terça-feira, 8 de agosto de 2023

Níger. Junta impede diplomata dos EUA de reunir-se com presidente

© Reuters

Notícias ao Minuto   08/08/23 

Victoria Nuland, vice-secretária de Estado dos EUA, reuniu-se com elementos da junta militar que tomou as rédeas do país.

A junta militar que tomou o poder no Níger, na semana passada, recusou a Victoria Nuland, vice-secretária de Estado dos EUA, reunir-se com o presidente Mohamed Bazoum, que está retido no seu domicílio, junto da mulher e filhos, pelas forças golpistas.

"Foram bastante firmes sobre como querem proceder, e não é em apoio à constituição do Níger”, disse Victoria Nuland aos jornalistas, após uma reunião de cerca de duas horas com representantes da junta militar. As conversações foram, disse, "extremamente francas e às vezes bastante difíceis".

Se a democracia "não foi restaurada" no país, alertou Nuland, os EUA ver-se-ão obrigados a cortar apoios a um dos seus aliados no continente africano.

A reunião contou com a presença do general Moussa Salaou Barmou, um oficial militar com formação dos próprios EUA, bem como de três outros coronéis envolvidos no golpe de Estado, que se deu há cerca de duas semanas. O líder do movimento que deteve o presidente democraticamente eleito, Abdourahamane Tchiani, não marcou presença.

O golpe de Estado no Níger foi conduzido em 26 de julho pelo autodenominado Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CLSP), que anunciou a destituição do Presidente, a suspensão das instituições, o encerramento das fronteiras (que foram posteriormente reabertas) e um recolher obrigatório noturno até nova ordem.

O Níger tornou-se assim o quarto país da África Ocidental a ser liderado por uma junta militar, depois do Mali, da Guiné-Conacri e do Burkina Faso, que também tiveram golpes de Estado entre 2020 e 2022.


Leia Também: Níger. Bruxelas ainda acredita na mediação para reverter golpe de Estado

ONU condena ataques russos a edifícios residenciais em Donetsk

© Getty Images

POR LUSA   08/08/23 

As Nações Unidas manifestaram-se hoje "profundamente perturbadas" com os últimos ataques russos que atingiram edifícios residenciais e outros locais civis na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, que mataram sete pessoas, cinco delas civis, e feriram outras 81.

Num comunicado, a que a agência Lusa teve acesso, a coordenadora humanitária para a Ucrânia do Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA), Denise Brown, considerou "absolutamente impiedoso" atingir o mesmo local em duas ocasiões no espaço de minutos.

"Estou profundamente perturbada com os últimos ataques russos que atingiram edifícios residenciais e outros locais civis em Pokrovsk, na região de Donetsk, segunda-feira à noite, matando e ferindo dezenas de civis", afirmou Denise Brown.

"É absolutamente impiedoso atingir o mesmo local duas vezes no espaço de minutos, causando a morte e os ferimentos de pessoas que rapidamente se deslocaram para ajudar os sobreviventes, incluindo as equipas de salvamento do Serviço de Emergência do Estado da Ucrânia. São pessoas da linha da frente, que ajudam as pessoas nos seus momentos mais difíceis, e devem ser respeitadas", denunciou.

Para Denise Brown, o "horrível ataque" constitui "uma grave violação do direito humanitário internacional e viola qualquer princípio de humanidade", que se junta à "longa lista de ataques na Ucrânia, incluindo muitos nos últimos dias", que devem ser investigados.

A responsável do OCHA prosseguiu sublinhando que as organizações humanitárias já se encontram no terreno a prestar assistência.

Entretanto, o mais recente balanço dos ataques russos com mísseis na cidade ucraniana de Pokrovsk, divulgado hoje pelo governador de Donetsk, Pavlo Kirilenko, dá conta de pelo menos sete pessoas mortas, cinco delas civis, e 81 feridos.

O anterior balanço dava conta de cinco mortos e 30 feridos.

Numa publicação na plataforma Telegramn, Kirilenko adiantou que 39 civis, incluindo duas crianças, bem como 31 polícias, sete membros do Serviço de Emergência do Estado e quatro militares estão entre os feridos.

Segundo a agência noticiosa Ukrinform, das sete vítimas mortais, cinco são civis, uma é um elemento de uma equipa de salvamento e outra é um soldado.

O número de mortos, segundo admitiu Kirilenko, pode aumentar à medida que prosseguem as buscas e a remoção dos escombros.

O ataque, que teve como alvo vários edifícios residenciais de cinco andares, também atingiu um hotel e restaurantes, lojas e edifícios administrativos próximos, que ficaram danificados. As autoridades abriram uma investigação sobre um alegado crime de guerra russo.

A organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras (MSF), que presta apoio às autoridades locais, informou anteriormente que um segundo míssil caiu quando uma primeira equipa de emergência já se encontrava na zona. 

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já tinha denunciado o ataque na noite de segunda-feira.

"Temos de acabar com o terror russo. Todos aqueles que lutam pela liberdade da Ucrânia salvam vidas. Todos os povos do mundo que ajudam a Ucrânia irão derrotar os terroristas juntamente connosco. A Rússia será responsabilizada por tudo o que fez nesta guerra terrível", sublinhou Zelensky na rede social X, anteriormente conhecida como Twitter.

As forças armadas ucranianas referiram dezenas de ataques às suas posições na véspera, incluindo mais de 30 bombardeamentos aéreos, e denunciaram os efeitos da ofensiva sobre os civis num relatório publicado ao final do dia.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão, justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia, foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para Kiev e com a imposição a Moscovo de sanções políticas e económicas.


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RIP - Faleceu em Lisboa Mário Pires, um dos fundadores do PRS e antigo primeiro-ministro da Guiné-Bissau. Condolências à família e ao PRS

Fonte:  ditaduraeconsenso.blogspot.com

Níger. Bruxelas ainda acredita na mediação para reverter golpe de Estado

© Dursun Aydemir/Anadolu Agency via Getty Images

POR LUSA   08/08/23 

A Comissão Europeia considerou hoje que ainda "há uma possibilidade de mediação" para reverter o golpe militar no Níger e advertiu que "não haverá consequências positivas" com a cimentação do poder tomado à força.

"Nesta altura, ainda acreditamos que há uma possibilidade de mediação", referiu o porta-voz da Comissão Peter Stano, em conferência de imprensa, em Bruxelas.

O porta-voz para os Negócios Estrangeiros acrescentou que "não haverá consequências positivas se este golpe militar se cimentar".

"Cada vez que acontece um golpe destes surgem ameaças à segurança regional e internacional. Não o reconhecemos", completou.

Questionado sobre a existência de mais informações sobre o Presidente deposto, Mohamed Bazoum, Peter Stano disse que "não houve mais contactos" com o chefe de Estado, que está detido em casa.

Contudo, o alto-representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, "esteve em contacto com vários interlocutores" e a Comissão está "em contacto com os Estados-membros", já que o assunto "é importante para a UE".

A CEDEAO realiza na quinta-feira uma nova cimeira extraordinária, após o ultimato aos militares golpistas do Níger para se retirarem ter expirado à meia-noite de domingo, para avaliar a possibilidade de uma ação militar, anunciou hoje a organização.

A reunião, que terá lugar em Abuja, a capital nigeriana e sede da organização, foi convocada pelo Presidente da Nigéria, país que detém a presidência da CEDEAO, Bola Tinubu.

Na anterior cimeira extraordinária dos líderes da CEDEAO, realizada em 30 de julho, o bloco ameaçou a junta militar golpista com uma intervenção militar se não devolvessem o poder ao Presidente deposto, Mohamed Bazoum.

Desde então, o possível recurso à força tem dividido os países africanos e até os membros da CEDEAO.

Até à data, os governos da Nigéria, do Benim, da Costa do Marfim e do Senegal confirmaram claramente a disponibilidade dos seus exércitos para intervir no Níger.

Do outro lado, o Mali e o Burkina Faso, países próximos de Moscovo e governados também por juntas militares, opõem-se ao uso da força e argumentam que qualquer intervenção no Níger equivaleria a uma declaração de guerra também contra si.

A Guiné-Conacri, a Argélia e o Chade também se opuseram à intervenção.

Por seu lado, a junta no poder no Níger, que advertiu que qualquer ação militar contra o Níger será objeto de "uma resposta imediata e sem aviso prévio" do exército, reforçou o seu dispositivo militar e ordenou o encerramento do espaço aéreo no domingo.

O golpe de Estado no Níger foi conduzido em 26 de julho pelo autodenominado Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CLSP), que anunciou a destituição do Presidente, a suspensão das instituições, o encerramento das fronteiras (que foram posteriormente reabertas) e um recolher obrigatório noturno até nova ordem.

O Níger tornou-se assim o quarto país da África Ocidental a ser liderado por uma junta militar, depois do Mali, da Guiné-Conacri e do Burkina Faso, que também tiveram golpes de Estado entre 2020 e 2022.


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Abertura da Iª Sessão Extraordinária Plenária da Assembleia Nacional Popular

Radio Voz Do Povo 

Ucrânia declara guerra à Rússia no Mar Negro. "Tudo o que os russos fizerem entrar ou sair é um alvo"

Por  cnnportugal.iol.pt    08/08/23 

Kiev entende que todos os navios são um alvo militar e eleva o estado de alerta já depois de ter começado a realizar ataques estratégicos em portos russos

Navios de guerra, petroleiros e até cargueiros. A Ucrânia declarou guerra aos navios que a Rússia está a movimentar no Mar Negro, e promete não deixar nenhum alvo para trás. O anúncio foi feito pelo conselheiro económico do presidente ucraniano, que afirmou ao POLITICO que, a partir do momento em que Moscovo mudou a estratégia em relação à exportação de cereais, se tornou legítimo que também Kiev mude de estratégia.

"Tudo o que os russos fizerem entrar ou sair do Mar Negro é um alvo militar válido", afirmou Oleg Ustenko, admitindo que a decisão surge como retaliação à posição russa, que decidiu deixar o acordo para exportação de cereais a 17 de julho, quando começou também uma série de ataques a infraestruturas portuárias da Ucrânia, nomeadamente em Odessa.

O conselheiro de Volodymyr Zelensky lembrou que a infraestrutura marítima da Ucrânia está "constantemente sob ataque", sublinhando que isso não deixa de fora os navios de guerra, mas que também não poupa os portos ucranianos ou até os armazéns onde estão depositadas toneladas de cereais que estavam guardadas para o resto do mundo.

"Esta história começou com a Rússia a bloquear o corredor de cereais", confirmou Ustenko.

A partir de 23 de agosto a Ucrânia vai elevar o alerta no Mar Negro, agora considerada uma “área de risco de guerra". Um alerta que vai permanecer "até ordem em contrário" e que se estende às áreas que são geridas pelos mais importantes portos russos, como é o caso de Novorossiysk ou Sochi.

Desta forma a Ucrânia não fica apenas mais bem-preparada para um cenário de guerra marítima, mas também fica mais perto de ferir a Rússia numa das suas principais fontes de lucro. É que é por alguns dos portos do Mar Negro que saem navios com petróleo ou produtos refinados em direção a todo o mundo, permitindo a Moscovo continuar a alimentar a máquina de guerra.

Exemplo disso é o ataque contra o cruzador Olenegorsky Gornyak, que, entretanto, atracou, visivelmente danificado, em Novorossiysk. Um ataque conduzido pela Ucrânia com recurso a um drone marítimo, uma das mais recentes armas do exército de Kiev, e que pode ajudar a mudar o rumo da guerra.

Caso semelhante aconteceu ao Sig, um petroleiro de bandeira russa que a Rosmorrechflot, que coordena o transporte fluvial da Rússia, confirmou que foi atingido num aparente ataque ucraniano realizado com um drone marítimo perto da península da Crimeia.

Ainda que sem confirmar qualquer relação com o caso, o Ministério da Defesa da Ucrânia escreveu no mesmo dia que "não existem mais águas seguras ou portos pacíficos [para a Rússia] nos mares Negro e de Azov".


Níger. Líder do golpe de Estado nomeia ex-ministro das Finanças como PM

© REUTERS/Balima Boureima

POR LUSA   08/08/23 

O líder do golpe de Estado na Níger, o general Abdourahamane Tiani, nomeou na segunda-feira o economista e ex-ministro das Finanças Mahamane Lamine Zeine como primeiro-ministro.

A nomeação foi anunciada num decreto lido na televisão pública pelo coronel Amadou Abdramane, porta-voz da junta militar, que se denominou de Conselho Nacional de Salvaguarda da Pátria (CNSP).

Zeine, de 58 anos, foi ministro das Finanças na era do antigo Presidente nigeriano Mamadou Tandja (1999-2010) e ocupa atualmente o cargo de representante residente do Banco Africano de Desenvolvimento em Libreville, Gabão.

O novo primeiro-ministro substitui Ouhoumoudou Mahamado, deposto com o Governo do Presidente, Mohamed Bazoum, na sequência do golpe de Estado de 26 de julho.

Na sequência do golpe de Estado de 26 de julho, o CNSP anunciou a demissão do Presidente e a suspensão da Constituição.

O país está sujeito a duras sanções comerciais e financeiras impostas pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que ameaçou igualmente intervir militarmente se os militares não restabelecerem a ordem constitucional.

Em resposta, a junta militar anunciou no domingo à noite o encerramento do espaço aéreo e avisou que qualquer violação desta medida será objeto de uma resposta "imediata e enérgica".

O bloco regional vai realizar uma reunião extraordinária dos chefes militares dos países membros na quinta-feira para analisar a situação no Níger.

Esta segunda-feira, o "número dois" do Departamento de Estado norte-americano reuniu-se com vários líderes golpistas no Níger, mas não conseguiu progressos significativos no restabelecimento da ordem constitucional no país africano.



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segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Níger. Golpistas querem dialogar de novo com a CEDEAO

© Djibo Issifou/picture alliance via Getty Images

POR LUSA   07/08/23 

Os militares golpistas do Níger pediram à delegação da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para "regressar" a Niamey, disse o primeiro-ministro do Níger, Ouhoumoudou Mahamadou, numa entrevista à TV5 Monde.

"A junta pediu à delegação da CEDEAO para regressar", e os seus membros "estarão provavelmente em Niamey hoje ou amanhã (terça-feira)", disse o primeiro-ministro, cujo governo foi derrubado na sequência do golpe militar.

A delegação da CEDEAO que chegou a Niamey na quinta-feira à noite para encontrar uma saída para a crise partiu algumas horas mais tarde sem se ter encontrado nem com o chefe das forças armadas no poder, o general Abdourahamane Tiani, nem com o Presidente deposto, Mohamed Bazoum.

Hoje, primeiro dia do termo do ultimato dado pela CEDEAO aos militares no poder para restabelecerem a ordem constitucional (meia-noite de domingo em Lisboa), a organização da África Ocidental, que tinha ameaçado recorrer à "força", anunciou que os seus dirigentes se reunirão em Abuja, na Nigéria, na quinta-feira, para uma "cimeira extraordinária".

Na passada sexta-feira, os chefes de estado-maior da CEDEAO definiram os contornos de uma "possível intervenção militar" contra os autores do golpe de Estado, segundo um responsável da organização.

"O nosso objetivo não é a intervenção militar. O nosso objetivo é a restauração da democracia e o fim do sequestro do Presidente Bazoum", afirmou Mahamadou.

O primeiro-ministro afirmou que as condições de vida do Presidente Mohamed Bazoum, detido desde o dia do golpe de Estado de 26 de julho, juntamente com o seu filho e a sua mulher, estão a tornar-se mais difíceis.

"A eletricidade e a água foram cortadas", lamenta."As negociações ainda são possíveis", disse.

Mahamadou disse não ter ficado "surpreendido" com as manifestações de apoio aos militares, afirmando que "para encher o estádio como foi feito, basta fornecer os meios e prometer ajudas de custo aos participantes", referindo-se aos 30.000 apoiantes do golpe de Estado que se reuniram no estádio Seini Kountché, em Niamey, no domingo.

Por fim, segundo Mahamadou, o "sentimento antifrancês" expresso por bandeiras e palavras de ordem hostis à França durante as manifestações a favor dos golpistas em Niamey não passa de "uma manipulação" de "um pequeno grupo de atores da chamada sociedade civil".

"O que esperamos da França é que continue a apoiar o Níger", acrescentou.


Leia Também: O secretário-geral das Nações Unidas lamentou hoje que a "ordem constitucional" ainda não tenha sido restabelecida no Níger pós-golpe de Estado, manifestando "total apoio" ao trabalho da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

Geraldo João Martins é o novo Primeiro-ministro da República da Guiné-Bissau.

POR LUSA  07/08/23 

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, nomeou hoje Geraldo Martins primeiro-ministro do país, após audiências com os partidos com assento parlamentar, depois das legislativas de 4 de junho.

"Éo senhor Geraldo João Martins nomeado primeiro-ministro", refere o decreto presidencial divulgado à comunicação social.

Num decreto divulgado anteriormente, o chefe de Estado demitiu o Governo liderado por Nuno Gomes Nabiam, que afirmou aos jornalistas que tinha apresentado a sua demissão a Umaro Sissoco Embaló.
@Presidência da República da Guiné-Bissau.  Decreto Presidencial Nº 48/ 2023. É nomeado Geraldo Martins para exercer o cargo do Primeiro Ministro da Guiné-Bissau.
Antigo ministro da Economia e Finanças da Guiné-Bissau, Geraldo Martins assumiu a vice-presidência do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), no anterior congresso do partido.

Político do círculo restrito de amizade do líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, Geraldo Martins licenciou-se em química e física, na Moldávia, e mais tarde, já em Bissau, em direito pela Faculdade de Direito, tendo ainda concluído um mestrado em Gestão e Políticas Públicas numa universidade de Londres, Inglaterra.

Embora tenha sido ministro da Economia e Finanças da Guiné-Bissau, por diversas vezes, a grande paixão de Geraldo Martins, como o próprio o admite, é a condução de políticas no setor da Educação, pasta que também liderou no Governo guineense.

Também foi ministro da Ciência e Tecnologias da Guiné-Bissau.

Entre 2005 até entrar para o Governo do PAIGC, em 2014, Geraldo Martins foi quadro sénior do Banco Mundial, responsável pelos dossiês de desenvolvimento humano de 25 países subsarianos, entre os quais Cabo Verde, Guiné-Bissau e Senegal.

Recentemente, Martins lançou-se na escrita, tendo publicado já dois romances: "Mil pedaços de amor", em 2017, e a "Desilusão -- Governação e exercício político durante a IX legislatura na Guiné-Bissau", em 2019.

Antigo militante do Partido da Convergência Democrática (PCD), Geraldo Martins aderiu ao PAIGC em 2018, e foi eleito deputado nas legislativas de 04 de junho passado.


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O Presidente Embaló já tem em mãos o nome de Geraldo Martins como a proposta da Coligação PAI-TERRA RANKA para chefiar o futuro Governo.

PR da Guiné-Bissau recebe formalmente proposta de Geraldo Martins para PM

POR LUSA   07/08/23 

A Plataforma Aliança Inclusiva (PAI)-Terra Ranka, vencedora com maioria das legislativas da Guiné-Bissau, entregou hoje formalmente ao Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, a proposta de nomeação de Geraldo Martins para o cargo de primeiro-ministro.

A proposta foi entregue pelo coordenador da coligação vencedora das legislativas de 04 de junho, Domingos Simões Pereira, ao Presidente guineense após audiências com todos os partidos com assento parlamentar.

"Já foi entregue", disse Domingos Simões Pereira.

Antes o também presidente da Assembleia Nacional Popular e líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) já tinha afirmado, no final da audiência com o chefe de Estado, que iria entregar ainda hoje a proposta formal de nomeação de Geraldo Martins para liderar o futuro Governo guineense.

Além da coligação PAI-Terra Ranka, o chefe de Estado guineense esteve reunido também com o Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), que disse ao Presidente não se opor à nomeação de Geraldo Martins para o cargo.

"O Madem-G15 não tem nada a dizer sobre a proposta apresentada pela PAI-Terra Ranka. O Madem está disponível e aberto. Respeitamos os resultados eleitorais e vamos fazer uma oposição democrática no sentido de continuar a estabilizar o país", disse Abdu Mané, líder parlamentar do partido.

O Madem-G15 elegeu 29 deputados e vai liderar a oposição no parlamento.

O Presidente ouviu também o Partido de Renovação Social, que assinou um acordo de incidência parlamentar e governativa com a coligação vencedora das eleições, e o PTG (Partido dos Trabalhadores Guineenses), que está também a negociar um acordo com a PAI-Terra Ranka.

Os encontros terminaram com a audiência ao primeiro-ministro cessante e líder da Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), Nuno Gomes Nabiam, que informou que entregou a sua demissão do cargo.

"Nós reiteramos a nossa total colaboração, no sentido de o Presidente avançar e nomear o candidato proposto pela PAI-Terra Ranka para primeiro-ministro e consequente formação do novo Governo. Também apresentei a demissão do Governo por mim liderado", afirmou Nuno Gomes Nabiam.

O líder da APU-PDGB, que elegeu um deputado nas legislativas de 04 junho, disse também que não vai assinar nenhum acordo de incidência parlamentar com a coligação vencedora e que vai "colaborar com o novo Governo em tudo o que for bom para o país", mas que também é bom haver oposição.

"Isto é um processo democrático e quem ganha tem de governar e tem de haver oposição. O exercício tem de ser feito assim. A APU está preparada para fazer o seu trabalho enquanto oposição", salientou.


Níger. África do Sul espera que diplomacia leve ao recuo dos golpistas

© -/AFP via Getty Images

POR LUSA   07/08/23 

A África do Sul qualificou hoje o golpe de Estado no Níger de "perturbador" e manifestou-se esperançada que a diplomacia permita o recuo dos militares golpistas, sem tomar posição a favor ou contra eventual intervenção militar da CEDEAO.

"Esperamos que a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental [CEDEAO] tenha interações bem sucedidas com os líderes do golpe de Estado e os convença a regressar às suas casernas", disse a ministra dos Negócios Estrangeiros sul-africana, Naledi Pandor, durante uma videoconferência de imprensa.

Pandor espera que a junta militar que tomou o poder no Níger "permita que o Presidente democraticamente eleito do Níger retome o papel de líder do país".

A possibilidade de uma intervenção militar da CEDEAO no Níger divide o continente africano e até os membros do bloco de 15 membros da organização, após ter dado à junta golpista um ultimato de sete dias para se retirar, que expirou à meia-noite de domingo.

Até à data, os governos da Nigéria, do Benim, da Costa do Marfim e do Senegal confirmaram claramente a disponibilidade dos seus exércitos para intervir no Níger.

Do outro lado, o Mali e o Burkina Faso, países governados por juntas militares, opõem-se ao uso da força e argumentam que qualquer intervenção no Níger equivaleria a uma declaração de guerra também contra si.

A Guiné-Conacri, a Argélia e o Chade também se opuseram à intervenção.

Por seu lado, a junta golpista do Níger, que avisou a CEDEAO de que todas as ações contra o Níger seriam objeto de "uma resposta imediata e sem aviso prévio" do exército, reforçou o seu dispositivo militar e fechou o seu espaço aéreo no domingo, no final do ultimato que lhe foi dirigido.

O golpe de Estado no Níger foi conduzido em 26 de julho pelo autodenominado Conselho Nacional de Salvaguarda da Pátria (CLSP), que anunciou a destituição do Presidente, a suspensão das instituições, o encerramento das fronteiras (que foram posteriormente reabertas) e um recolher obrigatório noturno até nova ordem.

O Níger tornou-se assim o quarto país da África Ocidental a ser liderado por uma junta militar, depois do Mali, da Guiné-Conacri e do Burkina Faso, que também tiveram golpes de Estado entre 2020 e 2022.


Vários deputados alemães favoráveis ao envio de mísseis de longo alcance

© Reuters

POR LUSA   07/08/23 

Vários deputados do Partido Social-Democrata alemão e de outros partidos minoritários manifestaram-se a favor da entrega de mísseis de longo alcance a Kyiv, desencadeando uma crise na coligação governamental face à recusa do ministro da Defesa, foi hoje divulgado.

O porta-voz para a área da política externa do Partido Social-Democrata alemão (SPD), Nils Schmid, não excluiu em recentes declarações ao jornal Der Tagesspiegel o envio deste tipo de armamento (mísseis Taurus) a Kyiv, juntamente com os Estados Unidos, recordou hoje o diário Welt.

Por sua vez, o deputado do SPD Andreas Schwarz assegurou no portal noticioso digital Spiegel ser favorável a essa possibilidade, ao argumentar que a contraofensiva ucraniana está a falhar porque Kyiv "não tem uma força aérea significativa para a apoiar".

Em simultâneo, a responsável pelo setor da Defesa dos Verdes (que também integra a coligação governamental alemã), Agnieszka Brugger, também se mostrou a favor, indicando que a Alemanha e a Ucrânia abordaram e concordaram sobre a criação de zonas de exclusão de uso destes mísseis.

O vice-presidente do comité da Rada (parlamento ucraniano) sobre Segurança Nacional, Defesa e Informações, Yehor Chernev, afirmou hoje que as principais forças parlamentares na Alemanha chegaram a um acordo sobre esta questão, apesar de ainda não existir confirmação oficial.

Em maio, as autoridades ucranianas solicitaram à Alemanha o envio destes mísseis, apesar de o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, não ter fornecido tal autorização, pelo facto destes equipamentos possuírem um alcance de 500 quilómetros, permitindo assim a Kyiv atingir infraestruturas militares russas mais recuadas.

Por seu turno, e seguindo os passos do Reino Unido, a França anunciou na cimeira da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco militar ocidental), em meados de julho, a entrega à Ucrânia de mísseis franco-britânicos de longo alcance Scalp.

O Ministério da Defesa alemão indicou no final de maio à agência de notícias francesa AFP ter recebido um pedido oficial de Kyiv sobre o fornecimento de mísseis Taurus, transportados por caças e fabricados pela empresa germano-sueca com o mesmo nome.

A Bundeswehr (Forças Armadas da Alemanha) dispõe de cerca de 600 unidades, 150 das quais operacionais, segundo o deputado liberal Marcus Faber, membro da comissão de Defesa do Bundestag (câmara baixa do parlamento federal alemão).

No contexto da difícil contraofensiva lançada pela Ucrânia contra as tropas russas, o embaixador ucraniano em Berlim reiterou recentemente este pedido e recebeu o apoio tanto da oposição conservadora como dos ecologistas e dos liberais do FDP, membros da coligação governamental liderada pelo chanceler social-democrata Olaf Scholz.

Mas o partido de Scholz receia uma escalada do conflito com a Rússia no caso de este tipo de armamento ser disponibilizado à Ucrânia.

A Alemanha mantém-se também contra um apoio à aviação militar ucraniana, por exemplo através do fornecimento de caças F-16.

Contudo, o país aumentou significativamente o seu abastecimento de armamento a Kyiv nos últimos meses, fornecendo em particular, após muita hesitação, tanques do tipo Leopard.

Berlim "é líder no domínio da defesa antiaérea, do apoio à formação e dos veículos de exploração e blindados e é essa a nossa maior prioridade", disse na ocasião Boris Pistorius.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.


Leia Também: Ucrânia. Mísseis ucranianos danificam ponte que une Kherson à Crimeia

Mali. Antiga rebelião tuaregue acusa exército e grupo Wagner de ataque

© Reuters

POR LUSA   07/08/23 

A antiga rebelião tuaregue do norte do Mali acusou hoje o exército do país e o grupo paramilitar russo Wagner de perpetrarem um ataque a uma das suas bases na sexta-feira, no qual foram mortos dois dos seus homens.

"Após o cruzamento de informações com provas concretas, a CMA [Coordenação dos Movimentos do Azawad, ex-rebelião] está em condições de afirmar que este ataque foi perpetrado pelas forças armadas malianas e pelos seus auxiliares da Wagner", disse a antiga rebelião num comunicado enviado à agência France-Presse.

A junta militar no poder no Mali desde 2020 afastou-se da França para se virar política e militarmente para a Rússia, embora negue a presença do grupo de mercenários russos Wagner e fale de instrutores do exército russo destacados em nome da cooperação entre Estados.

Os antigos rebeldes informaram na sexta-feira que tinham sido atacados no mesmo dia em Foïta (norte) por "homens armados em três veículos", sem especificar quem eram.

Posteriormente, condenou um "ato odiosamente premeditado" e "concluiu que se tratava de um desafio deliberado ao cessar-fogo de 23 de maio de 2014 e aos dispositivos de segurança" acordados entre Bamaco e os ex-rebeldes.

A CMA "denuncia mais uma vez a atitude belicosa do governo (maliano) e apela à mediação internacional como testemunha das consequências que podem resultar desta atitude".

Desde há vários meses que as relações entre Bamaco e a antiga rebelião são tensas e ameaçam o acordo de paz assinado sob a égide da Organização das Nações Unidas.


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Assinatura do acordo de incidência parlamentar e Governativa entre coligação PAI e PTG.

Radio TV Bantaba 

SENEGAL: Advogado de líder da oposição senegalesa foi detido e será deportado

© Getty Images

POR LUSA   07/08/23 

O advogado do líder da oposição senegalesa Ousmane Sonko, o franco-espanhol Juan Branco, foi hoje acusado de vários crimes, entre os quais atentados contra as autoridades e associação criminosa, antes de ser libertado e aguardar a deportação para França.

As autoridades senegalesas libertaram o advogado de Sonko depois de este ter sido apresentado a um juiz, ao qual recusou responder, segundo o jornal Sud Quotidien.

Branco foi detido no sábado na fronteira com a Mauritânia, quando tentava sair do Senegal, onde entrou na semana passada de forma ilegal e apesar de um mandado de captura internacional solicitado pelas autoridades senegalesas.

O Senegal acusa Branco, que tem origem espanhola, de "ataques contra o Estado", na sequência de uma petição que apresentou perante o Tribunal Penal Internacional (TPI) para investigar a violência política desencadeada pelas autoridades senegalesas contra Sonko e os seus apoiantes nos últimos dois anos.

O advogado, que entrou no Senegal para participar num fórum em que insistiu nos seus ataques contra a Procuradoria do país e na sua submissão ao Governo do Presidente Macky Sall, foi detido de madrugada na cidade fronteiriça de Rosso, quando tentava atravessar para a Mauritânia disfarçado de pescador através do rio Senegal.

Sonko está de novo detido após uma altercação na semana passada com um grupo de agentes da polícia que, segundo o líder da oposição, o filmavam em sua casa, e por ter incitado à insurreição ao publicar uma mensagem nas redes sociais antes da sua detenção, na qual apelava à resistência popular.

O seu partido, Patriotas do Senegal (Pastef), e os seus apoiantes denunciam a detenção de Sonko como um novo episódio na longa perseguição política de que é alvo por parte das autoridades.

Uma anterior detenção do líder da oposição levou a protestos dos seus apoiantes em meados de maio, que resultaram em 15 mortos e danos materiais significativos.

Sonko pretende concorrer às eleições presidenciais de 2024, mas os problemas com a justiça do seu país podem inviabilizar a candidatura.


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A falta de cebola no mercado foi superada, garantiu hoje o Presidente da Associação dos Retalhistas dos Mercados da Guiné-Bissau. Aliu Seidi apela a diversificação da produção local como forma de fazer face a escassez de produtos alimentícios.



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ÁFRICA DO SUL: Violência na Cidade do Cabo faz dois mortos, vários autocarros queimados

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POR LUSA    07/08/23 

Pelo menos dois mortos e três feridos na manhã de hoje é o resultado das ações de violência na Cidade do Cabo relacionadas com um protesto de motoristas de carrinhas táxi, anunciou a polícia sul-africana.

"Um homem foi morto a tiro e três pessoas ficaram feridas após um motorista ter sido apedrejado na avenida do aeroporto. O motorista respondeu ao ataque disparando vários tiros", declarou à imprensa local a porta-voz da polícia Novela Potelwa.

Os motoristas de carrinhas táxi bloquearam o acesso ao aeroporto internacional da Cidade do Cabo, segundo a polícia sul-africana. O carro da vítima foi incendiado, na via pública, indicou a imprensa local.

A porta-voz policial adiantou que quatro autocarros da empresa Golden Arrow Bus Services foram incendiados também na manhã de hoje, elevando para 10 o número de autocarros queimados na cidade desde quinta-feira devido à ação de protesto dos motoristas de carrinhas táxi.

De acordo com as autoridades de segurança, cerca de 1.500 efetivos policiais foram destacados para conter a violência em vários "pontos críticos" da cidade.

"Forças adicionais, incluindo apoio aéreo, foram destacadas para vários locais e outras interrupções de tráfego e outros incidentes foram relatados", referiu Potelwa.

Um segundo homem de 28 anos foi encontrado morto após ter sido baleado múltiplas vezes numa outra zona próximo da autoestrada N2, segundo a polícia sul-africana.

"Acredita-se que o motivo desse ataque esteja relacionado com o protesto dos táxis", referiu o porta-voz da polícia, Joseph Swartbooi.

A ação de protesto foi desencadeada na Cidade do Cabo pelo sindicato Conselho Nacional de Táxis da África do Sul (SANTACO, na sigla em inglês), após o que considerou ser o fracasso de negociações com as autoridades provinciais e locais no sul do país.

Os membros afetos ao sindicato, que indicou hoje que a paralisação continuará até quarta-feira, bloquearam ainda várias estradas de acesso à Cidade do Cabo, sede do Parlamento da África do Sul na província do Cabo Ocidental, e que é governada pelo principal partido da oposição Aliança Democrática (DA).   

A autarquia da Cidade do Cabo indicou à imprensa local que pelo menos 110 casos criminais foram registados por incidentes relacionados com a greve de motoristas de carrinhas de transporte de passageiros.

As autoridades provinciais anunciaram a apreensão de pelo menos 43 miniautocarros, juntamente com a detenção dos respetivos motoristas, após o bloqueio dos acessos ao aeroporto.

"Não permitiremos que a ilegalidade crie raízes na nossa província", declarou a uma rádio local o responsável provincial pela Segurança Comunitária e Supervisão Policial, Reagen Allen.


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Detida mulher que estaria a preparar plano para assassinar Zelensky... A alegada informadora estaria a trabalhar com as forças russas.

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Notícias ao Minuto    07/08/23 

Os serviços secretos ucranianos (SBU) detiveram uma mulher que, alegam as autoridades, estaria a "preparar um ataque aéreo russo na região de Mykolaiv durante a visita do presidente ucraniano", que decorreu no final de julho.

À CNN Internacional, o SBU especificou que a alegada informadora estaria a "reunir informações sobre a visita" na véspera da viagem de Volodymyr Zelensky à região, nomeadamente a rota da comitiva do presidente.

Num comunicado, é dito que a alegada informadora "tentou estabelecer o tempo e a lista de localizações da rota aproximada do chefe de Estado", e os agentes do SBU ter-se-ão apercebido das "atividades subversivas da suspeita".

Esta não será a primeira tentativa de assassinato contra Volodymyr Zelensky, cuja segurança, desde o início da guerra, tem sido um dos focos dos serviços secretos ucranianos. Logo em fevereiro de 2022, foi avançado que cerca de 400 mercenários do grupo Wagner teriam tentado entrar em Kyiv com ordens específicas para matar o líder do país.

O SBU acrescentou que a mulher ficou encarregue de identificar a localização de sistemas eletrónicos militares e armazéns com munições para as forças armadas.

A identidade da suspeita não foi revelada, com a CNN Internacional a avançar apenas que a mulher é natural de Ochakov, uma localidade no sul da Ucrânia, tendo trabalhado numa loja com utensílios militares na região.

Além da alegada tentativa de assassinato, o SBU atribuiu-lhe ainda crimes de espionagem, por ter supostamente viajado pelo território e filmado localizados de objetos militares ucranianos.


Níger. Mali e Burkina Faso vão enviar uma delegação oficial conjunta

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POR LUSA   07/08/23 

O exército maliano anunciou hoje que o Mali e o Burkina Faso vão enviar uma delegação oficial conjunta a Niamey em "solidariedade" com o Níger, palco de um golpe militar no final de julho e ameaçado de intervenção militar.

"O Burkina Faso e o Mali enviam uma delegação a Niamey, chefiada pelo ministro maliano Abdoulaye Maïga, um dos homens fortes da junta do Mali, anunciou o exército maliano nas redes sociais. "O objetivo é demonstrar a solidariedade dos dois países para com o povo irmão do Níger", acrescentou.

A delegação deverá chegar hoje ao Níger, de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Níger.

O anúncio desta visita surge pouco depois de ter expirado, à meia-noite de domingo, o ultimato estabelecido pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para que os militares nigerinos reinstaurem o Presidente deposto Mohamed Bazoum. A CEDEAO ameaçou recorrer à força após o termo do prazo.

O Mali e o Burkina Faso, onde os militares também tomaram o poder pela força em 2020 e 2022, avisaram numa declaração conjunta que considerariam essa intervenção como uma "declaração de guerra".

A 26 de julho, soldados amotinados instalaram o líder, general Abdourahamane Tiani, como novo chefe de Estado do Níger.

O golpe de Estado vem acrescentar mais um motivo de preocupação na região da África Ocidental, que se debate com a tomada de poder pelos militares no Mali, na Guiné-Conacri e no Burkina Faso, o extremismo islâmico e uma mudança de atitude de alguns Estados em relação à Rússia e ao grupo de mercenários Wagner.


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Formação dos Agentes de Guarda Prisional, Força de Defesa e Segurança organizado pelo Casa dos Direitos e RENLUV-GC/GB com apoio do UNFPA na promoção dos Direitos das Mulheres e Meninas.

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Barata, inovadora e mortífera. A nova arma ucraniana para recuperar o controlo do Mar Negro

Por Cnnportugal.iol.pt   07/08/23

Com algumas centenas de milhares de euros tornou-se possível afundar navios de guerra de muitos milhões. A tecnologia está a ser criada e desenvolvida na Ucrânia e Moscovo ainda não encontrou forma de lidar com ela

É a primeira frota de drones navais militares da história e a sua lista de vítimas é cada vez maior. São capazes de navegar longas distâncias controlados remotamente e a bordo trazem consigo centenas de quilos de explosivos, capazes de destruir navios de guerra que custam centenas de milhões. Foi esse o caso do navio de transporte militar atingido esta sexta-feira a mais de 500 quilómetros da sua costa, na base naval de Novorossiysk, o maior porto da Rússia, e os especialistas alertam: o número de ataques vai continuar a aumentar.

“É uma nova realidade com que a Rússia vai ter de viver todos os dias. A partir de agora, a Rússia vai ter de estar em constante estado de alerta no Mar Negro e isso vai implicar um esforço militar muito maior para a neutralização desta ameaça. Estes drones podem tornar-se fortes elementos dissuasores”, afirma o comandante João Ribeiro.

Tal como os veículos aéreos não tripulados, estes dispositivos estão a alterar a dinâmica da guerra no Mar Negro. Estes drones navais, que a CNN pode testemunhar em exclusivo no final de julho, têm pouco mais de cinco metros de comprimento, mas conseguem carregar cerca de 300 quilos de explosivos a uma velocidade de 80 quilómetros por hora e atingir um alvo a 800 quilómetros de distância. Podem levar três câmaras HD a bordo e o seu sistema de controlo por satélite é encriptado.

Cada um destes drones tem um custo aproximado de 250 mil dólares, o que pode parecer um valor elevado, principalmente quando estamos a falar de uma arma que é feita para se destruir. Mas o custo destas pequenas embarcações kamikazes é muito inferior aos muitos milhões necessários para adquirir um navio de guerra e a sua tripulação altamente especializada.

“Têm uma relação custo-eficácia bastante grande. Pode-se pegar num casco idêntico ao de uma mota de água, colocam-lhe explosivos, comunicações e visão e podem destruir um alvo de milhões”, destaca João Ribeiro.

Num vídeo publicado esta sexta-feira, é possível espreitar o potencial efeito devastador que estas armas já estão a ter. No vídeo, é possível ver através da perspetiva do operador do drone naval ucraniano, que se aproxima do navio de guerra russo, o Olenogorsky Gornyak, até ao momento em que o sinal desaparece, quando se dá a explosão. Segundo uma fonte da marinha ucraniana, a bordo da embarcação seguiam cem marinheiros. Horas depois, perto do estreito de Kerch, novo incidente. Os locais escutaram três explosões em alto mar, um navio petroleiro russo alvo de sanções tinha sido atingido por uma vaga de drones marítimos. A tripulação sobreviveu, mas os seus efeitos foram devastadores, com um gigantesco buraco no casco do navio.

Não foi a primeira vez que os ucranianos demonstraram as capacidades destas armas. As autoridades ucranianas admitiram que o ataque de 14 de julho à ponte de Kerch também foi executado com um drone naval. A operação vai levar a estrutura que liga a península da Crimeia ao território russo – e que é uma das grandes obras públicas da era de Vladimir Putin - fique fora de serviço até ao final de setembro. A ponte é um dos principais alvos militares ucranianos desde o início da guerra, uma vez que é utilizada pelas forças armadas russas para reabastecer o esforço logístico na Crimeia e no sul do território ocupado na Ucrânia.

Estes sistemas são também uma prova de resiliência e de adaptação por parte do povo e do exército ucraniano. Os drones que têm protagonizado todos estes ataques são produzidos quase totalmente na Ucrânia. Toda a engenharia necessária é desenvolvida internamente. A própria produção dos cascos, dos componentes eletrónicos e do software acontece na Ucrânia. É a resposta “natural” de uma marinha de guerra que perdeu perto de 80% de toda a sua frota desde o início da guerra, mas com muito apoio da sociedade civil.

Parte dos fundos para este desenvolvimento e produção é obtido através da organização United24, que recebe doações de indivíduos e empresas de todo o mundo para financiar várias iniciativas. “A nossa primeira tarefa é montar uma frota de 100 destas embarcações. Eles defenderão as águas de nossos mares, impedirão que navios russos que transportam mísseis saiam da baía, protegerão navios mercantes e realizarão missões secretas”, escreve a organização na página de angariação de fundos. A partir de 100 dólares pode contribuir para a construção da nova “armada” ucraniana.

A Ucrânia descreve mesmo estes ataques com drones no Mar Negro como “perfeitamente lógicos”, segundo líder dos serviços de segurança ucranianos (SBU), Vasyl Maliuk, e Kiev apressou-se a prometer mais ataques. A Rússia já prometeu responder contra o que considera serem “ataques terroristas”, mas, para João Ribeiro, Moscovo tem um problema complexo para resolver, porque, apesar de serem relativamente fáceis de abater, são objetos muito pequenos na vastidão da superfície do mar, o que os torna difíceis de detetar.

"A Ucrânia está a adquirir cada vez mais estas capacidades, por isso, vamos ver um aumento da recorrência destes ataques. Os modelos atuais, são fáceis de abater, mas são difíceis de detetar por serem pequenos. Uma vez detetados é possível destruí-los. Por isso, o próximo passo vai ser o aparecimento de drones submarinos”, antevê o comandante João Ribeiro.

E Kiev já o está a fazer. No final de abril, o Ministério da Transição Digital ucraniano anunciou a criação de um grupo de trabalho chamado BRAVE1, que tem como objetivos criar uma base tecnológica que ligue o governo, o exército e o setor privado para desenvolver armamento que dê vantagem à Ucrânia no campo de batalha. Durante o seu anúncio, um dos projetos mostrados era um pequeno submarino robótico não-tripulado, com pouco menos de dois metros, com o nome de Toloka TLK-150.

A necessidade aguça o engenho e, talvez por isso, o seu design seja tão pouco convencional. Segundo a imagem tornada pública, o submarino tem estabilizadores muito maiores do que outros modelos conhecidos e as hélices dos propulsores, montadas em pequenas asas estabilizadoras, estão a uma distância muito maior uma da outra. Estas características, combinadas com o leme separado e com as pás de mergulho montadas na frente do drones sugerem que os seus criadores estão a optar por um design ágil. A meio do submarino existe um pequeno mastro, que traz à superfície o sistema de comunicações e de captação e transmissão de imagem.


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