Por cnnportugal.iol.pt, 23/07/23
Após a última ronda negocial, que decorreu na sexta-feira, o secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha, acusou o Ministério da Saúde de “não apresentar os documentos negociais” e garantiu que só vai à próxima reunião se receber as propostas do Governo antecipadamente
Os médicos iniciam na terça-feira uma greve nacional de três dias, mas as paralisações no setor da saúde vão-se prolongar nas próximas semanas, estendendo-se também aos farmacêuticos e enfermeiros.
Convocada pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM), esta greve vai decorrer entre terça e quinta-feira com o objetivo de forçar o Governo a apresentar uma proposta concreta de revisão da grelha salarial, no âmbito das negociações que se iniciaram ainda em 2022, mas que não resultaram num acordo entre as partes.
Também convocada pelo SIM, já na segunda-feira inicia-se uma greve de um mês ao trabalho extraordinário dos médicos de família, que o sindicato reconhece que vai afetar “muitas dezenas de milhar de consultas” nos centros de saúde.
Após a última ronda negocial, que decorreu na sexta-feira, o secretário-geral do sindicato, Jorge Roque da Cunha, acusou o Ministério da Saúde de “não apresentar os documentos negociais” e garantiu que só vai à próxima reunião se receber as propostas do Governo antecipadamente.
O protesto desses profissionais de saúde prossegue em 01 e 02 de agosto, com uma nova greve nacional convocada pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM), a segunda realizada em cerca de um mês, depois da paralisação que decorreu em 05 e 06 de julho e que registou uma adesão de 90%, nas contas da estrutura sindical.
Segundo a presidente da FNAM, Joana Bordalo e Sá, “todos os prazos razoáveis foram esgotados” nestas negociações que se iniciam há cerca de 15 meses, sendo a greve a “única salvaguarda para que efetivamente” o ministério avance com propostas concretas.
Na fase de discussão do protocolo negocial, em julho de 2022, ainda com a ministra da Saúde Marta Temido, o Governo e os sindicatos acordaram incluir a grelha salarial dos médicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) nas negociações.
A contestação no setor estende-se também aos farmacêuticos do Serviço Nacional de Saúde, cujo sindicato já emitiu um pré-aviso para várias paralisações que se prolongarão até setembro para reivindicar ao Governo uma "negociação séria".
Esta ronda de greves inicia-se na segunda-feira, com a paralisação dos farmacêuticos em todo o país, prosseguindo em 05 de setembro nos distritos de Beja, Évora, Faro, Lisboa, Portalegre, Santarém e Setúbal e nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira.
Para 12 de setembro está marcada greve em Braga, Bragança, Porto, Viana do Castelo, Vila Real, Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria e Viseu, terminando o protesto em 19 setembro com mais uma greve de âmbito nacional.
Também o Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor) decidiu avançar para a grave de 01 a 04 de agosto na Área Metropolitana de Lisboa, depois de a negociação que decorreu recentemente com o Governo sobre a revisão da carreira ter sido “inconclusiva”.
Este protesto dos enfermeiros vai abranger os 18 concelhos da Área Metropolitana de Lisboa e decorrerá entre as 00:00 do dia 01 e as 24:00 do dia 04 de agosto, período em que Lisboa estará a acolher a edição deste ano da Jornada Mundial da Juventude, encontro de milhares de jovens com o Papa Francisco, com as principais cerimónias a terem lugar no Parque Eduardo VII e no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo.
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