segunda-feira, 30 de abril de 2018

Presidente da Libéria corta salários dos ministros

Primeiro, o Presidente da Libéria, George Weah, deu o exemplo e cortou o seu salário em 25%. Agora é a vez dos ministros e dos chefes das empresas públicas.

Presidente da Libéria, George Weah

As medidas fazem parte de um pacote de austeridade governamental para fazer face à crise económica na Libéria. O Executivo aprovou, na semana passada, uma dedução de 10% dos salários de todos os ministros e dos chefes de agências autónomas e empresas públicas.

"A disparidade salarial é um problema importante. Não encontrámos uma razão para haver pessoas, como eu, que ganham quase 5.000 dólares norte-americanos, quando, ao lado, há pessoas que produzem cevada e ganham 100 ou 150 dólares", afirmou o vice-ministro da Informação, Eugene Fahngon.

Com estes cortes, o Executivo pretende poupar 60 milhões de dólares por ano.

"É uma quantia significativa de dinheiro que pode ser destinada a bibliotecas e clínicas", acrescenta o governante.

Exemplo de cima, outras medidas

Em janeiro, o Presidente George Weah anunciou que iria cortar 25% do seu salário por causa do estado da economia liberiana.

"A nossa economia está despedaçada, o nosso Governo está despedaçado. A inflação sobe, o desemprego subiu para um nível sem precedentes e nunca tivemos tão poucas reservas de divisas", disse Weah na altura.

As medidas foram bem recebidas pela população. Ainda assim, os observadores advertem que é preciso ir além dos cortes nos salários dos governantes.

"Estes funcionários representam menos de 15% do setor público. São apenas uma pequena parte da folha de pagamentos do Governo, que tem um défice de milhões de dólares que precisa de ser resolvido", afirma Menipakei Dumoe.

Segundo a analista, o Governo tem de mostrar firmeza na resolução dos problemas da economia e criar oportunidades de investimento.

"Os setores dos minérios de ferro e da borracha estão a passar por dificuldades. O Governo tem de encontrar formas inovadoras de reduzir o desperdício, pois a Libéria é o único dos três países afetados pelo vírus do ébola que ainda não cresceu 5% ao ano."

Ainda não se sabe se os deputados liberianos ou os juízes vão seguir os passos do Presidente e dos membros do Governo e cortar também os seus salários. Os analistas acreditam, no entanto, que isso poderá ser mais difícil, tendo em conta as regalias que os deputados e juízes recebem.

dw.com/pt

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