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POR LUSA 07/08/23
A África do Sul qualificou hoje o golpe de Estado no Níger de "perturbador" e manifestou-se esperançada que a diplomacia permita o recuo dos militares golpistas, sem tomar posição a favor ou contra eventual intervenção militar da CEDEAO.
"Esperamos que a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental [CEDEAO] tenha interações bem sucedidas com os líderes do golpe de Estado e os convença a regressar às suas casernas", disse a ministra dos Negócios Estrangeiros sul-africana, Naledi Pandor, durante uma videoconferência de imprensa.
Pandor espera que a junta militar que tomou o poder no Níger "permita que o Presidente democraticamente eleito do Níger retome o papel de líder do país".
A possibilidade de uma intervenção militar da CEDEAO no Níger divide o continente africano e até os membros do bloco de 15 membros da organização, após ter dado à junta golpista um ultimato de sete dias para se retirar, que expirou à meia-noite de domingo.
Até à data, os governos da Nigéria, do Benim, da Costa do Marfim e do Senegal confirmaram claramente a disponibilidade dos seus exércitos para intervir no Níger.
Do outro lado, o Mali e o Burkina Faso, países governados por juntas militares, opõem-se ao uso da força e argumentam que qualquer intervenção no Níger equivaleria a uma declaração de guerra também contra si.
A Guiné-Conacri, a Argélia e o Chade também se opuseram à intervenção.
Por seu lado, a junta golpista do Níger, que avisou a CEDEAO de que todas as ações contra o Níger seriam objeto de "uma resposta imediata e sem aviso prévio" do exército, reforçou o seu dispositivo militar e fechou o seu espaço aéreo no domingo, no final do ultimato que lhe foi dirigido.
O golpe de Estado no Níger foi conduzido em 26 de julho pelo autodenominado Conselho Nacional de Salvaguarda da Pátria (CLSP), que anunciou a destituição do Presidente, a suspensão das instituições, o encerramento das fronteiras (que foram posteriormente reabertas) e um recolher obrigatório noturno até nova ordem.
O Níger tornou-se assim o quarto país da África Ocidental a ser liderado por uma junta militar, depois do Mali, da Guiné-Conacri e do Burkina Faso, que também tiveram golpes de Estado entre 2020 e 2022.
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