do Sul... O incidente ocorreu na província de Limpopo, a norte do país.
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Notícias ao Minuto 01/09/23
Pelo menos 18 pessoas foram baleadas mortalmente, esta sexta-feira, durante um tiroteio com a polícia, na província de Limpopo, a norte da África do Sul, relata a agência Reuters.
A unidade de elite Hawks anunciou, através de um comunicado, que altos funcionários da polícia estavam a caminho do local do crime.
Para já não foram dados mais detalhes do caso, refere a Reuters.
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Até ao final do ano vamos ter resultados desejados em relação as obras em curso das vias urbanas, garantiu esta sexta-feira (01.09) o Ministro da Obras Públicas IIdelfonso Duarte Pinto depois da visita as obras da Avenida Amilcar Cabral e BISSAU VELHO.
Associação de Proteção e Defesa dos Idosos condena espancamento até a morte de uma cidadã em Suzana
Bissau 01 Set 23 (ANG) - O Presidente da Associação de Protecção e Defesa dos Idosos da Guiné-Bissau condenou hoje o espancamento até a morte da cidadã de 64 anos de idade de nome Sali Djata acusada de feitiçaria, em Suzana, norte da Guiné-Bissau.
Nelson Oliveira Intchama fez estas denúncias hoje numa conferência de imprensa na qual condenou o acto que considera de “terrível”, tendo pedido a criação de uma lei que protege os mais velhos.
Segundo ele, esse acto “maldoso e selvagem” aconteceu no passado dia 27 de Agosto, e Nelson pede as autoridades competentes para iniciarem uma investigação com o objetivo de se apurar a veracidade dos factos e responsabilizar criminalmente oa seus autores.
“Lamentamos esta atitude num Estado que se diz democrático mas as pessoas atuam a margem de lei. A maltratar uma pessoa idosa e doente até a morte alegando que era feiticeira”, disse.
Intchama disse que desde a criação, em 2021, de sua organização, tem sido crescente o registo de actos semelhantes em todo o território nacional e que os presumíveis autores não têm sido responsabilizados pelas autoridades competentes.
Nelson pediu que a justiça seja feita para evitar futuras consequências ou evitar a tentação de se “fazer justiça com as próprias mãos”.
“Há menos de um ano, a mesma situação aconteceu na localidade de Quisset sector de Prábis, Região de Biombo e denunciamos mas nada foi feito. Por isso, achamos que a Guiné-Bissau está a transformar-se num país de terror, e se este caso não for devidamente tratado, vamos mobilizar a população para uma vigília junto as instituições competentes”,disse .
Burkina Faso e Rússia discutem possível cooperação militar
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POR LUSA 01/09/23
O Presidente de transição do Burkina Faso, Ibrahim Traoré, reuniu-se com o vice-ministro da Defesa russo, Yunus-Bek Evkurov, para discutir uma possível cooperação militar e económica, anunciou hoje a presidência burquinense.
Num comunicado divulgado na quinta-feira à noite pela imprensa local, Evkurov explicou que o encontro com Traoré na capital do país africano, Ouagadougou, foi uma continuação da conversa que tiveram durante a cimeira Rússia-África, realizada em julho passado na cidade russa de São Petersburgo.
"Também discutimos as conclusões dos intercâmbios entre os ministros da Defesa dos dois países na Rússia", acrescentou o vice-ministro, segundo meios locais que se referiram a declarações no final da audiência.
"São todas áreas que incluem a cooperação militar e técnica, mas também a cooperação no campo da economia, da energia nuclear e de todas as questões que podem gerar cooperação", acrescentou.
Da mesma forma, o chefe da delegação russa assegurou a Traoré "o apoio do seu país à transição e ao povo burquinense em todos os setores do desenvolvimento", segundo o comunicado.
Estes setores referem-se ao "campo militar, formação de cadetes e oficiais burquinenses a todos os níveis, incluindo pilotos na Rússia".
A visita sugere que a Rússia está a tentar reforçar os seus laços com o Burkina Faso para aumentar a sua influência em África, após a recente morte do chefe do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, que através dessa empresa de mercenários construiu uma rede de interesses em vários países africanos.
Traoré negou, em maio passado, que o Wagner estivesse a colaborar com o Exército burquinense na luta contra o 'jihadismo' que ameaça o país desde 2015 e que se agravou nos últimos anos.
Uma junta militar, encabeçada por Ibrahim Traoré, protagonizou um golpe de Estado contra o líder Paul-Henri Sandaogo Damiba, e lidera agora o país.
A junta tem adotado uma postura de aproximação à Rússia e muito crítica da França, acusando a antiga potência colonial de apoiar de forma interesseira e insuficiente a luta contra o terrorismo, que tem aumentado com a instabilidade política dos últimos anos neste país africano do Sahel.
GABÃO: União Africana exige "libertação imediata" do Presidente deposto do Gabão
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POR LUSA 01/09/23
A União Africana (UA) exigiu hoje a "libertação imediata" do Presidente deposto do Gabão, Ali Bongo Ondimba, que se encontra em prisão domiciliária desde o golpe de Estado levado a cabo na passada quarta-feira pelos militares.
O Conselho de Paz e Segurança (CPS) da organização exigiu através de uma declaração emitida a partir da sede da UA em Adis Abeba, "a libertação imediata e a garantia dos direitos humanos, da integridade pessoal, da segurança e da saúde do Presidente Ali Bongo Ondimba, dos membros da sua família e dos membros do seu Governo".
O CPS condenou ainda "qualquer detenção politicamente motivada nestas circunstâncias" e sublinhou "a importância de garantir que todos os presos políticos sejam tratados no sistema judicial, tal como previsto na legislação do país".
No comunicado, em que se divulga as decisões tomadas na reunião de urgência do Conselho para analisar a crise no Gabão, realizada na quinta-feira em Adis Abeba, reitera que a UA, tal como já tinha dito, suspendeu o Gabão como membro da organização pan-africana "até ao restabelecimento da ordem constitucional".
O CPS apelou "ao restabelecimento imediato da ordem constitucional através da realização de eleições livres, justas, credíveis e transparentes, que deverão ser observadas pela União Africana e pela Missão Regional de Observação Eleitoral".
Exigiu igualmente que "os militares regressem imediatamente aos quartéis e devolvam incondicionalmente o poder às autoridades civis, respeitem o seu mandato constitucional e o princípio do constitucionalismo e se abstenham de qualquer interferência no processo político no Gabão".
Caso contrário, a UA advertiu que poderá vir a tomar "as medidas necessárias, incluindo a imposição de sanções específicas contra os autores do golpe de Estado".
O CPS também pediu à Comissão da União Africana (secretariado da organização) que envie uma missão de alto nível ao Gabão "com o objetivo de lançar as bases para a transferência imediata do poder para um Governo liderado por civis e democraticamente eleito".
Um grupo de militares gaboneses tomou o poder na quarta-feira, alegando que as eleições realizadas no passado sábado dia 26 - que deram a vitória a Ali Bongo mas foram contestadas pela oposição - não foram transparentes, credíveis ou inclusivas, e acusando o executivo de governar de forma "irresponsável e imprevisível", deteriorando assim a "coesão social".
Os golpistas colocaram Ali Bongo em prisão domiciliária por "alta traição às instituições do Estado" e "desvio massivo de fundos públicos", entre outros crimes, e anunciaram a nomeação do general Brice Oligui Nguema, comandante da Guarda Republicana, como novo "presidente de transição".
A família de Ali Bongo Ondimba - que se tornou presidente após a morte do seu pai, Omar Bongo, em 2009 - está no poder desde 1967.
O golpe de Estado no Gabão, uma das potências petrolíferas da África subsaariana, é o segundo a ocorrer em África em pouco mais de um mês, depois de o exército ter tomado o poder no Níger, em 26 de julho.
O Gabão juntou-se assim à lista de países palcos de golpes de Estado bem-sucedidos nos últimos três anos, que, para além do Níger, inclui o Mali (agosto de 2020 e maio de 2021), a Guiné-Conacri (setembro de 2021), o Sudão (outubro de 2021) e o Burkina Faso (janeiro e setembro de 2022).