terça-feira, 7 de maio de 2024
Stormy Daniels: Ex-atriz porno confirma em tribunal encontro sexual com Trump
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Por Lusa 07/05/24
A ex-atriz pornográfica Steffany Clifford, conhecida profissionalmente como Stormy Daniels, descreveu hoje, durante o seu depoimento como testemunha no julgamento em Nova Iorque do ex-Presidente norte-americano Donald Trump por falsificação de documentos, o alegado encontro sexual entre ambos.
A antiga atriz afirmou em tribunal que, no suposto encontro, o magnata norte-americano não a agrediu verbal ou fisicamente, embora tenha assinalado um "desequilíbrio de poder" entre os dois e soubesse que o guarda-costas se encontrava no exterior.
"Contei a muito poucas pessoas que tínhamos tido uma relação sexual porque tinha vergonha de não a ter interrompido [a tempo]", explicou, acrescentando que, após o encontro, saiu "o mais rapidamente que pôde".
Stormy Daniels detalhou que Trump, que ela disse ter visto como um homem da idade do seu pai, na altura com 60 anos, não lhe deu dinheiro ou o seu número telefone "ou qualquer coisa assim", nem lhe pediu que mantivesse o encontro confidencial ou expressasse preocupação por causa da sua mulher esposa, Melania Trump.
A agência Associated Press descreve que os jurados pareciam fascinados enquanto a antiga atriz, apesar das repetidas objeções dos advogados de defesa e das advertências ocasionais do juiz, oferecia um relato detalhado e às vezes gráfico de uma relação que Trump nega.
O político republicano e recandidato à Casa Branca, acusado de esconder um suborno a Daniels nas contas de campanha, olhou para a frente quando ela entrava no tribunal, e depois balançou a cabeça e sussurrava para seus advogados enquanto ouvia o testemunho.
O depoimento é uma peça central para o caso porque nas semanas finais da campanha presidencial republicana de Trump em 2016, o advogado de Trump, Michael Cohen, terá pago a Stormy Daniels 130 mil dólares (120 mil euros) para manter o silêncio sobre o que ela diz ter sido um encontro sexual estranho e inesperado no seguimento de um passeio de golfe de celebridades em Lake Tahoe em julho de 2006.
Interrogada pelo procurador, Daniels contou como um encontro inicial num torneio de golfe, onde discutiram a indústria de filmes adultos, evoluiu para um breve encontro sexual que, segundo afirmou, Trump teve a iniciativa depois de a convidar para jantar e seguir para a sua suíte no hotel.
Após terem estado juntos, relatou: "Foi muito difícil encontrar os meus sapatos porque as minhas mãos tremiam muito".
Trump terá dito que esperava voltar a encontrar a ex-atriz, mas ela "apenas queria ir embora."
Desde que o encontro foi revelado, Daniels emergiu como uma antagonista da versão de Trump, partilhando a sua história num livro e na televisão e criticando e o ex-Presidente com tiradas pejorativas.
Depois de várias discussões com o juiz e os advogados de Trump, a procuradora Susan Hoffinger conduziu o interrogatório com cautela, instruindo a testemunha a manter suas respostas breves e livres de detalhes extras.
O juiz Juan M. Merchan rejeitou repetidamente as tentativas de Daniels de descrever o encontro de forma mais vívida, retirando várias das suas respostas dos registos oficiais do julgamento.
Alegadamente, Cohen pagou a Daniels após ter recebido a informação de que ela estava disposta a fazer declarações oficiais ao National Enquirer ou na televisão confirmando um encontro sexual.
O Ministério Público acusa Trump de 34 crimes por suposta falsificação de documentos, numa trama com a qual teria tentado esconder o pagamento em plena campanha eleitoral em 2016 a Stormy Daniels para comprar o seu silêncio e não falar sobre a relação extraconjugal ocorrida dez anos mais cedo.
As acusações que Trump enfrenta remontam a uma investigação lançada pelo gabinete do procurador distrital de Manhattan na sequência de um suposto plano do magnata para esconder vários escândalos sexuais na comunicação social.
Michael Cohen, que também era vice-presidente da Trump Organization, providenciou o pagamento, fornecendo o referido valor do seu próprio bolso e o ex-Presidente é acusado de devolver a verba escondendo-a em diversas despesas legais nos registos da empresa.
Cohen foi condenado em dezembro de 2018 a três anos de prisão.
Ordem dos Advogados, Preocupado com a situação da Justiça na Guiné-Bissau, Beatriz Furtado é a presidente da comissão de acesso ao direito a justiça e patrocínio oficioso da ordem dos advogados, fala esta Terça-feira a imprensa
OIM: Maioria dos migrantes africanos fica no continente quando muda de país
© Reuters
Por Lusa 07/05/24
A maioria dos migrantes africanos permanece no continente quando muda de país, sendo o Sudão do Sul o principal país de origem e o Uganda o maior acolhedor da região, segundo a Organização Internacional para as Migrações.
No seu relatório anual, intitulado "Migração e Migrantes: Uma visão global", a OIM refere que a maior parte da migração internacional em África ocorre dentro do continente.
Os últimos dados disponíveis sobre o número de migrantes internacionais, referentes a 2020, mostram que cerca de 21 milhões de africanos viviam em outro país africano, representando um aumento significativo em relação a 2015, quando se estimava que cerca de 18 milhões de africanos viviam fora do seu país de origem, mas dentro da região.
"O número de africanos a viver em diferentes regiões também aumentou durante o mesmo período, de cerca de 17 milhões em 2015 para mais de 19,5 milhões em 2020", lê-se no relatório.
Em 2020, a maioria dos migrantes nascidos em África a viver fora da região residia na Europa (11 milhões), na Ásia (quase cinco milhões) e na América do Norte (cerca de três milhões).
Entre 2015 a 2020, o número de migrantes nascidos fora da região manteve-se praticamente inalterado (cerca de dois milhões), a maioria dos quais provenientes da Ásia e da Europa.
A maioria dos refugiados no continente foi acolhida em países vizinhos da região, com o Sudão do Sul a ser o país de origem do maior número de refugiados em África (cerca de 2,3 milhões) e a ocupar o quarto lugar a nível mundial, a seguir à República Árabe Síria, à Ucrânia e ao Afeganistão.
Segue-se a República Democrática do Congo (RDCongo) e o Sudão, responsáveis por 900.000 e 800.000 migrantes, respetivamente).
Outros países de origem de um número significativo de refugiados foram a Somália (cerca de 800.000) e a República Centro-Africana (mais de 748.000).
Entre os países de acolhimento, o Uganda continuou a acolher o maior número de refugiados em África, em 2022: 1,5 milhões.
A maioria dos refugiados no Uganda era originária do Sudão do Sul e da RDCongo. Para além de produzirem um número significativo de refugiados, países como o Sudão e a RDCongo também acolheram grandes populações de refugiados no final de 2022 (quase 1,1 milhões e mais de meio milhão, respetivamente).
A Etiópia, com cerca de 900.000 refugiados, era o terceiro maior país de acolhimento de refugiados em África em 2022, indica o relatório.
Em relação aos estados lusófonos, a OIM apresenta a percentagem de imigrantes nesses países, com Angola a contabilizar 2% da população, o Brasil 0,5%, Cabo Verde 2,8%, Guiné-Bissau 0,9%, Guiné Equatorial 16,4%, Moçambique 1,1%, São Tomé e Príncipe 1% e Timor-Leste 0,6%.
Presidente guineense visita Rússia e vai encontrar-se com Putin
© Getty Images
Por Lusa 07/05/24
O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, viaja hoje para a Rússia, onde vai encontrar-se com o seu homólogo, Vladimir Putin, disse fonte governamental.
De acordo com a fonte, a visita realiza-se no âmbito das celebrações do Dia da Vitoria, a 09 de maio, na capital russa. No encontro com Vladimir Putin, serão discutidos vários assuntos, nomeadamente a cooperação Rússia/Guiné-Bissau no domínio de exploração mineira e de hidrocarbonetos, disse a fonte.
Citado pela agência russa Tass, Yury Ushakov, assessor do Presidente russo, disse hoje que os dois líderes se conhecem bem e que, durante as conversações, deverão ser "abordadas questões relacionadas com a crescente cooperação bilateral, essencialmente nas áreas comerciais e económicas".
Leia Também: O Presidente do Togo promulgou uma nova Constituição, que altera o sistema presidencialista para uma república parlamentar e garante-lhe a permanência no poder sem limite de mandatos, garantido o domínio do parlamento.
Os líderes religiosos da Guiné-Bissau, nomeadamente, da Igreja Católica, Evangélica e da Comunidade Islâmica, foram solidarizar-se com a família Bamba, da aldeia de Sancorla.
Confira o vídeo.👇
DETIDOS 64 ESTRANGEIROS QUE ESTAVAM A RECEBER TREINAMENTO MILITAR CLANDESTINAMENTE, EM GABU, LESTE DA GUINÉ-BISSAU
Por radiosolmansi.net
Uma operação conjunta efetuada, no dia 29 de abril, pelas forças de segurança da província leste e a agente secreta de Gabú resultou na detenção de 64 indivíduos de diferentes nacionalidades que estavam a ser treinados clandestinamente durante a noite na antiga pista de aviação de Gabú, o que deixaram os moradores daquela zona assustados.
De acordo com as nossas fontes, os detidos são de diversas nacionalidades. Entre os detidos, alguns foram identificados como cidadãos de países da região e além, nomeadamente Mali, Guiné-Conacri, Costa de Marfim e Mauritânia, levantando preocupações sobre possíveis atividades ilícitas na região. Entre os presos estão quatro mulheres e um adolescente da nacionalidade Conacri-Guineense.
A descoberta das atividades clandestinas e a subsequente detenção dos suspeitos foram resultados diretos de várias denúncias feitas pelos populares daquela zona.
A nossa fonte não especificou a natureza exata do treinamento realizado pelos detidos, mas confirmaram que estas pessoas, agora presas, não vestiam uniformes militar ou policial e também não usavam armas de fogo, mas puderam confirmar que todo o treinamento é feito com base na instrução militar; desde a manipulação da arma até nas técnicas do combate. Segundo as mesmas fontes, os treinos começavam todos os dias por volta das 21 horas e vão até de madrugada.
Ainda de acordo com as nossas fontes, os líderes do grupo foram presos com telemóveis de alta gama e qualidade com valores que ultrapassam 1 milhão de francos cfa.
O que mais criou suspeitas, segundo as mesmas fontes, é que, apesar de exibirem luxos justificaram que vieram para Guiné-Bissau à procura de trabalho sem no entanto munidos de documentação que comprovasse que tivessem entrado no país por via legal.
Dos 64 indivíduos detidos durante a operação de segurança na região leste da Guiné-Bissau, sete (07) foram identificados como responsáveis e foram conduzidos para a capital, Bissau, para interrogatório e investigação mais aprofundados, e os 57 foram encaminhados para a prisão de Bafatá.
A Rádio Sol Mansi deslocou até a esquadra de polícia da Ordem Pública onde estes indivíduos se encontram detidos, mas no entanto, as autoridades locais recusaram-se a comentar sobre o assunto, levantando questões sobre a delicadeza do assunto que já é do conhecimento das autoridades políticas, militares e paramilitares.
Igualmente, tentamos por várias vezes falar, via telefónica, com o responsável do gabinete de comunicação do Ministério do Interior mas não tivemos o retorno.
A transferência de sete responsáveis para Bissau para interrogatório indica que as autoridades estão seguindo as pistas fornecidas e buscando investigar mais a fundo as ramificações dessas atividades ilícitas. Bissau, como o centro administrativo e judicial do país, oferece recursos adicionais para conduzir investigações mais detalhadas e facilitar a cooperação entre as agências de segurança e judiciais.
Além disso, relatos indicam que o centro prisional de Bafatá está enfrentando dificuldades para manter alimentos adequados para os detidos, que segundo a nossa fonte consomem diariamente 25 kg de arroz.
A escassez de recursos alimentares levanta preocupações sobre as condições de detenção e o respeito aos direitos humanos dos prisioneiros. A falta de recursos adequados para atender às necessidades básicas dos detidos destaca os desafios enfrentados pelo sistema prisional da Guiné-Bissau.
A prisão de Bafatá, como muitas outras instalações prisionais na Guiné-Bissau, enfrenta desafios significativos devido à falta de recursos e infraestrutura adequados. A escassez de alimentos é apenas um sintoma desses problemas mais amplos que precisam ser abordados para garantir o cumprimento dos direitos dos detidos e a administração eficaz da justiça no país.
Putin toma posse pela quinta vez e garante que Rússia não recusa "diálogo" com Ocidente
Vladimir Putin tomou posse para um novo mandato de seis anos como presidente da Rússia. Aos 71 anos, o presidente russo foi reeleito por uma maioria esmagadora, cuja legitimidade foi questionada por vários governos ocidentais.
Depois do hino nacional, seguiu-se o primeiro discurso do novo mandato, com Putin a referir-se, logo no início, aos heróis que lutam pela pátria, numa alusão à guerra na Ucrânia e a declarar também disponibilidade para diálogo com o Ocidente.
Guterres saúda criação de secção de livros em português na ONU
© FABRICE COFFRINI/AFP via Getty Images
Por Lusa 07/05/24
O secretário-geral da ONU, António Guterres, saudou a criação de uma secção dedicada a livros de língua portuguesa na biblioteca das Nações Unidas, destacando ainda a importância do idioma como "força unificadora" que transcende fronteiras.
Num evento de celebração do Dia Mundial da Língua Portuguesa, realizado na sede da ONU, na segunda-feira, em Nova Iorque, Guterres agradeceu aos Estados-membros a "generosa doação de mais de uma centena de livros, entre os quais se contam importantes contribuições dos autores lusófonos para o conhecimento e a cultura mundiais".
"São obras que oferecem uma janela para os corações e as mentes do mundo de língua portuguesa, convidando colegas e leitores a explorarem, a refletirem e a emocionarem-se com a rica diversidade da nossa língua", disse o líder da ONU.
O antigo primeiro-ministro português destacou a importância do idioma como elo de ligação entre culturas e comunidades em todo o mundo e considerou a língua portuguesa, falada por centenas de milhões de pessoas, uma "força unificadora" que atua "como veículo de expressão na diplomacia, nas artes e na literatura".
Guterres indicou que o português é já uma língua de trabalho em algumas agências da ONU, destacando o serviço de língua portuguesa da 'ONU News', em conjunto com as equipas de redes sociais e dos Centros de Informação e Escritórios Regionais Lusófonos da ONU, a evidenciar "a crescente procura de informação em português".
Os esforços para tornar o português uma das línguas oficiais das Nações Unidas continuam em marcha, mas o investimento financeiro exigido "é imenso", disse, no ano passado, à Lusa a embaixadora de Portugal na ONU, Ana Paula Zacarias.
Também em 2023, o Tribunal Centro-Americano de Justiça já havia proposto ao Conselho de Segurança da ONU incorporar o português como idioma oficial da organização, a par do inglês, espanhol, francês, chinês, russo e árabe.
Num artigo publicado no último domingo no jornal Público, no Dia Mundial da Língua Portuguesa, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, defendeu que os países parceiros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) alinhem posições para que o idioma seja reconhecido como língua oficial da ONU até 2030, considerando que "seria um justo reconhecimento".
A língua portuguesa não só é uma das línguas mais difundidas no mundo, com mais de 260 milhões de falantes espalhados por todos os continentes, como é também a língua mais falada no hemisfério sul, de acordo com dados da UNESCO.
Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os nove Estados-membros da CPLP.
Na intervenção, Guterres lembrou que, enquanto primeiro-ministro de Portugal, teve o "privilégio de participar na criação desta Comunidade há quase 30 anos", salientando que, na atualidade, "os valores do diálogo e da solidariedade" no centro CPLP "são mais relevantes do que nunca".
"Sei bem que podemos contar convosco na nossa missão pela paz, pelos direitos humanos e pelo desenvolvimento sustentável para todos", concluiu o secretário-geral.
A celebração contou com música ao vivo, gastronomia e a presença de representantes diplomáticos internacionais, incluindo embaixadores das nove nações integrantes da CPLP.
A Missão do Brasil na ONU organizou a comemoração em parceria com o Camões -- Instituto de Cooperação e da Língua e com o Instituto Guimarães Rosa, que promove a diplomacia cultural e educacional.
Aministia Internacional: Ataques com drones turcos na Somália podem ser "crimes de guerra"
© ShutterStock
Por Lusa 07/05/24
A Amnistia Internacional (AI) afirmou hoje que devem ser investigados como "crimes de guerra" dois ataques que mataram 23 civis, incluindo 14 crianças, durante operações militares na Somália apoiadas por drones turcos, dia 18 de março.
De acordo com um comunicado da organização não-governamental (ONG), entre os civis mortos constam 14 crianças, cinco mulheres e quatro homens, e ficaram feridos outros 17 civis - 11 crianças, duas mulheres e quatro homens - nos ataques levados a cabo com bombas planadoras MAM-L, que são lançadas a partir de drones TB-2, umas e outros fabricados pela Turquia.
Tigere Chagutah, diretor regional da AI para a África Oriental e Austral, citado no comunicado da ONG, sustenta que "os governos da Somália e da Turquia têm de investigar estes ataques mortais como um crime de guerra e pôr fim às agressões imprudentes contra civis".
"Na Somália, os civis têm suportado com demasiada frequência o sofrimento da guerra. Estas mortes não podem ser ignoradas. Os sobreviventes e as suas famílias merecem verdade, justiça e reparação", acrescento o ativista.
Todas as vítimas dos dois bombardeamentos eram do clã marginalizado Gorgaarte, que pertence à comunidade Jareer, de maior dimensão.
Os ataques atingiram uma quinta a oeste da aldeia de Bagdad, na região de Lower Shabelle.
De acordo com 12 testemunhos de vítimas, familiares e residentes à Amnistia Internacional, os ataques de drones seguiram-se a violentos combates terrestres que ocorreram nesse dia entre o grupo armado Al Shebab e as forças de segurança somalis, perto das aldeias de Jambaluul e Bagdad.
A 19 de março, o ministério somali da Informação anunciou, em comunicado, a morte de mais de 30 militantes do Al Shebab nas aldeias de Bagdad e Baldooska, em resultado da coordenação entre as forças armadas somalis e "parceiros internacionais".
"A operação foi lançada em resposta a informações dos serviços secretos, que indicavam que os combatentes do Al Shebab se estavam a reunir nestas áreas e a planear um ataque contra o povo somali... 15 membros do Al Shebab foram mortos num ataque aéreo em Bagdad", acrescentou esse comunicado.
Os investigadores da AI analisaram imagens de satélite e relatórios médicos, examinaram fotografias de vítimas e fragmentos de armas, e geolocalizaram vídeos do local dos ataques e das operações dos drones turcos no Aeroporto Internacional de Mogadíscio, que permitiram determinar as armas utilizadas no ataque aéreo.
A organização não conseguiu apurar, no entanto, se as forças turcas ou somalis estavam ao comando dos drones TB-2 no momento dos ataques.
Uma fonte do governo somali disse à AI que os membros da Agência Nacional de Inteligência e Segurança pilotam os TB-2 durante as operações, mas em 2022 o Painel de Peritos da ONU para a Somália informou que, de acordo com o governo turco, a Turquia não transferiu os drones para a Somália - o que teria sido uma violação do embargo de armas da ONU -, e que opera os próprios drones "na luta contra o terrorismo".
Também em 2022, Ahmed Malim Fiqi -- na altura, ministro do Interior da Somália e, atualmente, ministro dos Negócios Estrangeiros - afirmou que, enquanto as forças turcas operam os drones, os comandantes somalis fornecem os alvos.
A Amnistia Internacional sublinha no comunicado que "os ataques que não têm em conta a distinção entre objetivos militares e objetos civis são indiscriminados e podem constituir crimes de guerra".
A ONG enviou cartas aos governos da Somália e da Turquia, pedindo pormenores sobre a operação de 18 de março, incluindo quais as forças militares que controlavam os drones no momento dos ataques, mas não recebeu respostas.
Em resultado da documentação de "múltiplos ataques aéreos" do Comando Africano dos Estados Unidos (AFRICOM) no país, com o custo de vidas de civis somalis, o AI também escreveu ao comando norte-americano para saber se as suas forças terão estado envolvidas na operação de 18 de março, mas não obteve resposta.
"O governo da Somália tem um longo historial de falta de reparação das vítimas civis de ações militares, ou de procura de reparação junto de atores estrangeiros quando estes estão envolvidos em ataques ilegais", afirma a AI no seu comunicado.
"Tem também um historial de ignorar as violações contra comunidades marginalizadas, como o clã Gorgaarte", acrescenta.
Leia Também: Pelo menos 86 pessoas morreram e 134 estão desaparecidas devido às inundações causadas pelas fortes chuvas no sul do Brasil, indicaram as autoridades do estado do Rio Grande do Sul em novo balanço.
Alimentação: Para evitar picos de açúcar no sangue, deixe de parte estas duas bebidas
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Por Notícias ao Minuto 07/05/24
Levam também ao aumento de peso. Agora que o verão se aproxima, o melhor é ter cuidado.
As temperaturas podem estar a subir, por isso é natural que aumente a ingestão de líquidos. Ainda assim, deve ter cuidado com o que ingere. Uma dietista refere que há opções que podem aumentar os níveis de açúcar no sangue e também fazer com que ganhe peso.
O 'website' SheFinds falou com a dietista Krutika Nanavati que revelou as duas bebidas que deve evitar numa altura de maior calor. Conheça-as.
Sumo de frutas
"Apesar de sua imagem saudável, muitos sumos de frutas comprados em lojas estão carregados de açúcares adicionados, semelhantes ou superiores ao teor de açúcar dos refrigerantes. O açúcar facilita o armazenamento de gordura ao redor da barriga."
'Smoothies' de compra
"Os 'smoothies' podem conter grandes quantidades de açúcar proveniente de sumos de frutas, xaropes, laticínios adoçados e outros ingredientes. O teor de açúcar nos 'smoothies' pode causar um rápido aumento nos níveis de açúcar no sangue."
Leia Também: Cuidado que estas bebidas aumentam o aparecimento de rugas
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segunda-feira, 6 de maio de 2024
Guiné-Bissau: incluir as comunidades locais para proteger o meio ambiente
O Arquipélago dos Bijagós, na Guiné-Bissau, é candidato a Património Mundial da UNESCO. Dietmar Pabe
Por: Eva Massy RFI 06/05/2024
Na Guiné-Bissau, realiza-se a 6 e 7 de Maio o anual Diálogo Nacional sobre a Protecção do Ambiente, com a participação de diversos actores, desde especialistas a decisores políticos e chefes de aldeia. Um dos objectivos prende-se com a abertura do diálogo para outros sectores, como a pesca, a agricultura ou o turismo, que beneficiam da protecção do ambiente.
Os temas em discussão neste Diálogo Nacional sobre a Protecção do Ambiente incidem sobre o papel das comunidades na conservação das áreas protegidas, os novos "corredores de conectividade", ou ainda, os principais efeitos das mudanças climáticas no país, tais como a subida do nível do mar.
Aissa Regalla de Barros, directora do Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas (IBAP), começou por explicar a estratégia da Guiné-Bissau para cumprir o objectivo do Quadro Global da Biodiversidade e atingir 30% de áreas protegidas em território nacional.
Existem na Guiné Bissau oito áreas protegidas e uma áerea marinha protegida em colaboração com as comunidades locais e o apoio de ONG's. Para além disso, o país implementou os "corredores de conectividade", um novo modelo que permite a ligação entre as diferentes zonas protegidas. Assim, os animais e as espécies em vias de extinção podem circular entre as diferentes áreas.
Vários níveis de protecção das áreas naturais e participação activa dos habitantes
Existem vários níveis de protecção. O primeiro é o "nível de protecção integral". Depois vem a "zona tampão", onde as regras são mais flexíveis para as comunidades locais. Por fim, as "zonas de desenvolvimento" permitem acções de desenvolvimento comunitário.
Os habitantes participam no processo de identificação destas zonas e no comité de gestão. Este é um órgão que toma decisões em relação à gestão e aos regulamentos da área protegida. As comunidades participam ainda em diversas acções como o patrulhamento ou a monitorização da biodiversidade, juntamente com as forças de segurança nacional, relata ainda Aissa de Barros. Estas acções, quando integradas a longo prazo, são remuneradas.
"É uma forma de fazer com que os habitantes se apropriem as acções de conservação", explica a directora do IBAP. Ao acompanharem os investigadores e os técnicos, os habitantes "ganham também elevada compreensão das razões da necessidade de conservação da biodiversidade, como as tartarugas, ou os chimpanzés".
Abrir o diálogo para outros sectores: pesca, agricultura e turismo
Um dos principais propósitos deste Diálogo Nacional, segundo Aissa de Barros, é estender o diálogo a outros ministérios. Incluir os sectores da pesca, da agricultura, da exploração dos recursos naturais e do turismo, "e que as questões ambientais não concernem apenas o ministro do ambiente".
A Guiné-Bissau, "país altamente vulnerável devido ao aquecimento global", depara-se com um grande desafio: a subida do nível do mar.
A erosão das zonas costeiras já é visível pelas próprias comunidades. Uma das soluções passa pela protecção dos mangais, uma barreira natural contra a subida do nível do mar. Os habitantes participam então na restauração destes sistemas naturais e "os resultados já começam a ser visíveis", ainda segundo Aissa de Barros.
Discutiu-se ainda a importância da candidatura do Arquipélago dos Bijagós ao Património Mundial da Unesco, nomeadamente devido ao seu papel essencial nas migrações dos animais (aves, tartarugas) que, provenientes do mundo inteiro, cruzam as ilhas do arquipélago a caminho de outros horizontes.
A decisão será conhecida em meados de 2025, depois de uma missão de avaliação.
O Deputado da Nação eleito na lista do MADEM-G15, Manuel Nascimento Lopes, deixa aviso a navegação ao Secretário de Estado da Ordem Pública, José Carlos Macedo Monteiro.
África do Sul: Polícia sul-africana deteve mais de 600 mil pessoas num ano
© Lusa
A polícia sul-africana prendeu em média 50.000 pessoas por mês nos
últimos 12 meses, em que foram apreendidos cerca de 50 mil explosivos e
mais de 22 mil armas de fogo de vários calibres, foi hoje anunciado.
Na apresentação do balanço dos primeiros 12 meses da operação policial "Shanela", iniciada em maio de 2023 para combater o elevado crime em vários pontos do país, o Ministério da Polícia sul-africano indicou que das mais de 600 mil pessoas detidas num ano, encontram-se pelo menos 183 detidas por tráfico de seres humanos, e mais de 2.500 por homicídio.
No período em análise, as forças de segurança sul-africanas confiscaram, entre outros, 89.360 munições, 49.276 explosivos, 22.525 armas de fogo, 174 mil quilos de cobre, 167,2 milhões de produtos ilegalmente importados, 7.718 diamantes e mais de 5,8 milhões de rands (294 mil euros) em dinheiro, segundo as autoridades de segurança sul-africanas.
A empresa de energia elétrica da cidade de Joanesburgo City Power apelou recentemente à intervenção do exército sul-africano no combate ao roubo de cabos elétricos de cobre e ao vandalismo da infraestrutura elétrica na capital económica da África do Sul.
Os crimes de roubo e vandalismo da infraestrutura de energia municipal custaram à City Power mais de 160 milhões rands (oito milhões de euros) no ano corrente, anunciou a empresa pública sul-africana, acrescentando que os moradores de Joanesburgo reportam cerca de 4.000 falhas elétricas diariamente àquela entidade.
Leia Também: África do Sul? "Cinco presidentes em 30 anos de democracia é recorde"
Acidente Viação/Safim: HOSPITAL SIMÃO MENDES CONFIRMA 2 MORTOS, 15 FERIDOS E 3 PESSOAS EM ESTADO DE COMA
Por: radiosolmansi.net
O Hospital Nacional “Simão Mendes” recebeu, ontem, 02 óbitos e 15 feridos decorrentes de um acidente de viação ocorrido na estrada que liga Safim a Bissau, de entre os feridos, 3 deles encontram-se em estado grave.
A informação foi avançada esta segunda-feira a esta estação emissora católica numa entrevista realizada com o Diretor do Banco de Urgência do maior centro hospitalar do país, Bubacar Cissé.
Bubacar Cissé disse que os óbitos foram registrados no local onde aconteceu este acidente.
“Ontem confirmamos dois óbitos no local de acidente, e 15 feridos entre estes feridos 03 deles se encontram em estado grave, outros com fratura na clavícula, e os que tiveram casos ligeiros foram para casa”, explicou Bubacar Cissé, Diretor do Banco de Urgência de Hospital Nacional Simão Mendes.
Questionado sobre o estado clínico dos internados deste acidente, Cissé disse que os mesmos se encontram em estado crítico.
“Entre os feridos, três deles não têm bons prognósticos, apanharam politraumatismo desde a cabeça, fraturaram braços e pés, neste momento encontram-se em estado de coma”, disse Bubacar Cissé.
Também sobre este mesmo assunto, a RSM deslocou até ao Hospital Militar Principal, onde o diretor clínico deste segundo centro hospitalar do país, disse que os casos foram encaminhados todos para o Hospital Nacional Simão Mendes o que foi confirmado por Bubacar Cissé, diretor do Banco de Urgência do Simão Mendes.
“Sim recebemos os casos que deram entrada no Hospital Militar Principal”, confirma.
Segundo a nossa fonte, o acidente aconteceu por volta das 20 horas de ontem (04), com uma viatura que vinha de Bula para a Capital Bissau, embateu num camião parado estacionado na estrada, devido a problema sem nenhuma sinalização de trânsito.
Rússia vai fazer exercícios nucleares perto do território ucraniano
© Lusa
Por Lusa 06/05/24
O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou exercícios nucleares que serão realizados num futuro próximo e envolverão tropas localizadas perto da Ucrânia, em resposta a alegadas ameaças de líderes ocidentais contra Moscovo, anunciou hoje o Ministério da Defesa russo.
"Durante o exercício, será tomada uma série de medidas para treinar a preparação e a utilização de armas nucleares não estratégicas", afirmou o Ministério russo num comunicado publicado na rede social Telegram.
Acrescentou que essa medida foi tomada "por instrução do comandante-em-chefe supremo das forças armadas da Federação Russa", Vladimir Putin.
Esse treino pretende "manter a prontidão" do exército para proteger o país, "em resposta às declarações com provocações e ameaças feitas contra a Rússia por certos responsáveis ocidentais", acrescentou o ministério russo.
Os exercícios envolverão a força aérea, a marinha e as forças do distrito militar do sul, que se localiza muito perto da Ucrânia e cobre as regiões que Moscovo anexou.
A data e o local desses exercícios não foram anunciados.
Em outubro de 2023, a Rússia anunciou que Vladimir Putin supervisionou lançamentos de mísseis balísticos durante manobras militares destinadas a simular um "ataque nuclear massivo" a Moscovo.
Durante estes exercícios, um míssil balístico intercontinental Iars foi disparado da base espacial de Plesetsk, no norte da Rússia, e outro míssil balístico Sineva foi lançado a partir de um submarino no Mar de Barents.
A sua organização foi tornada pública no mesmo dia que a câmara alta do Parlamento Russo, o Conselho da Federação, aprovou a revogação da ratificação do Tratado de Proibição de Testes Nucleares (CTBT).
Desde o início do conflito na Ucrânia, em fevereiro de 2022, o presidente russo tem falado sobre um possível uso de armas nucleares.
A Rússia implantou armas nucleares táticas na Bielorrússia, o seu aliado mais próximo e vizinho da União Europeia, no verão de 2023.
A doutrina nuclear russa prevê um uso "estritamente defensivo" de armas atómicas, no caso de um ataque à Rússia com armas de destruição em massa ou em caso de agressão com armas convencionais "que ameacem a própria existência do Estado".
Leia Também: O Kremlin declarou hoje que o anúncio de exercícios nucleares russos é uma resposta às declarações de "representantes ocidentais", incluindo o presidente francês, Emmanuel Macron, sobre um possível envio de "tropas da NATO" para a Ucrânia.
Liga Guineense dos direitos humanos em Conferência de imprensa conjunta com as famílias em conflito de posse de terra.
Ilha das Cobras, o paraíso proibido para os humanos
SHUTTERSTOCK Aparentemente um paraíso, esta ilha é considerada um dos lugares mais perigosos do mundo.
Paula Mateu Nationalgeographic.pt
Esta região é o único habitat de uma das espécies de serpentes mais perigosas do planeta, actualmente em vias de extinção.
A brincadeira "O que levaria para uma ilha deserta?" torna-se complicada quando a ilha em questão é a Queimada Grande, também conhecida como Ilha das Cobras. Localizada a cerca de 35 quilómetros da costa do Brasil (no estado de São Paulo), esta ilha é, vista de longe, o sonho de um náufrago; mas depois de alguns minutos lá, esse náufrago perceberia que se algum tipo de sorte o tivesse trazido para a ilha, teria sido azar.
A Queimada Grande é um dos locais mais perigosos do mundo, devido à elevada densidade de cobras venenosas no território. A mais perigosa de todas, a Bothrops insularis, é a espécie que domina a ilha. É endémica da Queimada Grande e é considerada uma das cobras mais mortíferas do planeta.
Tanto que a Ilha das Cobras está interdita aos humanos: apenas cientistas e investigadores com autorização podem entrar. Mas... será que os humanos são mais perigosos para a ilha do que as cobras são para nós? É o que procuramos responder neste artigo.
A ILHA TEM UMA COBRA VENENOSA POR METRO QUADRADO
A Queimada Grande é uma ilha de 23 hectares que deve o seu nome às fogueiras que os antigos pescadores acendiam quando desembarcavam na ilha para afugentar as cobras. Este pequeno pedaço de terra é um dos locais com maior densidade de cobras venenosas do mundo: estima-se que exista uma por metro quadrado.
Uma lenda local diz que estes répteis foram libertados por piratas que tinham escondido o seu tesouro na ilha e que queriam ter a certeza de que ninguém poderia ter acesso a ele, mas sabemos que isto é apenas uma lenda.
A comunidade científica acredita que a origem do grande número de serpentes venenosas no território remonta a cerca de 11.000 anos. A teoria mais aceite é a de que, originalmente, a ilha da Queimada Grande – e a sua irmã de 10 hectares, Queimada Pequena – fazia parte do continente, mas que, após uma subida do nível do mar, esse pedaço de terra ficou isolado.
Suspeita-se que quando a ilha se formou, os seus principais habitantes já eram serpentes e que, na ausência de predadores que reduzissem as suas populações, os répteis puderam proliferar em abundância.
No entanto, já vimos que não são apenas muitas cobras, mas também muito venenosas. Sabe porquê?
ESTIMA-SE QUE O VENENO DESTAS SERPENTES SEJA CINCO VEZES MAIS POTENTE DO QUE O DAS SERPENTES CONTINENTAIS.
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Os investigadores acreditam que as cobras se tornaram mais venenosas como resultado de um processo evolutivo.
Quando a Queimada Grande ficou isolada do continente, as espécies que habitavam a ilha evoluíram de forma diferente das do continente. Adaptaram-se às condições do seu pequeno reino; e se não havia predadores, também não havia mamíferos predadores para se alimentarem, como os roedores.
A isto juntou-se a elevada competição por alimento causada pelo grande número de serpentes que partilhavam o habitat e, consequentemente, os répteis tiveram de melhorar o seu acesso a outras presas. Neste sentido, acredita-se que a potência do seu veneno responde a uma adaptação evolutiva para poderem caçar aves migratórias, cujo tamanho é muito superior ao das serpentes.
Assim, embora a maioria das aves tenha inicialmente conseguido escapar aos ataques destas serpentes, à medida que estas evoluíram, tornaram-se cada vez mais mortíferas para as suas presas: estima-se que o seu veneno seja cinco vezes mais potente do que o das serpentes continentais.
A Bothrops insularis, uma das serpentes mais mortíferas do planeta, é talvez o caso mais ilustrativo deste processo.
É O ÚNICO HABITAT DE UMA DAS COBRAS MAIS MORTÍFERAS DO MUNDO
A jararaca-ilhoa ou Bothrops insularis pertence à família Viperidae e é endémica da Queimada Grande, não habitando em mais nenhum outro local para além desta ilha.
Tanto a sua cor amarelada como a sua cabeça triangular são características do seu género (Bothrops), no entanto, devido às diferenças no seu processo evolutivo em relação às serpentes continentais, esta espécie apresenta algumas particularidades que não se verificam noutros parentes próximos.
A Bothrops insularis tornou-se uma grande trepadora de árvores, o que lhe deu acesso às aves migratórias e aos seus ninhos. Esta espécie também desenvolveu uma cauda mais longa, que, em princípio, a ajudaria a manobrar durante a subida.
Ao mesmo tempo, estas serpentes adquiriram a capacidade de se confundir com a vegetação da ilha, reforçando os seus hábitos diurnos e aumentando a potência do seu veneno. Além disso, ao contrário de outras serpentes que mordem a presa e depois a soltam, esta serpente mantém a presa na boca depois de a ter mordido, enquanto espera que o veneno actue. Para a ave, a fuga nunca foi tão difícil.
Os efeitos do seu veneno no ser humano incluem dores fortes, náuseas, vómitos, bolhas de sangue, hemorragias internas (no intestino, no cérebro, etc.), sangue no vómito e na urina, necrose e problemas renais. Estima-se que seja a serpente com o veneno que mata mais rapidamente do seu género, com uma taxa de letalidade de cerca de 93%.
UMA SERPENTE TEMÍVEL MAS EM VIAS DE EXTINÇÃO
Bothrops insularis
ISTOCK Por ser o único habitat da Bothrops insularis, a espécie é muito sensível à degradação ambiental.
Em 2019, segundo estimativas do governo brasileiro, cerca de 2.000 jararacas-ilhoas habitavam a Queimada Grande, embora dados da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) estendam um pouco mais esse número e assumam que existam entre 2.000 e 2.500 Bothrops insularis.
E se o número pode parecer elevado para uma região de apenas 23 hectares (estima-se que existam entre 60 a 80 serpentes por hectare), convém lembrar que este é o único habitat da Bothrops insularis, pelo que o número que se segue não será uma grande surpresa. A espécie está em vias de extinção de acordo com a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da UICN.
A UICN identificou duas ameaças principais às populações desta serpente: a desflorestação e a caça furtiva. A particularidade da jararaca-ilhoa torna-a um espécime atractivo não só para os biólogos, mas também para os caçadores furtivos. No passado, alguns desembarcavam na ilha para se apoderarem destes répteis e depois vendê-los no mercado negro, onde os lucros podiam atingir os 30.000 dólares por exemplar.
QUEM PODE FAZER MAIS MAL? AS COBRAS AOS HUMANOS OU NÓS A ELAS?
Para além do perigo comprovado que esta ilha pode representar para qualquer pessoa que lá ponha os pés, na realidade, o decreto que levou à proibição de acesso não se referia a isso, mas sim à ameaça que a nossa espécie representa para a conservação da ilha.
No dia 5 de Novembro de 1985, o governo brasileiro declarou as ilhas da Queimada Pequena e Queimada Grande como Área de Relevante Interesse Ecológico – ARIE com o objectivo de proteger os recursos ambientais e biológicos destas ilhas.
A Bothrops insularis foi assim salvaguardada, mas também outros habitantes da Ilha das Cobras, como insectos, lagartos, aranhas, aves e outras espécies de serpentes.
Embora este decreto não proibisse per se o acesso humano a este território, estabelecia que a Secretaria Especial de Meio Ambiente poderia tomar as medidas necessárias para assegurar esta protecção e, além disso, que a destruição da biota na área constituiria uma degradação da qualidade ambiental sancionada por lei.
A EXTINÇÃO DE TODAS AS ESPÉCIES CONTA (E ISSO INCLUI AQUELAS DE QUE TEMOS MEDO)
A extinção de todas as espécies conta, pois representa uma perda insubstituível na biodiversidade do nosso planeta; e esta afirmação inclui também as espécies que nos assustam, e ainda mais se forem seres endémicos e únicos como os que habitam as ilhas.
Mas isto não é tudo. Para além disso, as serpentes venenosas têm um valor acrescentado: o potencial escondido no seu veneno para a investigação farmacológica. Diz-se frequentemente que existe um antídoto para o veneno das cobras? E é verdade! Para obter os soros, os cientistas têm tradicionalmente injectado pequenas quantidades de veneno em animais, que desenvolvem então anticorpos contra ele. E a partir de extracções nestes animais, o soro é obtido em seres humanos.
Descobriu-se também que os venenos de serpentes contêm componentes com efeitos analgésicos, anticoagulantes e anti-inflamatórios promissores, o que levou ao desenvolvimento de medicamentos. O primeiro a ser aprovado para utilização em seres humanos foi o captopril, criado a partir de compostos presentes no veneno da Bothrops jararaca, do mesmo género da lanceta dourada.
Quem sabe o que ainda temos para aprender com eles?
Higiene pessoal: Os truques caseiros para acabar com o mau cheiro nas axilas... Se quer optar por outro tipo de solução que não envolva desodorizantes, tem de conhecer estes truques.
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Por Notícias ao Minuto 05/05/24
Mesmo com desodorizante, continua a ter um cheiro desagradável nas axilas? Se estava à procura de soluções naturais, não tem de procurar mais. A Cleveland Clinic explica tudo o que tem de fazer.
Uma das soluções passa por usar bicarbonato de sódio. Só tem de fazer uma pasta com água e aplicar um pouco nas axilas. Acaba por ser um desodorizante natural. Outra dica consiste em usar os sacos de chá verde já utilizados.
Só tem de colocá-los nas axilas durante alguns minutos para ajudar a bloquear os poros e reduzir o odor. Também o vinagre de maçã ou o sumo de limão são uma boa dica.
Neste caso, só tem de borrifar um pouco de sumo de limão ou vinagre misturados com água. Esta mistura irá ajudar a matar as bactérias da pele.