terça-feira, 28 de fevereiro de 2023
CAJU BISSAU_ empossada a direção da Confederação dos Atores da Fileira de Caju na sua sede nacional.
Workshop de apresentação do estudo de avaliação da situação dos Defensores dos Direitos Humanos na Guiné-Bissau e discussão da Estratégia de Protecção dos Defensores dos Direitos Humanos.
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023
Embaixador EUA na China pede mais sinceridade sobre origem da Covid
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POR LUSA 27/02/23
O embaixador dos Estados Unidos na China, Nicholas Burns, disse hoje que Pequim deveria ser mais sincero quanto à origem da covid-19, se quer trabalhar com o seu Governo.
"A China deveria ser mais sincera sobre o que aconteceu há três anos em Wuhan, com a origem da crise da covid", declarou o diplomata norte-americano durante um evento virtual da Câmara de Comércio dos Estados Unidos, noticiou a estação televisiva CNN.
O embaixador, que ocupa o cargo há pouco menos de um ano, acrescentou que tanto o balão chinês que Washington classificou como "espião" como a posição do Governo de Xi Jinping sobre a guerra russa na Ucrânia são os temas mais importantes para os Estados Unidos em relação ao país asiático.
Os comentários de Burns surgem um dia depois de o Departamento de Energia dos Estados Unidos se ter juntado a outras agências federais, como o FBI (polícia federal), para concluir que a covid-19 "muito provavelmente" teve origem num laboratório chinês, segundo uma informação do diário The Wall Street Journal.
O jornal indicou que mais quatro departamentos norte-americanos continuam a considerar que, provavelmente, o surto do coronavírus SARS-CoV-2 foi resultado de uma transmissão natural, ao passo que outros dois se mostram indecisos.
A conclusão do Departamento de Energia é resultado da leitura de novos dados dos serviços secretos.
Esse departamento tem 17 laboratórios nacionais, alguns dos quais realizam investigações biológicas avançadas, de acordo com o diário nova-iorquino.
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu no início do seu mandato, em maio de 2021, à comunidade dos serviços secretos que investigasse as origens da pandemia que fez, em três anos, milhões de mortos em todo o mundo.
DMYTRO KULEBA : "O crime mais arrepiante é que a Rússia rouba crianças ucranianas"
© Lev Radin/Pacific Press/LightRocket via Getty Images
Notícias ao Minuto 27/02/23
Estima-se que cerca de seis mil crianças ucranianas tenham sido deportadas para a Rússia. "Um crime genocida", acusou o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, descreveu, esta segunda-feira, a alegada transferência forçada de milhares de crianças ucranianas para a Rússia como “provavelmente a maior deportação forçada da história moderna”.
“O crime mais arrepiante é que a Rússia rouba crianças ucranianas”, defendeu, numa mensagem de vídeo durante a 52.ª sessão do Conselho dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra.
“Isto é um crime genocida”, acusou Kuleba.
As acusações do ministro ucraniano surgem numa altura em que a Comissão Europeia e a Polónia anunciaram uma iniciativa que tem como objetivo encontrar as crianças ucranianas “raptadas” pelas tropas russas e “deportadas” para adoção na Rússia.
Segundo um estudo independente norte-americano, citado pela agência de notícias Reuters, estima-se que cerca de seis mil crianças ucranianas tenham sido deportadas para a Rússia desde o início da invasão russa da Ucrânia.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou a 24 de fevereiro de 2022 com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que mais de oito mil civis morreram e cerca de 12 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
Deu início a sincronização dos dados do recenseamento eleitoral de 884.134 eleitores já recenseados em todo território nacional. Os representantes dos partidos políticos deram opiniões depois da cerimónia presidida pelo Diretor-geral do GTAPE, Gabriel Djibril Baldé.
Zelensky acredita que Putin será morto por alguém do seu círculo íntimo
© Roman Pilipey/Getty Images
Notícias ao Minuto 27/02/23
"Os predadores devorarão um predador. Encontrarão uma razão para matar um assassino", afirmou o presidente ucraniano.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acredita que o seu homólogo russo, Vladimir Putin, será assassinado por alguém do seu círculo íntimo. Num documentário ucraniano, o chefe de Estado considerou que “os predadores devorarão um predador”.
“Haverá definitivamente um momento em que a fragilidade do regime de Putin será sentida dentro do Estado [russo]”, defendeu em declarações ao documentário ‘Year’, que retrata o primeiro ano da guerra na Ucrânia, e citado pelo jornal britânico The Times.
“E então os predadores devorarão um predador. Encontrarão uma razão para matar um assassino”, acrescentou.
Zelensky não especificou ao realizador Dmitry Komarov de quem suspeita que se irá virar contra o chefe de Estado russo, mas admitiu que os “rebeldes” lembrar-se-ão das suas palavras e encontrarão “uma razão para si próprios” para atacar. “Irá funcionar? Sim. Mas não sei quando”, considerou.
No documentário, o presidente ucraniano alertou ainda para a importância de o mundo ver a brutalidade da guerra para provar que Putin “é um tirano” e um “homem horrível”.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou a 24 de fevereiro de 2022 com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que mais de oito mil civis morreram e cerca de 12 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
Leia Também: Ucrânia quer recuperar Crimeia? "Mais uma manobra de publicidade"
Recenseadas mais de 884 mil pessoas para legislativas da Guiné-Bissau
POR LUSA 27/02/23
O diretor-geral do Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral (GTAPE) da Guiné-Bissau, Gibril Baldé anunciou hoje que até 17 de fevereiro foram recenseados 884.134 eleitores no território nacional para as legislativas de 04 de junho.
Segundo Gibril Baldé, até 17 de fevereiro foram recenseados 884.134 dos 844.087 que o GTAPE previa recensear.
Daquele número, 425.157 eleitores são homens e 458.977 são mulheres.
O recenseamento eleitoral na Guiné-Bissau terminou oficialmente no sábado, mas prossegue na diáspora até final de março.
O diretor-geral do GTAPE disse que apenas faltam recensear-se as pessoas que estiveram a realizar o recenseamento em todo o território nacional.
"Quarta-feira iniciamos o recenseamento no GTAPE. Convido os fiscais dos partidos políticos, da Comissão Nacional de Eleições para estarem presentes", afirmou Gibril Baldé, salientando que o recenseamento daquelas pessoas decorre até quinta-feira.
Em relação à diáspora, o diretor-geral do GTAPE explicou que no ciclo África já foram recenseados 9.480 pessoas e no ciclo Europa 15.821 pessoas.
O GTAPE também iniciou hoje a sincronização dos dados do recenseamento com a presença de fiscais dos partidos políticos.
Tunísia: migrantes subsaarianos vítimas de agressões depois de um discurso de Kaïs Saïed
Membros de grupos de defesa dos direitos manifestant depois de um discurso do presidente tunisino Kaïs Saïed em que apelava a "medidas urgentes" contra a imigração clandestina de cidadãos da África subsaariana. Tunis, 25 de Fevereiro 2023.
Por rfi.fr 27/02/2023
Na Tunísia, vários migrantes relatam ter sido vítimas de agressões, dias depois de o Presidente Kais Saied ter falado em "chegada de bandos de clandestinos" e em "estratégia criminosa para mudar a composição geografica do país". Estas declarações foram condenadas pela União Africana que pediu aos seus Estados-membros para se absterem de "qualquer discurso de ódio de teor racista e que possa prejudicar as pessoas".
Várias agressões ocorreram em todo o país desde que Kaïs Saïed, presidente da Tunísia, pronunciou na terça-feira, dia 21 de Fevereiro, um discurso que associações alertaram ser "racista e de ódio", em que os imigrantes clandestinos eram designados como "massas incontroláveis" que teriam o objectivo de transformar a Tunísia num "país únicamente africano" arrancando-o às "nações arabo-muçulmanas".
Desde esse dia têm-se multiplicado os testemunhos de vítimas de agressões, todos elas contra migrantes subsaarianos. No sábado, quatro migrantes foram atacados com arma branca em Sfax, a Leste do país, outras quatro jovens estudantes foram agredidas à saída da sua residência universitária em Tunes, na capital, e uma cidadã do Gabão foi agredida quando saía do seu domicílio, também em Tunes.
Todas estas agressões terão sido silenciadas na Tunísia. Relata-se que os meios de comunicação locais não noticiaram nada acerca dos acontecimentos em Sfax e que as associações foram as únicas a divulgar o testemunho das quatro vítimas, transportadas para o hospital depois do ataque.
Apelos a não sair de casa
As associações de estudantes apelaram os seus colegas a não sair de casa. Nos arredores da cidade de Tunes, no bairro de Bhar Lazreg, onde habitualmente subsaarianos coabitam com tunisinos, muitos preferem agora fechar-se em casa. Um cidadão marfinense que vive nesse bairro testemunhou:
Desde que esses acontecimentos começaram, e depois do primeiro discurso do presidente, há agressões todas as noites, há tunisinos a entrarem nas casas, a vandalizarem casas e a cometerem roubos. Actualmente, há pessoas encurraladas em bairros onde nem podem sair à rua para comprar comida.
O marfinense em causa disse ainda que se vai apresentar esta segunda-feira, 27 de Fevereiro, na embaixada da Costa do Marfim, com a mulher e filha, para regressar ao seu país, depois de 8 anos vividos na Tunísia.
Desde o discurso de Kaïs Saïed, as autoridades detiveram e colocaram sob custódia policial uma centena de migrantes em situação irregular, acusados de "entrada ilegal no território".
A União Africana reagiu e condenou as declarações do presidente Kaies Saied que considerou serem "chocantes".
Moscovo anuncia fim das manobras navais com China e África do Sul
© Reuters
POR LUSA 27/02/23
Os exercícios navais conjuntos Mosi II da armada russa, chinesa e sul-africana foram hoje concluídos em águas do oceano Índico, numa área entre os portos sul-africanos de Durban e Richards Bay, informou o Ministério da Defesa russo.
O programa dos exercícios incluiu a prática de tiro ao alvo de artilharia, respostas a ataques aéreos por um inimigo suspeito, ações antiterroristas, manobras táticas e assistência a um navio em perigo de afundamento.
A Rússia esteve representada pela fragata "Almirante Gorshkov" e pelo petroleiro "Kama".
Os exercícios centraram-se em tarefas para contrariar "ameaças à segurança no mar" e na "prontidão das forças das frotas para manter em conjunto a paz e a estabilidade regionais", informou o ministério russo.
"Durante três dias, os participantes nos exercícios praticaram a criação de um destacamento multinacional de navios de guerra na área estabelecida, movimentos táticos conjuntos em diferentes formações de combate, missões de defesa antiminas e disparos contra alvos que simulavam minas", informou a Marinha de guerra russa.
De acordo com a mesma entidade, os exercícios envolveram um helicóptero naval Ka-27 estacionado na fragata "Almirante Gorshkov".
As forças navais dos três países efetuaram pela primeira vez manobras conjuntas em novembro de 2019 ao largo da costa da Cidade do Cabo, tendo estes sido os segundos exercícios semelhantes, retomados após as restrições impostas pela pandemia de covid-19, e cujo calendário coincidiu com o aniversário da invasão russa da Ucrânia.
O Mosi II, de acordo com analistas internacionais, envia a mensagem clara de que, numa altura em que a Rússia é alvo de um conjunto largo de sanções pela violação de algumas das mais importantes convenções internacionais, três dos cinco países-membros dos BRICS -- Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul -- empenham-se em mostrar que a organização está bem de saúde e continua apostada em desenvolver o seu músculo de defesa e segurança.
Esta corrente de análise considera que o agrupamento económico das potências emergentes, num novo mundo geopolítico que aparentemente está a despontar, lança desafios importantes às estruturas de governação global lideradas pelos Estados Unidos da América e pela Europa.
A África do Sul assumiu em 01 de janeiro a presidência dos BRICS e já anunciou que espera a presença do Presidente russo, Vladimir Putin, na cimeira do bloco em agosto próximo, um mês depois da segunda cimeira Rússia-África, agendada para julho em Moscovo.
Analistas contactados pela Lusa consideraram que as manobras militares conjuntas denunciam a "inconsistência" do não-alinhamento reiterado por Pretória em relação à guerra da Ucrânia.
"A África do Sul passou de uma espécie de posição não-intervencionista para estar muito próxima de apoiar o comportamento russo na Ucrânia", considerou Tom Lodge, especialista em política africana e professor de Estudos de Paz e Conflitos, na Universidade de Limerick, Irlanda.
Segundo o investigador, "quando se começa a ter manobras militares conjuntas ao largo da costa da África Oriental com os russos - o exercício naval de 10 dias entre as três armadas, que hoje chegou ao fim -- a conversa dos sul-africanos quando se dizem não-alinhados parece inconsistente".
"Todos os países conduzem exercícios militares com amigos em todo o mundo. É o curso natural das relações", afirmou a chefe da diplomacia sul-africana, Naledi Pandor, quando em 23 de janeiro último recebeu em Pretória o seu homólogo russo, Sergei Lavrov.
A coincidência dos exercícios com o aniversário da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro, é "demasiado simbólico", para que tenha acontecido ao acaso, na apreciação de Paul Nantulya, investigador do Africa Center for Strategic Studies (ACSS), um instituto de análise em Washington financiado pelo Congresso norte-americano, em declarações à Lusa.
De acordo com este investigador, Rússia, China e África do Sul partiram para estes exercícios com interesses específicos diferentes. A Rússia quis "tranquilizar os países africanos e dizer-lhes que ainda podem trabalhar com Moscovo em matéria de defesa, a China aproveitou a oportunidade para mostrar a África que a cooperação militar está de novo na ordem do dia, e a África do Sul demonstrou ao continente que pode juntar duas superpotências, o que é também uma mensagem muito poderosa".
A China demonstrou ainda ao mundo a disponibilidade para dar à Rússia "uma abertura no quadro do sistema internacional" e Moscovo demonstrou, pelo seu lado, que "mantém o controlo das suas relações e diplomacia internacionais", sublinhou Nantulya.
A participação no Mosi II da fragata russa "Almirante Gorshkov", armada com os mais recentes mísseis hipersónicos Zircon, uma arma que a Rússia diz poder penetrar qualquer defesa antimíssil e atingir alvos no mar e em terra, marcou simbolicamente os exercícios.
"Esta é uma arma muito violenta, que a Rússia tem vindo a utilizar na Ucrânia, e o facto do navio de guerra russo a transportar é também uma mensagem que Moscovo está a tentar enviar ao Ocidente e à Ucrânia", sublinhou Paul Nantulya.
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DMITRY MEDVEDEV : Rússia avisa: Dar armas a Kyiv aumenta o risco de catástrofe nuclear
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POR LUSA 27/02/23
O ex-Presidente russo Dmitri Medvedev alertou hoje que o fornecimento de armas à Ucrânia por potências ocidentais só aumenta o risco de uma catástrofe nuclear global.
Num artigo publicado no jornal russo 'Izvestia', Dmitri Medvedev sublinhou que o "fornecimento de armas ao regime neofascista de Kyiv" impossibilita o retorno das negociações de paz entre a Rússia e a Ucrânia.
"Os nossos inimigos estão a fazer exatamente isso [fornecer armas à Ucrânia], não querendo entender que, obviamente, os seus objetivos resultarão num fiasco total", declarou Medvedev, também vice-presidente do Conselho de Segurança russo.
"Perdas para todos. Colapso. Apocalipse. Esquecimento por séculos, até que os blocos fumegantes parem de emitir radiação", disse o ex-Presidente russo, numa referência a uma catástrofe nuclear.
Medvedev enfatizou que, se a qualquer momento a existência da Rússia estiver ameaçada, isso "não será decidido de forma alguma" na frente ucraniana, mas será uma questão que anda de mãos dadas com a "existência futura de toda a civilização humana".
"Não precisamos de um mundo sem a Rússia", enfatizou Medvedev, que também garantiu que Moscovo "não permitirá isso".
"Não estamos sozinhos neste esforço, os países ocidentais com os seus [países] satélites representam apenas 15 por cento da população mundial. Somos muitos mais e estamos muito mais fortes", concluiu Medvedev.
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Sabotagem? Ativistas bielorrussos reivindicam ataque contra avião russo
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Por Notícias ao Minuto 27/02/23
Aliksandr Azarov, o líder da organização antigovernamental BYPOL, explicou que em causa estava uma operação que foi preparada durante vários meses.
Ativistas antigovernamentais bielorrussos reivindicaram, esta segunda-feira, a responsabilidade pelo que disseram ser um ataque com recurso a drones sobre uma aeronave militar russa que se encontrava nas imediações da capital do país, Minsk.
Por via de uma publicação na rede social Telegram, Aliksandr Azarov, o líder da organização antigovernamental BYPOL, reivindicou a responsabilidade pelo ataque de domingo, levado a cabo sobre uma aeronave de vigilância russa A-50, está a reportar a Sky News.
A mesma fonte explicou, ainda, que em causa estava uma operação que foi preparada durante vários meses e que acabou por danificar as partes frontal e central do avião, bem como o seu radar e antena. O aparelho encontrava-se na base aérea Machulishchy.
De recordar que, já desde o início da invasão russa sobre a Ucrânia, têm existido vários atos de sabotagem na Bielorrússia e nas regiões russas limítrofes da Ucrânia. O sistema ferroviário tem sido um dos principais alvos dessas iniciativas.
Isto apesar de, até ao momento, a Bielorrússia não se ter envolvido diretamente no contexto desta guerra - embora tenha, no entanto, permitido às forças russas que usassem o seu território como ponto de passagem e de treino para levarem a cabo as suas investidas.
Franak Viacorka, conselheiro do líder da oposição bielorrussa Sviatlana Tsikhanouskaya, explicou numa publicação na rede social Twitter que esta se tratou do "ato de sabotagem mais bem-sucedido" desde o início do ano passado.
Segundo explica a Sky News, o avião Beriev A-50 tem capacidades de comando e controlo aéreo, conseguindo rastrear até 60 alvos de cada vez.
Desde o início da guerra, que teve início a 24 de fevereiro do ano passado, os países da NATO e da União Europeia apressaram-se a disponibilizar apoio financeiro, militar e humanitário para ajudar a Ucrânia a fazer face à invasão da Rússia. O país invasor, por outro lado, foi alvo de pacotes de sanções consecutivos (e concertados) aplicados pelos parceiros de Kyiv.
Até agora, mais de 8 mil civis já morreram, ao passo que mais de 13 mil ficaram feridos na sequência dos combates no terreno, segundo os cálculos da Organização das Nações Unidas (ONU).
Sobe para 62 número de migrantes mortos em naufrágio no sul de Itália
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POR LUSA 27/02/23
As operações de busca estão a cargo da Capitania dos Portos e da Guarda Financeira. Estavam cerca de 200 imigrantes do Iraque, Irão, Afeganistão e Síria.
O número de migrantes mortos no naufrágio ocorrido na madrugada de domingo perto da cidade italiana de Crotone, na Calábria, no sul de Itália, subiu para 62, prosseguindo hoje as buscas pelos desaparecidos.
As operações de busca estão a cargo da Capitania dos Portos e da Guarda Financeira e desde as primeiras horas da manhã além de mergulhadores, estão a ser utilizados helicópteros.
De acordo com os sobreviventes, no barco que partiu há quatro dias da costa turca, estavam cerca de 200 imigrantes do Iraque, Irão, Afeganistão e Síria estavam a bordo.
Esta manhã foram recuperados mais três corpos, o de um homem na praia junto ao local onde ocorreu o naufrágio, outro foi localizado no mar, a cerca de 400 metros da costa, por um barco patrulha da Guarda Costeira e o terceiro foi encontrado em Le Castella, perto do local do acidente, segundo a comunicação social local.
Entre as vítimas mortais registadas até ao momento, 14 são menores, incluindo várias crianças e um recém-nascido e 33 mulheres, segundo o Ministério do Interior.
Dos 81 sobreviventes, 19 tiveram que ser internados no hospital, enquanto os restantes foram transferidos para o centro de acolhimento na cidade vizinha de Isola di Capo Rizutto.
Segundo a guarda costeira, o barco partiu-se nas rochas a poucos metros da costa, numa altura em que o mar estava muito agitado.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, disse que o Governo está empenhado em evitar a partida de barcos em condições que resultem em tragédias como a de domingo, e prometeu continuar a fazê-lo, "exigindo sobretudo a maior colaboração dos Estados de partida e de origem".
Por sua vez, o Presidente da República, Sergio Mattarella, pediu "um forte compromisso da comunidade internacional para eliminar as causas profundas dos fluxos migratórios: guerras, perseguições, terrorismo, pobreza, territórios inóspitos devido às mudanças climáticas".
Mattarella pediu também à União Europeia para prestar maior assistência a Itália na gestão dos fluxos migratórios.
Este naufrágio ocorreu poucos dias depois de o parlamento ter aprovado novas regras controversas sobre o resgate de migrantes, formuladas pelo executivo dominado pela extrema-direita.
A nova lei obriga os navios humanitários a efetuar apenas um salvamento de cada vez, o que, segundo os críticos, aumenta o risco de morte no Mediterrâneo central, que é considerado a travessia mais perigosa do mundo para os migrantes.
A localização geográfica da Itália torna-a um destino privilegiado para os requerentes de asilo que se deslocam do Norte de África para a Europa e Roma há muito que se queixa do número de chegadas no seu território.
Em reação a esta tragédia, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, pediram aos Estados-membros que acelerem um acordo sobre política migratória.
Segundo o Ministério do Interior, quase 14.000 migrantes desembarcaram em Itália desde o início do ano, contra cerca de 5.200 durante o mesmo período do ano passado e 4.200 em 2021.
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Presidente mexicano publica foto do que diz ser um espírito mitológico
GUERRA NA UCRÂNIA: Crimes de guerra? Conselho de Direitos Humanos da ONU reúne-se hoje
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Notícias ao Minuto 27/02/23
O encontro surge após a assembleia-geral das Nações Unidas ter votado recentemente, em Nova Iorque, maioritariamente a favor de uma retirada imediata das tropas russas da Ucrânia.
O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU) vai reunir-se, esta segunda-feira, num apelo unido para condenar a invasão russa da Ucrânia e alargar a sua investigação sobre a ocorrência de crimes de guerra no contexto do conflito, reporta a Reuters.
O encontro surge após a assembleia-geral das Nações Unidas ter votado recentemente, em Nova Iorque, maioritariamente a favor de uma retirada imediata das tropas russas da Ucrânia.
Mais de 100 chefes de Estado e ministros participarão na sessão, como é o caso do ministro português dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho.
A mesma decorrerá até ao próximo dia 4 de abril e prevê-se que muitos Estados tentem alargar a capacidade de atuação do organismo criado pela ONU para investigar os crimes cometidos pela Rússia na Ucrânia.
"Procuramos que esta sessão demonstre, tal como a assembleia-geral da ONU mostrou, que o mundo está lado a lado com a Ucrânia", explicou o embaixador britânico Simon Manley, num evento que assinala o aniversário de um ano da invasão russa em larga escala, aqui citado pelo The Guardian.
Kyiv, bem como os seus aliados, estão descontentes com a participação do vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Ryabkov, no encontro, onde deverá discursar perante os restantes membros.
Será, de facto, a primeira vez que um funcionário russo de Moscovo comparece num encontro deste organismo desde o início da guerra, que começou há já um ano. Isto depois de, devido à invasão, ter sido suspensa do Conselho em abril - ainda que possa participar no mesmo como observadora.
Desde o início da guerra, que teve início a 24 de fevereiro do ano passado, os países da NATO e da União Europeia apressaram-se a disponibilizar apoio financeiro, militar e humanitário para ajudar a Ucrânia a fazer face à invasão da Rússia. O país invasor, por outro lado, foi alvo de pacotes de sanções consecutivos (e concertados) aplicados pelos parceiros de Kyiv.
Até agora, mais de 8 mil civis já morreram, ao passo que mais de 13 mil ficaram feridos na sequência dos combates no terreno, segundo os cálculos da Organização das Nações Unidas (ONU).
Guerra desencadeou "mais massiva violação dos direitos humanos"
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POR LUSA 27/02/23
O secretário-geral das Nações Unidos, António Guterres, considerou hoje que a invasão russa da Ucrânia desencadeou a pior violação de direitos humanos a acontecer atualmente no mundo.
"A invasão russa da Ucrânia desencadeou a mais massiva violação dos direitos humanos que conhecemos atualmente", disse António Guterres na intervenção inaugural da 52ª sessão do Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas em Genebra que coincide com o 75.º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Hoje, ao lado de Guterres, na sessão de abertura do Conselho dos Direitos Humanos da ONU, estava o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos Volker Turk, que apontou igualmente o "regresso do velho autoritarismo" das "guerras de agressão".
"[São] guerras destrutivas de agressão de uma era já passada com consequências mundiais, como vemos novamente na Europa com a invasão insensata da Ucrânia pela Rússia", declarou Volker Turk.
Na mesma sessão de abertura foi cumprido um minuto de silêncio em memória dos mais de 40 mil mortos dos sismo que atingiram a Turquia e a Síria.
O secretário-geral da ONU pediu ainda aos países respeito pelo texto da Declaração Universal dos Direitos Humanos para que se possam enfrentar os novos desafios, a nível global.
"O desrespeito pelos direitos humanos deve ser uma chamada de atenção para todos nós", disse Guterres.
"Os direitos humanos não são um luxo que possamos deixar de lado até que encontremos soluções para o resto dos problemas mundiais: são a solução", afirmou.
No mesmo discurso, António Guterres, referiu-se a milhões de pessoas em todo o mundo que foram obrigadas a fugir dos locais onde residiam por causa da guerra, da violência e "das violações dos direitos humanos".
Para o secretário-geral da ONU é motivo de preocupação "a perseguição" de pessoas por motivos religiosos, "cor da pele, ideologia, minoria linguísticas, étnica ou cultural, além da orientação sexual e género".
As alterações climáticas e desigualdades sociais também foram citadas, assim como a "má utilização" das novas tecnologias que, segundo Guterres, podem deixar "uma herança de desinformação e mentira para as gerações futuras".
Por outro lado, congratulou-se pelos avanços alcançados ao longo do século XX e nas primeiras décadas do século XXI, especialmente em matérias relacionadas com a erradicação da pobreza, aumento da esperança de vida e alfabetização.
Cerca de 150 políticos e diplomatas, incluindo os ministros dos Negócios Estrangeiros da França, Irão e da República Popular da China, participam em encontros de alto nível do Conselho de Direitos Humanos, até à próxima quinta-feira.
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, deve participar hoje numa reunião através de vídeo conferência.
O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo Sergei Riabkov é esperado em Genebra na quinta-feira.
Segundo a Agência France Presse (AFP), apesar dos apelos das organizações não-governamentais, não é certo que os diplomatas abandonem a sala no momento em que Riabkov falar, tal como aconteceu no ano passado com Sergei Lavrov, chefe da diplomacia russa, que participou por meios remotos.
A invasão russa da Ucrânia, iniciada no ano passado, está, de acordo com a AFP, no centro das discussões em Genebra, prevendo-se uma votação no final na quinta-feira sobre a continuação do trabalho dos investigadores da ONU no país.
O relatório sobre a Ucrânia deve ser que apresentado no próximo dia 20 de março, depois de já terem sido relatados crimes de guerra no passado mês de setembro.
A embaixadora ucraniana Yevheniia Filipenko já apelou no sentido de um "reforço" da resolução que define o mandato dos investigadores da ONU na Ucrânia.
Mesmo assim, não é certo que o texto final seja "reforçado", uma vez que Kiev e os países aliados da Ucrânia vão ter ainda de convencer alguns Estados que se têm mostrado relutantes na crítica a Moscovo.
Paralelamente, a renovação do mandato do relator da ONU sobre a situação dos direitos humanos na Rússia também vai ser debatida.
O mandato do relator sobre o Irão também está em debate, na sequência da repressão dos protestos que eclodiram na República Islâmica no ano passado após a morte da jovem de origem curda Masha Amin.
A situação na Etiópia faz também parte dos trabalhos.
O governo etíope, embora rejeitando o relatório dos investigadores da ONU que acusa Adis Abeba de "possíveis crimes contra a humanidade" no Tigray, lançou uma ofensiva diplomática para bloquear a renovação do mandato.
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domingo, 26 de fevereiro de 2023
"Ao recuperarmos a Crimeia, restauraremos a paz", reafirma Zelensky
© Lusa
POR LUSA 26/02/23
"Há nove anos, a agressão russa começou com a Crimeia. Ao recuperarmos a Crimeia, restauraremos a paz", escreveu Zelensky na rede social Telegram.
A mensagem de Zelensky refere-se ao Dia da Resistência à Ocupação Russa da Crimeia, que os ucranianos assinalam hoje.
Neste mesmo dia, em 2014, no seguimento de um apelo dos líderes dos tártaros da Crimeia, milhares de pessoas manifestaram-se para resistir à ocupação russa" da península no sul da Ucrânia, segundo a agência Urkinform.
"No dia seguinte, formações militares regulares da Federação Russa entraram nos edifícios governamentais da República Autónoma da Crimeia", disse a Ukrinform.
Posteriormente, as autoridades de ocupação organizaram um referendo, que decorreu sob ocupação militar, cujo resultado foi favorável à integração da Crimeia na Federação Russa.
O tratado nesse sentido foi assinado em 18 de março de 2014, em Moscovo, pelo Presidente russo, Vladimir Putin, e por líderes pró-russos da Crimeia.
Na mesma altura, forcas separatistas de Donetsk e Lugansk, que formam a região do Donbass no leste da Ucrânia, iniciaram uma guerra contra Kyiv com apoio de Moscovo, que provocou 14 mil mortos até ao final de 2021, segundo a ONU.
A intervenção russa seguiu-se à revolução de fevereiro de 2014, a favor da integração europeia da Ucrânia, que depôs o presidente pró-russo Viktor Yanukovych.
Em 24 de fevereiro de 2022, a Rússia invadiu novamente a Ucrânia para "desmilitarizar e desnazificar" o país vizinho, e, desde então, declarou a anexação de mais quatro regiões ucranianas: Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia.
A Ucrânia exige a retirada das tropas russas de todo o seu território, incluindo da Crimeia, como pré-condição para eventuais conversações com a Rússia sobre o fim da guerra.
Moscovo rejeita tais condições e afirma que Kyiv tem de se adaptar à nova situação, significando com isso a perda dos cinco territórios.
"Esta é a nossa terra. O nosso povo. A nossa história. Vamos devolver a bandeira ucraniana a todos os cantos da Ucrânia", proclamou hoje Zelensky na mensagem alusiva ao dia da resistência da Crimeia.
A efeméride também foi assinalada pela embaixadora dos Estados Unidos em Kyiv, Bridget Brink, numa mensagem vídeo na rede social Twitter, em que prometeu aos ucranianos o apoio de Washington na luta pela libertação da península.
"Em 26 de fevereiro de 2014, milhares de tártaros da Crimeia e outros ucranianos reuniram-se para declarar: 'Somos ucranianos. A Crimeia é a Ucrânia'", disse a diplomata.
"Enquanto continuarem a lutar pela vossa soberania e democracia, os Estados Unidos trabalharão convosco para criar um futuro que ofereça liberdade, dignidade e justiça para todos", acrescentou.
A atual guerra russa contra a Ucrânia mergulhou a Europa naquela que é considerada a pior crise de segurança desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Desconhece-se o número de baixas civis e militares do conflito, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm admitido que será elevado.
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Eleições na Nigéria prolongadas para domingo em dois estados do país
© Getty Imagens
POR LUSA 26/02/23
A comissão eleitoral da Nigéria prolongou para este domingo o período de votação nas eleições presidenciais e legislativas em dois estados do país, devido à ocorrência no sábado de vários incidentes, noticia a agência EFE.
Em causa estão os estados de Cross River, no sudeste do país, e de Bayelsa, no sul.
"Decidimos prologar este domingo a votação em Cross River, nomeadamente na zona da administração local de Bakassi", justifica, em comunicado o comissário eleitoral para este estado (sudeste do país), Gabriel Yomere, citado pelo jornal nigeriano Premium Times.
Também o comissário local do estado de Bayelsa (sul do país), Wilfred Ifoga, deu conta da decisão de prolongar para este domingo o prazo de votação, devido aos protestos dos eleitores pelas dificuldades em exercer o direito de voto.
No sábado, dia marcado para as eleições, os responsáveis da comissão eleitoral manifestaram a sua oposição a qualquer tipo de adiamento nas votações, mesmo com a existência de problemas técnicos e com a ameaça de violência.
Segundo adianta o Premium Times, a comissão eleitoral chegou mesmo a ameaçar cancelar os resultados eleitorais em partes do estado de Kogi (centro do país), citando o comissário local, na sequência de vários incidentes violentos na região este e oeste, com o roubo de boletins de voto.
Também vários observadores do Centro para o Desenvolvimento e para a Inovação Jornalística da Nigéria e outros grupos da sociedade civil denunciaram "práticas constantes de má conduta por parte dos secretários da comissão eleitoral e das assembleias de voto", acusando-os de chegar tarde aos centros de votação.
Já a organização Human Rights Watch (HRW) alertou para a existência de um "clima de insegurança generalizada", que afetou o ato eleitoral.
"Isso criou um clima de medo que pode desencorajar as pessoas de votar. Continua a existir preocupação com a violência que se verifica em todo o país. Violência que as forças de segurança não foram capazes de travar", afirmou a ativista da HRW Anietie Ewang.
O grupo de monitorização Yiaga África também disse estar "profundamente preocupado" com os atrasos verificados no ato eleitoral e a empresa de análise SBM Intelligence registou no sábado "atos de intimidação e violência" em pelo menos 13 estados.
Perto de 94 milhões de eleitores nigerianos foram chamados no sábado às urnas para escolher o sucessor de Muhammadu Buhari, de 80 anos, que está no poder desde 2015 e se encontra impedido constitucionalmente de concorrer a um terceiro mandato.
Concorrem ao cargo de chefe de Estado 18 candidatos e, pelo menos, 4.223 pessoas aos 469 lugares na Assembleia Nacional, 109 senadores e 360 deputados à Câmara dos Representantes.
Pela primeira vez desde 1999, as eleições presidenciais podem vir a ser decididas em duas voltas, devido à popularidade crescente de um candidato alternativo aos dois partidos que historicamente disputam o cargo.
Bola Ahmed Tinubu, do Congresso de Todos os Progressivos (APC, na sigla em inglês, no poder), e Atiku Abubakar, do Partido Democrático Popular (PDP, maior partido da oposição), são os mais fortes candidatos de um sistema que se tem mantido estável desde o fim da ditadura militar em 1999, mas que, desta vez, é desafiado por um "forasteiro", Peter Obi, do Partido Trabalhista (LP), líder nas principais sondagens pré-eleitorais.
Os resultados eleitorais vão ser anunciados pelo INEC na próxima semana.
A Nigéria é o país mais populoso de África, com 222.182 milhões de pessoas, e quase 94 milhões de eleitores registados, dos quais quase 40% têm menos de 35 anos.
Apesar de ser a maior economia de África e um dos seus principais produtores de petróleo, a Nigéria encontra-se em crise económica
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NATO entrará na guerra? "Cenário absolutamente impossível; não existe"
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POR LUSA 26/02/23
A ministra da Defesa espanhola, Margarita Robles, assegurou hoje que nenhuma tropa dos países da NATO, incluindo Espanha, participará na guerra na Ucrânia.
Em resposta aos avisos do parceiro governamental Podemos, segundo os quais a escalada da guerra poderia levar ao envio de tropas espanholas para a Ucrânia, Robles foi contundente.
"Trata-se de um cenário absolutamente impossível; não existe. Os soldados espanhóis só interviriam se houvesse agressão contra um país da NATO", afirmou em entrevista ao jornal La Vanguardia, citada pela agência espanhola EFE.
"Nunca, nunca nenhuma tropa de um país da NATO, e a Espanha é um deles, vai participar na guerra na Ucrânia. Nunca, nunca. Quero dizê-lo muito claramente, muito claramente", insistiu.
Robles invocou o artigo 5.º do tratado da NATO (sigla inglesa da Organização do Tratado do Atlântico Norte, com 30 membros, incluindo Portugal) para frisar que "um país membro só intervém se outro país membro for atacado e pedir ajuda".
"Antes de falar, é preciso conhecer o tratado da NATO", disse.
Quanto aos tanques Leopard que a Espanha tem sem funcionar, Robles disse que "durante os anos do governo do Partido Popular, muito pouco foi investido na defesa" e referiu que os tanques em causa estão a ser reparados.
Disse esperar que essa reparação termine em breve para que possam ser integrados num batalhão com tanques doados por outros países.
Enquanto isso, decorre a formação dos militares ucranianos que vão operar os tanques, bem como dos responsáveis pela manutenção do equipamento de fabrico alemão.
"Gostaria de salientar que os Leopard têm apenas um objetivo: defesa, nunca agressão contra a Rússia", afirmou.
A ministra espanhola lamentou que se espere "uma primavera muito sangrenta" na Ucrânia, com a possibilidade de novas ofensivas dos dois lados, e enunciou que não se trata apenas de uma guerra entre exércitos, mas sim contra os civis ucranianos.
"Eles estão a ser massacrados", afirmou.
Desconhece-se o número de baixas civis e militares do conflito, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm admitido que será elevado.
Até ao final da semana passada, a ONU tinha confirmado a morte de 8.006 civis e a existência de 13.287 feridos.
Robles mostrou-se cética quando a possíveis negociações de paz, por considerar que o líder russo, Vladimir Putin, "deixou muito claro, sem qualquer dúvida, que quer continuar esta guerra".
Disse ainda não dispor de dados que permitam antever se o conflito resultará numa guerra nuclear, mas disse acreditar que não se chegará a um ponto "terrivelmente dramático para a Humanidade".
Putin ordenou a invasão em 24 de fevereiro de 2022, para "desmilitarizar e desnazificar" o país vizinho.
A "operação militar especial", como lhe chama Moscovo, desencadeou uma guerra de larga escala que mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Os aliados ocidentais da Ucrânia assinalaram o primeiro aniversário da guerra, na sexta-feira, com o anúncio de mais apoio militar a Kiev e de novas sanções contra Moscovo.
A guerra é sempre um negócio. Ações de empresas de armamento disparam mais de 100%
Guerra na Ucrânia (AP)
ECO - Parceiro CNN Portugal, 26/02/23
As ações das empresas de armamento militar europeu dispararam desde o início da guerra da Ucrânia, mas a contar pelo aumento das suas carteiras de encomendas há ainda espaço para muito mais
Os carros de combate Leopard 2, desenvolvidos pelo grupo alemão Rheinmetall e utilizados pelo exército ucraniano, contribuíram fortemente para a valorização de 158% das ações da empresa alemã desde o início da guerra. EPA/JAKUB KACZMARCZYK POLAND OUT
Ser o maior fornecedor militar do país que mais gasta em armamento (EUA) é um título importante, mas para os acionistas da Lockheed Martin isso não basta. Com uma capitalização bolsista de mais de 120 mil milhões de euros, as ações desta empresa norte-americana contabilizam uma valorização de 26% desde o início da guerra na Ucrânia.
Na frente de batalha, a defender as posições do exército ucraniano, contam-se centenas de mísseis anti-tanque Javelin, que se tornaram num símbolo da resistência ucraniana, e de vários Sistemas de Artilharia de Alta Mobilidade (Himars) enviados pelos EUA. Tudo propriedade da Lockheed Martin.
O gigante de armamento norte-americano é apenas uma das empresas que tem visto o seu negócio crescer à velocidade com que a guerra evolui na Europa, e muito por conta do pacote de ajuda de 100 mil milhões de dólares dos EUA e dos mais de 40 mil milhões de dólares dos países da NATO para armar o exército ucraniano contra as forças militares da Federação Russa.
Entre as empresas europeias, a estrela do batalhão tem sido o grupo alemão Rheinmetall, que produz os carros de combate Marder e o famoso tanque Leopard 2 – um pedido recorrente da parte de Volodymyr Zelensky aos seus aliados. De acordo com os dados oficiais, os países da NATO já enviaram 12 destes tanques para a Ucrânia – Portugal vai enviar três.
Fonte: Reuters. Evolução das ações na sua moeda local. Ações europeias medidas pelo desempenho do índice Euro Stoxx 50 e as ações mundiais medidas pelo índice MSCI World.
As ações da empresa liderada por Armin Papperger valorizaram 158% no espaço de um ano, que compara com uma subida de 5,8% do principal índice acionista alemão (DAX) ou com a valorização de 10,8% (incluindo dividendos) das ações das 50 maiores empresas da Zona Euro presentes no índice Euro Stoxx 50.
Recentemente, numa entrevista à revista Stern, Armin Papperger, CEO do Rheinmetall, antecipava que o negócio da empresa está somente a começar, perspetivando dois anos igualmente intensos a 2022, com as vendas a escalarem até aos 12 mil milhões de euros até 2025, cerca de mil milhões acima da meta anteriormente estabelecida.
Nessa entrevista, o líder da empresa alemã afirmou que a carteira de encomendas da Rheinmetall era de 30 mil milhões de euros em dezembro de 2022, um valor recorde que compara com os 24,5 milhões de euros no final de 2021, e 33% abaixo dos 40 mil milhões de euros com que espera terminar este ano.
A guerra da Ucrânia vista pelo sobe e desce da Bolsa
A guerra é o palco preferido das empresas de defesa e produção de armamento militar. É durante os períodos de conflito militar que estas empresas veem crescer o seu negócio. A última guerra no Afeganistão, que durou quase 20 anos (entre outubro de 2001 e agosto de 2022), é disso exemplo.
Segundo cálculos do think thank “Cost of War”, da Universidade de Brown, este conflito teve um custo de mais de 2 biliões de euros para o Tesouro dos EUA que se repercutiu em milhares de milhões de receitas para os cofres dos maiores fabricantes de armamento do mundo, onde se incluem as empresas pertencentes ao Complexo Industrial Militar Americano (CIMA): Lockheed Martin, Raytheon, General Dynamics, Boeing e Northrop Grumman.
Durante a guerra do Afeganistão, as ações das empresas que constituem o CIMA valorizaram, em média, 927%, cerca de 1,8 vezes mais que os títulos das 500 empresas que constituem o principal índice acionistas norte-americano (S&P 500).
A guerra na Ucrânia não foge à regra. Tem também sido o palco da amplificação do negócio de muitas empresas de defesa e produção de armamento militar. As ações das empresas do CIMA, por exemplo, contabilizam uma valorização média de 15% no último ano, face a uma desvalorização de 4% do S&P 500 no mesmo período.
As contas das principais empresas de defesa e armamento militar europeias apresentam uma carteira de encomendas para os próximos anos em números recordes".
Destaque para as ações da Lockheed Martin que acumulam uma subida de 25,6% desde 24 de fevereiro de 2022, mas que poderão ainda disparar mais caso os países da NATO cheguem a acordo para enviar para a Ucrânia alguns caças F-16, como tem sido pedido por Volodymyr Zelensky – aviões que são produzidos pela empresa norte-americana.
No entanto, na guerra da Ucrânia, têm sido as empresas militares europeias as mais beneficiadas, contabilizando para si a maior fatia dos pacotes de apoio à Ucrânia. Além da alemã Rheinmetall, destaque para as ações da sueca Saab que subiram 173% desde o eclodir da guerra, seguindo à boleia do sucesso do seu sistema de mísseis anti-tanque NLAW; e para os títulos da empresa italiana Leonardo, responsável pela produção do sistema de defesa para os tanques M1A1, que escalaram 66% no último ano.
Um negócio com presente e futuro
O bom momento para as empresas europeias de defesa e armamento militar não é apenas contabilizado no presente. A BAE Systems, a maior construtora de armamento do Reino Unido, apresentou na quinta-feira lucros de 2,7 mil milhões de euros e um recorde de encomendas no final de 2022 de 67 mil milhões de euros, como resultado de uma crescente procura por armamento por parte de vários países.
“Embora seja trágico que tenha sido necessária uma guerra na Europa para aumentar a consciência da importância da defesa em todo o mundo, a BAE Systems está bem posicionada para ajudar os governos a manter os seus cidadãos a salvo e seguros num ambiente de ameaça elevada“, referiu Charles Woodburn, CEO da empresa no decorrer da apresentação de resultados, sublinhando ainda que para 2023 antecipa um aumento das vendas entre 3% a 5%.
No último ano, as ações da BAE Systems, cotadas na bolsa de Londres, subiram 52% (já contabilizando os dividendos distribuídos) face a uma valorização de 9,8% dos títulos das 100 empresas que constituem o principal índice acionistas britânico (Footsie).
Uma carteira constituída há um ano de forma equitativa pelas quatro principais empresas de armamento militar europeu que mais têm ganho com a guerra na Ucrânia (Rheinmetall, Saab, Leonardo e BAE Systems) apresenta hoje uma valorização média de 111%.
O sinal dado por Charles Woodburn não é restrito às contas da BAE Systems. As contas das principais empresas de defesa e armamento militar europeias apresentam uma carteira de encomendas para os próximos anos em números recordes. A italiana Leonardo, por exemplo, que apresentará contas a 9 de março, já revelava em setembro uma carteira de encomendas de 37,4 mil milhões de euros, o equivalente a 2,5 anos de produção.
O mesmo sucede com a Saab, que além de registar um incremento de 16% das vendas em 2022, teve um crescimento de 21% da sua carteira de encomendas para mais de 12 mil milhões de euros e antecipa um aumento orgânico de 15% das vendas este ano. “Temos uma sólida carteira de encomendas e uma forte posição para captar mais crescimento”, referiu Micael Johansson, presidente e CEO da Saab.