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POR LUSA 25/04/23
A Síria condenou hoje "a postura agressiva" da União Europeia face ao último pacote de sanções imposto a Damasco, visando indivíduos e entidades que fazem parte das redes de tráfico de droga e financiam a repressão interna no país.
"As políticas da União Europeia representam uma séria ameaça para a vida e sobrevivência dos sírios e impactam negativamente a economia do país", afirmou em comunicado, citado pela agência de notícias SANA, um alto funcionário do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
No comunicado acusa-se a União Europeia (UE) de "repetir mentiras" ao afirmar que as sanções impostas contra a Síria "não impedem o fornecimento de ajuda humanitária ou o acesso a comida e material médico".
"As exceções que a União Europeia diz aplicar são apenas propaganda nos media", acrescenta-se no documento, segundo a Europa Press.
As sanções estendem-se a membros do regime ligados ao tráfico de droga, especialmente Captagon, (anfetaminas). O tráfico de estupefacientes converteu-se num modelo de negócio dirigido pelo regime, que enriquece o seu círculo mais restrito e proporciona receitas que contribuem para a sua capacidade de manter políticas repressivas contra a população, aponta o Conselho da UE.
Especificamente, a União Europeia acrescentou à sua "lista negra" vários membros da família do presidente sírio, Bashir Al-Assad, nomeadamente vários primos, dirigentes e membros de milícias ligadas ao regime, assim como empresários com ligações estreitas à família Assad e pessoas vinculadas aos exército sírio e à inteligência militar do país.
Os países europeus comunitários sancionaram também milícias ligadas a Damasco pela violação de direitos humanos, assim como a empresa russa de engenharia e construção Stroytransgaz e a Gecopham, entidade controlada pelo ministério sério do Petróleo e Recursos Minerais, ambas ligadas a negócios com Moscovo.
Segundo o comunicado do Conselho da União Europeia, divulgado na segunda-feira, os 27 decidiram acrescentar à lista de sanções ao regime sírio 25 pessoas e oito entidades.
"Com a decisão hoje tomada, da lista de pessoas e entidades sujeitas a sanções tendo em conta a situação na Síria constam agora 322 pessoas alvo de congelamento de bens e de proibição de viajar, e 81 entidades, às quais foi imposto um congelamento de ativos. Além disso, é proibido a cidadãos e entidades da UE disponibilizarem fundos às pessoas e entidades constantes da lista", lê-se no comunicado do Conselho da UE.
O Conselho recorda que "as sanções contra a Síria foram impostas pela primeira vez em 2011, em resposta à violenta repressão exercida pelo regime de Assad contra a população civil" e que "as sanções da UE em vigor relativamente à Síria visam o regime de Bashar al-Assad e os seus apoiantes, bem como os setores da economia dos quais o regime retirava lucros".