sexta-feira, 4 de maio de 2018

CIPRIANO CASSAMÁ PROMETE VIATURAS AOS DEPUTADOS DO PAIGC DISCRIMINADOS PELA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

O presidente de Assembleia Nacional Popular garantiu esta sexta-feira (04 de Maio) entregar 13 viaturas aos restantes deputados de PAIGC excluído na divisão efectuado ontem pelo presidente da República antes do final da legislatura.

Cipriano Cassama deu estas garantias durante uma cerimónia simbólica de entrega de viaturas a alguns deputados na Assembleia Nacional Popular.

«Lamentamos o facto de uma bancada não receber viaturas completas, mas vou garantir a todos os deputados que não receberam suas viaturas por capricho de alguém, antes desta legislatura terminar, vamos entregar os restantes 13 viaturas a bancada de PAIGC que foi vitima do presidente da República», garante.

Por outro lado, Cassama explicou que recebeu a confirmação do consulado marroquino de que as viaturas em causa são os mesmos solicitados por ele ao Rei marroquino.

Os deputados do PAIGC excluídos de receber a viatura são na sua maioria membros da comissão permanente de ANP.

Líder da bancada parlamentar do PAIGC considera de discriminação a distribuições de viaturas aos deputados

Entretanto, o líder da bancada parlamentar do PAIGC, partido vencedor das últimas eleições legislativas, afirmou que houve selecção discriminatória por parte do presidente da República na distribuição de viaturas destinados aos deputados.

Califa Seide que falava a margem da entrega simbólica das viaturas na Assembleia Nacional Popular diz desconhecer a razão de exclusão de alguns deputados do seu partido.

«Todos os partidos representados da Assembleia receberam suas viaturas no numero correspondente a seus deputados, infelizmente o PAIGC foi penalizado nisso. Segundo o secretário-geral da presidência, foi o próprio presidente da Republica quem fez a lista de distribuição das viaturas. Pensamos que tudo isso não passa de uma selecção discriminatória porque podia ser feita uma partilha proporcional a numero mas foi penalizado apenas o PAIGC», lamentou o líder de bancada parlamentar do PAIGC.

Entretanto, prometeu uma reacção junto a Assembleia para obter uma resposta ao aquilo que considera de discriminação aos deputados da bancada parlamentar do PAIGC.

De referir que apenas os deputados do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo verde (PAIGC) não receberam todas as viaturas oferecidas pelo Rei de Marrocos à Guiné-Bissau.

Por: Nautaran Marcos Có

radiosolmansi

1 comentário:

  1. CITANDO CAMARADA CABRAL PARA DEMONSTRAR A IMPERTINÊNCIA TOTAL DESTA EXTRAVAGANTE OFERTA DE VIATURAS AOS DEPUTADOS E EM GERAL

    Camarada Amilcar Cabral uma vez disse num tom, primeiramente muito pessoal e depois geral, referindo-se a um dos aspectos das suas ambições pessoais e a dos outros dirigentes, da melhoria ou não das suas condições de vida ou de se tornarem ou não ricos, o que segue.

    Cito, “a nossa luta na Guiné, não é para mim, do ponto de vista material, de melhorar a vida. Se alguma vez na minha vida, voltar a ter na nossa terra, na Guiné ou em Cabo Verde, a vida que eu tinha antes… E mesmo, se os dirigentes da nossa terra amanhã, na Guiné ou em Cabo Verde, viverem tão bem como eu vivia em Portugal, isso quererá dizer que o nosso país é muito rico. Devemos estar vigilantes para não os deixarmos, os nossos dirigentes, viverem assim, porque é uma vida demasiada boa, para um país pobre que tem que trabalhar muito ainda” (A. Cabral, 1979:18, “Análise de alguns tipos de resistência”, Ed. do PAIGC, Imprensa Nacional Bolama, Guiné-Bissau, 136 p.).

    Porque caso contrário, continuava ele numa outra ocasião, é criar condições através da autoridade que esses dirigentes e responsáveis terão amanhã na nossa terra graças à autoridade do PAIGC e a do nosso povo, de constituir a camada de uma elite burocrática, cujo interesse fundamental será o seguinte: defender seus privilégios contra os interesses do povo.

    Mas que fique claro, continuava ele ainda, dizendo, a ideia fundamental do nosso Partido é que nós não queremos nenhum privilégio para ninguém, contra os interesses do nosso povo. Somos totalmente contra as ambições profundas daqueles que pensam, talvez já hoje, “que a luta está abrir caminho para eles mesmos e as suas famílias ficarem cada dia mais ricos. Isso, digo-vos desde já, é incompatível com os interesses do nosso povo de sair da miséria, da ignorância, do sofrimento em que tem vivido durante séculos na Guiné e Cabo Verde” (A. Cabral, 1971: 19, in: PAIGC, “Reunião do Conselho Superior de Luta [9 a 16 de Agosto de 1971], sobre a agressão à República da Guiné e os acontecimentos ulteriores nesse país, Intervenção do camarada Amilcar Cabral; documento dactilografado não publicado, 30 p. na posse do autor).

    Sendo assim, o líder fundador do PAIGC concluía: Nós, os dirigentes, responsáveis e militantes do PAIGC, “na medida em que somos capazes de pensar no nosso problema comum, nos problemas do nosso povo, da nossa gente, pondo no devido nível os nossos problemas pessoais e, se necessário, sacrificando os interesses pessoais, somos capazes de fazer (até) milagres… […] ao serviço da liberdade e do progresso do nosso povo” (A. Cabral, 1978: 155, “III. O nosso Partido e a luta devem ser dirigidos pelos melhores filhos do nosso povo“, in: Arma da teoria: unidade e luta, obras escolhidas, Lisboa, Sera Nova, 2a ed., 248 p.).

    Obrigado.
    Pelo caminho de Cabral.
    Por uma Guiné-Bissau de Homem Novo (Mulheres e Homens), íntegro, idôneo e, pensador com a sua própria cabeça.
    Que reine o bom senso.
    Amizade.
    A. Keita

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