O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Aristides Gomes, disse hoje que as instituições políticas do país não têm conseguido canalizar as movimentações da sociedade para o progresso do país e por isso há instabilidade recorrente.
"As nossas instituições políticas não têm sido capazes de canalizar e apreender devidamente as movimentações das diferentes camadas da sociedade rumo ao progresso e à paz. É por isso que nós conhecemos as grandes instabilidades políticas na gestão e na governação do nosso país", afirmou Aristides Gomes.
O primeiro-ministro falava na sessão de abertura do I Fórum das Mulheres e Raparigas da Guiné-Bissau, que decorre hoje na capital guineense.
"Devo lembrar que até à data presente nenhum chefe de Estado do nosso país conseguiu exercer o seu mandato do início ao fim, conhecemos governos sucessivos, crises sucessivas, assim como conhecemos processos sucessivos de transição política no nosso país, apesar de termos sabido realizar devidamente as eleições desde os anos 90", afirmou Aristides Gomes.
Para o chefe do Governo, o problema começa depois das eleições e está relacionado com a "internalização e com a apreensão" que os guineenses fazem das instituições e particularmente da Constituição.
"Quer dizer que o Estado da Guiné-Bissau e as suas instituições estão num processo de consolidação e por vezes de criação das instituições e há um trabalho árduo para fazer para que possamos ter instituições fortes que possam acompanhar estes movimentos sociais, particularmente das mulheres", disse.
Lamentando que no atual Governo apenas existam quatro mulheres, Aristides Gomes salientou que não só no executivo, mas também nas instituições e chefias do Estado revelam a "discrepância".
"As mulheres são duplamente prejudicadas no combate ao desenvolvimento devido às fraquezas do Estado. São duplamente prejudicadas em virtude das desigualdades sociais que persistem no país e que são duplicadas quando se trata da situação da mulher", disse.
O primeiro-ministro afirmou também que o Governo vai fazer o possível para "criar condições para que haja eleições", previstas para 18 de novembro, mas que também é preciso criar condições para trabalhar com as diferentes componentes da sociedade para uma "situação de distensão favorável ao sucesso" das mesmas.
"Temos de estar atentos a todos os movimentos sociais que possam indicar o caminho no sentido de serem atores neste processo de desenvolvimento e pacificação do nosso país", concluiu.
dn.pt/lusa
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