sábado, 25 de janeiro de 2025

A libertação por Israel de 200 prisioneiros palestinianos até ao final do dia de hoje, no âmbito do acordo de cessar-fogo com o Hamas, incluiu 70 pessoas que foram expulsas para o Egito, avançou a televisão estatal egípcia.

© REUTERS/Mahmoud Al-Basos   Lusa  25/01/2025

 Setenta prisioneiros libertados por Israel foram expulsos para o Egito

A libertação por Israel de 200 prisioneiros palestinianos até ao final do dia de hoje, no âmbito do acordo de cessar-fogo com o Hamas, incluiu 70 pessoas que foram expulsas para o Egito, avançou a televisão estatal egípcia.

De acordo com com a TV Qahera, 70 dos prisioneiros libertados por Telavive chegaram ao lado egípcio da fronteira de Rafah com a Faixa de Gaza. 

A libertação de 200 presos palestinianos faz parte do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, tendo, em troca, sido libertadas hoje quatro mulheres militares que estavam reféns desde o ataque inicial do Hamas, a 07 de outubro de 2023.

Da lista de duas centenas de detidos a libertar por Israel até ao final do dia de hoje, constam 121 que cumpriam penas perpétuas, segundo uma lista divulgada pelo Hamas. O grupo islamita indicava ainda que, destes, 70 seriam expulsos de Gaza e da Cisjordânia, mas não referia para onde iriam.

Os militantes mais notórios que estão a ser libertados incluem Mohammad Odeh, de 52 anos, e Wael Qassim, de 54, ambos de Jerusalém Oriental, acusados de realizar uma série de ataques mortais do Hamas contra israelitas, incluindo um atentado bombista num café na Universidade Hebraica de Jerusalém, em 2002, que matou nove pessoas, incluindo cinco cidadãos norte-americanos.

Esta manhã, os militantes do Hamas entregaram quatro soldados israelitas reféns à Cruz Vermelha, na Cidade de Gaza, depois de as exibirem perante uma multidão.

As quatro sorriram e acenaram num palco na Praça Palestina, na Cidade de Gaza, com militantes de ambos os lados e uma multidão de milhares de pessoas a assistir, tendo depois sido levadas aos veículos da Cruz Vermelha, que as aguardavam.

A libertação das militares israelitas não agradou totalmente a Telavive, tendo o Governo de Benjamin Netanyahu acusado o Hamas de violar o acordo de cessar-fogo ao libertar reféns militares antes de civis.

"O Hamas não cumpriu com as suas obrigações de primeiro libertar as mulheres civis israelitas", disse o porta-voz do exército israelita, Daniel Hagari, numa breve declaração feita logo após a confirmação de que as reféns tinham entrado em território israelita.

Já na sexta-feira à noite, quando o Hamas anunciou que iria libertar quatro mulheres soldados, que foram raptadas da base militar de Nahal Oz, a 07 de outubro de 2023, Israel manifestou a sua discordância, alegando que uma das condições do acordo era que as mulheres civis teriam prioridade na libertação.

No entanto, garante a agência de notícias espanhola Efe referindo ter tido acesso aos documentos, nenhuma cláusula menciona esta prioridade.

O cessar-fogo, que entrou em vigor no domingo passado após 15 meses de conflito, visa pôr fim à guerra mais mortífera e destrutiva alguma vez travada entre Israel e o Hamas.

O frágil acordo tem-se mantido até agora, silenciando os ataques aéreos e os 'rockets' e permitindo a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

Desde o início da trégua, foram libertados três reféns mantidos pelos Hamas em troca de 90 prisioneiros palestinianos, todos mulheres e crianças.

A guerra começou com um ataque transfronteiriço liderado pelo Hamas, a 07 de outubro de 2023, quando militantes palestinianos mataram cerca de 1.200 pessoas, a maioria das quais civis, e fizeram cerca de 250 reféns.

Mais de 100 reféns foram libertados numa trégua de uma semana feita no mês seguinte. Mas dezenas permaneceram em cativeiro durante mais de um ano, sem contacto com o exterior.

Israel acredita que pelo menos um terço dos mais de 90 prisioneiros que ainda estão em Gaza foram mortos no ataque inicial ou morreram no cativeiro.

Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que provocou mais de 47 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.


Leia Também: Israel confirma libertação de 200 prisioneiros palestinianos 

Israel acusa Hamas de violar acordo ao libertar militares antes de civis

© Lusa  25/01/2025

Israel acusou hoje o grupo islamita Hamas de violar o acordo de cessar-fogo em Gaza, no dia em que foi feita a segunda troca de reféns israelitas por prisioneiros palestinianos, sendo libertadas quatro mulheres militares.

"O Hamas não cumpriu com as suas obrigações de primeiro libertar as mulheres civis israelitas", disse o porta-voz do exército israelita, Daniel Hagari, numa breve declaração feita logo após a confirmação de que as reféns tinham entrado em território israelita. 

Já na sexta-feira à noite, quando o Hamas anunciou que iria libertar quatro mulheres soldados, que foram raptadas da base militar de Nahal Oz, a 07 de outubro de 2023, Israel manifestou a sua discordância, alegando que uma das condições do acordo era que as mulheres civis teriam prioridade na libertação.

No entanto, garante a agência de notícias espanhola Efe referindo ter tido acesso aos documentos, nenhuma cláusula menciona esta prioridade.

Das 33 pessoas que serão libertadas na primeira fase do cessar-fogo em Gaza, sete são mulheres, cinco das quais militares (uma não foi libertada hoje) e duas são civis.

As civis são Shiri Silberman, de 33 anos, e Arbel Yehud, de 29.

Nos últimos dias, a imprensa israelita referiu que Israel tentou pressionar para que Arbel Yehud fosse uma das mulheres libertadas hoje e, esta manhã, o gabinete do primeiro-ministro divulgou uma nota a afirmar que Telavive não permitirá que os palestinianos regressem ao norte de Gaza enquanto aquela refém não for libertada.

Em novembro de 2023, o grupo terrorista palestiniano Jihad Islâmica alegou que uma das civis, Shiri Silberman, que foi raptada juntamente com o seu marido, Yarden Bibas, e os seus filhos, Ariel e Kfir, de 5 e 2 anos, morreram num ataque israelita, mas o exército nunca confirmou a informação.

Numa declaração televisiva após a libertação das reféns, Hagari admitiu, no entanto, que o exército está "profundamente preocupado" com o destino das duas crianças.

As quatro reféns libertadas hoje foram Liri Albag, de 19 anos, e Karina Ariev, Daniella Gilboa e Naama Levy, de 20 anos.

As quatro militares foi exibidas, a sorrir e a acenar, por militantes do Hamas num palco na Praça Palestina, na Cidade de Gaza, onde milhares de pessoas se juntaram, tendo sido depois entregues nos veículos da Cruz Vermelha.

Israel confirmou que as reféns estavam bem, pouco depois da entrega à Cruz Vermelha.

O cessar-fogo, que entrou em vigor no domingo passado após 15 meses de conflito, visa pôr fim à guerra mais mortífera e destrutiva alguma vez travada entre Israel e o Hamas.

O frágil acordo tem-se mantido até agora, silenciando os ataques aéreos e os 'rockets' e permitindo a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

Desde o início da trégua, foram libertados três reféns mantidos pelos Hamas em troca de 90 prisioneiros palestinianos, todos mulheres e crianças.

Israel deverá libertar 200 prisioneiros ou detidos palestinianos até ao final do dia de hoje, como parte do acordo, incluindo 121 que cumpriam penas perpétuas, segundo uma lista divulgada pelo Hamas. Destes, a lista indicava que 70 seriam expulsos de Gaza e da Cisjordânia, mas não foi indicado para onde.

Os militantes mais notórios que estão a ser libertados incluem Mohammad Odeh, de 52 anos, e Wael Qassim, de 54, ambos de Jerusalém Oriental, acusados de realizar uma série de ataques mortais do Hamas contra israelitas, incluindo um atentado bombista num café na Universidade Hebraica de Jerusalém, em 2002, que matou nove pessoas, incluindo cinco cidadãos norte-americanos.

Após a troca, espera-se que Israel comece a recuar do corredor Netzarim --- uma estrada leste-oeste que divide Gaza em duas partes --- e permita que os palestinianos deslocados no sul regressem às suas antigas casas no norte pela primeira vez desde o início da guerra.

Os palestinianos só poderão deslocar-se para norte a pé, já que a circulação de veículos está restringida até ao final do cessar-fogo.

O Ministério do Interior gerido pelo Hamas disse que os palestinianos deslocados poderão regressar ao norte de Gaza a partir de domingo.

Num comunicado no sábado, o ministério, que supervisiona as forças policiais, disse que os palestinianos poderão deslocar-se entre o sul e o norte de Gaza a pé pela estrada costeira de Rashid.

A guerra começou com um ataque transfronteiriço liderado pelo Hamas, a 07 de outubro de 2023, quando militantes palestinianos mataram cerca de 1.200 pessoas, a maioria das quais civis, e fizeram cerca de 250 reféns.

Mais de 100 reféns foram libertados numa trégua de uma semana feita no mês seguinte. Mas dezenas permaneceram em cativeiro durante mais de um ano, sem contacto com o exterior.

Israel acredita que pelo menos um terço dos mais de 90 prisioneiros que ainda estão em Gaza foram mortos no ataque inicial ou morreram no cativeiro.

Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que provocou mais de 47 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.


Leia Também: Guerra na Faixa de Gaza destruiu 60 anos de desenvolvimento 

Antibióticos. Os melhores alimentos para consumir durante o tratamento... Irá conseguir manter os intestinos saudáveis e evitar ficar com vómitos e náuseas. Veja o que deve consumir.

© Shutterstock   Por  Notícias ao Minuto  25/01/2025

Quando está a tratar de uma infeção bacteriana, é normal que acabe por tomar algum tipo de antibiótico. Para evitar ficar mal disposto, com vómitos e náuseas, o melhor é apostar em alguns alimentos.

 Lauri Wright é dietista e ao Today revelou um conjunto de alimentos que pode consumir à vontade e que vão ajudar a evitar que fique mal disposto. Entre alguns dos que sugere, estão propostas carregadas de probióticos.

"Vão ajudar a manter o bom funcionamento do intestino", explica. É o caso de iogurtes, kefir e alimentos fermentados. Por outro lado, existem queijos que também podem fazer a diferença.

É o caso do queijo suíço, gouda, cheddar e edam, tudo opções com probióticos. Também há alimentos prebióticos que podem ajudar. É o caso das bananas, maçãs, alho, cebolas, espargos, feijões e grãos integrais.

É ainda importante consumir alimentos ricos em vitamina K. "Os antibióticos podem matar bactérias no intestino que produzem vitamina K. Assim, deve aumentar a ingestão de vegetais com folhas verdes, como é o caso de espinafres e de kale."


Leia Também: Se está a tomar antibióticos, o melhor é colocar de lado estes alimentos 

O Presidente Umaro Sissoco Embaló, é recebido pelo seu homólogo queniano, William Ruto. Durante o encontro, o Presidente Ruto anunciou planos para envolver o Ministério dos Transportes e a Kenya Airways na expansão de rotas entre o Quénia e a Guiné-Bissau, facilitando a circulação de pessoas e mercadorias entre os dois países.


@Presidência da República da Guiné-BissauGaitu Baldé 

sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

O Brasil receberá hoje o primeiro voo com imigrantes ilegais deportados dos Estados Unidos desde a posse do Presidente norte-americano, Donald Trump, com 88 brasileiros a bordo, segundo informações do Itamaraty citadas pelos 'media' locais.

© Lusa    24/01/2025

 Primeiro voo com 88 deportados pelo Governo Trump aterra hoje no Brasil

O Brasil receberá hoje o primeiro voo com imigrantes ilegais deportados dos Estados Unidos desde a posse do Presidente norte-americano, Donald Trump, com 88 brasileiros a bordo, segundo informações do Itamaraty citadas pelos 'media' locais.

De acordo com o portal de notícias G1, o avião deve aterrar hoje à noite no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, no estado brasileiro de Minas Gerais.

Este é o segundo voo com brasileiros deportados dos Estados Unidos este ano. Um outro voo aterrou em solo brasileiro no dia 10 de janeiro, ainda sob a gestão do ex-Presidente norte-americano Joe Biden, com 100 pessoas a bordo.


Leia Também: A ONU defendeu hoje que o direito de procurar asilo é "universalmente reconhecido", após as decisões do presidente norte-americano, Donald Trump, de suspender todas as admissões de refugiados e terminar o seu programa de asilo.

"Trump é pragmático". Putin "duvida" que EUA avancem com sanções

© Lusa  com Notícias ao Minuto  24/01/2025

Uma troca de farpas entre Moscovo e Washington parece ter acalmado. Depois de Trump colocar em cima da mesa a possibilidade de serem colocadas mais sanções a Moscovo, Putin desvalorizou, dando conta de que o novo presidente dos Estados Unidos era não só "inteligente" como também "pragmático".

O presidente russo, Vladimir Putin, declarou-se hoje pronto para negociar com o seu homólogo norte-americano, Donald Trump, sobre a Ucrânia, sem adiantar uma data concreta.

Numa entrevista à televisão estatal russa, Putin falou sobre vários temas, nomeadamente, em relação à 'influência' que a mudança no governo norte-americano pode trazer.

Referindo que espera encontrar-se com Trump - e "esperando" um telefonema que pode chegar já este fim de semana de Washington -, Putin falou da Ucrânia, mas também da troca de farpas que houve em relação a uma eventual imposição de sanções.

"Acabem com esta guerra ridícula". Trump ameaça Rússia com sanções

Trump ameaçou Moscovo com mais sanções se não houver um acordo de paz.

Notícias ao Minuto com Lusa | 17:47 - 22/01/2025

Em relação à ameaça de  Trump impor mais sanções à Rússia se o país não acabar com a guerra, Putin disse não acreditar que o líder norte-americano tome decisões que prejudiquem a economia norte-americana.

"Duvido que [Trump] tome decisões que prejudiquem a economia norte-americana. Não é apenas uma pessoa inteligente, mas também um pragmático", argumentou o líder russo.

Na quinta-feira, Trump disse estar disposto a reunir-se com Putin imediatamente para negociar um acordo de paz na Ucrânia.

"Pelo que ouvi, acho que Putin me quer ver. Vou encontrar-me assim que puder. Quero dizer, imediatamente. A cada dia que não nos encontramos, os soldados morrem no campo de batalha", disse Putin, no final de uma reunião governamental.


Leia Também: O Kremlin explicou que está à espera de um "sinal", nomeadamente, de um telefonema de Washington para falar sobre o fim da guerra na Ucrânia. "Putin está pronto" para 'atender', diz o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

Turistas estrangeiros deixam 6,9 mil milhões de euros no Brasil em 2024

© Lusa  24/01/2025

Os turistas estrangeiros que visitaram o Brasil no ano passado deixaram no país um montante recorde de 7,3 mil milhões de dólares (6,9 mil milhões de euros), informou hoje o Governo.

Foi o maior valor registado pelo setor nos últimos 15 anos, superando o montante obtido com o Campeonato do Mundo de Futebol em 2014, quando os turistas estrangeiros gastaram 6,9 mil milhões de dólares (6,5 mil milhões de euros) no país sul-americano. 

Segundo dados do Banco Central do Brasil, o valor representa um crescimento de 6,28% face ao ano anterior, quando o setor turístico arrecadou 6,9 mil milhões de dólares (6,5 mil milhões de euros).

Esse avanço expressivo está diretamente relacionado ao aumento no número de visitantes internacionais que atingiu 6,65 milhões de pessoas em 2024, um crescimento de 12,6% face a 2023.

Num comunicado, o ministro do Turismo, Celso Sabino, destacou o "potencial do turismo em gerar empregos, fortalecer comunidades e promover desenvolvimento".

Em dezembro de 2024 os turistas estrangeiros deixaram 721 milhões de dólares (685,5 milhões de euros), 16% acima que o mesmo período do ano anterior, quando foram injetados 622 milhões de dólares (591,4 milhões de euros) na economia nacional em receitas geradas pelo turismo.

O Governo brasileiro também destacou que o Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou o Projeto de Lei Complementar que inclui o programa "Tax Free" para turistas na reforma tributária.

Esse programa permitirá o reembolso de impostos a turistas estrangeiros, oferecendo um incentivo adicional para visitar o Brasil, e deve ser concretizado nos próximos anos.


O Exército ucraniano reivindicou hoje ataques contra uma refinaria na região russa de Ryazan, a sul de Moscovo, e a uma fábrica de componentes utilizados na produção de armas na região de Bryansk, a sudoeste da capital russa.

© Social Media/via REUTERS   Lusa  24/01/2025

Kyiv reivindica ataques contra fábricas e refinarias na Rússia

O Exército ucraniano reivindicou hoje ataques contra uma refinaria na região russa de Ryazan, a sul de Moscovo, e a uma fábrica de componentes utilizados na produção de armas na região de Bryansk, a sudoeste da capital russa.

"As forças de defesa ucranianas atingiram alvos importantes dos ocupantes (Rússia) nas regiões de Ryazan e Bryansk", afirmou o Estado-Maior ucraniano em comunicado. 

O ataque ocorrido hoje com drones terá provocado incêndios em duas instalações petrolíferas em Ryazan que abastecem de combustível o Exército russo e uma fábrica de micro componentes em Bryansk também foi alegadamente atingida. 

Segundo Kyiv trata-se de uma das principais empresas da indústria microeletrónica russa que produz componentes para os sistemas de mísseis e aviões de combate que Moscovo utiliza para atacar a Ucrânia.

"A destruição de instalações que fornecem combustível, lubrificantes e equipamento militar ao Exército de ocupação russo vai continuar até que a agressão armada contra a Ucrânia seja completamente travada", refere ainda o Exército ucraniano.

Nas redes sociais circulam vários vídeos da explosão na refinaria de Ryazan, que pode ver na galeria acima.


Leia Também: A Ucrânia atacou entre a noite de quinta-feira e hoje uma refinaria e um depósito de combustível na região russa de Ryazan e uma fábrica de componentes eletrónicos para mísseis em Bryansk, na Rússia, segundo as autoridades ucranianas.

ONU apela a financiamento de 868 milhões para ajuda humanitária à Nigéria

© Reuters  Lusa  24/01/2025 

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) alertou hoje que são necessários cerca de 868 milhões de euros para responder às necessidades de 3,6 milhões de pessoas, este ano, no nordeste da Nigéria.

Este alerta emitido pelo OCHA, em comunicado, refere-se aos cidadãos dos estados de Borno, Adamawa e Yobe, mas a entidade indicou também que cerca de 7,8 milhões de pessoas desta nação precisam de ajuda humanitária. 

Assim, foi hoje lançado, na capital, Abuja, o Plano de Resposta às Necessidades Humanitárias da Nigéria para 2025, com a presença do coordenador humanitário da ONU na Nigéria, Mohamed Malick Fall, do ministro dos Assuntos Humanitários e da Redução da Pobreza, Nentawe Goshwe Yilwatda, entre outros altos funcionários.

Segundo Fall, estas necessidades são "impulsionadas por conflitos, choques climáticos e instabilidade económica", com as "inundações, surtos de doenças, insegurança alimentar e subnutrição a agravarem as vulnerabilidades" já existentes.

O ministro apelou à conjugação de esforços humanitários, de desenvolvimento e de construção da paz, nomeadamente na região nordeste.

"Isso permitir-nos-á traduzir os esforços humanitários em soluções duradouras que possam tirar as pessoas da pobreza e proporcionar-lhes meios de subsistência para alcançar um desenvolvimento sustentável", afirmou.

De acordo com o OCHA, dado o declínio do financiamento global para os esforços humanitários, o plano de apoio deste ano à Nigéria "tem por objetivo reforçar a eficiência na prestação da ajuda".

"Isto inclui atuar antes da ocorrência de catástrofes, através de ações de antecipação a acontecimentos como inundações e surtos de doenças, a fim de atenuar o seu impacto. [O plano] pretende igualmente aumentar o financiamento direto dos parceiros locais na linha da frente da resposta, bem como reduzir os custos de transação", salientou.

Em 2025, 33 milhões de pessoas na Nigéria enfrentarão uma insegurança alimentar aguda durante o período que antecede o das colheitas, com níveis alarmantes de subnutrição que ameaçam milhões de crianças, segundo as previsões apresentadas.

"São necessários financiamentos e recursos urgentes dos doadores e do Governo para garantir que a assistência alimentar e nutricional e outros apoios urgentes sejam fornecidos às pessoas em situação de necessidade crítica", aconselhou.

O custo de vida na Nigéria tem aumentado desde que Bola Tinubu chegou ao poder, em maio de 2023, com a inflação a atingir um máximo histórico de 33,95% em junho de 2024, fazendo subir o custo de produtos básicos como o arroz, o milho e o inhame, tornando-os incomportáveis para muitos nigerianos.

A Nigéria, um país dividido entre o sul predominantemente cristão e o norte predominantemente muçulmano, é o mais populoso de África, com mais de 213 milhões de habitantes, e um grande produtor de petróleo, bem como uma das maiores economias do continente.

No entanto, quatro em cada dez nigerianos vivem abaixo do limiar de pobreza, de acordo com o Banco Mundial.


As Filipinas reivindicaram hoje o "direito soberano" de instalar sistemas de mísseis norte-americanos MRC Typhon no país, uma decisão que suscitou críticas da China, com a qual Manila tem uma série de disputas territoriais.

© Getty Images  Lusa  24/01/2025

Filipinas reivindicam "direito soberano" de instalar mísseis dos EUA

As Filipinas reivindicaram hoje o "direito soberano" de instalar sistemas de mísseis norte-americanos MRC Typhon no país, uma decisão que suscitou críticas da China, com a qual Manila tem uma série de disputas territoriais.

A porta-voz do exército filipino, Francel Margareth Padilla, afirmou que "não existe uma entidade que possa ditar a forma como o país deve conduzir as suas ações de defesa", segundo a agência espanhola Europa Press. 

Padilla disse que cabe a cada Estado "construir e reforçar as suas defesas em conformidade".

A porta-voz confirmou ao jornal filipino Inquirer a instalação dos sistemas de mísseis de médio alcance e referiu que "podem ser deslocados no âmbito de futuras manobras militares".

Os sistemas MRC Typhon, capazes de lançar mísseis SM-6 e Tomahawk, foram instalados pela primeira vez nas Filipinas em abril de 2024, durante exercícios militares conjuntos com os Estados Unidos, um dos principais aliados do país asiático.

Em dezembro, o comandante do exército filipino, Roy Galido, anunciou planos para adquirir estes sistemas deixados pelos Estados Unidos para proteger a soberania nacional das ações da China.

Em reação, Pequim descreveu a iniciativa como perigosa e avisou que só conduzirá a "um aumento da tensão na região".

As relações entre Manila e Pequim tornaram-se tensas nos últimos meses, com um aumento dos confrontos sobre recifes no Mar do Sul da China que são disputados pelos dois países.


Leia Também: Filipinas e Japão pedem a Trump continuidade do apoio dos EUA face à China 

O despacho que proibiu manifestações e aglomerações em atos políticos poderá ser revogado assim que o Ministério do Interior tiver o controlo da situação, afirmou o ministro do Interior, Aladje Botche Cande, durante o balanço da visita realizada nesta sexta-feira (24.01) às diferentes localidades da região de Bafatá, no leste do país.

@Radio Voz Do Povo 

Aladje Botche Candé: "Tenho uma mensagem para transmitir ao Chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló: que veja o que não queria ver e ouça o que não quer ouvir".

Estas foram as palavras do Ministro do Interior, Aladje Botche Candé, após a sua participação, esta quinta-feira (23 de janeiro), na cerimónia da esmola de quarenta dias em memória da mãe de Braima Camará, realizada na aldeia de Geba, na região de Bafatá, no leste do país.

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@Radio Voz Do Povo


Veja Também:  Após o falecimento do imame central da aldeia de "Tendinto Duma Su", na região de Bafatá, o ministro do Interior, Aladje Botche Candé, visitou a comunidade, sob orientação do Presidente da República, General Umaro Sissoco Embaló, para transmitir as condolências à população local.

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, mantiveram uma conversa telefónica onde abordaram temas importantes para o fortalecimento da cooperação bilateral.

Foram discutidas questões comerciais, económicas, de investimento e humanitárias, seguindo os acordos estabelecidos durante o encontro em Moscovo, em maio de 2024. Ambos os líderes reafirmaram o compromisso de manter um diálogo contínuo.


@Presidência da República da Guiné-Bissau 

Estados Unidos detêm 538 imigrantes clandestinos e deportam centenas de pessoas

Karoline Leavitt (AP)  Por cnnportugal.iol.pt

Há cerca de 11 milhões de imigrantes indocumentados nos Estados Unidos, segundo estimativas do Departamento de Segurança Interna de 2022

Os Estados Unidos detiveram 538 imigrantes clandestinos e deportaram centenas de pessoas numa operação em larga escala, no início da presidência de Donald Trump, anunciou a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, na rede social X.

“A administração Trump deteve 538 imigrantes ilegais criminosos”, declarou Leavitt numa mensagem publicada na quinta-feira à noite na X, acrescentando que "centenas" tinham sido deportadas em aviões militares.

"A maior operação de deportação massiva da história está em marcha. Promessas feitas. Promessas cumpridas", acrescentou.

Donald Trump garantiu na segunda-feira, no discurso de tomada de posse, que irá expulsar "milhões e milhões" de imigrantes ilegais, uma das principais promessas da campanha eleitoral, durante a qual prometeu levar a cabo a "maior deportação em massa da história" do país.

Há cerca de 11 milhões de imigrantes indocumentados nos Estados Unidos, segundo estimativas do Departamento de Segurança Interna de 2022, o ano mais recente com dados disponíveis — embora Trump tenha afirmado, sem provas, que o número real é cerca do dobro.

A Administração norte-americana anunciou esta quinta-feira uma nova diretiva com o objetivo de levar a cabo a promessa de "deportações em massa".

"A diretiva dá aos agentes da lei do Departamento de Justiça (DOJ), do Serviço de Marshalls, da Administração de Repressão às Drogas (DEA), do Escritório de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos, e do Departamento Federal de Prisões autoridade para investigar e deter estrangeiros ilegais", indicou o Departamento de Segurança Interna em comunicado.

"Mobilizar esses agentes da lei ajudará a cumprir a promessa do Presidente Trump ao povo norte-americano de realizar deportações em massa. Durante décadas, os esforços para encontrar e deter estrangeiros ilegais não receberam os recursos adequados. Este é um passo importante para consertar esse problema", afirmou a secretária interina do Departamento de Segurança Interna, Benjamine Huffman, citada no comunicado.

Ataque ucraniano com drones contra Moscovo paralisa três aeroportos

© NATALIA KOLESNIKOVA/AFP via Getty Images   Lusa  24/01/2025

O presidente da Câmara de Moscovo, Sergei Sobyanin, relatou hoje que vários drones ucranianos foram abatidos na capital russa e nos arredores, num ataque que levou à suspensão temporária de três aeroportos naquela zona.

O autarca escreveu na sua conta de Telegram que os primeiros drones com destino a Moscovo foram destruídos em Kolomna e Ramenskoe, na região de Moscovo.

"De acordo com os dados preliminares, não há danos ou vítimas no local onde os fragmentos caíram", referiu.

Poucos minutos depois, Sobyanin revelou que mais duas aeronaves não tripuladas foram abatidas em Podolsk, 40 quilómetros a sul de Moscovo.

O presidente da câmara escreveu então sobre mais drones destruídos, desta vez num subúrbio a sul de Moscovo e numa cidade a cerca de 40 quilómetros a norte da cidade.

O ataque provocou a suspensão temporária das operações em três aeroportos da capital russa, noticiou a agência Efe.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após o desmoronamento da União Soviética - e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

No terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.

As tropas russas, mais numerosas e mais bem equipadas, prosseguem o seu avanço na frente oriental, apesar da ofensiva ucraniana na Rússia, na região de Kursk, e da recente autorização do então Presidente norte-americano cessante, Joe Biden, à Ucrânia para utilizar mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos para atacar a Rússia.

As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.


Leia Também: Kyiv de acordo com Trump sobre preço do petróleo para terminar guerra 

quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

A Alemanha instalou duas unidades de defesa antiaérea Patriot na Polónia para proteger um centro logístico de importância vital para a entrega de abastecimentos à Ucrânia, anunciou hoje o ministro da Defesa alemão.

© Lusa  23/01/2025

 Guerra na Ucrânia. Alemanha instala mísseis Patriot na Polónia

A Alemanha instalou duas unidades de defesa antiaérea Patriot na Polónia para proteger um centro logístico de importância vital para a entrega de abastecimentos à Ucrânia, anunciou hoje o ministro da Defesa alemão.

Os dois sistemas foram instalados no sudeste da Polónia, em particular para proteger o aeroporto de Rzeszow, por onde passa mais de 90% da ajuda militar e humanitária destinada a apoiar a Ucrânia na luta contra a invasão russa. 

"Deslocámos para aqui dois sistemas Patriot", declarou Boris Pistorius em Rzeszow, numa conferência de imprensa com o homólogo polaco, Wladyslaw Kosiniak-Kamysz.

"A segurança da Polónia e do seu espaço aéreo está em jogo", acrescentou, citado pela agência francesa AFP.

As duas unidades deverão atingir a capacidade operacional total na segunda-feira.

Pistorirus disse que a proteção contínua do centro de trânsito está garantida durante os próximos seis meses.

A Alemanha, que também tem de efetuar missões de policiamento aéreo e de reabastecimento em voo na Polónia, substitui assim os Estados Unidos, que até agora desempenhavam a mesma tarefa.

Os dois ministros agradeceram aos Estados Unidos pelo "empenhamento incansável" no terreno.

O ministro alemão chegou à Polónia depois de visitar a Lituânia, para onde a Alemanha está a enviar uma brigada de 5.000 soldados.

Entre janeiro e novembro de 2023, a Alemanha enviou sistemas de defesa do tipo Patriot para perto de Zamosc, também no sudeste da Polónia, não muito longe da fronteira com a Ucrânia, onde protegeram um importante nó ferroviário.

A Ucrânia tem contado com a ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais para combater as tropas russas, que invadiram o país em fevereiro de 2022.


O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, considerou hoje que o empresário Elon Musk "está a ser difamado" e frisou que "é um amigo de Israel", após as críticas por alegadamente ter feito uma saudação nazi numa cerimónia em Washington.

© MAYA ALLERUZZO/POOL/AFP via Getty Images   Lusa   23/01/2025 

 Saudação nazi? Musk, que "é amigo de Israel", está a ser "difamado"

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, considerou hoje que o empresário Elon Musk "está a ser difamado" e frisou que "é um amigo de Israel", após as críticas por alegadamente ter feito uma saudação nazi numa cerimónia em Washington.

"Elon Musk está a ser difamado. Elon é um grande amigo de Israel. Visitou Israel após o massacre de 07 de outubro (2023), no qual os terroristas do Hamas cometeram a pior atrocidade contra o povo judeu desde o Holocausto", disse Netanyahu numa mensagem publicada na sua conta da rede social X, que é propriedade daquele empresário.

Netanyahu acrescentou que o empresário "apoiou repetida e firmemente o direito de Israel de se defender contra terroristas genocidas e contra regimes que procuram aniquilar o único Estado judaico".

Pouco depois da polémica -- motivada pelo gesto que usou, e repetiu por duas vezes, durante um discurso numa cerimónia da tomada de posse do Presidente norte-americano, Donald Trump, semelhante ao gesto de saudação nazi -- Musk lamentou que as pessoas estejam a usar "truques sujos" para o atacar.

Nas últimas horas, Musk reforçou esta posição e sublinhou que "os esquerdistas radicais estão tristes por terem de tirar tempo do seu dia ocupado a elogiar o Hamas" para o chamar de "nazi".

Musk, que apoiou a campanha o atual Presidente republicano e foi um dos convidados a discursar na tomada de posse, foi nomeado por Trump para dirigir o novo Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), que ficará encarregue dos esforços de diminuição de custos da máquina de Estado norte-americano.


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ANÁLISE || Depois de ajudar a eleger Donald Trump, Elon Musk vira-se para o Velho Continente, onde já é acusado de interferência. O que pode a Europa fazer?

Donald Trump e Elon Musk assistem ao lançamento do sexto voo de teste do foguetão SpaceX Starship, a 19 de novembro de 2024, em Brownsville, Texas (Brandon Bell/Getty Images)
Por cnnportugal.iol.pt

ANÁLISE || Depois de ajudar a eleger Donald Trump, Elon Musk vira-se para o Velho Continente, onde já é acusado de interferência. O que pode a Europa fazer?

“Prefiro manter-me afastado da política”, disse Elon Musk aos seus seguidores em 2021, na plataforma então conhecida como Twitter. Muita coisa mudou desde então.

Musk é agora o dono do gigante das redes sociais, rebatizado X e reaproveitado com a sua visão pessoal. Acolheu de novo os agitadores de extrema-direita proibidos pela anterior direção. Musk gastou cerca de 250 milhões de dólares para ajudar a reeleger Donald Trump como presidente dos Estados Unidos e ficou a poucos metros de distância quando Trump fez o juramento de posse na segunda-feira.

Agora, com essa tarefa concluída, o homem mais rico do mundo parece ter um novo objetivo: acabar com a Europa, um governo de cada vez.

O magnata assumiu-se como rei da onda populista que está a submergir vários líderes europeus centristas. “De MAGA a MEGA: Make Europe Great Again!”, publicou no sábado, regozijando-se com o mal-estar que está a provocar no continente.

Vários líderes da União Europeia acusaram-no de interferir nos seus assuntos e de promover figuras perigosas; Musk conduziu uma campanha brutal e pessoal contra o governo britânico, fez campanha para que um ativista de extrema-direita fosse libertado da prisão e apoiou um partido de extrema-direita na Alemanha com uma plataforma fortemente nacionalista e uma série de escândalos relacionados com as opiniões de alguns dos seus membros sobre a era nazi.

Ao mesmo tempo, uma torrente de desinformação sobre a plataforma de Musk - muita dela nascida da raiva sobre os elevados níveis de migração - enervou os governos da Europa. Alguns britânicos acusam-no de ter contribuído para uma onda de motins de extrema-direita no verão passado.

“Estou impressionado com a sua falta de inibição para pensar que pode intervir em vários países onde as questões são complexas”, diz Eric Nelson, um diplomata que foi embaixador de Trump na Bósnia-Herzegovina durante o seu primeiro mandato, à CNN. “Afirmar que ele sabe o que é melhor é uma grande arrogância”.

Mas o alcance do X, a riqueza extrema de Musk e o seu papel como conselheiro de eficiência de Trump fazem dele um problema difícil de lidar. As figuras políticas na Europa estão a debater-se com duas questões: porque é que Musk se preocupa connosco e o que podemos fazer?

Nenhuma delas é fácil de responder. “Os europeus estão bloqueados”, apoonta Bill Echikson, membro sénior de política tecnológica do Centro de Análise de Política Europeia (CEPA) e antigo diretor de comunicações europeias da Google.

Os líderes do continente “estão certamente preocupados”, acrescenta. “Culpam a desinformação, o trolling e os bots automatizados por causarem problemas nas eleições europeias e por fomentarem a ascensão dos seus extremos.

“Mas não têm qualquer plano. Ainda não sabem realmente como responder”.

Um esforço para o anular

A política de Musk tem evoluído a uma velocidade supersónica desde que o magnata da SpaceX e da Tesla realizou uma aquisição hostil do Twitter em 2022. “Para que o Twitter mereça a confiança do público, ele deve ser politicamente neutro”, insistiu na época, quando descreveu a política como um “gerador de tristeza” e ainda disse que "política é guerra e a verdade é a primeira vítima”.

Atualmente, Musk está na linha da frente. O proprietário da plataforma goza de níveis de influência disruptiva em todo o mundo que poucas figuras não eleitas alguma vez tiveram, sem enfrentar o escrutínio dos eleitores. Saúda e partilha as opiniões de figuras radicais e tem apoiado populistas ferozmente anti-establishment em toda a Europa. Ainda não é claro qual a influência que terá na política externa de Trump - e é precisamente por isso que, por enquanto, os governos europeus estão tão incertos sobre como lidar com as suas intervenções.

Mas os seus comentários estão em sintonia com um tom mais intervencionista e alargado da nova administração em relação à Europa, e poderão colocar Musk num papel de interlocutor. Trump e Musk já estabeleceram laços estreitos com figuras cujas políticas se sobrepõem, pelo menos parcialmente, como a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, uma linha dura em matéria de imigração que assistiu à tomada de posse, rompendo com os precedentes.

Alguns dos que anteriormente defenderam os interesses de Trump na Europa veem agora Musk como uma versão sem restrições e ainda menos polida do presidente; um agitador cujo estilo e ambição passaram a refletir os de Trump. Tal como acontece com Trump, as sondagens de opinião sugerem que Musk é impopular em toda a Europa.

“É interessante ver as semelhanças entre ele e [Trump]; a sua capacidade de tentar conduzir a opinião pública, especialmente, infelizmente, através da disseminação de desinformação. Criando muito caos, sendo perturbadores”, acrescenta Nelson.

Esse caos intensificou-se depois de Musk ter feito um gesto com o braço direito no palco, durante um comício pós-inauguração, que para alguns na Europa tinha semelhanças incómodas com a saudação nazi ou romana utilizada pelos líderes fascistas na Alemanha e em Itália. Musk apresentou a reação como uma má interpretação, escrevendo no X que “o ataque ‘toda a gente é Hitler’ está muitíssimo cansado”.

O diário italiano Corriere Della Sera apelidou a saudação de “RoMusk” e o chanceler alemão Olaf Scholz - um alvo frequente das críticas de Musk - disse num painel do Fórum Económico Mundial em Davos, na Suíça: “Toda a gente é livre de expressar a sua opinião na Alemanha e na Europa, incluindo os bilionários... mas não aceitamos o apoio a posições de extrema-direita”. Musk respondeu no X: “Que vergonha para o Oaf Schitz!”

Há divergências quanto à razão exata pela qual Musk está a visar a Europa.

Pode ser uma questão pessoal. “Quando Elon assumiu o controlo do Twitter, houve um esforço concertado para fazer com que as empresas deixassem de anunciar na sua plataforma, para o alienar, para o cancelar”, recorda Trevor Traina, o anterior embaixador de Trump na Áustria, onde um partido de extrema-direita está à beira do poder. “Por isso, Elon provou o mesmo remédio amargo que Donald Trump e outros receberam à força, e penso que o que vemos hoje é a sua resposta.”

Ou pode ser uma questão financeira; uma história mais antiga que coloca o inovador contra os reguladores. “Penso que o seu objetivo é sempre pensar nos seus próprios interesses comerciais”, vinca Nelson.

Musk tem-se insurgido contra a burocracia que rodeia o setor tecnológico na Europa; gere uma enorme fábrica da Tesla na Alemanha, um país onde tem concentrado muita atenção, e está a planear uma expansão controversa desse local.

A CNN contactou o X para comentar as críticas às intervenções de Musk na Europa, mas não obteve resposta.

Poderá a Europa ripostar?

Quando se trata de política europeia, Musk tem os seus favoritos. Escreve frequentemente sobre o Reform UK, o partido populista britânico, e a Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema-direita. Mas não publica nada sobre Marine Le Pen, a antagonista francesa do governo de Emmanuel Macron, nem parece interessado na Áustria.

A política britânica e alemã são um terreno flexível; os principais partidos de ambos os países são singularmente impopulares, manchados por períodos no poder marcados pela inflação ou por escândalos, ou vistos por grande parte do público como pouco imaginativos, pouco ambiciosos ou tecnocráticos. A Alemanha vai realizar eleições no próximo mês, nas quais a AfD poderá ficar em segundo lugar. Ainda no ano passado, a AfD tornou-se o primeiro partido de extrema-direita a ganhar uma eleição estatal na Alemanha desde a era nazi.

E têm outra coisa em comum: cada um dos países não conseguiu lidar adequadamente com a raiva do público em relação à imigração, que está a ameaçar tornar-se a dinâmica política que define o continente.

Ainda assim, Musk terá de construir alianças duradouras para ter uma influência séria. Já se desentendeu publicamente com Nigel Farage, o líder do Reform UK, que se recusou a apoiar o a defesa da figura de extrema-direita Tommy Robinson, que se encontra preso. O Reform UK continua à espera de um grande donativo financeiro de Musk, mas a contenda diminuiu o otimismo do partido.

Também terá de enfrentar obstáculos regulamentares. Uma coima, que poderá atingir 6% do volume de negócios anual global da X, está iminente quando a UE concluir uma investigação sobre se a X infringiu as regras estabelecidas pela Lei dos Serviços Digitais, que regula a forma como a indústria tecnológica lida com a desinformação e os conteúdos ilegais nas redes sociais, bem como com bens e serviços ilegais nos mercados em linha.

Na Grã-Bretanha, Musk foi convidado a testemunhar perante a Comissão Parlamentar de Ciência, Inovação e Tecnologia sobre o algoritmo da sua empresa, depois de esta ter sido acusada de promover a desinformação sobre um trágico esfaqueamento de crianças no verão passado, que resultou em confrontos entre desordeiros e a polícia e no incêndio de hotéis que albergavam requerentes de asilo.

“A liberdade de expressão faz parte de uma conversa”, diz à CNN Chi Onwurah, deputado trabalhista que preside à comissão parlamentar. “Em vez de gritar com o Reino Unido do outro lado do Atlântico, será que ele se vai envolver nos processos democráticos legítimos que representam o povo britânico e ter uma conversa connosco?”

Por enquanto, a proximidade de Musk com Trump pode protegê-lo de tal escrutínio. “Não espero que (a Europa) faça muito; eles não querem iniciar uma guerra com Donald Trump”, acrescenta Echikson.

Mas quanto mais o magnata da tecnologia se envolve nos assuntos europeus, mais tensa se torna essa abordagem. “Se ele está, como parece que está, a entrar na política”, termina Onwurah, ‘então, como parte disso, é preciso ouvir e falar’.


A Rússia não viu "nada de particularmente novo" nas declarações de Donald Trump sobre a Ucrânia, incluindo ameaças de novas sanções contra Moscovo, e está aberta ao diálogo, afirmou hoje o porta-voz do Kremlin (presidência).

© Sefa Karacan/Anadolu via Getty Images   Lusa  23/01/2025

 "Nada de particularmente novo" nas declarações de Trump, diz Peskov

A Rússia não viu "nada de particularmente novo" nas declarações de Donald Trump sobre a Ucrânia, incluindo ameaças de novas sanções contra Moscovo, e está aberta ao diálogo, afirmou hoje o porta-voz do Kremlin (presidência).

"Não vemos nada de particularmente novo", respondeu Dmitri Peskov aos jornalistas que o questionaram sobre as declarações do novo Presidente dos Estados Unidos, segundo a agência francesa AFP.

Trump, que prometeu acabar com a guerra em 24 horas e está agora a pedir 100 dias para alcançar a paz, ameaçou na terça-feira impor mais sanções à Rússia se o Presidente Vladimir Putin se recusar a negociar um cessar-fogo com a Ucrânia.

Trump disse ainda que estava a reconsiderar o envio de armas para a Ucrânia e que tencionava falar "muito em breve" com o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, e com Putin.

Peskov disse que no primeiro mandato como presidente (2017-2021), Trump se tornou no Presidente dos Estados Unidos que mais vezes recorreu a sanções.

"Ele gosta destes métodos. Pelo menos gostava deles durante a sua primeira presidência", disse, desvalorizando as ameaças de Trump de introduzir novas sanções e tarifas contra a Rússia se não for alcançado um acordo sobre a Ucrânia.

"Estamos a observar muito atentamente toda a retórica, todas as declarações, estamos a registar cuidadosamente todas as 'nuances'", acrescentou Peskov, citado pela agência russa Interfax.

O porta-voz do Kremlin disse ainda que a Rússia continua pronta para o diálogo com Trump "em pé de igualdade e num espírito de cooperação".

"Este diálogo teve lugar entre os dois presidentes durante a primeira presidência de Trump. Estamos à espera de sinais que ainda não foram recebidos", acrescentou Peskov.

Referiu que Putin vai manter hoje um contacto internacional por telefone, mas assegurou que "não é a tal conversa", numa alusão a Trump.

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 para "desmilitarizar e desnazificar" o país vizinho.

A Ucrânia tem contado com o apoio de países aliados para fazer frente às tropas russas, sendo os Estados Unidos o maior fornecedor de armamento e de ajuda financeira de Kyiv.

Trump tomou posse na segunda-feira e o seu regresso à presidência dos Estados Unidos fez criar o receio de que o apoio norte-americano à Ucrânia possa diminuir.

Além da ajuda financeira e em armamento, os aliados de Kyiv têm imposto sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o custo da guerra contra a Ucrânia.


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