A Guiné-Bissau tem contraído novos empréstimos devendo actualmente mais de 200 milhões de euros a instituições financeiras de países da África Ocidental, disse quarta-feira em Bissau o novo ministro da Economia e Finanças.
João Fadiá, que se reuniu com operadores económicos para lhes transmitir as suas ideias para a nova política económica que pretende encetar na Guiné-Bissau para contrariar a falta de recursos públicos e o endividamento do Estado.
“As finanças públicas da Guiné-Bissau encontram-se numa situação muito grave (…) o que não pode continuar”, indicou João Fadiá, citado pela agência noticiosa Lusa.
O ministro sublinhou que a dívida do Estado para com a banca comercial e o mercado financeiro da União Económica e Monetária Oeste Africana (UEMOA) “não trouxe melhorias”, “uma vez que esse dinheiro foi parcialmente utilizado para o pagamento de artigos de luxo, caso de viaturas, sem que se construísse nada que pudesse servir a população.”
O ministro da Economia e Finanças, que até à sua entrada para o governo, em Novembro de 2016, era director do Banco Central de Estados da Africa Ocidental (BCEAO) para a Guiné-Bissau, diz-se preocupado com o ritmo do endividamento do país após o perdão de dívida aos parceiros bilaterais e multilaterais em 2010.
A dívida externa da Guiné-Bissau ascendia a cerca 1,5 milhões de dólares e foi perdoada depois de o país cumprir uma série de critérios no âmbito da iniciativa de apoio aos países altamente endividados (HIPC, na sigla inglesa).
Braima Camará, presidente da Camara do Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços, que falava em nome dos empresários que actuam na Guiné-Bissau, manifestou total apoio do sector privado para acompanhar o novo governo mas acrescentou que “se as Finanças Públicas estão com problemas, o sector privado está ainda pior.”
Fonte: (Macauhub)
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