Abel Djassi / Gaitu Baldé /Estamos a Trabalhar / Presidência da República da Guiné-Bissau
sábado, 21 de dezembro de 2024
Mali: Pelo menos 20 pessoas morreram sexta-feira, quando várias aldeias no centro do Mali (África Ocidental) foram atacadas por grupos jihadistas, segundo adiantou um líder comunitário, um conselheiro local e uma fonte de segurança.
© Maksim Konstantinov/SOPA Images/LightRocket via Getty Images Lusa 21/12/2024
Pelo menos 20 mortos em ataques imputados a grupos jihadistas no Mali
Pelo menos 20 pessoas morreram sexta-feira, quando várias aldeias no centro do Mali (África Ocidental) foram atacadas por grupos jihadistas, segundo adiantou um líder comunitário, um conselheiro local e uma fonte de segurança.
"Seis aldeias da região de Bandiagara [cidade na região de Mopti, no Mali] foram atacadas ontem [sexta-feira] por jihadistas. Os celeiros foram queimados e as pessoas fugiram. Há também cerca de vinte mortos", disse hoje à agência francesa AFP um eleito local, sob condição de anonimato.
Cinco aldeias da região de Bandiagara foram atacadas na sexta-feira e "houve 21 mortos e muitos feridos", confirmou, por outro lado, à AFP uma fonte de segurança do Mali.
"O objetivo destes ataques terroristas é fazer com que as pessoas fujam para criar o caos", acrescentou.
Bocary Guindo, chefe de uma associação de jovens Dogons, declarou nas redes sociais que o número de mortos tinha aumentado para mais de 20, após os ataques em Bourari (15 mortos), Madina (2), Banguel Toupè Singuel (2) e Gaza (5).
Outras aldeias, como Massasegué e Sonfounou, foram igualmente incendiadas.
Desde 2012 que o Mali tem sido assolado pelas atividades de grupos filiados na Al-Qaeda e no Estado Islâmico, bem como pela violência de grupos comunais e criminosos.
Bocary Guindo, dirigente de uma associação de jovens Dogons, declarou nas redes sociais que o número de mortos tinha aumentado para mais de 20, na sequência de ataques em Bourari (15 mortos), Madina (2), Banguel Toupè Singuel (2) e Gaza (5).
Outras aldeias, como Massasegué e Sonfounou, foram igualmente incendiadas.
Desde 2012, o Mali tem sido assolado pelas atividades de grupos filiados na Al-Qaeda e no Estado Islâmico, bem como pela violência de grupos criminosos.
Desde que tomaram o poder através de golpes de Estado em 2020 e 2021, os militares romperam a sua antiga aliança com a antiga potência dominante, a França, e viraram-se militar e politicamente para a Rússia.
Zahla Bayramova: A Rússia está a usar o Azerbaijão para vender petróleo e gás à União Europeia, contornando as sanções económicas. Toda a gente sabe isso e ninguém faz nada", disse a jovem, em entrevista à Lusa em Estrasburgo, onde representou o seu pai, um dos três finalistas do prémio Sakharov, que foi impedido de participar na cerimónia.
© Aziz Karimov/Getty Images Por Lusa 21/12/2024
Filha de ativista azeri avisa que UE financia Rússia apesar das sanções
A filha do ativista azeri Gubad Ibadoghlu advertiu a União Europeia (UE) que para travar a crescente influência da Rússia deve deixar de financiar este país indiretamente, comprando petróleo e gás russo a países como o Azerbaijão.
Zahla Bayramova, filha do académico e ativista anticorrupção detido no Azerbaijão desde julho de 2023, aproveitou a cerimónia de entrega do Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento 2024, que decorreu esta semana no Parlamento Europeu em Estrasburgo, para denunciar o "segredo mais mal guardado" da UE.
"A Rússia está a usar o Azerbaijão para vender petróleo e gás à União Europeia, contornando as sanções económicas. Toda a gente sabe isso e ninguém faz nada", disse a jovem, em entrevista à Lusa em Estrasburgo, onde representou o seu pai, um dos três finalistas do prémio Sakharov, que foi impedido de participar na cerimónia.
A União Europeia aprovou recentemente o 15.º pacote de sanções económicas a Moscovo, na sequência da invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022.
"[O governo azeri] não quer que o meu pai fale disto", comentou.
No conflito da Ucrânia, a UE "não pode apoiar a Ucrânia e ao mesmo tempo dar dinheiro de forma indireta à Rússia", sustentou Zahla Bayramova, também ativista dos direitos humanos.
"Isto não vai ajudar ninguém, vai causar muita morte e frustração e é um desperdício de fundos. A UE deve focar-se nisto e compreender quem é um aliado e quem está a ajudar a Rússia, como o Azerbaijão", sublinhou, na entrevista à Lusa.
Zahla Bayramova apela à UE para que suspenda "todas as compras de petróleo e gás do Azerbaijão", porque "está a financiar este governo, que é repressivo e que está a usar este dinheiro para enriquecer e para fortalecer a polícia do Estado, enquanto ajuda a Rússia a lavar petróleo e gás".
Comentando a crescente influência de Moscovo em países como a Roménia, Estado-membro da UE e também da NATO, ou a Geórgia, candidata à adesão, a ativista azeri diz que só há uma solução: "Parar o regime da Rússia".
O partido Sonho Georgiano, no poder na Geórgia, ou Calin Georgescu, o candidato pró-russo que venceu a primeira volta das eleições presidenciais na Roménia, entretanto anuladas pelo Tribunal Constitucional devido a interferências de Moscovo, "têm como principal objetivo receber muito dinheiro do governo russo", frisou a ativista.
"Eles não são nacionalistas, não se preocupam com os seus cidadãos, não são ambientalistas, não têm ideologias. A sua única ideologia é o dinheiro e é isso que estão a ter da Rússia", afirmou.
"Se se conseguir fazer a Rússia passar fome e garantir que nenhum dinheiro chega lá, assim não teria dinheiro para influenciar ninguém, para financiar o exército ou para todas estas repressões. A polícia não vai lutar pelo [Presidente russo, Vladimir] Putin se não tiver ordenados. É exatamente a mesma coisa com o Azerbaijão", disse.
A UE, sublinhou, "tem de parar estes regimes e garantir que o dinheiro não vai para a Rússia de forma alguma, bem como para os países à volta que são basicamente satélites, como Azerbaijão e Bielorrússia".
A ativista denunciou que o pai, em prisão domiciliária desde abril, precisa de uma cirurgia cardíaca urgente, mas está sem acesso a tratamentos médicos e foram-lhe retirados os seus documentos.
"Não estou a pedir à UE que mude o meu país, obviamente isso não vai acontecer. O que peço é que pelo menos arranje um médico e ajuda para presos políticos como o meu pai", disse, exemplificando: "A UE está a investir muito dinheiro para melhorar o sistema penitenciário do Azerbaijão, mas para onde estão a ir estes fundos? Têm de fazer estas perguntas e garantir que os presos políticos têm pelo menos direito a um médico e tratamentos para que as pessoas não morram".
Quando os opositores políticos morrem, disse, recordando o caso do opositor russo, Alexei Navalny, "não há consequências".
"Se o meu pai morrer, eu não quero saber do prémio ou de nada do que foi feito, nada é importante para mim. É isso que estou a tentar fazer, salvar a vida do meu pai", afirmou.
O Gabinete da Primeira-Dama da Guiné-Bissau, Dinisia Reis Embaló, espalhou alegria e esperança com a entrega de presentes de Natal. As ações solidárias foram realizadas na Pediatria do Hospital Nacional Simão Mendes, no Hospital Militar, no Centro Materno Infantil e também aos funcionários da Presidência.
sexta-feira, 20 de dezembro de 2024
COMUNICADO DE IMPRENSA CONJUNTO FAO/UNICEF/WFP. ÁFRICA OCIDENTAL E CENTRAL ENFRENTA UMA CRISE ALIMENTAR CADA VEZ MAIS PROFUNDA - AS AGÊNCIAS DA ONU APELAM AO REFORÇO DA ACÇÃO HUMANITÁRIA E A SOLUÇÕES DURADOURAS PARA A FOME
DACAR - Mais de 40 milhões* de pessoas em toda a África Ocidental e Central estão a lutar para se alimentarem durante a época pós-colheita de 2024. Este número deverá aumentar para 52,7 milhões em meados de 2025, incluindo 3,4 milhões de pessoas que enfrentam níveis de fome de emergência (IPC/CH Fase 4), de acordo com uma nova análise de segurança alimentar do Quadro Harmonizado divulgada este mês.
Apesar de uma queda ligeira no número de pessoas em situação de insegurança alimentar aguda em comparação com o ano passado - associada a uma melhor segurança e a uma precipitação acima da média em algumas partes do Sahel, a insegurança alimentar está a agravar-se. O número de pessoas que enfrentam níveis de emergência de fome (IPC/CH Fase 4) aumentou 70% durante a época pós-colheita e 22% durante a época de escassez de junho-agosto de 2025.
Os países mais afetados incluem a Nigéria, os Camarões e o Chade - que, em conjunto, representam mais de metade da população total em situação de insegurança alimentar - enquanto as pessoas deslocadas à força suportam o peso da crise alimentar. Esta situação sublinha a necessidade urgente de uma ação humanitária reforçada e de soluções a longo prazo que resolvam eficazmente a crise alimentar que afeta o Sahel e a região do Lago Chade.
“O ciclo vicioso da fome na África Ocidental e Central pode ser quebrado, mas exige uma mudança substancial na nossa abordagem”, afirmou Margot van der Velden, Diretora Regional do PAM para a África Ocidental. “Precisamos de financiamento atempado, flexível e previsível para chegar às pessoas afetadas pela crise com assistência que salva vidas, e investimentos maciços em preparação, ação antecipada e construção de resiliência para capacitar as comunidades e reduzir as necessidades humanitárias”.
A insegurança alimentar na região é causada por conflitos, deslocações, instabilidade económica e choques climáticos graves. Mais de 10 milhões de pessoas foram deslocadas à força na região, com números significativos no Burkina Faso, Chade, Camarões, Mauritânia, Níger e Nigéria. As pessoas deslocadas à força são, na maioria das vezes, afastadas dos seus campos e zonas de pastagem, o que impossibilita a agricultura - vital para a segurança alimentar. Além disso, os choques climáticos - especialmente as inundações mortais deste ano que afetaram seis milhões de pessoas - ceifam vidas e destroem meios de subsistência, afetando a produtividade agrícola.
“A deterioração contínua da segurança alimentar e da nutrição, apesar dos esforços significativos dos governos e dos parceiros, reforça a necessidade de uma mudança urgente de paradigma na resposta”, afirmou Robert Guei, Coordenador Subregional da FAO para a África Ocidental. Precisamos de reforçar e implementar programas conjuntos integrados de resiliência nos países mais afetados e não só. Além disso, precisamos de facilitar o acesso dos pequenos agricultores a fertilizantes produzidos localmente para impulsionar uma produção alimentar sustentável, acessível e nutritiva”.
Os elevados preços dos alimentos e o baixo poder de compra das famílias estão a agravar a crise, impossibilitando muitas famílias de comprar até mesmo alimentos nutritivos básicos. Estes problemas económicos são particularmente graves em países costeiros como o Senegal, a Guiné, a Serra Leoa e a Nigéria, onde o custo de vida disparou.
A situação está a afetar significativamente o estado nutricional das crianças. Em 2024, estima-se que 16,3 milhões de crianças sofreriam de desnutrição aguda, incluindo 5 milhões na sua forma grave. Inquéritos nutricionais recentes realizados no Sahel revelam igualmente uma deterioração da situação em várias regiões.
“Uma boa nutrição nos primeiros anos de vida é o alicerce para a sobrevivência e desenvolvimento da criança e para uma vida adulta saudável no futuro. Cada dólar investido em nutrição produz até 16 dólares em retornos económicos através de uma saúde melhorada, melhores resultados na educação e maior produtividade ao longo da vida”, afirmou o Diretor Regional da UNICEF, Gilles Fagninou. “Temos de garantir um acesso fiável e suficiente a alimentos terapêuticos para tratar as crianças com menos de 5 anos na região, ao mesmo tempo que procuramos investir a longo prazo para evitar que a desnutrição surja em primeiro lugar”.
Com um financiamento suficiente e previsível, a FAO, a UNICEF e o PAM continuarão a trabalhar com os governos nacionais, intensificando os seus esforços contínuos para aliviar a fome, construir comunidades resilientes, avançar para sistemas alimentares sustentáveis e tirar as pessoas da pobreza através de programas de reforço da resiliência.
Desde 2018, o PAM e a UNICEF têm trabalhado com os governos nacionais em todo o Sahel para combater as causas profundas da fome e construir um sistema mais robusto e resiliente que forneça alimentos a preços acessíveis, seguros e nutritivos às famílias e comunidades. Recorrendo a uma abordagem multissectorial, as duas agências estão a criar mais oportunidades para que tanto as pessoas como os sistemas se preparem melhor e enfrentem os choques e as crises recorrentes.
Nota para os editores:
Para mais informações sobre o Quadro Harmonizado, visite este website.
* Os dados globais sobre segurança alimentar incluem o Quadro Harmonizado para a África Ocidental e Central e os dados do IPC para a República Centro-Africana.
Fotos e vídeos (vídeos + entrevistas) estão disponíveis aqui.
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Sobre o PAM
O Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas é a maior organização humanitária do mundo, salvando vidas em situações de emergência e utilizando a assistência alimentar para construir um caminho para a paz, estabilidade e prosperidade para as pessoas que estão a recuperar de conflitos, catástrofes e do impacto das alterações climáticas. Siga-nos no Twitter @wfp_media; @WFP_WAfrica e @WFP_FR; Facebook, and YouTube
Sobre a FAO
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) é a agência especializada das Nações Unidas que lidera os esforços internacionais para eliminar a fome. O seu objetivo é alcançar a segurança alimentar para todos e garantir o acesso regular e adequado a alimentos de boa qualidade para todos, permitindo que as pessoas tenham uma vida saudável e ativa. Com mais de 194 países membros, a FAO trabalha em mais de 130 países em todo o mundo. As contas da FAO no Twitter são @FAO, @FAOArabic, @FAOenEspanol, @FAOenFrancais
Sobre a UNICEF
A UNICEF trabalha em alguns dos lugares mais difíceis do mundo, para chegar às crianças mais desfavorecidas do mundo. Em mais de 190 países e territórios, trabalhamos para todas as crianças, em todo o lado, para construir um mundo melhor para todos. Para mais informações sobre a UNICEF e o seu trabalho em prol das crianças, visite www.unicef.org Segue UNICEF on Twitter, Facebook, Instagram e YouTube.
Para mais informações, contatar:
Djaounsede Madjiangar, WFP/Dakar, Mob. +221 77 639 42 71; Djaounsede.Madjiangar@wfp.org
John James, UNICEF/Dakar, Mob. +221 78 638 02 52, jjames@unicef.org
Mehdi Drissi, FAO/Dakar, Mob. ++ 221 78 621 6310; Mehdi.Drissi@fao.org
Fonte: Isabel NUNES CORREIA 20 Dezembro 2024

Ucrânia: Argentina acusa Rússia de "grave violação" em ataque a embaixadas em Kyiv
© Getty Images Lusa 20/12/2024
O governo argentino condenou hoje de forma "enérgica" o ataque russo que atingiu várias representações diplomáticas em Kyiv, incluindo a argentina e a portuguesa, qualificando-o de "grave violação" do direito internacional.
"A República Argentina condena energicamente o ataque da Federação Russa hoje, 20 de dezembro, contra a capital ucraniana, Kyiv, que causou danos materiais à embaixada do nosso país e a outras representações diplomáticas na capital", lê-se num comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros argentino.
Para o governo de Javier Milei, "este ataque constitui uma grave violação do direito internacional, que garante a inviolabilidade das missões diplomáticas".
"Condenamos firmemente qualquer ato que ponha em perigo a segurança do pessoal diplomático e dos civis e apelamos à cessação imediata das hostilidades e ao respeito pelas normas internacionais", acrescenta o comunicado.
A Rússia voltou hoje a atacar o centro de Kyiv, com cinco mísseis balísticos norte-coreanos e de fabrico russo, num ataque que o Kremlin considerou ser uma retaliação ao último ataque ucraniano com dez mísseis ATACMS e Storm Shadow na quarta-feira.
O bombardeamento combinado causou danos em cinco bairros da capital ucraniana. Numa dessas zonas, junto do estádio olímpico de Kyiv, um edifício de escritórios, instalações comerciais e um hotel ficaram gravemente danificados, segundo as autoridades ucranianas.
Segundo o porta-voz da diplomacia ucraniana, Heorhii Tykhyi, as instalações das missões diplomáticas registaram "janelas partidas, portas danificadas e fragmentos do teto destruídos", num ataque que deve servir de "lembrete da agressão bárbara da Rússia contra a Ucrânia, particularmente para as populações destes países".
Entre as representações afetadas estão ainda as da Albânia, Macedónia do Norte, Montenegro e Palestina.
O Governo português condenou de maneira "veemente os ataques desta madrugada", que "causaram danos materiais em diversas missões diplomáticas, incluindo a chancelaria da embaixada de Portugal", referiu um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros divulgado hoje de manhã.
O Palácio das Necessidades acrescentou que um representante da Federação Russa "foi já chamado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros para que seja apresentado um protesto formal junto" de Moscovo.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.
As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território, e a rejeitar negociar enquanto as forças ucranianas controlem a região russa de Kursk, parcialmente ocupada em agosto.
Leia Também: A Embaixada de Portugal em Kyiv foi atingida esta "madrugada" num ataque à capital ucraniana. Face ao incidente, o Encarregado de Negócios da Federação Russa foi "chamado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros para que seja apresentado um protesto formal" - e as reações (nacionais e internacionais) não se fizeram esperar.

Várias pessoas atropeladas num mercado de natal na Alemanha. Há pelo menos uma vítima mortal
Atropelamento em massa na Alemanha (AP) cnnportugal.iol.pt
Pelo menos uma pessoa morreu na sequência de um atropelamento em massa num mercado de Natal em Madgeburgo, na Alemanha, avança o jornal Bild. O condutor foi detido no local.
O jornal alemão fala num “ataque terrorista”, confirmado pelo porta-voz do governo Matthias Schuppe.
De acordo com testemunhas no local, o condutor de um BMW escuro atropelou diretamente uma multidão no mercado de Natal, provocando vários feridos e "provavelmente mortes", refere-se no jornal.
A organização decidiu encerrar o mercado de Natal e pediu à população para que deixe o centro da cidade.

Guiné-Bissau: O consulado de Portugal na Guiné-Bissau recebeu, em 2024, 16 mil pedidos de vistos de entrada no território português, anunciou hoje o embaixador em Bissau, Miguel Cruz Silvestre, considerando que se trata de "um aumento significativo".
Lusa 20/12/2024
Consulado de Portugal em Bissau recebeu 16 mil pedidos de vistos em 2024
O consulado de Portugal na Guiné-Bissau recebeu, em 2024, 16 mil pedidos de vistos de entrada no território português, anunciou hoje o embaixador em Bissau, Miguel Cruz Silvestre, considerando que se trata de "um aumento significativo".
De acordo com o diplomata português, o ano ainda não acabou, mas já há um aumento de dois mil pedidos de vistos em relação a 2023.
O embaixador falava hoje à margem de uma visita de trabalho que realizou nas instalações da Polícia Judiciária (PJ) em Bissau, a convite do diretor daquela corporação, Domingos Correia.
"Ontem (quinta-feira) mesmo, recebemos na embaixada o processo 16 mil, e ainda não acabámos o ano o que demonstra que tem havido um aumento significativo da capacidade de receção e resposta da parte da embaixada de Portugal na Guiné-Bissau e dos seus serviços consulares", notou Miguel Silvestre.
O diplomata português aproveitou a ocasião para destacar "a boa cooperação" entre a PJ guineense e a embaixada, dando o exemplo de uma operação, ocorrida em 2024, em que aquela polícia desmantelou uma rede de malfeitores que tinham na sua posse, de forma fraudulenta, 2.500 passaportes.
Miguel Silvestre frisou que cabe às autoridades guineenses desmantelarem quaisquer redes que possam estar a atuar, de forma ilegal, em processos de aquisição de vistos de entrada em Portugal.
O embaixador português na Guiné-Bissau rotulou de "colaboração aprofundada e positiva" da PJ guineense na identificação de documentos contrafeitos e falsos e também no combate às redes de auxílio à emigração ilegal.
São redes que "de forma fraudulenta, aliciam pessoas que querem fazer os seus pedidos de visto e que lhes cobram grandes quantias", explicou o diplomata português.
Miguel Silvestre frisou que essas redes apenas contribuem para "lançar confusão".
O diretor da PJ guineense, Domingos Correia, corroborou as explicações do embaixador de Portugal e prometeu continuar a ação de combate a processos fraudulentos de aquisição de vistos em todas as embaixadas sediadas em Bissau.
Veja Também: O Embaixador de Portugal 🇵🇹 e o Embaixador da UE 🇪🇺 efetuaram, ontem à tarde, uma visita conjunta as instalações do Sistema Costa Segura em Bissau 🇬🇼, onde foram recebidos pelo Chefe de Estado Maior da Armada, Contra-Almirante Helder Nhanque, e pelo Presidente do Conselho de Administração do Instituto Marítimo Portuário (IMP), Dr. Gualdino Afonso Té.

Oposição em Cabo Verde acusa Governo de "golpe constitucional"
© Lusa 20/12/2024
Os dois partidos da oposição em Cabo Verde acusaram hoje o Governo de usar a "maioria parlamentar" para aprovar a proposta de lei da carreira docente, ignorando o veto presidencial e insistindo na sua promulgação.
"Estamos perante um expediente para ultrapassar o veto presidencial ao decreto-lei apresentado pelo Governo", afirmou o presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), Rui Semedo, acusando o executivo de "impor a força da maioria" para "ultrapassar o veto" do chefe de Estado ocorrido em setembro.
"É, portanto, um golpe institucional", apontou ainda, durante a segunda sessão plenária de dezembro, retomada hoje após a suspensão dos trabalhos na quarta.
Uma das propostas em discussão é o Plano de Carreira, Funções e Remunerações (PCFR) do pessoal docente.
O Governo anunciou em setembro que reconfiguraria a lei para apresentá-la novamente ao parlamento, após o veto presidencial, com o qual havia manifestado desacordo na altura.
José Maria Neves, Presidente cabo-verdiano, vetou o plano por considerar que não foram atendidas "questões fraturantes", nomeadamente relacionadas com a formação de docentes.
O objetivo do veto seria permitir ao Governo reapreciar o documento, tendo manifestado disponibilidade para estimular o diálogo.
O Governo, no entanto, discordou do veto, recordou negociações realizadas e apelou ao Presidente para rever o "veto político".
"Quando o Presidente veta uma iniciativa, ela é rediscutida, alterada e submetida de novo ao chefe de Estado", justificou Rui Semedo no parlamento, acusando o executivo de "utilizar o parlamento" para aprovar o plano de carreiras "de qualquer maneira".
O líder do PAICV criticou ainda a "ausência de diálogo" e uma postura de "confrontação com a instituição do Presidente da República", afirmando que o Governo procura "impor por esta via" sua força, o que classificou como "antidemocrático" e potencialmente gerador de crises institucionais.
António Monteiro, deputado da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), também criticou a insistência do Governo em reapresentar o diploma sem corrigir as falhas ou dialogar com os professores.
"A nossa classificação enquanto políticos está extremamente mal, e nós não podemos continuar a dar razão à população para nos caracterizar desta forma", afirmou.
Por outro lado, Celso Ribeiro, deputado do Movimento para a Democracia (MpD, no poder), defendeu que estão a "encarar o processo da proposta com naturalidade e humildade", argumentando que o veto presidencial não significa um encerramento unilateral.
"Estamos aqui a reabrir, o que demonstra que esta é a casa do povo. Vamos melhorar o documento. Estranho quando falam em força da maioria, mas querem bloquear com a força da minoria", concluiu.
Em setembro, os sindicatos dos professores disseram que as várias reuniões com o Governo não resultaram em nenhum entendimento, realizando uma greve de dois dias no início do ano letivo, em protesto contra as alterações à carreira, propostas pelo executivo.


Seis missões diplomáticas atingidas em ataques russos (Portugal incluído)
© Getty Images LUSA 20/12/2024
Seis missões diplomáticas, entre elas a de Portugal, foram danificadas pelos ataques russos que atingiram hoje de manhã um bairro nobre do centro de Kiev, afirmaram diplomatas ucranianos.
Além da de Portugal, foram atingidas as missões diplomáticas da Albânia, Argentina, Autoridade Palestiniana, Macedónia do Norte e do Montenegro, divulgou o Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano numa mensagem.
A maioria destas missões está localizada no mesmo edifício.
Portugal, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e a alta-representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Kaja Kallas, condenaram já os bombardeamentos russos.
O executivo português condenou de maneira "veemente os ataques desta madrugada", que "causaram danos materiais em diversas missões diplomáticas, incluindo a chancelaria da embaixada de Portugal", dá conta um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
O Palácio das Necessidades acrescentou que um representante da Federação Russa "foi já chamado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros para que seja apresentado um protesto formal junto" de Moscovo.
O chefe da diplomacia portuguesa, Paulo Rangel indicou que não há registo de feridos na equipa da embaixada portuguesa em Kiev, que se encontra no mesmo edifício que as da Argentina, Albânia e Montenegro.
"Isto é altamente condenável. Qualquer ataque da Rússia à Ucrânia e à cidade de Kiev merece a nossa mais veemente condenação, mas é absolutamente inaceitável que possa haver ataques que tenham impacto ou afetem instalações diplomáticas", disse Rangel.
Ursula von der Leyen, por seu lado, afirmou hoje que o "desrespeito de [o Presidente russo, Vladimir] Putin pela lei internacional atingiu um novo patamar", na sequência de um ataque com mísseis russos que danificou as seis missões diplomáticas em Kiev.
"Mais um ataque horrendo da Rússia contra Kiev. Desta vez contra um edifício que alberga a embaixada de Portugal e outros serviços diplomáticos. O desrespeito de Putin pela lei internacional atingiu um novo patamar", escreveu na rede social X.
Também na mesma rede social, Kaja Kallas condenou o "ataque bárbaro" com mísseis russos que danificou as seis embaixadas.
"Mísseis russos danificaram a embaixada de Portugal em Kiev. Nenhuma representação diplomática ser um alvo ou ser atingida. Isto é mais um ataque bárbaro da Rússia contra alvos civis que indica que não há qualquer vontade de paz", escreveu Kaja Kallas, antes de ter conhecimento de que, além da missão diplomática portuguesa tinha sido atingida, cinco outras embaixadas foram igualmente alvejadas.
Leia Também: A NATO exortou "a Rússia a cessar imediatamente todos os ataques contra civis e infraestruturas civis ucranianas e a pôr termo à sua guerra ilegal contra a Ucrânia".

Chegada de Sua Excelência, o Presidente da República, após a Visita Oficial à República do Cazaquistão.

Ataque russo atinge zona da embaixada portuguesa em Kiev. Rangel diz que "é inaceitável" e de "grande gravidade"
O ministro dos Negócios Estrangeiros reagiu há momentos ao ataque russo com mísseis que atingiu a zona da embaixada portuguesa em Kiev, na Ucrânia, causando “danos materiais” ao edifício.
Aos jornalistas, Paulo Rangel diz que o ato “merece a nossa repreensão em termos diplomáticos” e que já convocou o Encarregado de Negócios da Federação Russa para apresentar um protesto formal junto de Moscovo. Para já, diz o governante, a embaixada portuguesa em Kiev não será encerrada.

É um velho truque, mas os maiores retalhistas de Nova Iorque usam sempre na quadra festiva
É uma tradição de marketing que remonta a mais de um século. Todos os anos, os retalhistas mais famosos da cidade de Nova Iorque enchem as suas opulentas montras durante o período de Natal. Reportagem de Dora Mekouar narrada por Álvaro Ludgero Andrade

Novo Governo de Macau toma hoje posse na presença de Xi Jinping
© Lusa 20/12/2024
O novo Governo de Macau, encabeçado pelo ex-magistrado Sam Hou Fai, toma posse hoje, numa cerimónia liderada pelo Presidente da China, Xi Jinping.
O chefe do executivo eleito, Sam Hou Fai, e os titulares dos principais cargos do Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), são empossados quando se assinala o 25.º aniversário da transferência do território, de Portugal para a China.
A cerimónia vai ser presidida pelo chefe de Estado da China, Xi Jinping, que chegou a Macau na quarta-feira e permanece no território até sexta-feira à tarde.
À semelhança dos governos anteriores, de Edmund Ho (1999-2009), Fernando Chui Sai On (2009-2019) e Ho Iat Seng (2019-2024), cabe também agora ao líder máximo da China presidir à cerimónia.
Para a visita do Presidente chinês, Macau reforçou as medidas de segurança, nomeadamente no aeroporto e na ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. Os drones estão proibidos de sobrevoar a região até domingo e a atividade dos estabelecimentos de armeiros e de operadores de imitações de armas de fogo foram suspensas até hoje.
Além de Sam Hou Fai, o sexto Governo da RAEM integra André Cheong e Wong Sio Chak, que mantêm as pastas da Administração e Justiça e da Segurança, respetivamente.
Quanto às restantes três secretarias, a da Economia e Finanças vai ser liderada pelo atual diretor dos Serviços de Economia, Tai Kin Ip; a dos Transportes e Obras Públicas, liderada nos últimos 10 anos pelo português Raimundo do Rosário, vai para as mãos do diretor dos Serviços de Proteção Ambiental (DSPA), Raymond Tam.
A pasta dos Assuntos Sociais e Cultura fica a cargo de O Lam, que entre 2014 e 2019 desempenhou as funções de chefe de gabinete do antigo chefe do executivo Fernando Chui Sai On.
Elsie Ao Ieong, que no atual Governo de Ho Iat Seng estava com os Assuntos Sociais e Cultura, vai chefiar o Comissariado de Auditoria.
Já o Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) vai ser liderado por Ao Ieong Seong, até aqui adjunta do comissário Chan Tsz King, que, por sua vez, passa para o cargo de Procurador-geral do Ministério Público.
Leong Man Cheong mantém-se à frente dos Serviços de Polícia Unitários e Adriano Marques Ho, atualmente na liderança da Direção de Inspeção e Coordenação de Jogos, fica com a direção-geral dos Serviços de Alfândega.
Ex-presidente do Tribunal de Última Instância, Sam Hou Fai vai ser o primeiro líder do Governo a falar português. Foi escolhido em 13 de outubro por um colégio eleitoral de 400 membros, selecionados por mais de 6.200 representantes de associações e organizações locais.
Nascido em 1962 em Zhongshan, na província chinesa de Guangdong, vizinha de Macau, o magistrado completou a licenciatura em Direito pela Universidade de Pequim, tendo frequentado posteriormente os cursos de Direito e de Língua e Cultura Portuguesa da Universidade de Coimbra.
Leia Também: Xi Jinping quer Macau mais aberto e com papel maior no mundo
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Durante a visita oficial ao Cazaquistão, a convite do Presidente Kassym-Jomart Tokayev.
A agenda incluiu encontros bilaterais, visitas a indústrias estratégicas e centros tecnológicos. Também abordou temas como segurança alimentar, mecanização agrícola e irrigação junto à Organização Islâmica para a Segurança Alimentar.
Destaque ainda para a visita à Grande Mesquita de Astana e ao Centro Financeiro Internacional, reforçando laços de cooperação e oportunidades de desenvolvimento.
Presidência da República da Guiné-Bissau
Veja Também: O presidente foi recebido calorosamente na cidade de Almaty, conhecida como a “Cidade das Maçãs”.
O programa incluiu uma visita à inovadora academia de futebol FootLab Almaty, referência na Ásia Central, e um jantar oficial oferecido pelo governador Yerbolat Dossayev.
