terça-feira, 15 de agosto de 2017
Sociedade civil guineense em crise
Adiamento de congresso electivo abre discussão sobre o futuro O congresso electivo do Movimento Nacional da Sociedade Civil, na Guiné-Bissau, não tem data marcada, depois de uma acção judicial interposta por um dos candidatos à liderança da organização que viu a sua lista excluída pela Comissão Organizadora.
Previsto para os finais do ano passado, o congresso foi adiado e deu caminho a um debate sobre o que tem sido o papel da sociedade civil guineense.
Criado em 1999, o Movimento Nacional da Sociedade Civil, estrutura que, inicialmente, congregava 171 organizações, está reduzido na actualidade a menos de 50.
Muitos consideram que a sociedade civil está longe de exercer papel que deve desenvolver.
Tânia Pereira, activista cívica, considera, no entanto, que é a sociedade civil que tem vindo a dar respostas em muitas situações.
"Em grande parte é ela que tem estado a dar resposta aos problemas da população a nível da saúde, de suade e outros. Com o Estado numa situação complexa há mais de 20 ou 30 anos, é a sociedade civil que está a tentar dar esta resposta", defendeu Pereita.
Por seu lado, para o sindicalista Luís Nancassa, um dos membros fundadores do Movimento Nacional da Sociedade Civil, a organização deixou de desempenhar o seu papel.
"Hoje, não vale a pena chamá-la de sociedade civil porque não joga este papel. A nossa sociedade perdeu o norte. Ela está dividida", diz.
Tânia Pereira considera, pelo contrário, "que a sociedade civil que está a trabahar, através dos grupos de mulheres e dos jovens. São eles que estão a sentir directamente as dificuldades das populações e tentar, por vários, meios dar respostas a estas dificuldades".
Nancassa insiste em afirmar que o Movimento Nacional da Sociedade Civil guineense desviou-se dos objectivos que motivaram a sua criação.
Contudo, acredita que "se encontrarem a pessoa ideal, idónea e que tenha a coragem de se afirmar como um elemento da sociedade talvez conseguiremos ter uma sociedade civil à altura".
VOA
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terça-feira, agosto 15, 2017
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segunda-feira, 14 de agosto de 2017
OMS - Casos de cólera no Iémen ultrapassaram o meio milhão
O número de casos de cólera já ultrapassou o meio milhão no Iémen, país onde a epidemia causou perto de 2.000 mortos desde o final de abril, anunciou hoje a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Neste país devastado pela guerra foram registados 503.484 casos suspeitos e 1.975 mortes devido à cólera, precisou a agência da ONU.
Mais de um quarto dos mortos e mais de 41 dos doentes são crianças, indicou o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitárias (OCHA) das Nações Unidas num comunicado.
A OMS assinalou que a velocidade de propagação da epidemia abrandou acentuadamente desde o início de julho, alertando contudo que a doença ainda afeta diariamente cerca de 5.000 pessoas.
O Iémen é palco há dois anos de uma guerra que opõe o governo, apoiado por uma coligação árabe conduzida pela Arábia Saudita, aos rebeldes Huthis, aliados a unidades do exército que permaneceram fiéis ao ex-presidente Ali Abdallah Saleh e acusados de ligações ao Irão.
O conflito já causou mais de 8.300 mortos desde março de 2015.
Após uma primeira epidemia o ano passado, a cólera reapareceu em abril no Iémen. O conflito no país pobre com 27 milhões de habitantes dificulta a distribuição de medicamentos e a ajuda humanitária internacional, sendo a propagação da epidemia também facilitada pela falta de água potável.
"O pessoal de saúde trabalha em condições impossíveis no Iémen", disse o diretor da OMS, Tedros Adhanom Guebreyesus, citado num comunicado.
Segundo a OMS, mais de 99% das pessoas infetadas com cólera podem sobreviver se forem tratadas, mas mais de 15 milhões de iemenitas não têm qualquer acesso a cuidados de saúde básicos.
Por Lusa
Neste país devastado pela guerra foram registados 503.484 casos suspeitos e 1.975 mortes devido à cólera, precisou a agência da ONU.
Mais de um quarto dos mortos e mais de 41 dos doentes são crianças, indicou o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitárias (OCHA) das Nações Unidas num comunicado.
A OMS assinalou que a velocidade de propagação da epidemia abrandou acentuadamente desde o início de julho, alertando contudo que a doença ainda afeta diariamente cerca de 5.000 pessoas.
O Iémen é palco há dois anos de uma guerra que opõe o governo, apoiado por uma coligação árabe conduzida pela Arábia Saudita, aos rebeldes Huthis, aliados a unidades do exército que permaneceram fiéis ao ex-presidente Ali Abdallah Saleh e acusados de ligações ao Irão.
O conflito já causou mais de 8.300 mortos desde março de 2015.
Após uma primeira epidemia o ano passado, a cólera reapareceu em abril no Iémen. O conflito no país pobre com 27 milhões de habitantes dificulta a distribuição de medicamentos e a ajuda humanitária internacional, sendo a propagação da epidemia também facilitada pela falta de água potável.
"O pessoal de saúde trabalha em condições impossíveis no Iémen", disse o diretor da OMS, Tedros Adhanom Guebreyesus, citado num comunicado.
Segundo a OMS, mais de 99% das pessoas infetadas com cólera podem sobreviver se forem tratadas, mas mais de 15 milhões de iemenitas não têm qualquer acesso a cuidados de saúde básicos.
Por Lusa
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segunda-feira, agosto 14, 2017
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Deslizamento de terras provoca mais de 300 mortes em Freetown
Inundações na capital da Serra Leoa
Mais de 300 pessoas morreram nesta segunda-feira, 14, em Freetown, capital de Serra Leoa, devido a deslizamento de terra provocado pelas fortes chuvas que afectam a cidade, revelou a Cruz Vermelha.
Os próprios moradores tentavam retirar as vítimas do local da tragédia e várias casas foram destruídas em dois bairros da cidade.
O vice-presidente do país, Victor Foh, disse que centenas de pessoas estão presas debaixo dos escombros, enquanto jornais locais admitem que mais de 50 crianças estão entre os mortos.
Segundo a Associated Press, equipas militares foram deslocadas para comandar as operações de resgate.
Muitas das áreas pobres da capital de Serra Leoa estão ao nível do nível do mar, e tem sistemas de drenagem ineficientes, tornando as estações chuvosas ainda mais perigosas.
VOA
Mais de 300 pessoas morreram nesta segunda-feira, 14, em Freetown, capital de Serra Leoa, devido a deslizamento de terra provocado pelas fortes chuvas que afectam a cidade, revelou a Cruz Vermelha.
Os próprios moradores tentavam retirar as vítimas do local da tragédia e várias casas foram destruídas em dois bairros da cidade.
O vice-presidente do país, Victor Foh, disse que centenas de pessoas estão presas debaixo dos escombros, enquanto jornais locais admitem que mais de 50 crianças estão entre os mortos.
Segundo a Associated Press, equipas militares foram deslocadas para comandar as operações de resgate.
Muitas das áreas pobres da capital de Serra Leoa estão ao nível do nível do mar, e tem sistemas de drenagem ineficientes, tornando as estações chuvosas ainda mais perigosas.
VOA
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segunda-feira, agosto 14, 2017
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Integração subregional - Financia construção de habitações sociais
Bissau, 14 Ago 17 (ANG) – A Guiné-Bissau vai beneficiar de 10 mil milhões de FCFA para a construção de habitações sociais, disponibilizados pela União Económica e Monetária dos Estados Oeste Africana (UEMOA).
Um acordo para o efeito foi assinado sexta-feira, entre o presidente da Câmara Municipal de Bissau (CMB) e o representante da UEMOA, em Bissau.
Durante o acto, o presidente da Câmara Municipal de Bissau (CMB) Baltazar Alves Cardoso salientou que a Guiné-Bissau integrou-se há mais de 16 anos na UEMOA, mas não tem estado a beneficiar dos fundos que a organização dispobiliza aos paises membros mediante apresentação de projectos.
Alves Cardoso acrescentou que os seus técnicos já efectuaram os estudos nos locais onde eventualmente as referidas habitações poderão vir a ser construídas.
Adiantou que o início da execução do projecto será ainda este ano, acrescentando que, se tudo correr bem até 2020, os citadinos guineenses irão beneficiar de novas habitações.
Por seu Turno, o representante da UEMOA, Georges Sehoue disse que a comissão da UEMOA apoia-se sobre dois principais pilares da integração: q a complementaridade e a solidariedade.
“E neste quadro que a senhora Si foi dispensada pela comissão, a fim de vir avaliar as necessidades que a Guiné-Bissau, como sendo pais membro da UEMOA, precisa colmatar”, disse Sehoue.
Para o representante da UEMOA, o estado central não pode fazer tudo, por isso acredita que a iniciativa irá contribuir significativamente para a resolução de problemas de habitação.
Georges Sehoue acrescentou que a comissão da UEMOA não só vai financiar o projecto assim como vai acompanhar, através de seus técnicos, a execução do projecto.
ANG/LLA/SG
Um acordo para o efeito foi assinado sexta-feira, entre o presidente da Câmara Municipal de Bissau (CMB) e o representante da UEMOA, em Bissau.
Durante o acto, o presidente da Câmara Municipal de Bissau (CMB) Baltazar Alves Cardoso salientou que a Guiné-Bissau integrou-se há mais de 16 anos na UEMOA, mas não tem estado a beneficiar dos fundos que a organização dispobiliza aos paises membros mediante apresentação de projectos.
Alves Cardoso acrescentou que os seus técnicos já efectuaram os estudos nos locais onde eventualmente as referidas habitações poderão vir a ser construídas.
Adiantou que o início da execução do projecto será ainda este ano, acrescentando que, se tudo correr bem até 2020, os citadinos guineenses irão beneficiar de novas habitações.
Por seu Turno, o representante da UEMOA, Georges Sehoue disse que a comissão da UEMOA apoia-se sobre dois principais pilares da integração: q a complementaridade e a solidariedade.
“E neste quadro que a senhora Si foi dispensada pela comissão, a fim de vir avaliar as necessidades que a Guiné-Bissau, como sendo pais membro da UEMOA, precisa colmatar”, disse Sehoue.
Para o representante da UEMOA, o estado central não pode fazer tudo, por isso acredita que a iniciativa irá contribuir significativamente para a resolução de problemas de habitação.
Georges Sehoue acrescentou que a comissão da UEMOA não só vai financiar o projecto assim como vai acompanhar, através de seus técnicos, a execução do projecto.
ANG/LLA/SG
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segunda-feira, agosto 14, 2017
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Direitos humanos - Missão do tribunal africano em visita ao país
Bissau, 14 Ago 17 (ANG) – Uma Missão do Tribunal Africano dos Direitos Humanos e dos Povos está no país para uma visita de dois dias, no quadro de uma campanha de sensibilização e denuncias de eventuais violações dos direitos humanos.
A saída do encontro com Primeiro-ministro guineense, o presidente do tribunal informou que o propósito da missão é dar a conhecer o papel do tribunal na protecção dos direitos humanos no continente Africano.
Sylvian Ore explicou que os cidadãos podem recorrer ao referido órgão quando foram esgotados todos os instrumentos nacionais.
“A Guiné-Bissau assinou o protocolo de acordo de Adesão do Tribunal Africano, mas ainda não o ratificou”, revelou.
O chefe da missão disse estar confiante que a ratificação será feita brevemente para que o povo guineense possa beneficiar do mandato do tribunal e ver se estão de acordo com a Carta Africana dos Direitos dos Homens e as regras internacionais.
Sylvian Ore esclareceu que o tribunal não tem missão de fazer uma avaliação ou apreciação dos Direitos Humanos na Guiné-Bissau, mas sim promover a protecção dos direitos dos povos.
A missão do tribunal africano vai ainda hoje manter encontros com o Presidente da República, o presidente da ANP e do Supremo Tribunal de Justiça.
A referida missão, em colaboração com governo, vai organizar amanhã, terça-feira um seminário de sensibilização.
ANG/JD/SG
A saída do encontro com Primeiro-ministro guineense, o presidente do tribunal informou que o propósito da missão é dar a conhecer o papel do tribunal na protecção dos direitos humanos no continente Africano.
Sylvian Ore explicou que os cidadãos podem recorrer ao referido órgão quando foram esgotados todos os instrumentos nacionais.
“A Guiné-Bissau assinou o protocolo de acordo de Adesão do Tribunal Africano, mas ainda não o ratificou”, revelou.
O chefe da missão disse estar confiante que a ratificação será feita brevemente para que o povo guineense possa beneficiar do mandato do tribunal e ver se estão de acordo com a Carta Africana dos Direitos dos Homens e as regras internacionais.
Sylvian Ore esclareceu que o tribunal não tem missão de fazer uma avaliação ou apreciação dos Direitos Humanos na Guiné-Bissau, mas sim promover a protecção dos direitos dos povos.
A missão do tribunal africano vai ainda hoje manter encontros com o Presidente da República, o presidente da ANP e do Supremo Tribunal de Justiça.
A referida missão, em colaboração com governo, vai organizar amanhã, terça-feira um seminário de sensibilização.
ANG/JD/SG
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segunda-feira, agosto 14, 2017
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"Estamos a morrer de doenças que se relacionam com a alimentação"
Detentor daquilo a que a ciência chama de alimentação de excelência, Portugal parece estar de costas voltadas para a dieta mediterrânica. Qual o impacto disso? Mais peso e menos saúde. Falamos com Alexandra Bento, Bastonária da Ordem dos Nutricionistas, sobre o verdadeiro impacto da alimentação na saúde.
Jovens com peso a mais, idosos com nutrientes a menos. Portugal assume-se como um país bipolar a nível nutricional e não faltam culpados para isso.
Da falta de formação, à má informação, passando pela escassez de acesso até ao comodismo a uma cultura sedentária que se alastra de dia para dia, são muitos os fatores que interferem com a saúde dos portugueses. E em todos eles há um denominador comum: a alimentação.
Em conversa com o Notícias ao Minuto, Alexandra Bento, Bastonária da Ordem dos Nutricionistas, não hesita na hora de dizer que "nunca se comeu tão mal como se come hoje" e que a prova é bem mais dramática do que podemos pensar: "Estamos a morrer de doenças que se relacionam com a alimentação".
O problema não é de agora, destaca, e por isso mesmo diz que o imposto sobre o açúcar "veio tarde, porque o excesso de peso e a obesidade não é um assunto de ontem e já há algumas décadas que nós sabemos que temos este problema". Quanto a taxar o sal, o outro inimigo da saúde, "se me pergunta se eu implementaria, não teria dúvidas em dizer que sim, porque somos um país que come o dobro do sal que tem de comer", frisa.
Para a porta-voz dos nutricionistas portugueses, está mais do que na hora de olhar para alimentação com outros olhos, dando-lhe a devida importância para a saúde.
⇓ Assim como a saúde tem de estar em todas as políticas, a alimentação, que mais impacto tem na saúde, também tem de estar em todas as políticas
Somos um país com uma dieta alimentar bastante cobiçada, não só pelo sabor, mas também pelos benefícios que traz para a saúde, mas mesmo assim estamos entre os mais obesos. O que pode estar a correr mal?
Temos um passado de uma dieta alimentar que é considerada muito saudável, como sabemos. A dieta mediterrânica está mais do que estudada, em termos de evidências científicas dos benefícios para a saúde, agora, a questão é se as pessoas comem dessa forma. E essa forma simples de comer tem por base os produtos de origem vegetal, ou seja, os hortícolas, as frutas, os cereais e bem sabemos que, nos dias de hoje, acontece muito um consumo excessivo de outros alimentos que não têm uma boa relação com a saúde, sobrecarregados de açúcar, sobrecarregados de gordura e também com imenso sal.
Ora, desta forma, só podemos vir a ter peso a mais, doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão arterial... e é disso que estamos a morrer atualmente. Podemos dizer que estamos a morrer de doenças que se relacionam com a alimentação porque nos afastamos cada vez mais daquilo que é um padrão alimentar saudável.
Por que razão estão os portugueses a abandonar a dieta mediterrânica?
Por motivos vários, não consigo encontrar um só. Mas acaba por ser o envolvimento nesta sociedade global, a que cada vez mais nos aculturamos. Vivemos de uma forma apressada e não pensamos naquilo que devia ser a organização do nosso dia alimentar.
A questão é que nunca tanto se soube da relação entre a alimentação e a saúde e nunca as pessoas tiveram tantos conhecimentos em termos de alimentação e em termos de nutrição, conhecimentos que, no fundo, são mais teóricos, porque na prática nunca se comeu tão mal como se come hoje. O que é preciso é que todos nós tenhamos consciência disto e todos nós façamos um esforço para alterar o paradigma.
⇓ É preciso que haja uma festa alimentar, mas festa alimentar não é sinónimo de exagero
Sim, até porque há cadeias de fast-food que vendem hambúrgueres a um euro, o que faz com que seja quase impossível resistir...
As questões são mesmo essas e por isso é que é necessário um envolvimento individual. Eu própria tenho de saber como me alimentar e ter literacia suficiente, mas também tenho de ter vontade de organizar a minha vida alimentar, porque de nada me vale eu saber o que é que me faz bem e o que é que me faz mal se não o ponho em prática. E no fim disto tudo é também preciso haver a lógica do prazer, porque comer bem e saudável também quer dizer comer com prazer. O comer saudável é comer de uma forma equilibrada, é comer com prazer, que me saiba imensamente bem, comer com companhia, que pode ser dos familiares ou dos amigos, é preciso que haja uma festa alimentar, mas festa alimentar não é sinónimo de exagero.
E a nível geral, o que é preciso fazer?
Além desta necessidade individual, é preciso que haja também uma vontade coletiva e essa vontade coletiva inicia-se pelo Governo, mas depois inicia-se também por todas as partes que devem estar envolvidas, desde a indústria alimentar, que tem de providenciar produtos mais saudáveis. Atualmente fala-se disto, mas há 10 anos, ou 15 ou 20 anos, a indústria alimentar visava o lucro sem pensar na saúde do consumidor, hoje em dia sabe que obviamente tem de visar o lucro, mas pensando na saúde do consumidor. A restauração a mesma coisa.
Há uns anos era impensável pensarmos que local de trabalho tinha de ter a obrigação de pensar na saúde dos seus trabalhadores e a saúde dos seus trabalhadores também passa pela alimentação. Quando um local de trabalho tem um refeitório em que a oferta alimentar não é saudável, então não se está a cumprir com aquilo que devem ser a normas de viver em sociedade.
E por aí adiante, as escolas, as próprias cidades, que têm de estar organizadas em termos de saúde. Já pensou que as cidades já estão na era - e convém que seja para sempre - da mobilidade, da deslocação dentro da cidade por transportes sem motor, o andar a pé, andar de bicicleta, e que isto tem de ser pensado no desenho da cidade. Quanto às questões ambientais, não há cidade alguma que pense 'bem, eu não tenho nada a ver com as questões ambientais, não quero saber da recolha do lixo, das zonas urbanizadas'... isto é impensável.
Portanto, os municípios reclamam, só que há uma ou outra dimensão para a cidade, que é o comer saudável e com tradição cultural e devo-lhe dizer, já que estamos em período eleitoral para as autárquicas, que é importante que os autarcas pensem nisso. Cidades como Nova Iorque e Londres têm sido das que mais pensam na responsabilidade da autarquia ou município para a saúde alimentar da sua população e são os próprios habitantes que reclamam que o programa eleitoral tenha medidas promotoras de saúde através da alimentação.
A cidade pode fazer imensas coisas em termos da oferta da alimentação saudável, desde o local em que devem estar os supermercados, desde os locais que podem ou não podem vender à volta das escolas, desde oferta alimentar para quem é mais carenciado com vales para a aquisição de alimentos saudáveis, desde a carta dos restaurantes, que deve cumprir o requisito da tradição local mas com a tónica da saúde e a tónica da saúde é tão simples como a medição do sal.
⇓ Os nossos idosos carregam um rosário de doenças crónicas o que torna muitas vezes difícil que tenham acesso, e aqui a palavra é mesmo acesso, a uma alimentação equilibrada
O recente estudo do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável 2017 diz que 15% dos idosos estão em risco de desnutrição. Porque é que temos uma balança tão discrepante, com peso a mais de um lado e peso a menos do outro?
Existe, sim, uma discrepância e é preocupante, porque nós sabemos que muitos dos nossos idosos ou têm problemas económicos, ou têm problemas de isolamento ou têm problemas de saúde que torna mais difícil o controlo do seu estado nutricional. Os nossos idosos carregam um rosário de doenças crónicas, pois têm a diabetes, doenças cardiovasculares, problemas osteoarticulares, problemas de dentição e tudo isto torna muitas vezes difícil que tenham acesso, e aqui a palavra é mesmo acesso, a uma alimentação equilibrada. Esse acesso depende disto tudo, acesso económico, acesso a uma literacia suficiente para saber como hei-de organizar o meu dia alimentar, acesso físico aos alimentos. É
Muitos dos nossos idosos, e isto é particularmente relevante, estão institucionalizados e esta desnutrição é mais acentuada quando eles estão institucionalizados, ou seja, quando estão em lares ou em centros de dia, o que nos permite pensar: Então se eles estão numa instituição que tem a obrigatoriedade de lhe providenciar tudo aquilo que necessitam, porque é que os idosos institucionalizados têm um estado nutricional pior? Pode ser por duas dimensões, uma porque os idosos institucionalizados estão em pior estado de saúde e, segundo, porque estas instituições não têm a capacidade de lidar com as questões nutricionais de idosos. E esta segunda digo-lhe claramente que é verdadeira.
E essa segunda deve-se a quê? Falta de informação, falta de formação?
Deve-se a falta de formação e formação e desde logo por não terem os quadros técnicos adequados. Não vejo uma instituição destas sem ter o auxílio de um nutricionista, mas digo-lhe que estas instituições não ficam muito satisfeitas se falarmos nesta questão e digo-lhe porque sei do que estou a falar. Imaginam que ter um nutricionista numa instituição particular de solidariedade cas e as questsocial - a maior parte dos lares que temos no nosso país - é um custo e não será um custo, será uma poupança, porque o nutricionista saberá com correção acautelar todas as questões alimentares e ao fazê-lo também saberá fazer uma boa gestão económica daquilo que é o providenciar a alimentação aos idosos.
Julgo que está para breve uma resolução da Assembleia da República neste sentido, pelo menos há vontade. A Ordem dos Nutricionistas tem vindo a dar dimensão a esta questão, porque os dados estão aí e não se podem esconder. Há, de facto, estudos que nos demonstram que os idosos gozam de mau estado nutricional e se eles têm mau estado nutricional, muito mais quando estão institucionalizados, então é preciso trabalhar estas questões.
Há pouco falava da literacia para conseguirmos organizar a vida alimentar. Onde podemos encontrar esse conhecimento?
A escola é a chave, o que não quer dizer que outros locais não devam ser trabalhados. Mas o passado já nos demonstrou essa questão com a educação ambiental, em que, de facto, foram as crianças que levaram o conhecimento e as questões de alerta ambientais para os seus pais e avós. É uma maneira mais eficiente de trabalharmos o nosso presente e futuro, mas, claro está, a nossa literacia não é só termos mais conhecimento. A literacia alimentar é trabalharmos o nosso conhecimento, mas também as nossas atitudes e comportamentos, porque se vou só imprimir o aumento de conhecimento, posso ter uma população que sabe imenso mas que nada faz. Tenho também de trabalhar as questões motivacionais.
E no caso dos jovens, porque é que os nossos miúdos são dos mais obesos da Europa?
Porque estas questões não foram convenientemente trabalhadas no passado e continuam a ser trabalhadas de uma forma incipiente no presente. É preciso imprimir mais vontade e mais força para trabalhar estas questões, porque a situação é urgente. Repare, a obesidade é uma doença crónica que ainda por cima não é uma doença só por si isolada, é um risco para outras doenças que são pesadíssimas em termos económicos, sociais e pessoais.
O aumento da prevalência da diabetes no nosso país deve-se, em muito, ao aumento do peso da nossa população. Isto quase parece um dominó, em que a primeira peça cai e arrasta a outras todas. Portanto, há que trabalhar o determinante de saúde que mexe com isto tudo, que é a alimentação. Se há que trabalhar, há que em todas as políticas trabalhar de uma forma forte a alimentação. Assim como a saúde tem de estar em todas as políticas, a alimentação, que mais impacto tem na saúde, também tem de estar em todas as políticas, mas não pode ser só o Ministério da Saúde a tratar as questões da alimentação, por isso é que esta estratégia inter-ministerial pela alimentação saudável tem tanta importância. É o mesmo que o nosso Governo dizer que a questão alimentar não pode ficar só na alçada do Governo, tem de estar também na alçada dos outros parceiros que se relacionam, como a indústria alimentar e da restauração. Mas mesmo dentro do Governo, têm outros ministérios de estar envolvidos, e pensamos logo no Ministério da Educação, da Agricultura, mas também no da Solidariedade Social e porque não no da Economia?
⇓ Não quer dizer que os bolos não têm lugar na nossa vida, claro que têm, assim como rissol, o bolinho de bacalhau, só não pode ser diário
Em que medida a falta de consciência sobre o impacto da comida na saúde interfere com estas taxas elevadas de obesidade e excesso de peso em Portugal?
Há aqui uma questão importante que é: as escolhas saudáveis deverão ser mais fáceis. E atrás do fácil tem de estar tudo, tem de estar mais disponível, não pode ser mais caro, tem de ser mais saboroso... pelo menos estes três vetores são muito importantes.
Trocando isto por miúdos seria assim: paro a meio da manhã, vou a um café fazer a merenda e o que é que eu tenho de oferta alimentar que me salte aos olhos? Bolos, rissóis, croquetes, refrigerantes, vá lá que até vou tendo uma meia-de-leite.
A questão do ser fácil tem de estar à cabeça, tenho de entrar num sítio e a montra ser muito apelativa para estas coisas mais saudáveis e saborosas. Aqui é evidente que estes espaços têm de perceber esta dimensão e quando me dizem 'temos de providenciar prazer e ter lucro', mas nada contra, é óbvio, trata-se de um negócio, é evidente que tem de ter lucro, que tem de proporcionar prazer à pessoa e rapidez, mas isto não é antagónico, não é antagónico eu chegar a um café e pedir um iogurte com fruta, tem de passar a ser uma coisa simples.
Tem de haver um esforço coletivo, mas isso não quer dizer que os bolos não têm lugar na nossa vida, claro que têm, assim como rissol, o bolinho de bacalhau, só não pode ser diário, porque estão carregados ou de gordura e sal ou de açúcar e isso não é saúde.
E por falar em açúcar, o imposto veio tarde?
Posso dizer que veio tarde porque o excesso de peso e a obesidade não é um assunto de ontem e já há algumas décadas que nós sabemos que temos este problema. Na década de 70, alguns pensadores da área da saúde alertavam para estas situações e lembro aqui o falecido Emílio Peres e o Gonçalves Ferreira, que falavam nestas questões e adivinhavam as primeiras estratégias. Este Programa Nacional de Promoção para a Alimentação Saudável tem coisas idênticas e similares àquelas que estiveram a ser pensadas na década de 70, é interessantíssimo ler os documentos dessa altura e pensar 'como é que é possível não se ter dado seguimento a estas coisas?'.
Poderíamos ter prevenido muita coisa...
Não tenha dúvidas. Aliás, a Ordem dos Nutricionistas tem vindo a reclamar junto do Governo e da Assembleia da República a criação de um conselho nacional na área da alimentação e da nutrição. Aqui há uns dias saiu uma resolução da Assembleia da República em que os senhores deputados recomendam isso mesmo ao Governo, que queriam um tal conselho nacional, mas este conselho já existiu na década de 80. Portanto, quando a Ordem dos Nutricionistas reclamava junto do Governo que é necessário que haja um organismo que, de uma forma forte e transversal coordene tudo o que são diretrizes de alimentação e nutrição e faça a respetiva vigilância do estado de saúde através da alimentação, não foi uma ideia milagrosa que teve, porque isto já existiu, porém foi descontinuado.
Em abono da verdade, este Governo tem querido fazer. Temos, felizmente, um Secretário de Estado da Saúde, o professor Fernando Araújo, que é muito conhecedor e muito sensível para esta causa, porque ele sabe que, se nada fizermos, o Serviço Nacional de Saúde vai ser incomportável no futuro. Mas é preciso fazer mais, muito mais.
E aproveito para dizer que é com muito descontentamento que eu vejo uma promessa do Ministério da Saúde para abrir 55 vagas para nutricionistas nos cuidados de saúde primários, nos centros de saúde, e que ainda só está em promessa. Puxo a brasa à minha sardinha porque me interessa que os nutricionistas trabalhem nos locais para os quais foram formados, mas puxo a brasa à minha sardinha coletiva, porque ter nutricionistas nos centros de saúde é importantíssimo para o estado de saúde da população.
⇓ Somos um país que come o dobro do sal que tem de comer
Além deste imposto centrado no açúcar, um imposto para o sal ou para os alimentos processados não poderia fazer falta?
É uma medida que tem de ser equacionada, mas se tem de ser implementada já é outra questão. Se me pergunta se eu implementaria, eu não teria dúvidas em dizer que sim, e não tenho dúvidas nenhumas de dizer que sim porque somos um país que come o dobro do sal que tem de comer.
A tese de doutoramento de uma colega, a Carla Gonçalves, foi precisamente sobre o sal e consumo de sal em adolescentes portugueses e culminou na produção de um equipamento doseador rápido de sal. É fantástico. Temos possibilidade de ser o primeiro país do mundo a produzir um aparelho simples que mede a quantidade de sal e que indica quais os alimentos que mais contribuem para o consumo de sal. Por exemplo, os enchidos têm muito sal, mas será que importa taxá-los? Porque é um produto local, que é consumido mais esporadicamente.
Ou seja, sim, é importante equacionar esta medida, acho que é importante levá-la a efeito, mas acho que para desenhar uma medida destas é preciso um trabalho intenso para ser uma boa medida, senão é uma medida económica e não uma medida de saúde. E não é isso que se pretende.
POR DANIELA COSTA TEIXEIRA
Notícias ao Minuto
Jovens com peso a mais, idosos com nutrientes a menos. Portugal assume-se como um país bipolar a nível nutricional e não faltam culpados para isso.
Da falta de formação, à má informação, passando pela escassez de acesso até ao comodismo a uma cultura sedentária que se alastra de dia para dia, são muitos os fatores que interferem com a saúde dos portugueses. E em todos eles há um denominador comum: a alimentação.
Em conversa com o Notícias ao Minuto, Alexandra Bento, Bastonária da Ordem dos Nutricionistas, não hesita na hora de dizer que "nunca se comeu tão mal como se come hoje" e que a prova é bem mais dramática do que podemos pensar: "Estamos a morrer de doenças que se relacionam com a alimentação".
O problema não é de agora, destaca, e por isso mesmo diz que o imposto sobre o açúcar "veio tarde, porque o excesso de peso e a obesidade não é um assunto de ontem e já há algumas décadas que nós sabemos que temos este problema". Quanto a taxar o sal, o outro inimigo da saúde, "se me pergunta se eu implementaria, não teria dúvidas em dizer que sim, porque somos um país que come o dobro do sal que tem de comer", frisa.
Para a porta-voz dos nutricionistas portugueses, está mais do que na hora de olhar para alimentação com outros olhos, dando-lhe a devida importância para a saúde.
⇓ Assim como a saúde tem de estar em todas as políticas, a alimentação, que mais impacto tem na saúde, também tem de estar em todas as políticas
Somos um país com uma dieta alimentar bastante cobiçada, não só pelo sabor, mas também pelos benefícios que traz para a saúde, mas mesmo assim estamos entre os mais obesos. O que pode estar a correr mal?
Temos um passado de uma dieta alimentar que é considerada muito saudável, como sabemos. A dieta mediterrânica está mais do que estudada, em termos de evidências científicas dos benefícios para a saúde, agora, a questão é se as pessoas comem dessa forma. E essa forma simples de comer tem por base os produtos de origem vegetal, ou seja, os hortícolas, as frutas, os cereais e bem sabemos que, nos dias de hoje, acontece muito um consumo excessivo de outros alimentos que não têm uma boa relação com a saúde, sobrecarregados de açúcar, sobrecarregados de gordura e também com imenso sal.
Ora, desta forma, só podemos vir a ter peso a mais, doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão arterial... e é disso que estamos a morrer atualmente. Podemos dizer que estamos a morrer de doenças que se relacionam com a alimentação porque nos afastamos cada vez mais daquilo que é um padrão alimentar saudável.
Por que razão estão os portugueses a abandonar a dieta mediterrânica?
Por motivos vários, não consigo encontrar um só. Mas acaba por ser o envolvimento nesta sociedade global, a que cada vez mais nos aculturamos. Vivemos de uma forma apressada e não pensamos naquilo que devia ser a organização do nosso dia alimentar.
A questão é que nunca tanto se soube da relação entre a alimentação e a saúde e nunca as pessoas tiveram tantos conhecimentos em termos de alimentação e em termos de nutrição, conhecimentos que, no fundo, são mais teóricos, porque na prática nunca se comeu tão mal como se come hoje. O que é preciso é que todos nós tenhamos consciência disto e todos nós façamos um esforço para alterar o paradigma.
⇓ É preciso que haja uma festa alimentar, mas festa alimentar não é sinónimo de exagero
Sim, até porque há cadeias de fast-food que vendem hambúrgueres a um euro, o que faz com que seja quase impossível resistir...
As questões são mesmo essas e por isso é que é necessário um envolvimento individual. Eu própria tenho de saber como me alimentar e ter literacia suficiente, mas também tenho de ter vontade de organizar a minha vida alimentar, porque de nada me vale eu saber o que é que me faz bem e o que é que me faz mal se não o ponho em prática. E no fim disto tudo é também preciso haver a lógica do prazer, porque comer bem e saudável também quer dizer comer com prazer. O comer saudável é comer de uma forma equilibrada, é comer com prazer, que me saiba imensamente bem, comer com companhia, que pode ser dos familiares ou dos amigos, é preciso que haja uma festa alimentar, mas festa alimentar não é sinónimo de exagero.
E a nível geral, o que é preciso fazer?
Além desta necessidade individual, é preciso que haja também uma vontade coletiva e essa vontade coletiva inicia-se pelo Governo, mas depois inicia-se também por todas as partes que devem estar envolvidas, desde a indústria alimentar, que tem de providenciar produtos mais saudáveis. Atualmente fala-se disto, mas há 10 anos, ou 15 ou 20 anos, a indústria alimentar visava o lucro sem pensar na saúde do consumidor, hoje em dia sabe que obviamente tem de visar o lucro, mas pensando na saúde do consumidor. A restauração a mesma coisa.
Há uns anos era impensável pensarmos que local de trabalho tinha de ter a obrigação de pensar na saúde dos seus trabalhadores e a saúde dos seus trabalhadores também passa pela alimentação. Quando um local de trabalho tem um refeitório em que a oferta alimentar não é saudável, então não se está a cumprir com aquilo que devem ser a normas de viver em sociedade.
E por aí adiante, as escolas, as próprias cidades, que têm de estar organizadas em termos de saúde. Já pensou que as cidades já estão na era - e convém que seja para sempre - da mobilidade, da deslocação dentro da cidade por transportes sem motor, o andar a pé, andar de bicicleta, e que isto tem de ser pensado no desenho da cidade. Quanto às questões ambientais, não há cidade alguma que pense 'bem, eu não tenho nada a ver com as questões ambientais, não quero saber da recolha do lixo, das zonas urbanizadas'... isto é impensável.
Portanto, os municípios reclamam, só que há uma ou outra dimensão para a cidade, que é o comer saudável e com tradição cultural e devo-lhe dizer, já que estamos em período eleitoral para as autárquicas, que é importante que os autarcas pensem nisso. Cidades como Nova Iorque e Londres têm sido das que mais pensam na responsabilidade da autarquia ou município para a saúde alimentar da sua população e são os próprios habitantes que reclamam que o programa eleitoral tenha medidas promotoras de saúde através da alimentação.
A cidade pode fazer imensas coisas em termos da oferta da alimentação saudável, desde o local em que devem estar os supermercados, desde os locais que podem ou não podem vender à volta das escolas, desde oferta alimentar para quem é mais carenciado com vales para a aquisição de alimentos saudáveis, desde a carta dos restaurantes, que deve cumprir o requisito da tradição local mas com a tónica da saúde e a tónica da saúde é tão simples como a medição do sal.
⇓ Os nossos idosos carregam um rosário de doenças crónicas o que torna muitas vezes difícil que tenham acesso, e aqui a palavra é mesmo acesso, a uma alimentação equilibrada
O recente estudo do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável 2017 diz que 15% dos idosos estão em risco de desnutrição. Porque é que temos uma balança tão discrepante, com peso a mais de um lado e peso a menos do outro?
Existe, sim, uma discrepância e é preocupante, porque nós sabemos que muitos dos nossos idosos ou têm problemas económicos, ou têm problemas de isolamento ou têm problemas de saúde que torna mais difícil o controlo do seu estado nutricional. Os nossos idosos carregam um rosário de doenças crónicas, pois têm a diabetes, doenças cardiovasculares, problemas osteoarticulares, problemas de dentição e tudo isto torna muitas vezes difícil que tenham acesso, e aqui a palavra é mesmo acesso, a uma alimentação equilibrada. Esse acesso depende disto tudo, acesso económico, acesso a uma literacia suficiente para saber como hei-de organizar o meu dia alimentar, acesso físico aos alimentos. É
Muitos dos nossos idosos, e isto é particularmente relevante, estão institucionalizados e esta desnutrição é mais acentuada quando eles estão institucionalizados, ou seja, quando estão em lares ou em centros de dia, o que nos permite pensar: Então se eles estão numa instituição que tem a obrigatoriedade de lhe providenciar tudo aquilo que necessitam, porque é que os idosos institucionalizados têm um estado nutricional pior? Pode ser por duas dimensões, uma porque os idosos institucionalizados estão em pior estado de saúde e, segundo, porque estas instituições não têm a capacidade de lidar com as questões nutricionais de idosos. E esta segunda digo-lhe claramente que é verdadeira.
E essa segunda deve-se a quê? Falta de informação, falta de formação?
Deve-se a falta de formação e formação e desde logo por não terem os quadros técnicos adequados. Não vejo uma instituição destas sem ter o auxílio de um nutricionista, mas digo-lhe que estas instituições não ficam muito satisfeitas se falarmos nesta questão e digo-lhe porque sei do que estou a falar. Imaginam que ter um nutricionista numa instituição particular de solidariedade cas e as questsocial - a maior parte dos lares que temos no nosso país - é um custo e não será um custo, será uma poupança, porque o nutricionista saberá com correção acautelar todas as questões alimentares e ao fazê-lo também saberá fazer uma boa gestão económica daquilo que é o providenciar a alimentação aos idosos.
Julgo que está para breve uma resolução da Assembleia da República neste sentido, pelo menos há vontade. A Ordem dos Nutricionistas tem vindo a dar dimensão a esta questão, porque os dados estão aí e não se podem esconder. Há, de facto, estudos que nos demonstram que os idosos gozam de mau estado nutricional e se eles têm mau estado nutricional, muito mais quando estão institucionalizados, então é preciso trabalhar estas questões.
Há pouco falava da literacia para conseguirmos organizar a vida alimentar. Onde podemos encontrar esse conhecimento?
A escola é a chave, o que não quer dizer que outros locais não devam ser trabalhados. Mas o passado já nos demonstrou essa questão com a educação ambiental, em que, de facto, foram as crianças que levaram o conhecimento e as questões de alerta ambientais para os seus pais e avós. É uma maneira mais eficiente de trabalharmos o nosso presente e futuro, mas, claro está, a nossa literacia não é só termos mais conhecimento. A literacia alimentar é trabalharmos o nosso conhecimento, mas também as nossas atitudes e comportamentos, porque se vou só imprimir o aumento de conhecimento, posso ter uma população que sabe imenso mas que nada faz. Tenho também de trabalhar as questões motivacionais.
E no caso dos jovens, porque é que os nossos miúdos são dos mais obesos da Europa?
Porque estas questões não foram convenientemente trabalhadas no passado e continuam a ser trabalhadas de uma forma incipiente no presente. É preciso imprimir mais vontade e mais força para trabalhar estas questões, porque a situação é urgente. Repare, a obesidade é uma doença crónica que ainda por cima não é uma doença só por si isolada, é um risco para outras doenças que são pesadíssimas em termos económicos, sociais e pessoais.
O aumento da prevalência da diabetes no nosso país deve-se, em muito, ao aumento do peso da nossa população. Isto quase parece um dominó, em que a primeira peça cai e arrasta a outras todas. Portanto, há que trabalhar o determinante de saúde que mexe com isto tudo, que é a alimentação. Se há que trabalhar, há que em todas as políticas trabalhar de uma forma forte a alimentação. Assim como a saúde tem de estar em todas as políticas, a alimentação, que mais impacto tem na saúde, também tem de estar em todas as políticas, mas não pode ser só o Ministério da Saúde a tratar as questões da alimentação, por isso é que esta estratégia inter-ministerial pela alimentação saudável tem tanta importância. É o mesmo que o nosso Governo dizer que a questão alimentar não pode ficar só na alçada do Governo, tem de estar também na alçada dos outros parceiros que se relacionam, como a indústria alimentar e da restauração. Mas mesmo dentro do Governo, têm outros ministérios de estar envolvidos, e pensamos logo no Ministério da Educação, da Agricultura, mas também no da Solidariedade Social e porque não no da Economia?
⇓ Não quer dizer que os bolos não têm lugar na nossa vida, claro que têm, assim como rissol, o bolinho de bacalhau, só não pode ser diário
Em que medida a falta de consciência sobre o impacto da comida na saúde interfere com estas taxas elevadas de obesidade e excesso de peso em Portugal?
Há aqui uma questão importante que é: as escolhas saudáveis deverão ser mais fáceis. E atrás do fácil tem de estar tudo, tem de estar mais disponível, não pode ser mais caro, tem de ser mais saboroso... pelo menos estes três vetores são muito importantes.
Trocando isto por miúdos seria assim: paro a meio da manhã, vou a um café fazer a merenda e o que é que eu tenho de oferta alimentar que me salte aos olhos? Bolos, rissóis, croquetes, refrigerantes, vá lá que até vou tendo uma meia-de-leite.
A questão do ser fácil tem de estar à cabeça, tenho de entrar num sítio e a montra ser muito apelativa para estas coisas mais saudáveis e saborosas. Aqui é evidente que estes espaços têm de perceber esta dimensão e quando me dizem 'temos de providenciar prazer e ter lucro', mas nada contra, é óbvio, trata-se de um negócio, é evidente que tem de ter lucro, que tem de proporcionar prazer à pessoa e rapidez, mas isto não é antagónico, não é antagónico eu chegar a um café e pedir um iogurte com fruta, tem de passar a ser uma coisa simples.
Tem de haver um esforço coletivo, mas isso não quer dizer que os bolos não têm lugar na nossa vida, claro que têm, assim como rissol, o bolinho de bacalhau, só não pode ser diário, porque estão carregados ou de gordura e sal ou de açúcar e isso não é saúde.
E por falar em açúcar, o imposto veio tarde?
Posso dizer que veio tarde porque o excesso de peso e a obesidade não é um assunto de ontem e já há algumas décadas que nós sabemos que temos este problema. Na década de 70, alguns pensadores da área da saúde alertavam para estas situações e lembro aqui o falecido Emílio Peres e o Gonçalves Ferreira, que falavam nestas questões e adivinhavam as primeiras estratégias. Este Programa Nacional de Promoção para a Alimentação Saudável tem coisas idênticas e similares àquelas que estiveram a ser pensadas na década de 70, é interessantíssimo ler os documentos dessa altura e pensar 'como é que é possível não se ter dado seguimento a estas coisas?'.
Poderíamos ter prevenido muita coisa...
Não tenha dúvidas. Aliás, a Ordem dos Nutricionistas tem vindo a reclamar junto do Governo e da Assembleia da República a criação de um conselho nacional na área da alimentação e da nutrição. Aqui há uns dias saiu uma resolução da Assembleia da República em que os senhores deputados recomendam isso mesmo ao Governo, que queriam um tal conselho nacional, mas este conselho já existiu na década de 80. Portanto, quando a Ordem dos Nutricionistas reclamava junto do Governo que é necessário que haja um organismo que, de uma forma forte e transversal coordene tudo o que são diretrizes de alimentação e nutrição e faça a respetiva vigilância do estado de saúde através da alimentação, não foi uma ideia milagrosa que teve, porque isto já existiu, porém foi descontinuado.
Em abono da verdade, este Governo tem querido fazer. Temos, felizmente, um Secretário de Estado da Saúde, o professor Fernando Araújo, que é muito conhecedor e muito sensível para esta causa, porque ele sabe que, se nada fizermos, o Serviço Nacional de Saúde vai ser incomportável no futuro. Mas é preciso fazer mais, muito mais.
E aproveito para dizer que é com muito descontentamento que eu vejo uma promessa do Ministério da Saúde para abrir 55 vagas para nutricionistas nos cuidados de saúde primários, nos centros de saúde, e que ainda só está em promessa. Puxo a brasa à minha sardinha porque me interessa que os nutricionistas trabalhem nos locais para os quais foram formados, mas puxo a brasa à minha sardinha coletiva, porque ter nutricionistas nos centros de saúde é importantíssimo para o estado de saúde da população.
⇓ Somos um país que come o dobro do sal que tem de comer
Além deste imposto centrado no açúcar, um imposto para o sal ou para os alimentos processados não poderia fazer falta?
É uma medida que tem de ser equacionada, mas se tem de ser implementada já é outra questão. Se me pergunta se eu implementaria, eu não teria dúvidas em dizer que sim, e não tenho dúvidas nenhumas de dizer que sim porque somos um país que come o dobro do sal que tem de comer.
A tese de doutoramento de uma colega, a Carla Gonçalves, foi precisamente sobre o sal e consumo de sal em adolescentes portugueses e culminou na produção de um equipamento doseador rápido de sal. É fantástico. Temos possibilidade de ser o primeiro país do mundo a produzir um aparelho simples que mede a quantidade de sal e que indica quais os alimentos que mais contribuem para o consumo de sal. Por exemplo, os enchidos têm muito sal, mas será que importa taxá-los? Porque é um produto local, que é consumido mais esporadicamente.
Ou seja, sim, é importante equacionar esta medida, acho que é importante levá-la a efeito, mas acho que para desenhar uma medida destas é preciso um trabalho intenso para ser uma boa medida, senão é uma medida económica e não uma medida de saúde. E não é isso que se pretende.
POR DANIELA COSTA TEIXEIRA
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segunda-feira, agosto 14, 2017
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Função pública - Ministro pede tempo e organização para fazer reajuste salarial
Bissau, 14 Ago17 (ANG) - O ministro da Função Pública Reforma e Trabalho pediu tempo sexta-feira à União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG) para que possa fazer um trabalho organizado de reajuste salarial de modo a evitar erros no futuro.
Tumane Baldé falava à imprensa após o encontro conjunto com o secretário da UNTG e o ministro da Economia e Finanças no qual se debateu a questão de reajuste salarial na função pública guineense.
“A questão do salário na função pública realmente está de forma desorganizada, mas também o trabalho de o reorganizar exige tempo porque não podemos cometer erros que possas nos prejudicar no futuro, sendo assim precisaremos da colaboração de UNTG neste sentido”, disse aquele governante.
Afirmou que nunca é contra as exigências da UNTG, porque a luta desta visa apenas uma justiça salarial.
Baldé prometeu prosseguir com os trabalho com vista a implementação de um reajuste salarial na Administração Publica.
O Ministro da Função Publica pediu igualmente paciência aos trabalhadores, assegurando que pretendem fazer bom trabalho e para que isso aconteça necessitam da colaboração de todos.
Por sua vez, o ministro da Economia e Finanças, Aladje Mamadu Fadia garantiu que o preço de arroz vai ser baixado no mercado para que a população possa ter o poder de compra.
Questionado se as finanças estariam em condições de proceder ao reajuste salarial, o governante respondeu afirmativamente, tendo sublinhado que isso não implica aumento salarial, mas sim aumento de salários de uns e consequente diminuição de outros
“A única situação que poderá nos dificultar é o tempo, por isso precisamos da colaboração de nossos parceiros neste sentido. Já estamos a fazer o nosso trabalho, só que exige muita atenção e concentração”, disse Fadia.
ANG/AALS/JAM/SG
Tumane Baldé falava à imprensa após o encontro conjunto com o secretário da UNTG e o ministro da Economia e Finanças no qual se debateu a questão de reajuste salarial na função pública guineense.
“A questão do salário na função pública realmente está de forma desorganizada, mas também o trabalho de o reorganizar exige tempo porque não podemos cometer erros que possas nos prejudicar no futuro, sendo assim precisaremos da colaboração de UNTG neste sentido”, disse aquele governante.
Afirmou que nunca é contra as exigências da UNTG, porque a luta desta visa apenas uma justiça salarial.
Baldé prometeu prosseguir com os trabalho com vista a implementação de um reajuste salarial na Administração Publica.
O Ministro da Função Publica pediu igualmente paciência aos trabalhadores, assegurando que pretendem fazer bom trabalho e para que isso aconteça necessitam da colaboração de todos.
Por sua vez, o ministro da Economia e Finanças, Aladje Mamadu Fadia garantiu que o preço de arroz vai ser baixado no mercado para que a população possa ter o poder de compra.
Questionado se as finanças estariam em condições de proceder ao reajuste salarial, o governante respondeu afirmativamente, tendo sublinhado que isso não implica aumento salarial, mas sim aumento de salários de uns e consequente diminuição de outros
“A única situação que poderá nos dificultar é o tempo, por isso precisamos da colaboração de nossos parceiros neste sentido. Já estamos a fazer o nosso trabalho, só que exige muita atenção e concentração”, disse Fadia.
ANG/AALS/JAM/SG
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segunda-feira, agosto 14, 2017
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Ataque contra restaurante no Burkina Faso deixa pelo menos 18 mortos
Ouagadougou, Burkina Faso, 13 de Agosto 2017.
Homens suspeitos de serem jihadistas mataram pelo menos 18 pessoas e deixaram diversos feridos durante um ataque na noite de domingo, 13, num restaurante na capital de Burkina Faso, Ouagadougou, e as forças de segurança mataram os dois agressores e libertaram as pessoas presas dentro do prédio.
"Isso é um ataque terrorista", disse o ministro de Comunicações, Remi Dandjinou, numa conferência de imprensa nesta segunda-feira, 14 de Agosto.
Ele disse que o número de vítimas é provisório, porque a operação de segurança ainda estava em andamento.
O Burkina Faso, como outros países na África Ocidental, tem sido alvo esporádico de grupos jihadistas operando pela região do Sahel. A maior parte dos ataques aconteceu na remota região de sua fronteira com Mali, que tem visto ataques de militantes islâmicos por mais de uma década.
Uma testemunha da Reuters viu clientes fugindo do restaurante Aziz Istanbul, no centro de Ouagadougou, enquanto policiais e paramilitares cercavam o prédio entre a troca de tiros.
Reuters
VOA
Homens suspeitos de serem jihadistas mataram pelo menos 18 pessoas e deixaram diversos feridos durante um ataque na noite de domingo, 13, num restaurante na capital de Burkina Faso, Ouagadougou, e as forças de segurança mataram os dois agressores e libertaram as pessoas presas dentro do prédio.
"Isso é um ataque terrorista", disse o ministro de Comunicações, Remi Dandjinou, numa conferência de imprensa nesta segunda-feira, 14 de Agosto.
Ele disse que o número de vítimas é provisório, porque a operação de segurança ainda estava em andamento.
O Burkina Faso, como outros países na África Ocidental, tem sido alvo esporádico de grupos jihadistas operando pela região do Sahel. A maior parte dos ataques aconteceu na remota região de sua fronteira com Mali, que tem visto ataques de militantes islâmicos por mais de uma década.
Uma testemunha da Reuters viu clientes fugindo do restaurante Aziz Istanbul, no centro de Ouagadougou, enquanto policiais e paramilitares cercavam o prédio entre a troca de tiros.
Reuters
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segunda-feira, agosto 14, 2017
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OS SINDICATOS NA GUINÉ BISSAU ESTÃO, QUASE TODOS ELES FORA DA LEI, POR TEREM MANDATOS CADUCO.. CONTUDO, EM LUGAR DE ORGANIZAREM E ULTRAPASSAR TODAS EVENTUAIS DISSINTONIAS ENTRAM A TOMAR PARTIDO E A FAZER GUERRA EM NOME DO DSP E SUA EQUIPE DE MALANDROS E CORRUPTOS
Fonte: Ditadura do Progresso | Fotos: Internet
A tarouquice e a falta de respeito dos Sindicatos Guineenses para com o povo e trabalhadores guineenses nunca foram tão acentuadas como nos últimos tempos.
Se antigamente escondiam-se por detrás do cinismo suas preferências politicas, fingindo ou fazendo de contas que andam preocupados com o bem-estar dos trabalhadores guineenses, hoje em dia já nem têm pejo ou moral de esconder suas tendências politicas. Já perderam a vergonha na cara e, cíclica ou periodicamente, vão lançando fedor e coisas ruins contra os trabalhadores guineenses.
Aonde já se viu Sindicatos num contexto democrático tomarem partido, numa altura em que vinha ou vem negociando com o Governo e Parceiros Sociais os reajustes ou harmonização salariais aceites e reafirmados esta semana pelo Governo do General Sissoko Embaló, tendo para o efeito sido criado uma Comissão para analisar e formular propostas concretas para valorização dos trabalhadores guineenses.
Os aumentos salariais anunciados estão sendo tratados por uma Comissão que integra o Ministério da Função Pública, Reforma Administrativa e Trabalho, Ministério da Economia e Finanças e alguns Representantes de Sindicatos e de Sociedade Civil. Os trabalhos desta Comissão vão contribuir para que os trabalhadores possam melhorar a sua capacidade de ingresso e poder enfrentar melhor os graves problemas que o país tem vindo atravessar desde que foram bloqueados o funcionamento da Plenária da ANP.
Os Sindicatos guineenses, que boicotaram as comemorações da data de 3 de Agosto, diga-se em abono da verdade, para além de demonstrarem insensibilidade, representam um insulto a todos os trabalhadores guineenses. A título de exemplo, se para os funcionários e trabalhadores de Estado torna-se necessário a participação na jornada comemorativas do dia dos mártires de Pindjiguiti, para os Sindicatos a participação é mais que obrigatória. Que absurdo!
Na verdade, a batalha pelo aumento do salário mínimo começou há bastante tempo. É preciso lembrar de que a Organização de Trabalhadores da Guiné Bissau – UNTG enfrentou no passado a resistência dos parceiros sociais (Governo e o empresariado nacional) em ajustar o vencimento do empregado ao valor do cabaz mínimo de uma família típica guineense. Porém, a UNTG não interessa em manter boas relações com o Governo da Guiné Bissau, por isso mesmo sabotou as comemorações conjunta da data de de 3 de Agosto..
Quando se quer intermediar a resolução de problemas da classe trabalhadora deve-se, no mínimo esforçar-se para manutenção de um clima sã com os parceiros.
O Governo e o empresariado nacional mostram-se sensíveis e preocupados com à situação dos trabalhadores guineenses, pois acreditam que o aumento em forja permitirá aos trabalhadores e as suas respectivas famílias levarem uma vida com o mínimo de dignidade e, consequentemente, contribuirão para o progresso do país.
É nesta base, que lamentamos o facto de alguns sindicatos guineenses e a própria central sindical não entenderem da importância de um bom relacionamento, ainda mais que o Governo tem sempre formas de contornar os boicotes, mesmo vindos da central sindical, que está preocupado em pessoalizar ou assumir protagonismos na melhoria da situação dos trabalhadores, quando é o Governo o principal responsável pela melhoria da situação do trabalhador guineense.
No tocante ao recente Greve decretado pela UNTG, em desrespeito as leis e demais instituições democráticas, viola o principio de solidariedade, visto que Governo enquanto parceiro privilegiado dos sindicatos deveria merecer um tratamento privilegiado, visto estar a actuar em nome dos trabalhadores.
Publicada por Bambaram di Padida à(s) 13:27:00
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segunda-feira, agosto 14, 2017
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domingo, 13 de agosto de 2017
Governo guineense e central sindical chegam a acordo para evitar greve
O governo da Guiné-Bissau e a União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG) chegaram a acordo para evitar uma nova greve geral na Função Pública que deveria ter lugar na próxima semana, anunciaram fontes oficiais.
O acordo foi rubricado no sábado, da parte do Governo, pelos ministros das Finanças, João Fadiá, e da Função Pública, Tumane Baldé, e pelo secretário-geral da UNTG, Estevão Có.
Os três confirmaram o entendimento, evitando a possibilidade de realização de uma nova greve geral na próxima semana.
A Função Pública guineense realizou entre 08 e 10 de agosto uma greve geral para reivindicar um reajuste salarial.
O secretário-geral da maior central sindical da Guiné-Bissau mostrou-se satisfeito "com os resultados das negociações de alto nível" que permitiram o entendimento.
"O Governo deu mão à palmatória e reconheceu que as nossas exigências são legítimas", afirmou Estevão Có, vincando que a harmonização da grelha salarial na Função Pública e o controlo do preço do arroz (base da dieta alimentar no país) são fundamentais.
O ministro das Finanças, João Fadiá, defendeu que o entendimento foi possível porque o Governo fez ver ao sindicato que já decidiu baixar algumas taxas do arroz, levando os comerciantes também a reduzirem os preços e ainda criou uma comissão para harmonizar os salários.
O ministro da Função Pública, Tumane Baldé disse que o Governo compreende a reivindicação dos trabalhadores, nomeadamente a existência de desequilíbrios na folha salarial, mas lembra que são situações herdadas do passado e que estão a ser corrigidas.
NAOM
O acordo foi rubricado no sábado, da parte do Governo, pelos ministros das Finanças, João Fadiá, e da Função Pública, Tumane Baldé, e pelo secretário-geral da UNTG, Estevão Có.
Os três confirmaram o entendimento, evitando a possibilidade de realização de uma nova greve geral na próxima semana.
A Função Pública guineense realizou entre 08 e 10 de agosto uma greve geral para reivindicar um reajuste salarial.
O secretário-geral da maior central sindical da Guiné-Bissau mostrou-se satisfeito "com os resultados das negociações de alto nível" que permitiram o entendimento.
"O Governo deu mão à palmatória e reconheceu que as nossas exigências são legítimas", afirmou Estevão Có, vincando que a harmonização da grelha salarial na Função Pública e o controlo do preço do arroz (base da dieta alimentar no país) são fundamentais.
O ministro das Finanças, João Fadiá, defendeu que o entendimento foi possível porque o Governo fez ver ao sindicato que já decidiu baixar algumas taxas do arroz, levando os comerciantes também a reduzirem os preços e ainda criou uma comissão para harmonizar os salários.
O ministro da Função Pública, Tumane Baldé disse que o Governo compreende a reivindicação dos trabalhadores, nomeadamente a existência de desequilíbrios na folha salarial, mas lembra que são situações herdadas do passado e que estão a ser corrigidas.
NAOM
sábado, 12 de agosto de 2017
EDUCAÇÃO - Universidade Lusófona disponibiliza 130 bolsas de estudos para estudantes da CPLP
Segundo o website da Universidade Lusófona, os benefícios educacionais proporcionados aos alunos com nacionalidade dos países da CPLP fazem parte do projecto da administração da Universidade de apoiar os países da Comunidade Lusófona na formação de quadros superiores de modo a contribuir para o seu desenvolvimento.
Das 130 vagas, 25 são para Brasil – igual número para Angola; 20 para Cabo Verde; 15 para Guiné-Bissau – igual número para São Tomé e Príncipe; 10 para Guiné-Equatorial – igual número para Moçambique; 5 para Macau – igual número para Timor.
Em termos de prazos, existem duas fases a ter em conta:
1ª fase: de 17 de Julho a 18 de Agosto
2ª fase: 01 de Setembro a 22 de Setembro
Para questões de candidatura, confira aqui.
Jovens artistas da Guiné-Bissau impedidos de participar em Bienal porque Portugal não deu visto
(Imagem: Reprodução RFI)
Em mais uma demonstração da falta de cooperação e entendimento sobre a necessidade da livre circulação na CPLP, um facto inédito manchou o início da VIII Bienal de Jovens Criadores da CPLP cujo objetivo é o aprofundamento dos laços de amizade e o intercâmbio cultural entre jovens artistas de toda a Comunidade de Países de Língua Portuguesa.
(Imagem: Reprodução
Bienal de Cerveira)
As delegações oficiais da bienal são compostas por artistas vencedores dos respetivos concursos nacionais e o visto concedido é geralmente um visto de cortesia atribuído pelo Estado-Membro anfitrião, neste caso, Portugal.
Os jovens acompanham a comitiva oficial de cada Estado-Membro, que se faz representar pelos Ministros ou Secretários de Estado da Juventude e Desportos. No entanto, mesmo num evento de caráter marcadamente institucional como este, fica evidente a dificuldade de circulação no espaço da CPLP.
A comitiva de jovens guineenses foi impedida de participar na Bienal porque o consulado de Portugal na Guiné-Bissau não concedeu os vistos de cortesia. Falámos com Aissatu Forbs, Presidente do Conselho Nacional de Juventude da Guiné-Bissau e Helmer Fortes, em representação do Fórum da Juventude da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa , para perceber melhor o que se passou:
A promoção de maior mobilidade na CPLP tem estado na ordem do dia e o atual governo português tem feito várias declarações favoráveis à promoção de uma circulação mais facilitada no espaço da Comunidade. No entanto, no último Conselho de Ministros da CPLP o assunto da “mobilidade” foi uma vez mais adiado.
Conexaolusofona.org
Em mais uma demonstração da falta de cooperação e entendimento sobre a necessidade da livre circulação na CPLP, um facto inédito manchou o início da VIII Bienal de Jovens Criadores da CPLP cujo objetivo é o aprofundamento dos laços de amizade e o intercâmbio cultural entre jovens artistas de toda a Comunidade de Países de Língua Portuguesa.
(Imagem: Reprodução
Bienal de Cerveira)
As delegações oficiais da bienal são compostas por artistas vencedores dos respetivos concursos nacionais e o visto concedido é geralmente um visto de cortesia atribuído pelo Estado-Membro anfitrião, neste caso, Portugal.
Os jovens acompanham a comitiva oficial de cada Estado-Membro, que se faz representar pelos Ministros ou Secretários de Estado da Juventude e Desportos. No entanto, mesmo num evento de caráter marcadamente institucional como este, fica evidente a dificuldade de circulação no espaço da CPLP.
A comitiva de jovens guineenses foi impedida de participar na Bienal porque o consulado de Portugal na Guiné-Bissau não concedeu os vistos de cortesia. Falámos com Aissatu Forbs, Presidente do Conselho Nacional de Juventude da Guiné-Bissau e Helmer Fortes, em representação do Fórum da Juventude da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa , para perceber melhor o que se passou:
A promoção de maior mobilidade na CPLP tem estado na ordem do dia e o atual governo português tem feito várias declarações favoráveis à promoção de uma circulação mais facilitada no espaço da Comunidade. No entanto, no último Conselho de Ministros da CPLP o assunto da “mobilidade” foi uma vez mais adiado.
Conexaolusofona.org
Morte de 63 crianças em hospital por alegada negligência investigada
As autoridades da Índia estão a investigar a morte alegadamente por negligência de mais de 60 crianças, várias delas bebés, nos últimos cinco dias num hospital do norte do país.
"Yogi Adityanath (chefe do governo do Estado de Uttar Pradesh) pediu que o caso fosse investigado e garantiu uma ação firme", indicou o seu gabinete através da rede social de mensagens curtas Twitter.
Adiantou que os ministros da Saúde do Uttar Pradesh, Sidharthnath Singh, e da Educação Médica, igualmente porta-voz do executivo regional, Ashutosh Tandon, vão deslocar-se a Gorakhpur, onde se localiza o hospital Baba Raghav Das Medical College, no qual ocorreram as mortes.
Pelo menos 63 crianças morreram devido a encefalite e a falta de oxigénio desde segunda-feira, 30 das mortes ocorreram nas últimas 48 horas, informou a agência local IANS.
Segundo vários 'media' locais, as crianças morreram depois da empresa fornecedora de oxigénio ter cancelado as entregas ao hospital em questão, aparentemente por falta de pagamento de faturas na ordem de vários milhões de rupias.
O Uttar Pradesh é o Estado mais populoso da Índia, sendo governado pelo partido de direita Bharatiya Janata Party (BJP) do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.
O líder da oposição Rahul Gandhi, do histórico Partido do Congresso, declarou-se "triste" com o sucedido, considerando no Twitter que "o governo do BJP é responsável e deve punir a negligência e quem causou a tragédia".
Os hospitais públicos indianos enfrentam diariamente grandes constrangimentos e vivem à beira da rutura: os doentes enfrentam longas filas de espera, mesmo para as intervenções mais simples, e muitas vezes são obrigados a partilhar camas.
Os indianos que conseguem evitar os hospitais públicos e recorrer a clínicas privadas, onde uma consulta pode custar em média 1.000 rupias (mais de 13 euros), são uma minoria.
Milhões de indianos vivem com menos de dois euros por dia.
NAOM
"Yogi Adityanath (chefe do governo do Estado de Uttar Pradesh) pediu que o caso fosse investigado e garantiu uma ação firme", indicou o seu gabinete através da rede social de mensagens curtas Twitter.
Adiantou que os ministros da Saúde do Uttar Pradesh, Sidharthnath Singh, e da Educação Médica, igualmente porta-voz do executivo regional, Ashutosh Tandon, vão deslocar-se a Gorakhpur, onde se localiza o hospital Baba Raghav Das Medical College, no qual ocorreram as mortes.
Pelo menos 63 crianças morreram devido a encefalite e a falta de oxigénio desde segunda-feira, 30 das mortes ocorreram nas últimas 48 horas, informou a agência local IANS.
Segundo vários 'media' locais, as crianças morreram depois da empresa fornecedora de oxigénio ter cancelado as entregas ao hospital em questão, aparentemente por falta de pagamento de faturas na ordem de vários milhões de rupias.
O Uttar Pradesh é o Estado mais populoso da Índia, sendo governado pelo partido de direita Bharatiya Janata Party (BJP) do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.
O líder da oposição Rahul Gandhi, do histórico Partido do Congresso, declarou-se "triste" com o sucedido, considerando no Twitter que "o governo do BJP é responsável e deve punir a negligência e quem causou a tragédia".
Os hospitais públicos indianos enfrentam diariamente grandes constrangimentos e vivem à beira da rutura: os doentes enfrentam longas filas de espera, mesmo para as intervenções mais simples, e muitas vezes são obrigados a partilhar camas.
Os indianos que conseguem evitar os hospitais públicos e recorrer a clínicas privadas, onde uma consulta pode custar em média 1.000 rupias (mais de 13 euros), são uma minoria.
Milhões de indianos vivem com menos de dois euros por dia.
NAOM
Pelo menos 24 mortos a tiro em protestos no Quénia, diz organização
A organização Comissão Nacional para os Direitos Humanos do Quénia (KNCHR, na sigla em inglês) disse hoje que 24 pessoas, das quais duas menores, morreram devido a tiros da polícia durante protestos em diferentes zonas do país.
Do total de vítimas mortais, 17 morreram em subúrbios da capital, Nairobi, onde se têm registado confrontos desde a noite de sexta-feira entre a polícia e apoiantes da oposição, que não aceita a vitória eleitoral do Presidente cessante, Uhuru Kenyatta, alegando a existência de fraude.
A presidente da KNCHR, Kagwiria Mbogori, condenou numa conferência de imprensa o "uso excessivo da força" por parte da polícia e exigiu às autoridades que "controlem" os agentes e impeçam a utilização de balas reais contra os manifestantes.
"Há muitos casos de brutalidade policial da polícia contra civis. É ilegal e inaceitável", adiantou.
No entanto, Mbogori assegurou que apesar de existirem "focos de conflito" em alguns pontos do país, "a maioria do Quénia (...) permanece em paz".
A Comissão Eleitoral do Quénia confirmou na sexta-feira que o Presidente Uhuru Kenyatta é o vencedor das eleições de terça-feira, com 54,27% dos votos, enquanto o candidato da oposição Raila Odinga alcançou 44,74%.
A oposição já advertiu que não desistirá da proclamação de Odinga como vencedor das presidenciais, considerando que a repressão dos motins pela polícia constitui uma tentativa "de submeter" a oposição.
"Não nos deixaremos intimidar, não renunciaremos", declarou hoje Johnson Muthama, um alto responsável da coligação política NASA, numa conferência de imprensa.
Adiantou que as forças de segurança mataram "mais de 100 quenianos inocentes, entre os quais 10 crianças", sem no entanto fornecer quaisquer provas.
Segundo uma contagem da agência France Presse, a repressão dos distúrbios desde a noite de sexta-feira causou pelo menos 11 mortos, nove nos bairros da lata de Nairobi e dois no oeste do país, perto de Kisumu e Siaya.
Na violência pós-eleitoral de 2007 no Quénia, morreram pelo menos 1.100 pessoas e mais de 600 mil foram obrigadas a abandonar as suas casas.
Noticiasaominuto
Do total de vítimas mortais, 17 morreram em subúrbios da capital, Nairobi, onde se têm registado confrontos desde a noite de sexta-feira entre a polícia e apoiantes da oposição, que não aceita a vitória eleitoral do Presidente cessante, Uhuru Kenyatta, alegando a existência de fraude.
A presidente da KNCHR, Kagwiria Mbogori, condenou numa conferência de imprensa o "uso excessivo da força" por parte da polícia e exigiu às autoridades que "controlem" os agentes e impeçam a utilização de balas reais contra os manifestantes.
"Há muitos casos de brutalidade policial da polícia contra civis. É ilegal e inaceitável", adiantou.
No entanto, Mbogori assegurou que apesar de existirem "focos de conflito" em alguns pontos do país, "a maioria do Quénia (...) permanece em paz".
A Comissão Eleitoral do Quénia confirmou na sexta-feira que o Presidente Uhuru Kenyatta é o vencedor das eleições de terça-feira, com 54,27% dos votos, enquanto o candidato da oposição Raila Odinga alcançou 44,74%.
A oposição já advertiu que não desistirá da proclamação de Odinga como vencedor das presidenciais, considerando que a repressão dos motins pela polícia constitui uma tentativa "de submeter" a oposição.
"Não nos deixaremos intimidar, não renunciaremos", declarou hoje Johnson Muthama, um alto responsável da coligação política NASA, numa conferência de imprensa.
Adiantou que as forças de segurança mataram "mais de 100 quenianos inocentes, entre os quais 10 crianças", sem no entanto fornecer quaisquer provas.
Segundo uma contagem da agência France Presse, a repressão dos distúrbios desde a noite de sexta-feira causou pelo menos 11 mortos, nove nos bairros da lata de Nairobi e dois no oeste do país, perto de Kisumu e Siaya.
Na violência pós-eleitoral de 2007 no Quénia, morreram pelo menos 1.100 pessoas e mais de 600 mil foram obrigadas a abandonar as suas casas.
Noticiasaominuto
Conselho Nacional Islâmico da Guiné-Bissau contra proposta de retirar crianças talibés das ruas
O porta-voz do Conselho Nacional Islâmico (CNI) da Guiné-Bissau, Siradjo Bary, disse hoje que a sua organização é contra a medida anunciada pelo primeiro-ministro de retirar das ruas e enviar para um centro crianças talibés.
Em declarações à rádio Capital FM de Bissau, o dirigente do CNI disse que a sua organização considera "estranha" a medida anunciada pelo primeiro-ministro, Umaro Sissoco Embaló, de retirar crianças talibés das ruas e mandá-las para as ilhas, no arquipélago dos Bijagós.
"Para nós é estranho ouvir que há uma ordem para prender e mandar as crianças talibés para as ilhas", declarou Siradjo Bary, sublinhando ser normal que os jovens talibés peçam esmolas, sob orientação dos seus mestres.
O talibé é um adolescente ou jovem muçulmano sob o cuidado de um mestre que o ensina o Corão, o mais importante livro da religião islâmica. Durante esse processo muitos aparecem a pedir esmolas pelas ruas de cidades guineenses e de países vizinhos para onde são mandadas pelos pais.
O próprio Siradjo Bary disse ter servido o seu mestre corânico no Senegal, para onde foi estudar a religião, mas nos campos de lavoura.
Na Guiné-Bissau, explicou, os mestres corânicos, por não terem campos e lavoura, mandam os seus alunos pedir esmola.
"É normal que uma criança em aprendizagem trabalhe para o seu mestre", no campo ou pedindo esmola, sublinhou o porta-voz do CNI, notando ainda não ser crime pedir esmola.
"Isso não constitui crime nenhum, quem quiser oferecer algo às crianças oferece, quem não quiser não lhes dá nada. Não estão a roubar nada de ninguém", observou Siradjo Bary.
O CNI reuniu-se já com o ministro da Presidência do Conselho de Ministros, Soares Sambú, na ausência do primeiro-ministro, que se encontra fora do país, em visita privada.
Assim que Umaro Sissoco Embaló chegar ao país o CNI será recebido em audiência para esclarecer a questão, afirmou Siradjo Bary.
O Conselho Islâmico da Guiné-Bissau aprova que se retire as crianças das ruas, mas que sejam colocadas num lugar onde poderão apreender a religião de forma organizada, assinalou Siradjo Bary.
O primeiro-ministro guineense esclareceu quinta-feira que não pretende mandar prender crianças, mas retirá-las das ruas, porque mendigar esmola não faz parte do ensino do Corão.
MB // EL
Lusa/Fim
Em declarações à rádio Capital FM de Bissau, o dirigente do CNI disse que a sua organização considera "estranha" a medida anunciada pelo primeiro-ministro, Umaro Sissoco Embaló, de retirar crianças talibés das ruas e mandá-las para as ilhas, no arquipélago dos Bijagós.
"Para nós é estranho ouvir que há uma ordem para prender e mandar as crianças talibés para as ilhas", declarou Siradjo Bary, sublinhando ser normal que os jovens talibés peçam esmolas, sob orientação dos seus mestres.
O talibé é um adolescente ou jovem muçulmano sob o cuidado de um mestre que o ensina o Corão, o mais importante livro da religião islâmica. Durante esse processo muitos aparecem a pedir esmolas pelas ruas de cidades guineenses e de países vizinhos para onde são mandadas pelos pais.
O próprio Siradjo Bary disse ter servido o seu mestre corânico no Senegal, para onde foi estudar a religião, mas nos campos de lavoura.
Na Guiné-Bissau, explicou, os mestres corânicos, por não terem campos e lavoura, mandam os seus alunos pedir esmola.
"É normal que uma criança em aprendizagem trabalhe para o seu mestre", no campo ou pedindo esmola, sublinhou o porta-voz do CNI, notando ainda não ser crime pedir esmola.
"Isso não constitui crime nenhum, quem quiser oferecer algo às crianças oferece, quem não quiser não lhes dá nada. Não estão a roubar nada de ninguém", observou Siradjo Bary.
O CNI reuniu-se já com o ministro da Presidência do Conselho de Ministros, Soares Sambú, na ausência do primeiro-ministro, que se encontra fora do país, em visita privada.
Assim que Umaro Sissoco Embaló chegar ao país o CNI será recebido em audiência para esclarecer a questão, afirmou Siradjo Bary.
O Conselho Islâmico da Guiné-Bissau aprova que se retire as crianças das ruas, mas que sejam colocadas num lugar onde poderão apreender a religião de forma organizada, assinalou Siradjo Bary.
O primeiro-ministro guineense esclareceu quinta-feira que não pretende mandar prender crianças, mas retirá-las das ruas, porque mendigar esmola não faz parte do ensino do Corão.
MB // EL
Lusa/Fim
Que quantidade de água devemos mesmo beber por dia?
É uma das dúvidas mais comuns, mas saber o valor 'exato' nem sempre é fácil.
A ingestão diária de água é fundamental para se conseguir um organismo mais protegido, um metabolismo mais acelerado, uma pele mais saudável e uma saúde mais forte. Na prática, são mais do que muitos os benefícios da água.
Embora a quantidade diária de água recomendada varie de pessoa para pessoa - uma vez que depende do género, do peso, da saúde metabólica, da prática de exercício físico, entre outros fatores -, existe uma quantidade mínima que deve ser seguida por todos (salvo recomendação médica contrária, como é claro).
Falamos de uma média de oito a 12 copos de água por dia, o equivalente a 1,2 litros. Contudo, esta quantidade não tem de ser única e exclusivamente de água, qualquer outra bebida não açucarada pode contribuir para atingir o objetivo, diz o Mirror.
O café e o chá, por exemplo, podem contar para esta média se forem consumidos no seu estado natural, ou seja, sem a junção de açúcar ou adoçante. Também o consumo de fruta e vegetais ajuda a contabilizar mais um pouco de água na quota diária.
De acordo com a Universidade de Harvard, a quantidade de água recomendada por dia depende de pessoa para pessoa e da sua necessidade de hidratação, sendo esta a chave para um consumo diário saudável. Dar ouvidos ao corpo e ver com atenção todos os sinais que dá é meio caminho andado para perceber se bebe água suficiente todos os dias.
Olhar para a cor da urina é uma das melhores formas de perceber se se está a beber água a menos (quando o tom é escuro e turvo) ou quando se está a beber água a mais (quando é transparente). A sensação de cansaço é também um indicado da escassa ingestão de água.
Beber água ao longo do dia mexe mesmo com o corpo e aqui pode ver como.
Noticiasaominuto
A ingestão diária de água é fundamental para se conseguir um organismo mais protegido, um metabolismo mais acelerado, uma pele mais saudável e uma saúde mais forte. Na prática, são mais do que muitos os benefícios da água.
Embora a quantidade diária de água recomendada varie de pessoa para pessoa - uma vez que depende do género, do peso, da saúde metabólica, da prática de exercício físico, entre outros fatores -, existe uma quantidade mínima que deve ser seguida por todos (salvo recomendação médica contrária, como é claro).
Falamos de uma média de oito a 12 copos de água por dia, o equivalente a 1,2 litros. Contudo, esta quantidade não tem de ser única e exclusivamente de água, qualquer outra bebida não açucarada pode contribuir para atingir o objetivo, diz o Mirror.
O café e o chá, por exemplo, podem contar para esta média se forem consumidos no seu estado natural, ou seja, sem a junção de açúcar ou adoçante. Também o consumo de fruta e vegetais ajuda a contabilizar mais um pouco de água na quota diária.
De acordo com a Universidade de Harvard, a quantidade de água recomendada por dia depende de pessoa para pessoa e da sua necessidade de hidratação, sendo esta a chave para um consumo diário saudável. Dar ouvidos ao corpo e ver com atenção todos os sinais que dá é meio caminho andado para perceber se bebe água suficiente todos os dias.
Olhar para a cor da urina é uma das melhores formas de perceber se se está a beber água a menos (quando o tom é escuro e turvo) ou quando se está a beber água a mais (quando é transparente). A sensação de cansaço é também um indicado da escassa ingestão de água.
Beber água ao longo do dia mexe mesmo com o corpo e aqui pode ver como.
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Do You Remember ?
quarta-feira, 21 de agosto de 2013
Botche Candé apoia Domingos Simões Pereira para Presidente de PAIGC
O deputado e membro do Bureau Político do PAIGC Botché Candé, que usufrui de uma enorme simpatia popular, junto da massa eleitoral do PAIGC e detentor de uma espantosa capacidade mobilizadora, numa reunião do Colectivo de Apoio justifica assim, a sua adesão ao projeto “Maior Coesão do Partido, Futuro Melhor para a Guiné-Bissau” do Engº Domingos Simões Pereira à liderança do partido: “já chegou o momento que não devemos deixar que qualquer pessoa lidere o PAIGC, para amanha vir a ser o nosso primeiro-ministro. Queremos a unidade no partido e o desenvolvimento no país. Essas foram as fortes razões porque estou hoje aqui de coração.” Mais adiante, em jeito de reconhecimento diz: ”Domingos Simões Pereira reúne todas as capacidades técnicas e é um líder à altura e ideal neste momento para o PAIGC.” E, continua: “Estamos juntos neste projeto. Desejo a todos muita coragem”, conclui.
Botché Candé, nasceu no Sector do Ganadu, região de Bafatá, em 1955. Em 1974, através de uma mobilização da JAAC (Juventude Africana Amílcar Cabral) adere ao PAIGC, ainda durante a guerra, nas Zonas Libertadas. Vindo a ser preso na tabanca de Sulocó pelos colonialistas. Após a independência ocupou vários cargos políticos no partido. Sendo, atualmente membro do Bureau Político e Coordenador da Província do Leste do PAIGC. Foi duas vezes Ministro, respectivamente, do Comércio, Indústria, Turismo e Artesanato e Comércio, Turismo e Artesanato. Trata-se, igualmente de um empresário de sucesso.
À semelhança do deputado Botché Candé, muitas outras figuras de grande influência do PAIGC, militantes e dirigentes, nos últimos tempos vêm aderindo ao Colectivo de Apoio de Domingos Simões Pereira, tais como: Bacíro Dja (membro do Bureau político e ex-candidato às presidências de 2008), Mário Dias Samy (membro do Bureau político e ex-governante), António Tomaz Barbosa (membro do Bureau político), Rui Diã de Sousa (membro do Bureau político e presidente do grupo parlamentar do PAIGC). Nos próximos dias serão conhecidas outras importantes adesões.
Chimpanzés salvas de traficantes vivem presas e com fome na Guiné-Bissau
As autoridades guineenses não sabem o que fazer com duas chimpanzés bebés resgatadas das mãos de traficantes: falta-lhes liberdade e às vezes comida.
A espécie está em risco de desaparecer do planeta e há quem tente salvar estes dois exemplares, mas é a primeira vez que se trata de um processo do género na Guiné-Bissau.
Bô está enjaulada na sede do parque natural em vez de regressar à natureza e Bela vive ao cuidado das autoridades com uma corda ao pescoço.
A primeira a nascer foi Bô, resgatada há dois anos das mãos de suspeitos de tráfico de droga e hoje a viver presa numa cela improvisada numa torre de água.
Ninguém a quer ver assim, mas também ninguém foi capaz de organizar a transferência para uma reserva no Quénia, o Sweetwaters Chimpanzee Sanctuary, que já aceitou recebê-la.
Bô está entregue ao Instituto da Biodiversidade e Áreas Protegidas (IBAP) da Guiné-Bissau por mero acaso.
"Não temos competências para acolher animais resgatados", diz Aissa Regalla de Barros, dirigente do IBAP. "Aconteceu naturalmente". O instituto "foi quem chegou primeiro" ao animal.
Um guarda do Parque Natural de Cantanhez, sul da Guiné-Bissau, recuperou a Bô no final de 2014, alegadamente depois de um caçador matar a mãe e antes que a cria fosse vendida a redes de tráfico.
Na altura deram-lhe o nome de Tagara e o que se seguiu foi uma série de boas vontades, mas nunca a ajuda de que ela precisava.
A chimpanzé começou por viver na casa do técnico que a salvou, integrada numa família humana, na capital guineense, depois foi tentada a reintegração nas florestas de Cantanhez, mas os chimpanzés nativos não mostraram interesse nela, e por fim foi transferida para o Parque Natural das Lagos de Cufada onde está enjaulada por mau comportamento.
"Eu sinto-me mal ao vê-la assim", mas não houve outro remédio, lamenta Joãozinho Mané, diretor do parque: rejeitada na floresta, indesejada entre humanos, a bebé "foi ficando mais irrequieta", conta.
Ali em Buba mudaram-lhe o nome. Agora chama-se Bô, a chimpanzé que chegou em 2015 e que tanto entrava nas casas da vila, como no quartel e pegava no encontrava.
Hoje, quando um visitante se aproxima, ela olha-o nos olhos e estende a mão para fora das grades. Cumprimenta e acaricia a face de quem chega perto. Agarra qualquer comida que lhe seja oferecida.
"O dia-a-dia dela está um pouco mais duro", relata Joãozinho Mané. Ele e um colega do parque pagam do bolso a comida da Bô, mas nem sempre dá para comprar tudo o que lhe faz falta.
Às vezes, "ela fica com fome, sofre muito. Isso é duro para ela e para nós também".
Aissa ainda tem esperança numa transferência bem-sucedida para o Quénia, mas reconhece que faltam recursos e leis para a Guiné-Bissau poder responder a todas as exigências veterinárias e processuais que acabem com a prisão.
Carla Sorneta e Helena Foito dos Santos são duas portuguesas residentes em Bissau que se envolveram pessoalmente no caso.
"O processo tem sido extremamente lento aqui na Guiné-Bissau", lamenta Carla que reconhece que o seu entusiasmo inicial já lá vai.
"No Quénia a situação resolveu-se rapidamente", mas os "grandes entraves" surgem na casa de Bô, porque "não há ninguém que se responsabilize por pôr em prática" os procedimentos necessários à viagem da chimpanzé.
Mas as limitações não se encontram só ao nível da Guiné-Bissau: "os próprios programas da União Europeia (UE) defendem tudo o que é conservação 'in sito', mas também não sabem muito bem como abordar situações de animais resgatados".
Bela é uma outra chimpanzé bebé que também terá sido resgatada de traficantes e que há oito meses vive presa com uma corda ao pescoço, agarrada a um tronco, à beira do que dizem ser o posto da guarda florestal de Mampata, na estrada entre Buba e Quebo, no sul da Guiné-Bissau.
Três mulheres sentadas no chão, ao ar livre, comem arroz cozido de uma grande tigela e salpicam o chão à volta de Bela que disputa cada grão com galinhas que por ali esgravatam a terra.
Bela passa os dias confinada ao pedaço de terra que a corda lhe permite alcançar, dependente da comida que lhe queiram dar.
Um guarda florestal à paisana conta-nos a história, sob anonimato, por cautela, pois há noção de que o assunto é sensível, mas sem se saber bem até que ponto.
"A nossa gente encontrou pessoas que iam vendê-la". O animal acabou por ser confiscado, mas sem mais averiguações.
"Não temos informação correta de quem capturou a chimpanzé. Estamos sempre aqui à espera de informação correta para informar a Direção-Geral de Florestas", referiu o guarda.
Mas falta quem saiba o que fazer. Em Bissau, questionado sobre o caso de Bela, Fai Djedjó, diretor dos Serviços de Fauna Silvestre da Guiné-Bissau, que tutelam estas matérias, limita-se a sorrir e a abanar a cabeça.
"Não tenho nada a dizer", refere, num gabinete minúsculo, num edifício degradado e por vezes sem eletricidade, que revela uma enorme falta de meios para desempenhar qualquer tarefa, por mais básica que seja.
NAOM
A espécie está em risco de desaparecer do planeta e há quem tente salvar estes dois exemplares, mas é a primeira vez que se trata de um processo do género na Guiné-Bissau.
Bô está enjaulada na sede do parque natural em vez de regressar à natureza e Bela vive ao cuidado das autoridades com uma corda ao pescoço.
A primeira a nascer foi Bô, resgatada há dois anos das mãos de suspeitos de tráfico de droga e hoje a viver presa numa cela improvisada numa torre de água.
Ninguém a quer ver assim, mas também ninguém foi capaz de organizar a transferência para uma reserva no Quénia, o Sweetwaters Chimpanzee Sanctuary, que já aceitou recebê-la.
Bô está entregue ao Instituto da Biodiversidade e Áreas Protegidas (IBAP) da Guiné-Bissau por mero acaso.
"Não temos competências para acolher animais resgatados", diz Aissa Regalla de Barros, dirigente do IBAP. "Aconteceu naturalmente". O instituto "foi quem chegou primeiro" ao animal.
Um guarda do Parque Natural de Cantanhez, sul da Guiné-Bissau, recuperou a Bô no final de 2014, alegadamente depois de um caçador matar a mãe e antes que a cria fosse vendida a redes de tráfico.
Na altura deram-lhe o nome de Tagara e o que se seguiu foi uma série de boas vontades, mas nunca a ajuda de que ela precisava.
A chimpanzé começou por viver na casa do técnico que a salvou, integrada numa família humana, na capital guineense, depois foi tentada a reintegração nas florestas de Cantanhez, mas os chimpanzés nativos não mostraram interesse nela, e por fim foi transferida para o Parque Natural das Lagos de Cufada onde está enjaulada por mau comportamento.
"Eu sinto-me mal ao vê-la assim", mas não houve outro remédio, lamenta Joãozinho Mané, diretor do parque: rejeitada na floresta, indesejada entre humanos, a bebé "foi ficando mais irrequieta", conta.
Ali em Buba mudaram-lhe o nome. Agora chama-se Bô, a chimpanzé que chegou em 2015 e que tanto entrava nas casas da vila, como no quartel e pegava no encontrava.
Hoje, quando um visitante se aproxima, ela olha-o nos olhos e estende a mão para fora das grades. Cumprimenta e acaricia a face de quem chega perto. Agarra qualquer comida que lhe seja oferecida.
"O dia-a-dia dela está um pouco mais duro", relata Joãozinho Mané. Ele e um colega do parque pagam do bolso a comida da Bô, mas nem sempre dá para comprar tudo o que lhe faz falta.
Às vezes, "ela fica com fome, sofre muito. Isso é duro para ela e para nós também".
Aissa ainda tem esperança numa transferência bem-sucedida para o Quénia, mas reconhece que faltam recursos e leis para a Guiné-Bissau poder responder a todas as exigências veterinárias e processuais que acabem com a prisão.
Carla Sorneta e Helena Foito dos Santos são duas portuguesas residentes em Bissau que se envolveram pessoalmente no caso.
"O processo tem sido extremamente lento aqui na Guiné-Bissau", lamenta Carla que reconhece que o seu entusiasmo inicial já lá vai.
"No Quénia a situação resolveu-se rapidamente", mas os "grandes entraves" surgem na casa de Bô, porque "não há ninguém que se responsabilize por pôr em prática" os procedimentos necessários à viagem da chimpanzé.
Mas as limitações não se encontram só ao nível da Guiné-Bissau: "os próprios programas da União Europeia (UE) defendem tudo o que é conservação 'in sito', mas também não sabem muito bem como abordar situações de animais resgatados".
Bela é uma outra chimpanzé bebé que também terá sido resgatada de traficantes e que há oito meses vive presa com uma corda ao pescoço, agarrada a um tronco, à beira do que dizem ser o posto da guarda florestal de Mampata, na estrada entre Buba e Quebo, no sul da Guiné-Bissau.
Três mulheres sentadas no chão, ao ar livre, comem arroz cozido de uma grande tigela e salpicam o chão à volta de Bela que disputa cada grão com galinhas que por ali esgravatam a terra.
Bela passa os dias confinada ao pedaço de terra que a corda lhe permite alcançar, dependente da comida que lhe queiram dar.
Um guarda florestal à paisana conta-nos a história, sob anonimato, por cautela, pois há noção de que o assunto é sensível, mas sem se saber bem até que ponto.
"A nossa gente encontrou pessoas que iam vendê-la". O animal acabou por ser confiscado, mas sem mais averiguações.
"Não temos informação correta de quem capturou a chimpanzé. Estamos sempre aqui à espera de informação correta para informar a Direção-Geral de Florestas", referiu o guarda.
Mas falta quem saiba o que fazer. Em Bissau, questionado sobre o caso de Bela, Fai Djedjó, diretor dos Serviços de Fauna Silvestre da Guiné-Bissau, que tutelam estas matérias, limita-se a sorrir e a abanar a cabeça.
"Não tenho nada a dizer", refere, num gabinete minúsculo, num edifício degradado e por vezes sem eletricidade, que revela uma enorme falta de meios para desempenhar qualquer tarefa, por mais básica que seja.
NAOM
sexta-feira, 11 de agosto de 2017
A União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG) deu 30 dias ao governo para permitir a comissão concluir os trabalhos para reajustar o salário dos funcionários públicos.
Foram mais de 5 horas de reuniões e diligencias para depois ser assinada a adenda sobre os pontos em revindicação.
O secretário-geral da UNTG, Estêvão Gomes Có, pediu aos funcionários para voltarem ao trabalho enquanto esperam o prazo dado ao governo.
O ministro da função pública, Tumane Balde, pediu a compreensão dos trabalhadores para que seja conciliada com sucesso os trabalhos de reajuste.
O desconto ou não dos salários dos dias da greve vai ser negociado segundo explica o ministro da função pública.
O secretário-geral da UNTG, Estêvão Gomes Có, pediu aos funcionários para voltarem ao trabalho enquanto esperam o prazo dado ao governo.
O ministro da função pública, Tumane Balde, pediu a compreensão dos trabalhadores para que seja conciliada com sucesso os trabalhos de reajuste.
O desconto ou não dos salários dos dias da greve vai ser negociado segundo explica o ministro da função pública.
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sexta-feira, agosto 11, 2017
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