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Por Lusa 07/05/24
A maioria dos migrantes africanos permanece no continente quando muda de país, sendo o Sudão do Sul o principal país de origem e o Uganda o maior acolhedor da região, segundo a Organização Internacional para as Migrações.
No seu relatório anual, intitulado "Migração e Migrantes: Uma visão global", a OIM refere que a maior parte da migração internacional em África ocorre dentro do continente.
Os últimos dados disponíveis sobre o número de migrantes internacionais, referentes a 2020, mostram que cerca de 21 milhões de africanos viviam em outro país africano, representando um aumento significativo em relação a 2015, quando se estimava que cerca de 18 milhões de africanos viviam fora do seu país de origem, mas dentro da região.
"O número de africanos a viver em diferentes regiões também aumentou durante o mesmo período, de cerca de 17 milhões em 2015 para mais de 19,5 milhões em 2020", lê-se no relatório.
Em 2020, a maioria dos migrantes nascidos em África a viver fora da região residia na Europa (11 milhões), na Ásia (quase cinco milhões) e na América do Norte (cerca de três milhões).
Entre 2015 a 2020, o número de migrantes nascidos fora da região manteve-se praticamente inalterado (cerca de dois milhões), a maioria dos quais provenientes da Ásia e da Europa.
A maioria dos refugiados no continente foi acolhida em países vizinhos da região, com o Sudão do Sul a ser o país de origem do maior número de refugiados em África (cerca de 2,3 milhões) e a ocupar o quarto lugar a nível mundial, a seguir à República Árabe Síria, à Ucrânia e ao Afeganistão.
Segue-se a República Democrática do Congo (RDCongo) e o Sudão, responsáveis por 900.000 e 800.000 migrantes, respetivamente).
Outros países de origem de um número significativo de refugiados foram a Somália (cerca de 800.000) e a República Centro-Africana (mais de 748.000).
Entre os países de acolhimento, o Uganda continuou a acolher o maior número de refugiados em África, em 2022: 1,5 milhões.
A maioria dos refugiados no Uganda era originária do Sudão do Sul e da RDCongo. Para além de produzirem um número significativo de refugiados, países como o Sudão e a RDCongo também acolheram grandes populações de refugiados no final de 2022 (quase 1,1 milhões e mais de meio milhão, respetivamente).
A Etiópia, com cerca de 900.000 refugiados, era o terceiro maior país de acolhimento de refugiados em África em 2022, indica o relatório.
Em relação aos estados lusófonos, a OIM apresenta a percentagem de imigrantes nesses países, com Angola a contabilizar 2% da população, o Brasil 0,5%, Cabo Verde 2,8%, Guiné-Bissau 0,9%, Guiné Equatorial 16,4%, Moçambique 1,1%, São Tomé e Príncipe 1% e Timor-Leste 0,6%.
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