© Lassana Bary/Twitter
POR LUSA 21/02/23
Pelo menos 70 soldados do Burkina Faso foram mortos em quatro dias em dois ataques no norte, que confirmam o ressurgimento das violências 'jihadistas' no país africano desde o início do ano.
Desde o início de janeiro os ataques mortíferos atribuídos a grupos 'jihadistas' provocaram mais de 200 mortos, civis e militares.
Na noite de segunda-feira, pelo menos 15 soldados foram mortos na província de Oudalan, norte, a poucos quilómetros da fronteira do Mali, indicaram fontes dos serviços de segurança citados pela agência noticiosa AFP.
"O destacamento de Tin-Akoff foi alvo de um violento ataque", indicou um dos responsáveis. No entanto, o balanço pode agravar-se, com uma segunda fonte a avançar com um balanço de 19 mortos e "dezenas de desaparecidos".
A resposta aérea e terrestre do exército permitiu "neutralizar dezenas de terroristas" e "as operações prosseguem na província de Oudalan", avançaram.
As Forças Armadas do Burkina Faso confirmaram na segunda-feira que 51 soldados foram mortos no ataque e acrescentaram que 160 rebeldes foram mortos em atentados subsequentes e em operações desencadeadas em resposta à emboscada.
O Burkina Faso, governado por uma junta militar desde o golpe de Estado de janeiro de 2022 contra o então presidente, Roch Marc Christian Kaboré, tem enfrentado uma insegurança crescente desde 2015.
A junta é agora chefiada por Traoré, que encenou uma revolta em setembro que foi considerada um "golpe palaciano" contra o então líder, Paul-Henri Sandaogo Damiba.
Os contínuos ataques no país, tanto por parte da Al-Qaida como das filiais do grupo terrorista Estado Islâmico na região, também contribuíram para um aumento da violência intercomunitária e promoveram o reforço de grupos de autodefesa, para os quais o governo do Burkina Faso recrutou "voluntários".
Em paralelo, no passado domingo, o exército do Burkina Faso anunciou o fim das operações da força francesa Sabre no país, três semanas após a denúncia pelo governo de transição dos acordos de defesa firmados entre Paris e Ouagadougou.
"O Estado-Maior General das Forças Armadas e o comando da Task Force Sabre organizaram no sábado, 18 de fevereiro 2023, no Campo Bila Zagre em Kamboincin [periferia de Ouagadougou], uma cerimónia solene da descida da bandeira que assinala o fim oficial das operações da 'task-force' a partir do solo do Burkina", anunciou o Estado-Maior em comunicado.
Uma fonte dos serviços de segurança local, citada pela agência noticiosa AFP, disse que "uma grande parte dos militares já partiu".
Um porta-voz do Exército francês não precisou a data da partida dos últimos soldados, acrescentou a AFP.
Fonte governamental francesa indicou, por sua vez, que os militares franceses ainda estão presentes no Burkina Faso, sem precisar o número.
Em 18 de janeiro, o governo de Ouagadougou denunciou um acordo relacionado com o estatuto das forças francesas no país e forneceu o prazo de um mês para a sua retirada. Esta decisão foi acatada por Paris alguns dias mais tarde.
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