© ReutersNotícias ao Minuto 08/09/22
O chefe militar do país destacou que é "impossível descartar completamente a possibilidade do envolvimento direto dos principais países do mundo num conflito nuclear 'limitado'".
Num dos poucos comentários públicos que fez desde o início da guerra na Ucrânia, aqui citado pela Reuters, o chefe militar do país alertou, na quarta-feira, para a seriedade da ameaça do uso de armas nucleares por parte da Rússia sobre o território ucraniano. Caso tal acontecesse, acrescentou, aumentaria o risco de uma eventual Terceira Guerra Mundial.
Nas palavras do general Valeriy Zaluzhnyi, num artigo que conta com a autoria do legislador Mykhailo Zabrodskyi e que foi publicado pela agência noticiosa estatal Ukrinform, tal abriria portas para um evento confilto nuclear "limitado" com outras potências mundiais.
"Existe uma ameaça direta da utilização, sob certas circunstâncias, de armas nucleares táticas pelas forças armadas russas", referiu o chefe militar ucraniano sobre o atual contexto da guerra.
O general destacou ainda que é "também impossível descartar completamente a possibilidade do envolvimento direto dos principais países do mundo num conflito nuclear 'limitado', no contexto da qual a perspetiva de uma Terceira Guerra Mundial já é diretamente visível"
De recordar que Moscovo tem vindo a negar o recurso, até ao momento, a armas químicas ou nucleares sobre o território ucraniano.
Segundo as previsões veiculadas no mesmo artigo, que apresenta uma análise detalhada sobre a situação no terreno feita pelo general, é espectável que a guerra na Ucrânia se prologue para o próximo ano.
"A duração da guerra já é medida em meses, e há todos os motivos para acreditar que este período de tempo se prolongará para além de 2022", escreveu ainda o responsável militar.
E, na perspetiva dos dois autores deste texto, o armamento que tem vindo a ser continuamente fornecido pelos países aliados constituirão a "base material da resistência da Ucrânia" no próximo ano.
No artigo, Valeriy Zaluzhnyi argumentou ainda que o país invadido terá de igualar a gama de armas de Moscovo para inverter a maré da guerra. "O único caminho para uma mudança cardinal na situação estratégica é sem dúvida uma série de contra-ataques consecutivos, ou idealmente simultâneos, por parte das forças armadas ucranianas durante a campanha de 2023", avaliou ainda.
De recordar que, por exemplo, os Estados Unidos têm vindo já a fornecer ao governo de Kyiv sofisticadas armas de longo alcance, na condição da Ucrânia não as utilizar para atingir alvos dentro da Rússia, de acordo com as autoridades americanas.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, de acordo com os mais recentes dados da ONU. Adicionalmente, a entidade contabilizou ainda, até agora, 5.718 civis mortos e 8.199 feridos, embora sublinhe que estes números estão muito aquém dos reais.
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Ministério das Relações Externas do Kremlin reagiu a estas ações prometendo que a Rússia não "se fechará" para o mundo.
A Rússia ameaçou, esta quinta-feira, a Estónia, Letónia, Lituânia e Polónia por terem aplicado restrições nas suas fronteiras a cidadãos russos.
A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Kremlin, Maria Zakharova, reagiu a estas ações prometendo que a Rússia não "se fechará" para o mundo, mas prometeu medidas de retaliação.
Maria Zakharova, porta-voz deste ministério, indicou à agência Reuters que "os interesses do povo russo será tido em conta em primeiro lugar" quando forem escolhidas as medidas de retaliação.
Recorde-se que o primeiro-ministro da Estónia, Kaja Kallas, anunciou que o seu governo vai fechar-se ao turismo russo em resposta a "sérias ameaças de segurança públicas".
Numa declaração conjunta feita hoje, os quatro países que fazem fronteira com a Rússia assumiram-se "cada vez mais preocupados com o influxo substancial e crescente de cidadãos russos para a União Europeia e o espaço Schengen" através das suas fronteiras.
Por considerarem tratar-se de uma "séria ameaça", o grupo decidiu fechar-se ao turismo proveniente da Rússia.
O primeiro-ministro da Estónia indicou que, apesar disso, haverá exceções.
As novas restrições entram em vigor no dia 19 de setembro.