domingo, 23 de abril de 2023

Encontrados mais 26 corpos de seguidores de seita religiosa no Quénia

© YASUYOSHI CHIBA/AFP via Getty Images

POR LUSA   23/04/23 

As autoridades quenianas exumaram hoje 26 corpos de pessoas que alegadamente pertenciam a uma seita religiosa, o que eleva para 47 o número de vítimas já descobertas nos últimos dias, avançou a agência France-Presse (AFP).

Citando o responsável pelas investigações em curso, Charles Kamau, do subcondado de Malindi, na zona este do Quénia, a AFP indica que vão ser feitas mais escavações para encontrar outras vítimas, uma vez que há relatos da existência de uma vala comum.

Segundo a agência noticiosa francesa, vários seguidores daquela seita estão escondidos na floresta de Shakahola, tendo sido encontrada hoje uma mulher ainda com vida, "com os olhos esbugalhados e que se recusou a comer" antes de ser encaminhada para uma ambulância.

A Direção de Investigações Criminais acredita que estas pessoas pertenciam a uma seita religiosa conhecida como Igreja Internacional das Boas Notícias, liderada pelo pastor Paul Mackenzie Nthenge, que está detido depois de se ter entregado à polícia no passado dia 15.

As autoridades quenianas acusam Nthenge de encorajar os seus seguidores, que podem ser centenas de pessoas de todo o país, a jejuarem até morrer, com o objetivo de encontrar Jesus.

Na semana passada, outros 11 seguidores de Nthenge, com idades entre os 17 e os 49 anos, foram hospitalizados depois de terem sido resgatados naquela floresta.


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Ucrânia responde a embaixador chinês: "Não papagueie a propaganda russa"

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Notícias ao Minuto   23/04/23 

Embaixador chinês em França negou a soberania dos países pós-soviéticos. As declarações foram também condenadas pela União Europeia, que as descreveu como "inaceitáveis".

O conselheiro presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, comentou, este domingo, as declarações do embaixador da China em França, Lu Shaye, que negou a soberania dos países pós-soviéticos. Numa publicação, na rede social Twitter, o responsável ucraniano alertou que se Shaye quiser ser “um ator político importante”, não pode “papaguear a propaganda de forasteiros russos”. 

“Todos os países da União pós-soviética têm um claro estatuto soberano consagrado no direito internacional. À excepção da Rússia, que fraudulentamente tomou o assento no Conselho de Segurança da ONU”, começou por referir o conselheiro do presidente Volodymyr Zelensky, após Shaye ter defendido “não há nenhum acordo internacional que materialize o seu estatuto de países soberanos”.

Questionado sobre se a “Crimeia [anexada pela Rússia em 2014] faz parte da Ucrânia”, o responsável chinês referiu que “depende da forma como se olha para o problema”. “Há uma história. A Crimeia foi da Rússia no início. Foi Khrushchev que deu a Crimeia à Ucrânia na época da União Soviética”, defendeu.

Para Podolyak, “é estranho ouvir uma versão absurda da ‘história da Crimeia’ de um representante de um país que é escrupuloso acerca dos seus mil anos de história”.

E avisou: “Se quer ser um ator político importante, não papagueie a propaganda de forasteiros russos…”

As declarações do embaixador chinês foram já criticadas pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros de França, que declarou que “tomou nota com consternação” e pediu à China que “diga se refletem a posição" de Pequim.

Também o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, descreveu as observações como “inaceitáveis” e espera que tais “não representem a política oficial da China”. 

“Observações inaceitáveis do embaixador chinês em França questionando a soberania dos países que se tornaram independentes com o fim da União Soviética em 1991. A UE só pode supor que estas declarações não representam a política oficial da China”, escreveu no Twitter.

Na mesma entrevista, Lu Shaye apelou ainda ao fim das disputas sobre a questão das fronteiras pós-soviéticas. "Agora o mais urgente é parar, alcançar o cessar-fogo" entre a Rússia e a Ucrânia, disse.


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Rússia quer recrutar 400 mil voluntários para lutar na Ucrânia

ARQUIVO - Uma fotografia tirada em 24 de outubro de 2022 mostra um cartaz exibindo soldados russos com o slogan 'Exército da Rússia - Exército de profissionais', cidade de Moscovo

VOA Português  23/04/23

A Rússia pretende recrutar “homens de verdade” para lutar na invasão da Ucrânia, disse o Ministério da Defesa britânico, neste domingo (23) na sua actualização de inteligência publicada no Twitter.

Os anúncios da nova campanha em outdoors, TV e redes sociais também apresentam as recompensas financeiras de se alistar nas forças armadas russas, mas é “altamente improvável” que a Rússia atinja a sua meta de 400.000 recrutas voluntários, disse o ministério britânico.

Entretanto, a Ucrânia anunciou novas sanções contra indivíduos ou entidades que apoiem ou invistam na “agressão russa”. No seu discurso nocturno, em vídeo no sábado, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, disse que Kiev sancionou 322 empresas que fabricam armas e componentes militares para os militares da Rússia contra a Ucrânia.

Medidas adicionais foram impostas contra os que “ajudam a contornar as sanções contra a Rússia”, disse ele. “A tarefa é remover qualquer oportunidade para a Rússia contornar as sanções (...) quanto mais duras forem as sanções contra a economia de guerra russa, mais rápido será o fim da agressão,” acrescentou.

Até agora, as sanções ocidentais contra a Rússia não diminuíram a riqueza dos bilionários russos.

De acordo com a lista da Forbes World, a riqueza dos bilionários da Rússia aumentou para cerca de meio trilhão de dólares em 2023, e 22 pessoas foram adicionadas ao número de russos super-ricos, elevando o total para 110.

Tal número não inclui os ultra-ricos que renunciaram à cidadania russa.

Ataques com mísseis

A Reuters reporta que, pelo menos, cinco mísseis russos atingiram a cidade de Kharkiv, no leste da Ucrânia, e áreas adjacentes na noite de sábado, danificando alguns edifícios civis, segundo autoridades locais.

O governador regional Oleh Sinegubov escreveu no Telegram que um míssil destruiu uma casa na vila de Kotliary, ao sul de Kharkiv, e outro causou um grande incêndio na cidade.

A cerca de uma hora de carro, do outro lado da fronteira com a Rússia, pelo menos, 3.000 evacuados voltaram para as suas casas, no sábado, na cidade de Belgorod.

E um avião de guerra supersônico russo Sukhoi-34 disparou acidentalmente contra Belgorod, na quinta-feira, e a explosão feriu três pessoas, disseram autoridades russas.

O governador da região de Belgorod, Vyacheslav Gladkov, escreveu no Telegram que “o quartel-general operacional decidiu evacuar 17 prédios de apartamentos num raio de 200 metros” antes que os especialistas em explosivos começassem seu trabalho.



França vai doar barcos, autocarros e carris à Ucrânia

© Reuters

POR LUSA   23/04/23 

O governo francês prometeu hoje fornecer barcos, autocarros e carris ferroviários à Ucrânia, para ajudar a repor as infraestruturas de transporte danificadas desde o início da invasão russa.

O ministro dos Transportes, Clément Beaune, que hoje concluiu uma visita de quatro dias à Ucrânia, apelou às empresas francesas para, "a partir de agora", estarem mais presentes "sobretudo no setor dos transportes", noticiou a Agência France-Presse (AFP)

De acordo com o Ministério francês da Transição Ecológica, "as últimas avaliações estimam o custo da reconstrução da Ucrânia em 383 mil milhões de euros", dos quais 83 mil milhões para infraestruturas de transporte.

Em comunicado, o Ministério informou que Clément Beaune "tomou a iniciativa de reunir os dirigentes das principais empresas francesas do setor dos transportes para acelerar a sua mobilização para a Ucrânia".

A França prometeu "doar barcos-piloto" e mobilizar "o conhecimento técnico da HAROPA Portas (entidade gestora dos portos do Sena) para aumentar as exportações de grãos".

O país enviará ainda "autocarros adicionais para a Ucrânia, para assegurar transporte escolar, além dos trinta veículos já entregues", refere o comunicado.

O governo francês comprometeu-se também a "fornecer 20.000 toneladas de carris para reconstruir várias centenas de quilómetros de ferrovia" danificados pelos combates bombardeamentos, bem como "uma dúzia de geradores adicionais de 1,5 toneladas, além dos vinte que serão entregues nas próximas semanas" aos caminhos-de-ferro ucranianos.

A França irá ainda receber 10 controladores de tráfego aéreo ucranianos na ENA (Escola Nacional de Aviação Civil) para "preparar a reabertura do espaço aéreo ucraniano", especificou o ministério.


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Combate à mutilação genital na Guiné-Bissau é hoje "mais complicado"

© Lusa

POR LUSA   23/04/23 

A presidente do Comité Nacional para o Abandono das Práticas Nefastas na Guiné-Bissau considera que o combate à mutilação genital feminina (MGF) enfrenta hoje desafios "muito mais complicados", em resultado da proibição legal, que tornou a prática "escondida".

"Os desafios são enormes", avalia Marliatu Djaló Condé, em entrevista à Lusa, em Lisboa, onde teve uma série de encontros nesta semana, organizados pela Associação dos Filhos e Amigos de Farim, pela Associação Mulheres Sem Fronteiras e pela Associação para o Planeamento da Família, que combatem a MGF em Portugal.

"Antigamente, sabia-se quem é que faz[ia], onde é que (...) se faz[ia] e de um tempo para cá, desde a existência da lei, passou a ser tudo de uma forma escondida", compara, recordando que estudos feitos em 2018 e 2019 "mostram um aumento" da prática na Guiné-Bissau, onde se estima que metade das mulheres sejam mutiladas.

A mutilação (ou excisão, nome mais utilizado na Guiné-Bissau) consiste na retirada total ou parcial de partes genitais, com consequências físicas, psicológicas e sexuais graves, podendo até causar a morte.

O aumento pode explicar-se, em parte, porque o tema deixou de ser tabu. "Agora fala-se abertamente sobre o tema", reconhece Marliatu, acrescentando que é preciso analisar a permeabilidade das fronteiras com os países vizinhos, nomeadamente com a Guiné-Conacri, onde praticamente todas as mulheres são submetidas à excisão.

Neste contexto, o Comité está a avançar com uma "campanha transfronteiriça" entre Guiné-Bissau, Guiné-Conacri e Senegal, que partilham a etnia fula (e respetiva língua), na qual a prática está enraizada.

Os três países têm leis que proíbem a excisão. Porém, "tem um fluxo de pessoas, entre as fronteiras, para praticarem a excisão", nota Marliatu, adiantando que, como "a maioria das pessoas não são letradas", a campanha vai apostar no áudio e no audiovisual, para as rádios comunitárias e as redes sociais. "Vamos uniformizar o que é dito nos três países e em simultâneo", explica.

Na Guiné-Bissau, único país de língua portuguesa que figura nas listas internacionais sobre a prática, a MGF é punida por lei desde 2011.

"Não diria que é mais fácil [o combate hoje], porque a nova geração ainda tem muita pressão e influência da geração anterior", ressalva Marliatu, reconhecendo a vantagem de existirem atualmente "mais mulheres alfabetizadas" e "muitos líderes religiosos e muitos homens" a apoiar publicamente a erradicação da prática.

"A participação do homem é muito fundamental nisto, porque estamos a falar de uma sociedade patriarcal e extremamente machista, onde o poder de decisão compete ao homem. Ter o apoio, a participação ativa do homem neste processo faz toda a diferença", acredita.

Com 31 anos, Marliatu foi submetida à excisão, juntamente com as irmãs mais velhas, quando teria uns quatro anos. "Lembro-me de pouca coisa", diz. "Ninguém se opôs", lamenta.

Fula e nascida numa "comunidade muito conservadora" e numa família numerosa, todas as mulheres da família foram "vítimas da excisão" e a maioria das suas irmãs tiveram casamentos precoces ou forçados.

Ainda assim, um dos seus irmãos foi dos primeiros lideres religiosos na Guiné a dizer que a excisão não faz parte do islão. "São práticas muito enraizadas nas nossas culturas e que são, até um certo ponto, conectadas com uma determinada religião. Quando é assim, são aspetos (...) socialmente muito sensíveis", explica.

O Comité Nacional para o Abandono das Práticas Nefastas desenvolve, há anos, campanhas de consciencialização, mas não tem sequer uma sede própria. Está à espera que o governo guineense ceda um terreno, onde quer instalar um centro de acolhimento e apoio psicossocial para vítimas de violência com base no género, "coisa que não existe" na Guiné-Bissau.

Todos os funcionários, incluindo a presidente, são mantidos exclusivamente através de projetos financiados, apesar de o Comité (que integra cerca de 30 organizações da sociedade civil) ter sido criado pelo próprio Estado guineense, que "tem colaborado a nível político", mas "ainda não" garante qualquer apoio financeiro.

Com projetos em várias áreas, da educação à saúde, o Comité tem apostado nos "diálogos comunitários", recorrendo aos 50 animadores que tem no terreno.

Tem procurado também "trazer discursos mais positivos" e mostrar como se vive sem a mutilação. "As pessoas que não foram excisadas sofrem de discriminação no meio familiar", lembra Marliatu, salientando a importância de mostrar mulheres não excisadas "que se sentem bem e são muçulmanas praticantes" e rapazes que possam "desconstruir a ideia de que o homem muçulmano não se pode casar com uma mulher que não foi excisada".

O Comité está também a preparar manuais de alfabetização, porque "o analfabetismo, que afeta maioritariamente as mulheres, é uma das maiores causas para a continuidade destas práticas", realça Marliatu, formada em Economia e eleita presidente do Comité em setembro de 2021.



Papa Francisco pede "diálogo" face à "grave" situação no Sudão

© Reuters

POR LUSA   23/04/23 

O Papa Francisco pediu hoje "diálogo" face à "grave" situação no Sudão, onde combates mortais entre o exército e os paramilitares duram há mais de uma semana.

"Infelizmente, a situação continua grave no Sudão, por isso, renovo o meu apelo para que a violência acabe o mais rápido possível e para que se retome o caminho do diálogo", afirmou Francisco, durante a tradicional oração pública dominical, na Praça de São Pedro.

"Convido todo o mundo a rezar pelos nossos irmãos e irmãs sudaneses", reforçou.

Desde 15 de abril, os dois generais no poder desde o golpe de 2021 lançaram uma guerra impiedosa.

A violência, principalmente em Cartum e Darfur (oeste), já provocou mais de 420 mortos e 3.700 feridos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Foram deslocadas dezenas de milhares de pessoas para outros estados no Sudão ou através das fronteiras para o Chade e Egito. E levaram à mobilização de vários países para retirar os seus cidadãos.


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O número de corpos encontrados pelas autoridades do Quénia, que pertencerão a membros de uma seita, subiu para 21, pensando-se que terão morrido de fome após jejuar com o objetivo de encontrar Jesus Cristo.

© Lusa

POR LUSA  23/04/23 

 Quénia. Sobem para 21 os corpos encontrados de alegados membros de seita

O número de corpos encontrados pelas autoridades do Quénia, que pertencerão a membros de uma seita, subiu para 21, pensando-se que terão morrido de fome após jejuar com o objetivo de encontrar Jesus Cristo.

A Diretoria de Criminalística Investigações (DCI) do Quénia, que anunciou este cenário no sábado, refere que as sepulturas estavam na floresta Shakahola de Malindi, que pertence ao condado costeiro de Kilifi.

Entre os mortos foram identificadas algumas crianças, que estariam enterradas ao lado do que parecem ser os seus pais ou parentes, refere a agência EFE.

O DCI acredita que os mortos eram membros de uma seita religiosa conhecida como Igreja Internacional das Boas Notícias, liderada pelo pastor Paul Mackenzie Nthenge, atualmente preso.

As autoridades quenianas acusam Nthenge de encorajar os seus seguidores, que podem ser centenas de pessoas de todo o país, a jejuar até morrer de fome para ascender ao céu.

Desde que as investigações do DCI começaram, na quinta-feira, as autoridades descobriram 65 possíveis túmulos, o que perspetiva que o número de mortos continue a aumentar à medida que as escavações avançam.

A polícia queniana invadiu o local onde os seguidores de Nthenge celebravam o jejum, no dia 14 de abril, e resgatou 15 pessoas. Quatro delas morreram a caminho de um hospital de Malindi.

Em março, o polémico pastor foi preso após ser acusado de estar por trás da morte de duas crianças em circunstâncias semelhantes, mas foi libertado sob fiança.

Outros 11 membros da seita ou seus filhos encontram-se internados em estado grave, três dos quais em estado crítico, depois de serem encontrados a definhar num bosque no início das investigações sobre as valas comuns, segundo a Europa Press.


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Engenheiros Desenvolvem Bicicleta com Rodas Quadradas e o Resultado é Impressionante; Confira o Vídeo

Foto: The Q/YouTube/Reprodução

Por noticiasms.com

Engenheiros dos Estados Unidos surpreenderam a web ao desenvolver uma bicicleta com rodas quadradas, apresentada no canal do YouTube “The Q”, onde é exibido todo o processo criativo dessa inusitada invenção.

De acordo com os criadores, o movimento da bicicleta de rodas quadradas é gerado pela força de tração entre o pneu e o asfalto, similar ao funcionamento das rodas de um tanque de guerra. As rodas são construídas com barras de metal soldadas, formando um quadrado.

Os engenheiros afirmaram: “Construir e instalar rodas quadradas em bicicletas tem sido um dos projetos mais insanos que já realizamos.”

Embora as rodas não se comportem como as de bicicletas convencionais, os inventores garantem que é viável utilizar a bicicleta de rodas quadradas em (quase) todos os lugares. O custo total do projeto não foi divulgado pelos responsáveis.

Um vídeo divulgado na internet revela a bicicleta de rodas quadradas em ação, com o grupo de engenheiros por trás do projeto. Até o momento, o conteúdo acumula mais de cinco milhões de visualizações.

Confira o Vídeo!👇

SALAR DO UYUNI na Bolívia o maior deserto de sal do mundo

Concluída evacuação da embaixada dos EUA no Sudão

© Lusa

POR LUSA  23/04/23 

O Presidente dos EUA, Joe Biden, disse no sábado que está concluída a retirada dos funcionários da embaixada norte-americana no Sudão, de acordo com um comunicado divulgado pela Casa Branca.

"Tenho orgulho no extraordinário compromisso da nossa equipa da embaixada, que desempenhou as suas funções com coragem e profissionalismo e personificou a amizade e a ligação da América com o povo do Sudão", referiu Biden na nota.

"Estou grato pela capacidade incomparável dos nossos militares que os trouxeram com sucesso para um local seguro".

Os funcionários foram levados de avião para um local não identificado, na Etiópia, revelaram à agência de notícias Associated Press (AP) dois responsáveis que conhecem a operação.

Washington também encerrou a representação diplomática por tempo indeterminado, notou a AP.

No comunicado, Biden deixou um agradecimento ao Djibuti, à Etiópia e à Arábia Saudita, que foram "fundamentais para o sucesso" da operação.

Os planos de retirada começaram na segunda-feira, depois de veículos da embaixada dos Estados Unidos, que estavam em deslocação, terem sido atacados em Cartum.

Num comunicado divulgado na quinta-feira, o Pentágono revelou o envio de "capacidades adicionais" para a região, para potencialmente ajudar a facilitar uma retirada do pessoal da embaixada do Sudão, se necessário.

O aeroporto de Cartum continua a não funcionar e as rotas terrestres da capital para fora do país são longas e perigosas, mesmo sem as hostilidades atuais, o que coloca dificuldades e riscos de segurança adicionais.

Segundo a mais recente contagem da Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo menos 413 civis morreram e 3.551 ficaram feridos desde o início do conflito no Sudão.

Os confrontos começaram há uma semana entre as forças armadas, comandadas pelo líder de facto do país desde o golpe de Estado de outubro de 2021, o general Abdel Fattah al-Burhan, e os paramilitares do das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), chefiados pelo general Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como "Hemedti".


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LU SHAYE: Embaixador chinês questiona soberanias pós-soviéticas e abre conflito

© MARTIN BUREAU/AFP via Getty Images

POR LUSA  23/04/23 

O embaixador da China em França, Lu Shaye, provocou protestos da Ucrânia e dos Estados bálticos por defender que os países pós-soviéticos não têm "estatuto efetivo" ao abrigo do Direito Internacional, numa entrevista divulgada no sábado.

Numa entrevista à cadeia TF1, o diplomata chinês defendeu que "não há nenhum acordo internacional que materialize o seu estatuto de países soberanos" e não conseguiu dar uma resposta concreta quando questionado se "a Crimeia [península anexada pela Rússia em 2014] faz parte da Ucrânia".

Através da rede social Twitter, o embaixador da Ucrânia em França, Vadim Omelchenko, reagiu e destacou as diferenças entre as declarações de Lu Shaye e a postura oficial de Pequim sobre o conflito em curso no território ucraniano.

"Ou este homem tem problemas óbvios com a geografia", respondeu o embaixador ucraniano, prosseguindo: "Ou as suas declarações contradizem a posição de Pequim 'sobre os esforços para restaurar a paz na Ucrânia com base no direito internacional e nos propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas'".

O ministro dos Negócios Estrangeiros letão, Edgars Rinkevics, considerou, por sua vez, que estas são "declarações completamente inaceitáveis" e que a Letónia espera "uma explicação do lado chinês e a retratação completa desta declaração".

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Lituânia seguiu a mesma linha de protesto e adiantou que vai chamar na segunda-feira o encarregado de negócios da China no país para "dar explicações", numa ação concertada com a Letónia e a Estónia.

O chefe da diplomacia estónio, Margus Tsahkna, também protestou, afirmando que "é triste que um representante da República Popular da China tenha essas opiniões" e que se trata de uma "posição incompreensível".


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Fala África: Cantor PW promete várias surpresas em show de apresentação do álbum "African Spirit" em Bissau, 28 de Abril

No Fala África VOA deste domingo, Dani Stescki conversa com o cantor guineense PW. PW está a preparar um show no dia 28 de Abril em Bissau para apresentar ao público o álbum "African Spirit”, lançado no ano passado com 10 faixas musicais. O cantor promete várias surpresas durante o show.

Voaportugues.com  abril 23, 2023

MYKHAILO PODOLYAK: Solução pacífica? "Ucrânia só ouve render-se e cumprir o ultimato russo"

© GENYA SAVILOV/AFP via Getty Images

Notícias ao Minuto   22/04/23 

Para o conselheiro de Zelensky, "após 423 dias de guerra sangrenta, é impossível" pensar numa "solução pacífica".

O conselheiro do presidente ucraniano Mykhailo Podolyak afirmou, este sábado, que, para a Ucrânia, uma “solução pacífica” é vista como uma rendição e uma submissão ao “ultimato russo” devido aos 423 dias de uma “guerra sangrenta”.

“Quando alguém fala de uma ‘solução pacífica’, a Ucrânia só ouve ‘render-se, capitular, cumprir o ultimato russo. Após 423 dias de guerra sangrenta, é impossível”, começou por referir o conselheiro de Volodymyr Zelensky, na rede social Twitter.

Na publicação, Podolyak disse que a invasão russa da Ucrânia se trata de “uma guerra de extermínio planeada pela Federação Russa e não de um ‘conflito’ mítico”.

E garantiu: “Não há lugar para um ‘acordo’”.

A necessidade de encontrar uma “solução pacífica” tem vindo a ser defendida por vários países com posições ambíguas em relação à invasão russa, entre as quais a China e, mais recentemente, o Brasil.

Ainda este sábado, o presidente brasileiro, Lula da Silva, voltou a apelar à criação de “um conjunto de países” dedicados à “construção da paz”. Se toda a gente se envolve diretamente na guerra, quem é que vai conversar sobre paz? Quem é que vai conversar com os governos que estão em guerra?”, questionou, em entrevista à RTP.

O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou a 24 de fevereiro de 2022 com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.

A ONU confirmou que mais de oito mil civis morreram e cerca de 14 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.


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sábado, 22 de abril de 2023

Ataque suicida com carro-bomba faz 9 mortos e 60 feridos no Mali

© Lusa

POR LUSA   22/04/23 

Um ataque suicida com um veículo-bomba matou hoje nove civis e feriu pelo menos 60 pessoas, à entrada do aeroporto de Sevaré, no Mali, provocando ainda a morte a 16 terroristas e ferimentos graves em dois militares.

O ataque ocorreu por volta das cinco horas da madrugada, quando um veículo de dez toneladas explodiu com uma ou mais pessoas no interior, à entrada do aeroporto, perto de um posto de polícia, informaram fontes locais à agência EFE.

A explosão da viatura destruiu parte dos edifícios circundantes, segundo as mesmas fontes, que afirmaram que durante o ataque foram ouvidas três fortes detonações seguidas de intensos disparos.

No ataque, pelo menos, nove civis morreram e outros 60 ficaram feridos, além de dois militares com ferimentos graves, que foram transferidos para o hospital Somine Dolo de Sevaré, segundo fontes consultadas pela EFE.

As autoridades da região deslocaram-se ao hospital, que está lotado, e ao local do ataque, apelando à doação de sangue.

O aeroporto que os terroristas se preparavam para atacar é utilizado por forças civis e militares, e também pela missão da ONU no Mali, a Minusma.

As autoridades da junta militar do Mali no poder ainda não se pronunciaram sobre o número de mortos e feridos, mas confirmaram o atentado.

As Forças Armadas do Mali classificam, numa nota, o ataque como "complexo" e explicam que foram registadas "fortes explosões e disparos" nas imediações do aeroporto de Sevaré.

"A situação está sob controle desde os primeiros minutos. As incursões continuam. O Estado-Maior do Exército agradece à população de Sevaré e seus arredores pela assistência prestada aos civis vítimas das explosões", refere o comunicado, citado pela EFE.

As Forças Armadas recomendam que a população evite sair de casa e de se reunir na via pública para não prejudicar as operações militares na área afetada.

O ataque coincide com as férias do final do Ramadão, em que os militares e polícias costumam tirar férias para estar com as suas famílias.

O Mali, com a presença de grupos jihadistas leais ao Estado Islâmico e à Al Qaeda, sofre de grande insegurança, com ataques terroristas semanais contra militares e civis.

É governado por uma junta militar no poder após dois golpes de Estado, que não controla algumas zonas do leste e norte do país, onde operam estes grupos jihadistas e também milícias tuaregues.


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Rússia anuncia expulsão de "mais de 20" diplomatas alemães

© Lusa

POR LUSA   22/04/23 

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia anunciou hoje a expulsão de "mais de vinte" diplomatas alemães, em resposta a uma medida semelhante alegadamente tomada por Berlim, mas não confirmada pela Alemanha.

"Mais de 20" diplomatas alemães foram expulsos da Rússia, disse a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, à televisão Zvezda.

Questionado pela agência France-Presse, Berlim não confirmou a expulsão de diplomatas russos, indicando apenas ter estado "em contacto" com Moscovo "nas últimas semanas sobre questões de pessoal".

Mais cedo, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia emitiu um comunicado anunciando "medidas retaliatórias" após "a nova expulsão em massa" de diplomatas russos na Alemanha.

"Condenamos veementemente estas ações de Berlim, que continuam a destruir (...) todo o leque das relações russo-alemãs, incluindo a sua dimensão diplomática", criticou a diplomacia russa.

À AFP, o Ministério das Relações Exteriores da Alemanha disse "ter lido as declarações" da senhora Zakharova.

"O governo federal e o lado russo estiveram em contacto nas últimas semanas sobre questões de pessoal nas suas respetivas representações no exterior", acrescentou, sem maiores detalhes.

No comunicado de imprensa, Moscovo especifica que a 05 de abril "notificou oficialmente" o embaixador alemão, Geza Andreas von Geyr, da decisão de "limitar consideravelmente o número máximo de funcionários das missões diplomáticas alemãs" na Rússia.

Parceiro económico próximo da Rússia antes da ofensiva militar na Ucrânia, a Alemanha afastou-se de Moscovo, apoiando Kiev financeira e militarmente no conflito.

No final de janeiro, Berlim concordou em enviar um número substancial de tanques Leopard, um ponto de virada no apoio militar ocidental.


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Exclusivo. Há provas de que o Grupo Wagner está a influenciar o conflito no Sudão

A movimentação do avião de transporte Ilyushin-76 começou dois dias antes do início do conflito no Sudão. Tecnologias Maxar

Por Cnnportugal.iol.pt   22/04/23

O grupo mercenário russo Wagner está a fornecer mísseis às Forças de Apoio Rápido (RSF) do Sudão para ajudar na sua luta contra o exército do país, disseram à CNN fontes diplomáticas sudanesas e regionais.

Segundo as fontes, mísseis terra-ar têm reforçado significativamente os combatentes paramilitares da RSF e o seu líder Mohamed Hamdan Dagalo na luta pelo poder com o general Abdel Fattah al-Burhan, governante militar do Sudão e chefe das Forças Armadas.

Na fronteira com a Líbia, onde um general desonesto apoiado por Wagner, Khalifa Haftar, controla extensões de terra, imagens de satélite suportam estas reivindicações, mostrando um aumento invulgar de atividade nas bases da Wagner.

O poderoso grupo mercenário russo tem desempenhado um papel público e central nas campanhas militares estrangeiras de Moscovo, nomeadamente na Ucrânia, e tem sido repetidamente acusado de cometer atrocidades. Em África, tem ajudado a apoiar a crescente influência de Moscovo e na apropriação de recursos.

Dagalo e Burhan disputavam o poder em negociações sobre o restabelecimento da liderança civil no Sudão, quando estas terminaram abruptamente, resultando numa das piores violências que o país conheceu em décadas.

Os combates resultaram já na morte de centenas de pessoas e privaram milhões de eletricidade, água e alimentos.

Mohamed Hamdan Dagalo, antigo chefe adjunto do Conselho Militar Transitório do Sudão e líder paramilitar, na cerimónia de assinatura do acordo de paz e cessar-fogo em Juba, Sudão do Sul, a 21 de outubro de 2019. REUTERS/Samir Bol

Imagens de satélite mostram aumento de atividade

Imagens de satélite analisadas pela CNN e pelo grupo de open source "All Eyes on Wagner" ["Todos os olhos na Wagner", na tradução para português] mostram um avião de transporte russo a voar entre duas bases aéreas líbias pertencentes a Haftar e usadas pelo grupo paramilitar russo, que é alvo de sanções internacionais.

Haftar tem apoiado a RSF, dizem fontes, embora negue tomar partido. E o aumento de atividade da Wagner nas bases de Haftar, combinado com observações de fontes diplomáticas sudanesas e regionais, sugere que tanto a Rússia como o general líbio estavam a preparar-se para apoiar a RSF, mesmo antes da erupção dos confrontos.


A movimentação do avião de transporte Ilyushin-76, de fabrico soviético, começou dois dias antes do início do conflito no Sudão, no sábado, e continuou pelo menos até quarta-feira, de acordo com imagens de satélite e com o analista de imagens Gerjon, sediado nos Países Baixos.

O Ilyushin-76 voou da base aérea de Khadim, na Líbia, para a cidade costeira síria de Latakia - onde a Rússia tem uma importante base aérea - na quinta-feira, 13 de abril. No dia seguinte, voou de volta para Khadim. No dia seguinte, voou novamente para outra base aérea de Haftar na Líbia, agora em Jufra. Estacionou numa área isolada, algo que o rastreador de voo Gerjon considerou altamente invulgar. Este foi o dia em que o conflito eclodiu.

O avião de transporte regressou a Latakia na terça-feira antes de voar de volta para a base aérea da milícia líbia de Khadim e depois para Jufra, de acordo com a pesquisa de Gerjon. Nesse dia, a Rússia lançou mísseis terra-ar para as posições da milícia de Dagalo no noroeste do Sudão, de acordo com fontes regionais e sudanesas.

Durante anos, Dagalo foi um dos principais beneficiários do envolvimento russo no Sudão, como o maior destinatário das armas e treino de Moscovo.

Imagem de satélite mostra o Ilyushin-76, de fabrico soviético, na base aérea al-Khadim da Líbia, utilizada pela Wagner, em 18 de abril de 2023. Maxar Technologies

Uma investigação da CNN de julho de 2022 expôs o aprofundamento dos laços entre Moscovo e a liderança militar do Sudão, que concedeu à Rússia acesso às riquezas de ouro do país da África Oriental em troca de apoio militar e político. A relação séria começou após a invasão da Crimeia em 2014, quando a Rússia começou a ver as riquezas de ouro africanas como uma forma de contornar uma série de sanções ocidentais.

A invasão da Ucrânia em 2022 e a onda de sanções que se seguiu aceleraram a pilhagem de ouro da Rússia no Sudão e reforçaram ainda mais o domínio militar, aumentando a atividade da Wagner no país.

Na véspera da Rússia lançar a sua invasão em grande escala da Ucrânia em 2022, Dagalo chefiou uma delegação sudanesa em Moscovo para "fazer avançar as relações" entre os dois países.

A movimentação do avião de transporte Ilyushin-76 começou dois dias antes do início do conflito no Sudão. Tecnologias Maxar

Burhan e o exército sudanês também receberam anteriormente o apoio da Rússia. Burhan e Dagalo eram aliados antes do início dos combates. Juntos, lideraram golpes de Estado em 2019 e 2021. Ambos os líderes foram também anteriormente apoiados pelos Emirados Árabes Unidos e pela Arábia Saudita.

As duas potências do Médio Oriente apelaram à calma no Sudão, com receios de repercussões regionais mais amplas.

No entanto, os atores estrangeiros já estão a começar a intervir no conflito. O Egito tem uma relação de longa data com Burhan e tem-o apoiado privadamente na luta pelo poder, segundo fontes diplomáticas sudanesas e regionais. Um grupo de soldados egípcios foi capturado pela RSF num aeroporto militar no norte do Sudão, no primeiro dia da violência, e libertado dias depois.

Numa declaração à CNN, a RSF negou ter recebido ajuda da Rússia e da Líbia. Reiterou a sua negação na sexta-feira e alegou que o seu rival, as Forças Armadas do Sudão (SAF) de al-Burhan, é que se tinha alinhado "com estas forças estrangeiras, não a RSF".

A CNN contactou a SAF para obter um esclarecimento.

O chefe russo do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, negou qualquer envolvimento no conflito.

"Deixem-me reiterar mais uma vez: o Grupo Wagner não está de forma alguma envolvido no conflito sudanês", disse Prigozhin no canal de Telegram oficial. "As perguntas dos meios de comunicação sobre qualquer assistência ao general Daglo, ou a Al-Burhan, ou quaisquer outros indivíduos no Sudão não são mais do que uma tentativa de provocação."

Haftar ainda não respondeu ao pedido de esclarecimentos da CNN.

*Niamh Kennedy contribuiu para este artigo


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Guerra? Lula não quer "agradar a ninguém" e defende "3.ª via" para a paz

© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

POR LUSA   22/04/23 

O Presidente do Brasil disse hoje, após o encontro com o seu homólogo, Marcelo Rebelo de Sousa, em Belém, que "não quer agradar a ninguém", sobre o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, mas sim encontrar "uma terceira via" para a paz.

"Estamos numa situação em que a guerra entre a Rússia e Ucrânia está a afetar a humanidade (...) e é por isso que temos de encontrar um grupo de pessoas que esteja disposto a falar em paz e não em guerra", afirmou Luiz Inácio Lula da Silva.

Por isso, acrescentou: "eu não quero agradar a ninguém, eu quero é construir uma forma de colocar os dois à mesa", lembrando que o que parecia impossível aconteceu na II Guerra Mundial.

Agora, defendeu, Lula da Silva, "o facto está criado, a guerra (...) e eu quero é escolher uma terceira via que é da construção da paz", salientou, assegurando que não vai visitar nenhum dos dois países até que a situação esteja estabilizada.

Por isso, avançou: "Vou falar com mais países (...) e quem sabe um dia, que deve estar perto, a gente vai encontrar um jeito de sentar à mesa para conversar".

Lula da Silva frisou ainda, respondendo às questões dos jornalistas, que, desde o início que a posição do Brasil "é muito clara", de condenação à Rússia pela invasão da Ucrânia, mas de procurar reunir um conjunto de países que possam convencer as duas partes a sentarem-se à mesa para uma negociação.

O ministro de Estado brasileiro, Márcio Macedo, disse esta sexta-feira, após um encontro com a Associação de Ucranianos em Portugal, que o Presidente Lula da Silva determinou que o seu assessor para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, visite a Ucrânia, o que Lula confirmou hoje.

O Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, chegou na sexta-feira a Lisboa para uma visita oficial a Portugal, com uma agenda intensa, que inclui a cimeira luso-brasileira que decorre hoje no Centro Cutlural de Belém.

"A viagem faz parte do relançamento das relações diplomáticas do Brasil com seus principais parceiros, como já foi o caso da visita à China, há 10 dias, e aos Estados Unidos, Argentina e Uruguai nesse início de governo", indicou a presidência brasileira, em comunicado.

"Cerca de 252 mil brasileiros residem legalmente em Portugal, de acordo com dados. Isso não contabiliza os brasileiros com nacionalidade portuguesa ou outra nacionalidade europeia. Segundo estimativas das repartições consulares do Brasil em Portugal, a comunidade brasileira poderia estar entre 275 mil e 300 mil pessoas", recordou o Governo brasileiro, de forma a enfatizar a importância desta viagem, a primeira à Europa desde que Lula tomou posse em 1 de Janeiro.

Hoje, Lula da Silva iniciou o dia com uma cerimónia de boas vindas com honras militares na Praça do Império, em Lisboa, seguida de uma outra breve cerimónia no interior do Mosteiro dos Jerónimos, com deposição de coroa de flores no túmulo de Luís de Camões, acompanhado do Presidente Português, Marcelo Rebelo de Sousa.

Algumas dezenas de pessoas acompanham desde o início da manhã as várias etapas da visita em Belém, numa manifestação de apoio a Lula da Silva, mas onde apareceram também alguns manifestantes críticos do Presidente brasileiro.

Depois, reuniu-se com o homólogo português no Palácio de Belém, a que se seguiu um encontro ampliado de delegações.

Agora, seguiu para um almoço com o primeiro-ministro português António Costa, após o qual ocorrerá um dos pontos altos do programa, a 13.ª cimeira luso-brasileira.

Depois do encontro deverão ser assinados mais do dobro dos acordos que na última que existiu entre os dois países em 2016.

O Governo brasileiro frisou que "a preparação para o encontro começou no fim do ano passado, após as eleições presidenciais", em outubro de 2022, nas quais Lula da Silva saiu vencedor contra Jair Bolsonaro.

Na quarta-feira passada, em conferência de imprensa no Palácio Itamaraty, em Brasília, a secretária de Europa e América do Norte, Embaixadora Maria Luisa Escorel de Moraes, detalhou que serão ainda assinados, no Centro Cultural de Belém, memorandos de entendimento da área da energia, geologia e mineração, o "reconhecimento mútuo dos títulos de condução" entre os dois países, direitos de pessoas com deficiências, um memorando de área do turismo, entre outros.

O dia de hoje termina com um jantar de Estado oferecido pelo Presidente português no Palácio da Ajuda.

Domingo, a agenda de Lula da Silva, para já, "está livre", disse a diplomata brasileira.



Bombardeados 13 hospitais desde o início do conflito no Sudão

© Getty Images

POR LUSA   22/04/23 

Pelo menos 13 hospitais foram bombardeados desde o início do conflito, há uma semana, entre o exército sudanês e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR), indicou hoje o Sindicato dos Médicos do Sudão.

No relatório diário que tem estado a efetuar sobre a situação sanitária no conflito, o sindicato adiantou que mais de 70% dos centros de saúde existentes nas zonas de combate foram desativados por causa dos confrontos.

"[Sexta-feira] quatro hospitais da cidade de al-Obeid [centro] foram bombardeados, o que aumenta para 13 o total de hospitais atingidos. Os funcionários e pacientes de outros 19 centros de saúde foram obrigados a abandoná-los" devido à perigosidade dos combates, acrescentou.

Segundo o sindicato, dos 79 hospitais básicos da capital e das regiões onde ocorrem os confrontos, há 56 fora de serviço, o que representa 70,8% dos postos de saúde localizados nas zonas de combate.

Os demais hospitais funcionam total ou parcialmente -- alguns deles prestam apenas serviços de primeiros socorros -- e também correm o risco de encerrar devido à falta de pessoal médico, de medicamentos, de água e de eletricidade, observa-se no relatório do sindicato.

O documento assinala ainda que pelo menos seis ambulâncias foram atacadas por ambas as forças, enquanto outras não foram autorizadas a passar pelos controlos para transportar pacientes e prestar o devido socorro.

Desde sexta-feira que vigora uma trégua de três dias para o Eid el Fitr, festa que marca o fim do mês sagrado do Ramadão, embora haja indicações de que não tem sido totalmente observada.

Esta é a quinta pausa humanitária tentada numa semana, com ambos os lados a acusarem-se mutuamente de a violar.

Segundo a mais recente contagem da Organização Mundial de Saúde (OMS), pelo menos 413 pessoas morreram e 3.551 ficaram feridas desde o início do conflito no Sudão.

Os combates iniciados a 15 deste mês entre o Exército sudanês e as FAR surgiram após semanas de tensão sobre a reforma das forças de segurança nas negociações para a formação de um novo governo de transição.

Ambas as forças arquitetaram o golpe de Estado conjunto que derrubou o governo de transição do Sudão, em outubro de 2021.


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Rússia a "lutar" para manter narrativa usada para justificar guerra... Análise é dos serviços de inteligência britânicos.

© Contributor/Getty Images

Notícias ao Minuto    22/04/23 

A Rússia está "a lutar" para manter a "consistência" da narrativa usada para justificar a guerra, numa altura em que o líder do grupo de mercenários Wagner questionou se existem realmente "nazis" na Ucrânia, segundo o Ministério da Defesa do Reino Unido, que divulgou o mais recente relatório dos seus serviços de inteligência.

"O estado russo está a lutar para manter a consistência numa narrativa central que usa para justificar a guerra na Ucrânia: que a invasão é análoga à experiência soviética na Segunda Guerra Mundial", começa por referir o relatório divulgado este sábado. 

Lembrando que, no passado dia 18 de abril, a imprensa estatal russa anunciou o cancelamento das marchas de lembrança da 'Grande Guerra Patriótica' (II Guerra Mundial) por "motivos de segurança", a Defesa britânica diz que, "na realidade, as autoridades provavelmente estavam preocupadas" com a possibilidade de os participantes colocarem o foco nas perdas russas.

Além disso, nota a tutela, estes factos ocorrem depois de "o proprietário do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, questionar publicamente se há realmente algum 'nazi' na Ucrânia, indo contra a justificação da Rússia para a guerra".

"As autoridades continuaram a tentar unificar o público russo em torno de mitos polarizadores sobre a década de 1940. Em 12 de abril de 2023, a agência de notícias estatal RIA Novosti relatou documentos 'únicos' dos arquivos do FSB, implicando os nazis no assassinato de 22.000 cidadãos polacos no Massacre de Katyn em 1940. Na realidade, a agência predecessora do FSB, a NKVD, foi a responsável. A Duma da Rússia condenou oficialmente Joseph Stalin por ordenar os assassinatos em 2010", lê-se no relatório.

Recorde-se que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, justifica o conflito com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. 



O especialista Doowan Lee alerta que a desinformação promovida por China e Rússia é uma ameaça que mata pessoas, como na pandemia de covid-19, e que o ocidente está a preparar-se, enquanto África e América Latina permanecem expostos.

© REUTERS/Stephane Mahe

POR LUSA   22/04/23 

 Desinformação promovida pela China e Rússia "mata" e Covid-19 foi exemplo

O especialista Doowan Lee alerta que a desinformação promovida por China e Rússia é uma ameaça que mata pessoas, como na pandemia de covid-19, e que o ocidente está a preparar-se, enquanto África e América Latina permanecem expostos.

O professor de Segurança Internacional na Universidade de São Francisco considerou, em entrevista à Lusa, que os efeitos da desinformação e manipulação são difíceis de avaliar, mas mensuráveis por exemplo na recente pandemia de covid-19, sustentados num estudo que apontava que 6% dos norte-americanos estavam convencidos de que não precisavam de vacinas.

Nos Estados Unidos, a covid-19 provocou mais de um milhão de vítimas, o que significa, segundo Doowan Lee, que "cerca de 75 mil pessoas morreram de porque foram expostas a desinformação:

"É como, literalmente, a vida e a morte. E a desinformação mata pessoas", afirmou.

A título de comparação, aquele número, referiu, é 25 vezes superior às mortes provocadas pelos atentados do 11 de setembro de 2001 em Nova Iorque e Washington.

De visita a Portugal para participar a convite Universidade do Minho e também para proferir uma palestra na Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, em Lisboa, sobre "Soberania e Democracia em Risco: Estratégias de Soluções Cibernéticas e de Informação Contra o Extremismo e a Autocracia", Doowan Lee disse que a cadeia de desinformação é liderada pela China e pela Rússia, com um objetivo.

"Uma das suas principais mensagens tem sido minar a capacidade, a confiança das democracias ocidentais para que eles possam justificar a razão por que têm de se permanecer [estados] autocráticos e, essencialmente, tão opressivos quanto puderem", observou.

Já "provas mais do que suficientes", adiantou, de que muita da desinformação, em concreto sobre a covid-19 e a vacinação, é proveniente de meios de comunicação, contas de redes sociais e 'blogs' e outros sítios "intimamente associados ao Partido Comunista Chinês e ao Kremlin" e que depois são amplamente partilhados.

O especialista sustentou, porém que o mundo já acordou para esta realidade e que cada vez mais pessoas estão preocupadas com o que o Partido Comunista Chinês está a fazer no ambiente de informação, seja ataques cibernéticos, roubo de endereços IP ou propaganda ou desinformação, como sucedeu nas eleições nos Estados Unidos em 2016 e atualmente na guerra na Ucrânia.

Os Estados Unidos e a Europa "têm sido mais ativos para detetar e combater a desinformação russa", mas ações muito ativas do Partido Comunista Chinês têm ajudado o Kremlin a promover a sua narrativa.

Ao mesmo tempo, a Ucrânia é, por sua vez, "um grande exemplo", porque as autoridades perceberam, após a anexação russa da Crimeia e da crise no Donbass (leste do país), em 2014, que enfrentavam uma ameaça de desinformação, ataques cibernéticos e propaganda tão grandes, promovida pelo Kremlin", que não conseguiam resolvê-la sozinhos.

Desde 2014, o Governo de Kiev começou a trabalhar com empresas de tecnologia, sociedade civil, 'think tanks' e jornalistas ucranianos, mas também europeus e norte-americanos, num "enorme consórcio de verificadores de factos", em que Doowan Lee esteve envolvido, o que levou a que Ucrânia esteja hoje muito mais preparada para ameaça russa e chinesa do que no passado.

Os Estados Unidos e a Europa têm, por sua vez, trabalhado muito bem, opinou, para serem capazes de detetar e essencialmente repelir a desinformação estrangeira ou extremista", criando o que chama mais inoculação ou imunização, por via de centros de excelência e envolvendo entidades como a União Europeia ou a NATO.

No entanto, advertiu, não existe a mesma capacidade quando se trata de segurança da informação em regiões como África, Sudeste Asiático ou América Latina, que não foram preparados para detetar, defender-se, denunciar e desmascarar as campanhas estrangeira e extremistas e "esses são os ambientes onde as narrativas russas sobre a guerra na Ucrânia ganham mais atração", tal como no passado recente sucedeu com a pandemia, atacando os mais vulneráveis.


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