segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Calor fez mais de 47 mil mortos na Europa em 2023 (e Portugal é um dos casos mais graves)

 CNN Portugal, 12/08/2024
Nos últimos anos, temos vindo a adaptar-nos ao calor e a tomar medidas para evitar as suas consequências, mas "estamos a aproximar-nos rapidamente dos limites do que o corpo humano pode suportar", diz um dos investigadores do estudo

Mais de 47 mil pessoas morreram na Europa devido às altas temperaturas em 2023, o ano mais quente registado a nível mundial e o segundo com maior mortalidade por calor na última década, segundo um estudo liderado pelo Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal) e publicado na Nature Medicine.

Contar as mortes causadas pelo calor extremo é difícil, em parte porque as certidões de óbito nem sempre refletem o papel do calor. O estudo usou registos de óbitos de 35 países, fornecidos pelo Eurostat, o gabinete de estatísticas da União Europeia, e representando cerca de 543 milhões de europeus. Os investigadores usaram os dados relativos ao período entre 2015 e 2019 para criar um modelo epidemiológico e analisar as mortes juntamente com os registos semanais de temperatura de 2023 para estimar qual a fração de mortes que poderia ser atribuída ao calor.

Apesar de o número de vítimas ser inferior ao de 2022, quando se registaram 61 mil mortes devido ao calor, os investigadores sublinham que temos motivos para nos preocuparmos. Embora, ao contrário do verão de 2022, não tenham sido registadas anomalias térmicas importantes em 2023, os resultados do estudo apontam para dois episódios de temperaturas elevadas em meados de julho e finais de agosto como responsáveis ​​por mais de 57% da mortalidade global estimada, ou seja, mais de 27 mil mortes.

Das 47.690 mortes registadas em todos os países durante 2023, um total de 47.312 terão ocorrido no período mais quente do ano: entre 29 de maio e 1 de outubro.

Os países com as taxas de mortalidade relacionadas com o calor mais elevadas encontram-se no sul da Europa: Grécia (393 mortes por milhão), Bulgária (229 mortes por milhão), Itália (209 mortes por milhão), Espanha (175 mortes por milhão), Chipre (167 mortes por milhão) e Portugal (136 mortes por milhão) - ou seja, Portugal tem a sexta pior taxa de mortalidade devido ao calor.

Tal como aconteceu com estudos anteriores, os resultados do estudo ISGlobal mostram uma maior vulnerabilidade das mulheres e dos idosos. Isto porque as mulheres tendem a ter salários mais baixos e portanto têm menos recursos como ar condicionado para se protegerem. Elas também ficam viúvas com mais frequência e, portanto, têm maior probabilidade de viverem sozinhos e numa situação mais fragilizada.

Tendo em conta a população, a taxa de mortalidade relacionada com o calor foi 55% mais elevada nas mulheres do que nos homens, e 768% mais elevada nas pessoas com mais de 80 anos de idade do que nas pessoas entre os 65 e os 79 anos de idade.

Os investigadores alertam que a vulnerabilidade dos europeus ao calor diminuiu progressivamente e calculam que, sem os processos de adaptação deste século, a carga de mortalidade no ano passado teria sido 80% superior. Entre as pessoas com mais de 80 anos, o número de vítimas poderia ter duplicado.

Para verificar se a vulnerabilidade ao calor diminuiu na Europa, a equipa científica ajustou o mesmo modelo epidemiológico às temperaturas de 2000-2004, 2005-2009, 2010-2014 e 2015-2019. Assim, chegaram à conclusão de que, se as temperaturas registadas em 2023 tivessem ocorrido entre o ano 2000 e 2004, a mortalidade por calor teria ultrapassado as 85 mil vítimas, uma vulnerabilidade ao calor 80% superior ao período 2015-2019.

No caso dos idosos, o número de mortes teria mais que duplicado, passando de 1.102 para 2.200 óbitos.

Em estudos futuros, Elisa Gallo espera focar-se mais nas adaptações e diferenças entre os países. Segundo o estudo, as maiores taxas de mortalidade relacionadas com o calor ocorreram em países que registaram as temperaturas mais altas durante o maior período de tempo, incluindo altas temperaturas noturnas, como Bulgária, Espanha, Chipre, Portugal e Itália.
Estamos a adaptar-nos ao calor, mas há um limite para essa adaptação

“Os nossos resultados mostram como houve processos de adaptação da sociedade às altas temperaturas durante o século atual, que reduziram drasticamente a vulnerabilidade ao calor e a carga de mortalidade dos últimos verões, especialmente entre os idosos”, aponta neste artigo a primeira autora do estudo, Elisa Gallo.

Desde 2000, a “temperatura mínima de mortalidade” - a temperatura ideal com o menor risco de mortalidade - tem vindo a aquecer gradualmente em todo o continente, explica Gallo. Aumentou de 15°C em 2000-2004 para 17,7°C em 2015-2019. “Isto significa que somos menos vulneráveis ​​ao calor do que éramos no início do século”, diz a investigadora, que atribui a redução da vulnerabilidade ao “progresso socioeconómico geral, melhorias no comportamento individual e medidas de saúde pública”. Algumas dessas medidas incluem avanços na assistência médica, mais ar-condicionado e melhores informações públicas que mantiveram as pessoas em ambientes fechados e hidratadas nos momentos em que registaram temperaturas extremas.

No entanto, Elisa Gallo alerta para a necessidade de usar estratégias que visem a redução ainda maior da mortalidade e monitorizar exaustivamente os efeitos das alterações climáticas nas populações vulneráveis, para fazer face aos verões “ainda mais quentes” que se avizinham.

“Temos que considerar as alterações climáticas como uma questão de saúde”, disse a investigadora ao New York Times Elisa Gallo. “Ainda temos milhares de mortes causadas pelo calor todos os anos, por isso ainda temos que trabalhar muito e temos que trabalhar mais depressa.”

"Estamos a aproximar-nos rapidamente dos limites do que o corpo humano pode suportar", explicou ao NYT Jordan Clark, um responsável do Heat Policy Innovation Hub da Duke University. O planeta continua a aquecer, por isso "estamos numa corrida contra o tempo". "Não podemos adaptar-nos para sempre", disse. As ondas de calor estão a tornar-se mais severas e prolongadas à medida que as temperaturas globais aumentam. Acabar com a nossa dependência de combustíveis fósseis seria uma estratégia de mitigação essencial, defende Jordan Clark.

As últimas duas décadas levaram as pessoas a modificar seus comportamentos em resposta ao calor, reconhece Elisa Gallo. Outras mudanças a nível política, como melhorar o planeamento urbano, aumentar os espaços verdes, investir mais em energia renovável e transporte público e reduzir as emissões de gases de efeito estufa, podem contribuir para uma maior adaptação.

“A adaptação levou a menos mortes”, explicou ao NYT Joan Ballester, um das investigadores do Instituto de Barcelona e coautor do estudo. Mas em 2023, quase metade dos dias ultrapassou o limite de 1,5°C estabelecido pelo Acordo de Paris. “As projeções climáticas indicam que o limite de 1,5°C será provavelmente excedido antes de 2027, deixando-nos uma janela de oportunidade muito pequena para agir”, acrescenta Ballester. “As medidas [de adaptação] devem ser combinadas com esforços de mitigação por parte dos governos e da população em geral para evitar atingir pontos de inflexão e limiares críticos nas projeções de temperatura.”

MADEM-G15, cumpre com todas as formalidades necessárias junto às instituições competentes para recepção do seu Coordenador Nacional, Braima Camará, no dia 13 do corrente mês no aeroporto nacional Osvaldo Vieira às 11:00

 Movimento para Alternância Democrática - MADEM G15

A Ucrânia reivindicou hoje o controlo de 1.000 quilómetros quadrados de território russo na região fronteiriça de Kursk, onde as suas forças prosseguem uma ofensiva entretanto pela primeira vez assumida pelo Presidente, Volodymyr Zelensky.

© Reuters
Por Lusa  12/08/24
Kyiv diz controlar mil quilómetros quadrados de território russo
A Ucrânia reivindicou hoje o controlo de 1.000 quilómetros quadrados de território russo na região fronteiriça de Kursk, onde as suas forças prosseguem uma ofensiva entretanto pela primeira vez assumida pelo Presidente, Volodymyr Zelensky.

"Continuamos a efetuar operações ofensivas na região de Kursk. Neste momento, controlamos cerca de 1.000 quilómetros quadrados do território da Federação da Rússia", declarou o comandante das Foças Armadas ucranianas, Oleksandre Syrsky, durante uma reunião com o Presidente.

As forças ucranianas desencadearam na passada terça-feira uma incursão de assinalável amplitude na região fronteiriça russa de Kursk, a mais importante desde a invasão em larga escala da Ucrânia pelas forças russas em fevereiro de 2022.

De acordo com o governador interino de Kursk, Alexei Smirnov, que manteve previamente um contacto com Putin através de videoconferência, as forças ucranianas ocupam 28 localidades nesta zona.

Smirnov precisou que operação ucraniana se estende numa zona de 12 quilómetros de profundidade e 40 quilómetros de largura, com um balanço provisório de pelo menos 12 mortos e 121 feridos civis.

Leia Também: Presidente russo acusa Kiev de estar “a cumprir” a vontade “dos mestres ocidentais” e de tentar “desestabilizar” o povo russo. Seis dias depois de a Ucrânia ter dado início a uma surpreendente incursão em território russo, e no dia em que avança na segunda região, Putin falou. E prometeu ação

Leia Também: A Rússia acusou hoje dois oficiais das Forças Armadas ucranianas de crimes de terrorismo, devido à incursão lançada na semana passada na região russa de Kursk, que permitiu a Kyiv controlar cerca de 30 localidades.


Cerimónia de tomada de posse do Presidente Kagame.

 Presidência da República da Guiné-Bissau

O antigo Primeiro-ministro, Geraldo Martins, faz esclarecimento sobre o caso "Seis bilhões" que resultou na dissolução da Assembleia Nacional Popular em 2023.


 
Rádio Capital Fm  12.08.2024

Guiné-Bissau: Principais partidos guineenses prometem manifestações contra presidente

Por Lusa / Rádio Capital Fm  12/08/24 
Duas plataformas de partidos guineenses, que representam cerca de 95% dos deputados no parlamento, anunciaram hoje em Lisboa que vão convocar "manifestações populares" na Guiné-Bissau para resistir "à contínua violação da Constituição pelo Presidente Sissoco Embaló".

"Trata-se de encetar uma luta em conjunto para salvar a democracia na Guiné-Bissau", explicou Nuno Nabiam, coordenador-geral do Fórum para a Salvação da Democracia.
Conferência de imprensa conjunta dos Líderes políticos da Guiné Bissau, nomeadamente Domingos Simões Pereira, Abdu Mané, Fernando Dias e Nuno Gomes Nabiam, em  Lisboa. 12.08.2024
Domingos Simões Pereira, presidente da Plataforma Aliança Inclusiva -- Terra Ranka, liderada pelo partido mais votado, o PAIGC, salientou que "é uma convergência dos principais partidos para salvar a democracia".

"Antes que seja tarde. Amanhã pode ser tarde para nós todos", acrescentou.

Nuno Nabiam e Domingos Simões Pereira falavam aos jornalistas no final da assinatura de uma Declaração Política Conjunta, tendo a seu lado na mesa os líderes da União para a Mudança, Agnelo Regalla, Partido da Renovação Social, Fernando Dias, e o coordenador do Movimento para Alternância Democrática (Madem-G15) Abdu Mané.

Todos estes dirigentes políticos anunciaram que regressam ao longo dos próximos dias à Guiné-Bissau para contactar os demais partidos políticos e organizações da sociedade civil para avançarem com as manifestações.

Na Declaração, as duas plataformas consideram que o quadro político na Guiné-Bissau "é extremamente grave e propício a ruturas, com impacto e consequências imprevisíveis".

Domingos Simões Pereira garantiu que a resistência a Sissoco Embaló será feita "sempre com métodos democráticos" e destacou que a Declaração é um "alerta à sociedade (guineense) para a necessidade de evitar extremos, porque quando o povo se sente desrespeitado, se sente desatendido, cria-se potencialmente uma situação de anarquia".

"Eu acho que se tem abusado daquilo que me parece ser um sentimento de conformismo por parte do povo guineense", acrescentou.

Nuno Nabiam considerou, por seu lado, que o que o Presidente Sissoco está a fazer "é criar métodos de intimidação aos líderes dos partidos políticos".

"E isso não vai funcionar. Porque fazer política tem riscos e nós temos, como políticos, temos de assumir esse risco. Não podemos ver o nosso país a colapsar e ficarmos calados a ver Sissoco Embaló a fazer e a desfazer", vincou.

"Vamos assumir as nossas responsabilidades, mas daquilo que é da lei. Vimos aquilo que aconteceu no Senegal e nos outros países de África. Portanto, temos que sair à rua e exigir o fim da ditadura do Sissoco Embaló", defendeu.

O Presidente Sissoco Embaló, assiste à cerimónia de tomada de posse do Presidente Kagame, onde apresenta os seus cumprimentos, e deseja votos de sucesso no seu novo mandato.


 Presidência da República da Guiné-Bissau

A CEDEAO Avança Discussões Sobre O Serviço De Transporte Marítimo Praia-Dakar Em Cabo Verde

Por  Ecowas.int  12 Ago, 2024
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) organizou um workshop que reuniu Estados-Membros e diversas partes interessadas do setor marítimo para avaliar as opções financeiras, económicas e de implementação do projeto de transporte marítimo Praia-Dakar. Este evento inaugural representa um marco crucial para a conclusão dos estudos técnicos do projeto, assinalando um progresso significativo no âmbito do Projeto do Corredor de Transporte Praia-Dakar-Abidjan-Lagos, que visa reforçar a conectividade regional e promover a integração económica na África Ocidental.

O workshop, realizado na cidade da Praia, contou com a participação de especialistas e stakeholders que discutiram alternativas para a implementação de serviços marítimos, considerando opções como uma linha de contentores ou um serviço RoPax (transporte de passageiros e mercadorias). Os especialistas recomendaram uma terceira opção, que combina os serviços de contentores e RoPax, tendo em vista o objetivo de facilitar a livre circulação de pessoas e dinamizar o comércio intrarregional.

O evento incluiu um discurso de abertura proferido pelo Presidente do Conselho de Administração da ENAPOR, Empresa Nacional de Administração dos Portos de Cabo Verde, Eduardo Lima, que afirmou: “O corredor Praia-Dakar-Abidjan é um dos maiores projetos de integração e infraestrutura da nossa região. A sua concretização proporcionará aos cidadãos de Cabo Verde uma oportunidade significativa de acesso ao mercado de mais de 400 milhões de pessoas da CEDEAO, promovendo uma verdadeira integração entre os Estados-Membros em todas as vertentes. Sistemas de transporte e comunicação eficazes são essenciais para enfrentar os desafios da globalização económica, assegurando fiabilidade, qualidade, integridade e segurança.”

O Diretor em exercício de Infraestruturas da CEDEAO, Dr. Chris Appiah, destacou a importância do projeto, referindo que a linha marítima Praia-Dakar desempenhará um papel fundamental na rede de transportes da comunidade, oferecendo uma alternativa mais económica para a movimentação de mercadorias, o que é vital para a estratégia regional de crescimento económico e conectividade. Ao melhorar as ligações de transporte entre locais estratégicos, estamos a estabelecer as bases para o aumento da mobilidade, do turismo e do comércio em toda a África Ocidental.

Uma visita técnica ao Porto da Praia proporcionou insights valiosos sobre as infraestruturas, os mecanismos de segurança e as estruturas logísticas necessárias para o funcionamento dos serviços de transporte marítimo. As discussões no workshop centraram-se na validação de planos detalhados para a linha marítima Praia-Dakar,

incluindo estratégias financeiras recomendadas, benefícios económicos e execução logística. O objetivo é estabelecer esta linha marítima como um elemento chave da integração regional, facilitando as trocas económicas e promovendo novas oportunidades de crescimento, integrando Cabo Verde no mercado dos demais Estados-Membros da CEDEAO. Prevê-se que a linha marítima esteja operacional até ao final de 2026.

O ministro da Defesa russo, Andrei Belousov, insistiu hoje que a guerra da Rússia não é contra a Ucrânia, mas sim contra o "Ocidente coletivo", liderado pelos Estados Unidos e seus aliados.

© GAVRIIL GRIGOROV/POOL/AFP via Getty Images
Por Lusa  12/08/24
 Ministro da Defesa russo insiste que a guerra é com o Ocidente
O ministro da Defesa russo, Andrei Belousov, insistiu hoje que a guerra da Rússia não é contra a Ucrânia, mas sim contra o "Ocidente coletivo", liderado pelos Estados Unidos e seus aliados.


"A operação militar especial" russa na Ucrânia, "é, de facto, um confronto armado entre a Rússia e o Ocidente coletivo", disse Belousov na abertura do fórum Armiya-2024 (Exército-2024), nos arredores de Moscovo.

A Rússia designa oficialmente a guerra na Ucrânia, que invadiu em 24 de fevereiro de 2022, como uma "operação militar especial".

Belousov disse que o conflito se deve ao desejo dos Estados Unidos e dos seus aliados de manterem o domínio e "impedirem a construção de uma nova ordem mundial multipolar e igualitária".

"Nesse sentido, este confronto afeta os interesses de todos os países", afirmou, citado pela agência espanhola EFE.

Belousov disse que a Rússia vai continuar a modernizar o armamento e as forças armadas para ganhar vantagem sobre os inimigos, referindo que os trabalhos do fórum deste ano vão centrar-se nessa ideia-chave.

O Presidente russo, Vladimir Putin, também enviou saudações aos participantes no evento e disse esperar a assinatura de muitos contratos.

"Não tenho dúvidas de que (...) serão reforçados e estabelecidos novos laços promissores e celebrados contratos mutuamente benéficos entre o Ministério da Defesa e as empresas do complexo militar-industrial russo", disse Putin.

O fórum tornará "a interação dos nossos países próximos e amigos na esfera da segurança e da proteção dos interesses nacionais ainda mais eficaz", aacrescentou, numa mensagem em vídeo.

A edição deste ano da Armiya-2024 conta com a participação de representantes de cerca de 1.500 empresas do complexo militar-industrial russo, mas realiza-se em menor escala e durante apenas três dias.

Durante o evento, mais de 28.000 peças de equipamento militar e de dupla utilização estarão em exposição numa área de 160.000 metros quadrados.

Leia Também: A Rússia anunciou hoje o alargamento da zona de retirada de civis na região de Kursk, que faz fronteira com a Ucrânia, na sequência da incursão ucraniana iniciada em 06 de agosto 


Altos Dirigentes do MADEM-G15, em conferência de imprensa...

Entrevista de Sandji Fati para com os jornalistas👇
Video by Tuti Vitoria Iyere @FALADEPAPAGAIO

Em atualização...


Veja Também:

Movimento para Alternância Democrática - MADEM G15 : COMUNICADO À IMPRENSA 


Conflito adensa-se. Hezbollah lança cerca de 30 rockets contra Israel ...Não há registo de feridos.

© FADEL SENNA/AFP via Getty Images
Notícias ao Minuto  12/08/24

O Hezbollah disparou cerca de 30 rockets do Líbano em direção ao norte de Israel, na noite de domingo, avança a CNN Internacional.

A série de foguetes foi lançada depois de um ataque aéreo israelita no sul do Líbano ter ferido 12 pessoas, e vem intensificar a tensão existente entre as duas regiões após o assassinato de um dos principais líderes do Hamas no mês passado.

A organização terrorista apoiada pelo Irão afirmou que lançou o ataque em apoio ao povo palestiniano na Faixa de Gaza devastada pela guerra e em retaliação pelo ataque israelita no sul do Líbano, segundo a CNN.

Recorde-se que o  ataque israelita contra a cidade de Ma'aroub, no sul do Líbano, causou 12 feridos, incluindo seis crianças, segundo a Agência Nacional de Notícias do Líbano.

Alguns dos rockets lançados este domingo caíram em áreas abertas e não foram registados feridos.

Leia Também: Lufthansa suspende todos os voos para Telavive, Teerão, Beirute, Amã e Arbil. A Swiss International Air Lines também 


Obstipação: Prisão de ventre com a chegada da menstruação? Médica diz o que fazer

© Shutterstock
Notícias ao Minuto  12/08/24

Pode ser algo comum e existem formas de aliviar e evitar o desconforto. Uma gastroenterologista revela o que precisa de fazer.
Prisão de ventre com a chegada da menstruação? Médica diz o que fazer


"As flutuações hormonais que ocorrem antes da menstruação da mulher certamente podem afetar o intestino", começa por dizer a gastroenterologista Asma Khapra ao 'website' Well+Good.  Desta forma, a prisão de ventre pode ser algo frequente para as mulheres nesta altura. Ainda assim, existem formas de conseguir aliviar a questão.

"Alterações hormonais, especialmente o aumento da progesterona, desaceleram os intestinos, causando constipação", continua. Deixa algumas práticas que podem ajudar as mulheres nesta fase.

Beba bastantes líquidos
"Embora a água seja a melhor escolha, sumos de fruta, como o de ameixa, podem ajudar. Beber líquidos mornos de manhã também é eficaz."

Faça mais exercício
"A atividade física pode ser desconfortável quando está menstruada, mas até exercícios leves, como uma caminhada, podem ajudar."

Aumente a ingestão de fibras
"A fibra ajuda a trazer água para os intestinos e ajuda a saúde digestiva da próxima vez que o período estiver próximo."

Experimente um laxante
"Ajudam a tornar as fezes mais húmidas."

Junte um suplemento de magnésio
"O corpo não produz este mineral de forma independente e precisa de obtê-lo através da suplementação."


Moçambique: Mais de 1,5 milhões em Moçambique em crise ou emergência alimentar

© Lusa
Por Lusa  12/08/24 
Mais de 1,5 milhão de pessoas de três províncias moçambicanas do norte estavam, em junho, em situação de crise ou emergência de insegurança alimentar, indicou hoje o Grupo de Segurança Alimentar, que reconheceu não ter recursos.

De acordo com o relatório do primeiro semestre divulgado por aquele grupo, criado em 2011 e liderado conjuntamente pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e pelo Programa Alimentar Mundial (PAM), a situação verifica-se nas províncias de Niassa, Nampula e Cabo Delgado, esta última com 879 mil pessoas nesta situação, nomeadamente devido ao conflito terrorista.

"Os parceiros do FSC [na sigla em inglês, Food Security Cluster] apelam aos doadores para apoiarem o Plano de Necessidades e Resposta Humanitária [PNRH] de 2024, que visa 172 milhões de dólares [159,2 milhões de euros] para satisfazer as necessidades de aproximadamente um milhão de pessoas, incluindo as afetadas por conflitos", de acordo com o relatório do Grupo de Segurança Alimentar, com base na última análise da Classificação Integrada da Fase de Segurança Alimentar (IPC) no norte de Moçambique.

O documento acrescentou que a "resposta humanitária em Cabo Delgado é gravemente dificultada por recursos inadequados".

"Até junho de 2024, o PNRH do FSC foi financiado apenas em 34%, um forte contraste com o ano passado. Este défice de financiamento forçou os parceiros do FSC a tomar decisões difíceis, tais como reduzir as rações alimentares para chegar a mais beneficiários ou estender os serviços entre pessoas deslocadas, comunidades anfitriãs e repatriados, comprometendo assim a qualidade da assistência", indicou.

Reconheceu ainda que "apesar dos desafios intermitentes de acesso devido ao encerramento de estradas e à insegurança", os parceiros no terreno "estão a dar prioridade à manutenção de uma presença no terreno e à prestação dos serviços e fornecimentos necessários".

"A situação é grave, com mais de meio milhão de pessoas deslocadas e 623 mil regressadas a casa no norte de Moçambique. A destruição generalizada e os danos causados às infraestruturas, incluindo instalações recentemente reabilitadas, perturbaram os serviços nos distritos afetados por conflitos e reverteram os ganhos de desenvolvimento", referiu.

"A vulnerabilidade dos deslocados internos e dos repatriados, que continuam a depender da assistência humanitária para sobreviver, é significativa. Os regressos ocorrem frequentemente em áreas remotas onde as redes tradicionais de proteção comunitárias ainda não recuperaram", reconheceu igualmente o relatório.

Nos últimos meses, "a situação de segurança em Cabo Delgado deteriorou-se acentuadamente". Entre 26 de dezembro de 2023 e o final de maio de 2024, os ataques perpetrados por grupos armados "deslocaram aproximadamente 189.000 pessoas", na "maior deslocação desde 2017", apontou o documento.

"Esta violência espalhou-se por vários distritos, incluindo Ancuabe, Chiúre, Macomia, Mecufi, Metuge, Mocímboa da Praia, Muidumbe e Quissanga, com repercussões nos distritos de Erati e Memba, na província de Nampula. Estes ataques expandiram-se para áreas anteriormente não afetadas, levando a uma distribuição geográfica mais ampla das operações", admitiu o Grupo de Segurança Alimentar.

Além disso, acrescentou que o ataque no distrito de Macomia, em maio, "resultou na suspensão da assistência a 89 mil pessoas, agravando ainda mais a crise".

O Grupo de Segurança Alimentar coordena respostas de segurança alimentar durante e após uma crise humanitária, na disponibilidade, no acesso, na utilização e na estabilidade de alimentos, com uma rede de mais de 1.000 parceiros em 29 países.

Cabo Delgado enfrenta desde outubro de 2017 uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico.

O último grande ataque deu-se em 10 e 11 de maio à sede distrital de Macomia, com cerca de uma centena de insurgentes a saquearem a vila, provocando vários mortos e fortes combates com as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique.


A Rússia anunciou hoje a retirada dos habitantes de um bairro da região de Belgorod, na fronteira com a Ucrânia, face a uma ofensiva ucraniana, incluindo uma incursão armada na região vizinha de Kursk

© Getty Images
Por Lusa  12/08/24 
 Rússia retira população da zona de Belgorod perante ofensiva ucraniana
A Rússia anunciou hoje a retirada dos habitantes de um bairro da região de Belgorod, na fronteira com a Ucrânia, face a uma ofensiva ucraniana, incluindo uma incursão armada na região vizinha de Kursk.


"Parece uma manhã alarmante para nós: há atividade inimiga na fronteira da zona de Krasnoyaruzhsky", disse o governador da região de Belgorod, Vyacheslav Gladkov, num vídeo publicado na plataforma de mensagens Telegram.

"Para a segurança das vidas e da saúde da nossa população, estamos a começar a transferir" os habitantes desta zona "para locais mais seguros", acrescentou.

De acordo com dados oficiais, o bairro tem uma população de cerca de 14.000 habitantes.

Este anúncio surge no momento em que o exército russo enfrenta, desde terça-feira passada, uma incursão armada sem precedentes na região de Kursk, na qual participam "milhares de soldados" ucranianos, disse um alto funcionário ucraniano.

A região de Belgorod, próxima de Kursk, é alvo de ataques regulares ucranianos e de ataques de 'drones' em retaliação contra o ataque russo, indicou Kiev.

Desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022, as autoridades já ordenaram retiradas da população em várias ocasiões nesta região, na sequência de ataques particularmente violentos que visaram, em particular, as áreas de Graivoron e Chebekino.

Leia Também: O “impossível tornou-se possível” na guerra entre Ucrânia e Rússia 


Ucrânia: O incêndio que deflagrou no domingo à noite na central nuclear de Zaporijia, no sul da Ucrânia, foi "totalmente extinto", anunciou hoje o chefe da administração criada pelos russos na região.

© Ukrainian Presidency / Handout/Anadolu via Getty Images
Por Lusa  12/08/24 
 Incêndio na central de Zaporíjia "totalmente extinto"
O incêndio que deflagrou no domingo à noite na central nuclear de Zaporijia, no sul da Ucrânia, foi "totalmente extinto", anunciou hoje o chefe da administração criada pelos russos na região.


"O incêndio que deflagrou na torre de refrigeração da central nuclear de Zaporijia, após um ataque das forças armadas ucranianas, foi totalmente extinto", declarou Vladimir Rogov.

Kyiv, por outro lado, acusou a Rússia de estar na origem do incêndio.

A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), que conta com uma equipa de especialistas na central elétrica ucraniana, indicou que "nenhum impacto foi relatado na segurança nuclear" após o incêndio.

"Os especialistas da AIEA viram um forte fumo negro vindo da parte norte" do local, depois de ouvirem "múltiplas explosões à noite", e foram informados pela administração "de um alegado ataque de drones a uma das torres de refrigeração", disse a agência da ONU na rede social X (antigo Twitter).

A AIEA tem apelado repetidamente à contenção, temendo que uma "ação militar imprudente" desencadeie um "grande acidente nuclear".

A central elétrica de Zaporijia, a maior da Europa, está ocupada desde março de 2022 pelos russos. Situa-se em Energodar, ao longo do rio Dniepre, que funciona como linha da frente natural entre os dois beligerantes.

Leia Também: Incêndio deflagra na central de Zaporíjia, sem impacto na segurança


O Quénia foi o melhor país africano nos Jogos Olímpicos de Paris com um total de 11 medalhas que colocaram o país em décimo sétimo lugar na classificação geral.

  VOA Português
Estados Unidos tiveram dominação quase total
O Quénia foi o melhor país africano nos Jogos Olímpicos de Paris com um total de 11 medalhas que colocaram o país em décimo sétimo lugar na classificação geral.

O Quénia venceu quatro medalhas de ouro, duas de prata e cinco de bronze.

A Argélia teve três medalhas,duas de ouro e uma de bronze ficando em trigésimo nono lugar e África do Sul ficou em 44 lugar com mais medalhas do que a Argélia mas menos de ouro levantando o eterno debate sobre o que conta mais, ouro ou o total de medalhas.

O Quénia ficou em terceiro lugar na lista de países com um PIB inferior a 10.000 dólares, atrás do Uzbequistão e Ucrânia

Ainda no que diz respeito à participação africana um pormenor curioso ocorreu na maratona feminina este fim de semana em que o primeiro lugar foi para Sifan Hassan da Holanda, segundo lugar para Tigs Assefa da Etiópia e o terceiro lugar para Hellen Obiri do Quénia.
Sifan Hassan, da Holanda

Sifan Hassan nasceu na Etiópia só chegou a Holanda aos 15 anos de idade onde viria depois a adquirir a naconalidade holandesa em 2013.

Muitos etíopes reivindican Hassan para si e dizem que ficaram em primeiro e segundo lugar na maratona feminina.

Estados Unidos dominam em todos os aspetos

No que diz respeito à contagem total de medalhas os Estados Unidos foramm os grandes vecnedores com um total de 126 medalhas sendo 40 de ouro 44 de prata e 42 de bronze.

A China ficou em segundo com um total de 91 medalhas, 40 de ouro, 27 de prata e 24 de bronze

Japão está classificado em terceiro ugar com um total de 45 medalhas, Austrália em quarto com um total de 53 e França em quinto com um total de 64 pororque Japão tem 20 de ouro, Austrália 18 e Franca 16.

Por qualquer ângulo que seja feita a contagem de medalhas os Estados Uidos são no entanto os grandes vencedores.

Nos eventos masculinos venceram 52 medalhas com 23 de ouro, França venceu 38, China 34.

Nos femininos Estados Unidos venceram 67 medalhas, China 50, Austrália 30.

Por competiçõees envolvendo equipas Estados Unidos venceram 28 medalhas, Grã Bretanha 21, China 19.

Em competições individuais Estados Unidoss venceram 97 medalhas, hina 72, França 53.

No que diz respeito a paises com menos de 10 milhões de habitantes, Nova Zelândia no topo com 20 medalhas, Hungria em segundo com 19, Dinamarca com 9.

domingo, 11 de agosto de 2024

Cerca de dois terços dos casos de homicídios na África do Sul continuam por resolver devido à falta de provas ou de indícios suficientes, de acordo com números oficiais publicados hoje.

© Getty Images
Por Lusa  11/08/24

 Dois terços dos casos de homicídios na África do Sul estão por resolver
Cerca de dois terços dos casos de homicídios na África do Sul continuam por resolver devido à falta de provas ou de indícios suficientes, de acordo com números oficiais publicados hoje.

A polícia encerrou mais de 76 mil casos de homicídio, dos quase 115 mil registados entre 2018-2019 e dezembro de 2023, indicam dados tornados públicos pelo partido Aliança Democrática (DA, centro liberal) e citados pela agência France-Presse (AFP).

Este número, "surpreendentemente elevado", segundo Lisa Schickerling, deputada do DA, é parcialmente explicado pela falta de inspetores com formação suficiente, devido à falta de financiamento.

"A carga de trabalho dos inspetores é incrivelmente pesada. A maioria tem entre 350 e 500 processos cada", disse à AFP Schickerling, porta-voz adjunta do procurador para assuntos policiais.

Além dos homicídios, foram também arquivados mais de 61 mil casos de violação e 9 mil raptos no mesmo período, indicam dados fornecidos ao Ministério Público pelo ministro da Polícia após solicitação dos parlamentares.

"Esta é uma situação deplorável que requer uma intervenção urgente", disse Lisa Schickerling.

A África do Sul tem uma das taxas de criminalidade mais elevadas do mundo, com quase 84 homicídios cometidos todos os dias entre outubro e dezembro de 2023, segundo dados oficiais.

A Aliança Democrática (na sigla em inglês), durante muito tempo o principal partido da oposição, faz agora parte de um amplo governo de coligação liderado pelo Congresso Nacional Africano (ANC).


Ouçam #Malam #Ndjai juventude de MADEM-G15, expressou fatos bem claro sobre partido.


 Leopold Sedar Domingos

Guerra na Ucrânia: Zelensky diz que ataque russo com mísseis norte-coreanos foi "terrorista"

© Lusa
Por Lusa  11/08/24 
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, qualificou de "terrorista" um ataque russo com quatro mísseis norte-coreanos KN 23 que causou, pelo menos, dois mortos e vários feridos.

"Este é um ataque terrorista deliberado contra a Ucrânia", sublinhou Zelensky na sua conta do Telegram, na qual escreveu que um homem e o filho de quatro anos foram mortos em Brovary, perto de Kyiv.

Zelenski apelou aos aliados do país para que tomem "decisões firmes" e levantem as restrições às "ações defensivas" da Ucrânia, referindo-se à proibição da utilização de mísseis ocidentais de longo alcance, como o ATACSM, contra alvos militares, como aeródromos, dentro do território russo.

Só esta semana, a Rússia lançou mais de 30 mísseis e mais de 800 bombas aéreas guiadas contra a Ucrânia, disse o Presidente.

"Os russos não têm restrições geográficas à utilização de tais armas: desde os primeiros dias da guerra em grande escala, todo o território do nosso país tem estado sob a ameaça de um ataque constante", sublinhou Zelensky.

O comandante da Força Aérea, general Mikola Oleshchuk, afirmou hoje que, embora os mísseis norte-coreanos KN-23 raramente atinjam os seus objetivos, representam um grande perigo para a população.

"Embora raramente atinjam os alvos pretendidos, os mísseis balísticos KN-23 representam uma séria ameaça para a população. Tomem cuidado convosco e com os vossos entes queridos", escreveu Oleshchuk no seu canal Telegram.

Entretanto, o exército russo reconheceu hoje que as tropas ucranianas tinham penetrado profundamente na região de Kursk, afirmando ter travado os seus avanços perto de três localidades situadas a cerca de trinta quilómetros em linha reta da fronteira.

Em comunicado, o exército afirma ter impedido "tentativas de penetração" de "grupos blindados móveis" inimigos perto das localidades de Tolpino, Jouravli e Obchtchi Kolodez.


No âmbito das celebrações do 50º aniversário da JAAC e do Centenário do Líder Imortal e, em reconhecimento do Presidente do PAIGC há uma década diante do Paigc, sob o lema "LUTAR POR UMA CAUSA".

Radio Voz Do Povo

Vice-coordenador do MADEM-G15, Fidélis Forbs fala Imprensa


Veja Também: Conferência de Imprensa da Direção Superior do MADEM-G 15 


Incursão ucraniana visa "desestabilizar a situação na Rússia"

© Reuters
Por Lusa  11/08/24 
"Milhares" de soldados ucranianos estão a participar numa incursão na região russa de Kursk, com o objetivo de 'esticar' as forças do Kremlin e 'desestabilizar a situação na Rússia', disse no sábado um alto funcionário da Defesa ucraniana.

"Estamos na ofensiva. O objetivo é esticar as posições do inimigo, infligir o máximo de perdas, desestabilizar a situação na Rússia - porque eles são incapazes de proteger as suas próprias fronteiras - e levar a guerra para o território russo", disse o oficial no sábado à noite à AFP e sob condição de anonimato.

Na quarta-feira, o Exército russo disse que a Ucrânia tinha enviado mil dos seus soldados para a sua incursão na região de Kursk, uma operação de uma escala sem precedentes que ocorre dois anos e meio após o início da invasão russa na Ucrânia.

"Há muitos mais", retorquiu o responsável ucraniano, estimando o seu número em "milhares".

Durante dias, as autoridades ucranianas mantiveram um silêncio quase total sobre esta ofensiva, que parece ter apanhado o Kremlin desprevenido e permitido aos ucranianos penetrar, segundo os analistas, pelo menos quinze quilómetros em território russo.

Pela primeira vez, o Presidente Volodymyr Zelensky referiu-se em meias palavras a esta operação no seu discurso diário de sábado à noite, dizendo que Kyiv estava a tentar "deslocar a guerra" para a Rússia.

Um ataque surpresa que, segundo o responsável ucraniano entrevistado pela AFP no sábado à noite, elevou o moral da sociedade ucraniana e do Exército, exausto por dois anos e meio de invasão russa.

"Foi uma operação muito boa" que "apanhou os russos desprevenidos" e "elevou realmente o nosso moral, o do Exército ucraniano, o do Estado e o da sociedade", disse o responsável. Depois de meses de recuos na frente oriental, "esta operação mostrou que podemos atacar e avançar".

De acordo com esta fonte, no entanto, a incursão ainda não enfraqueceu a ofensiva russa no leste da Ucrânia, onde as tropas do Kremlin, maiores e mais bem equipadas, têm vindo a ganhar terreno há meses.

"Em princípio, a situação não se alterou. A pressão no leste continua, não estão a retirar as suas tropas desta zona", apesar de 'a intensidade dos ataques russos no leste ter diminuído um pouco', disse este responsável ucraniano.

A Ucrânia está a "respeitar rigorosamente o direito humanitário internacional" durante a sua incursão na Rússia.

"É muito importante que a Ucrânia não viole nenhuma convenção, respeitamos rigorosamente o direito humanitário: não executamos prisioneiros, não violamos mulheres, não pilhamos", disse este responsável.

"Butcha, Irpine - nada disto aconteceu ou vai acontecer", acrescentou, referindo-se às atrocidades alegadamente cometidas pelas tropas russas nestas cidades ucranianas no início de 2022.

Leia Também: Explosões ouvidas em Kyiv após ataque aéreo russo


PAIGC lamenta centenário de Amílcar Cabral sem comemoração oficial

© Lusa
Por Lusa  11/08/24 
O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) lamenta que o centenário do nascimento do líder histórico, Amílcar Cabral, se cumpra este ano sem "a dignidade" de comemorações oficiais na Guiné-Bissau.

"Não era isto que esperava", disse o vice-presidente do partido, Califa Seide, em entrevista à Lusa no âmbito do centenário do nascimento do fundador do partido e da nacionalidade guineense, que se cumpre a 12 de setembro.

O partido decidiu assinalar a data com iniciativas ao longo do ano no país e na diáspora e lamenta que não esteja programada qualquer cerimónia oficial do Estado.

Mais do que silenciar Amílcar, para o vice-presidente do PAIGC, "há uma tentativa de branquear tudo o que é história da Guiné-Bissau porque a história da Guiné-Bissau não pode contar-se sem se falar do PAIGC, a história do PAIGC confunde-se com a história da Guiné-Bissau".

"Amílcar Cabral fundou o PAIGC, Amílcar Cabral é o fundador da nossa nacionalidade, não só da Guiné, mas de Cabo Verde, e como tal é estranho porque é que não se comemora dia 12 de setembro aqui na Guiné-Bissau, não é feriado nacional", considerou Califa Seide.

Para o dirigente do PAIGC "querem, até certo ponto branquear a história, podem tentar, mas não vão conseguir porque não vão eternizar-se no lugar onde estão".

Califa Seide referiu que algumas datas históricas foram banidas na Guiné-Bissau, como o 20 de janeiro, dia em que Amílcar Cabral foi assassinado, em 1973, ou o 08 de março, dia da Mulher, assim como o 03 de agosto, data do massacre no porto de Pindjiguiti na Guiné colonial, em 1959.

"São datas históricas, nós PAIGC e a população da Guiné-Bissau comemoramos isso. É uma forma de resistência, também", afirmou, acrescentando que enquanto existir o PAIGC, não vai permitir "de forma nenhuma que seja branqueada a história deste país".

O vice-presidente do partido lembrou que logo na primeira sessão da Assembleia Nacional Popular saída das eleições de junho de 2023, a maioria da coligação PAI-Terra Ranka, liderada pelo PAIGC, apresentou uma proposta para as comemorações do centenário natalício de Cabral.

Imediatamente a seguir, em dezembro de 2023, o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, dissolveu o parlamento.

"A partir daí criou-se um Governo de iniciativa presidencial que praticamente não ligou a essa resolução", disse.

O PAIGC assumiu que tem a responsabilidade de comemorar "com dignidade o centenário de Amílcar Cabral" e está a promover desde janeiro até ao final do ano vários eventos, com o ponto alto em setembro.

"Janeiro vitorioso" como se refere ao primeiro mês do ano é o que tem mais datas históricas, concretamente no dia 20 o assassinato de Cabral, a 23 o dia do início da luta armada de libertação nacional e a 30 o assassinato da heroína Titina Silá.

"Essas datas foram comemoradas pelo PAIGC, apesar de certas vicissitudes que tivemos durante a celebração. Dia 20 de janeiro foi-nos impedido de entrar no mausoléu de Amílcar Cabral", contou, referindo que também foram impedidos de se aproximarem da estátua de Titina Silá, no jardim em frente ao liceu de Bissau.

"Apesar disso tudo, nós comemoramos com dignidade essas datas históricas fundamentais", acrescentou.

Em fevereiro foi recordado o primeiro congresso de Cassacá, em 1964, o momento em que Amílcar Cabral defendeu a sua teoria da criação do homem novo, de reafricanização das mentes dos africanos e o conceito de Estado-Nação, conseguindo unir todos os grupos étnicos da Guiné-Bissau.

Em março foram à ilha do Como, que resistiu mais de 70 dias ao cerco do colonizador e afastou as tropas coloniais portuguesas.

"Temos ido a várias localidades do interior e na diáspora para todos sentirem Amílcar Cabral, se fossemos Governo teria outra dimensão", declarou.

Setembro, o mês do aniversário, será o ponto alto com o simpósio internacional, no dia 12, que juntará académicos e cientistas a falar das diferentes perspetivas de Cabral, em Bafatá, a cidade natal do líder histórico.

Segundo Califa Seide, "dentro em breve" o presidente do PAIGC  e da Assembleia Nacional Popular, Domingos Simões Pereira, que se encontra fora do país desde a dissolução do parlamento, vai juntar-se às comemorações.

"Estará cá", foi a resposta do vice-presidente à pergunta quando será o regresso.