"Estivemos a discutir com o ministro das Finanças. A situação financeira do país não é encorajadora, porque não encontramos, quase nada nos cofres do Estado", observou Nuno Nabian.
Nuno Nabian deu até sexta-feira para que o ministro das Finanças, João Fadiá, diga ao Governo qual o ponto da situação do Tesouro Público, no sentido de serem tomadas diligências para o pagamento dos salários.
"Salário, como disse o Presidente, não é um favor, é um dever do Estado", sublinhou Nabian.
O ministro das Finanças frisou que só hoje esteve no ministério e destacou que a situação financeira que encontrou "não é nada animadora".
"Posso dizer que estamos no fundo do poço", afirmou João Fadiá, acrescentando ter aceitado o convite para integrar o Governo por não concordar com a situação geral da Guiné-Bissau em termos do índice do desenvolvimento humano.
Além do pagamento dos salários aos funcionários públicos, o Governo esteve a analisar estratégias para acabar com a greve dos professores, bem como a vigilância e prevenção ao novo coronavírus.
A Guiné-Bissau vive desde a semana passada um novo momento de tensão política, iniciado com a decisão de Umaro Sissoco Embaló, dado como vencedor das presidenciais pela Comissão Nacional de Eleições, de tomar posse como Presidente do país, enquanto decorre um recurso de contencioso eleitoral no Supremo Tribunal de Justiça apresentado por Domingos Simões Pereira, que alega irregularidades graves no processo.
Na sequência da tomada de posse, Umaro Sissoco Embaló demitiu Aristides Gomes, que lidera o Governo que saiu das legislativas e que tem a maioria no parlamento do país, e nomeou Nuno Nabian para o cargo.
Após isto, os militares guineenses ocuparam e encerraram as instituições do Estado guineense, impedindo Aristides Gomes e o seu Governo de continuar em funções.
Mediadora da crise guineense, a Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) voltou a ameaçar impor sanções a quem atente contra a ordem constitucional estabelecida na Guiné-Bissau e acusou os militares de se imiscuírem nos assuntos políticos.
As Nações Unidas, a União Europeia e a Comunidades dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) apelaram ao diálogo e à resolução da crise política com base no cumprimento das leis e da Constituição do país.
Por Lusa
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