sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023
UCRÂNIA/1 ANO: Embaixador russo interrompe minuto de silêncio na ONU
© Lusa
POR LUSA 24/02/23
O confronto entre a Rússia e a Ucrânia, transferido também para a Organização das Nações Unidas (ONU), chegou hoje aos minutos de silêncio, com Moscovo a protestar pelos termos do gesto pedido pela diplomacia ucraniana.
Na sessão de hoje do Conselho de Segurança da ONU para assinalar um ano de guerra da Rússia na Ucrânia, o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba, convidado para a reunião, pediu a todos os presentes que se levantassem e fizessem um minuto de silêncio "em memória das vítimas desta agressão".
O corpo diplomático presente no salão - incluindo muitos ministros das Relações Exteriores de vários países - levantaram-se quase de imediato, mas o embaixador russo, Vasily Nebenzya, que não se levantou, começou a bater na mesa numa tentativa de chamar a atenção da presidência do Conselho - pertencente a Malta - , para também ele exigir o direito à palavra.
"Peço um minuto de silêncio, mas por todas as vítimas e todas as vidas, pelos caídos desde 2014 [quando a Rússia lançou uma intervenção nas províncias orientais da Ucrânia]", disse Nebenzya.
Os delegados, entre os quais vários ministros, hesitaram naquele momento e decidiram sentar-se.
O próprio secretário-geral, António Guterres, que primeiro se levantara, também se sentou, mas pareceu hesitar, tal como os outros.
Após vários gestos com a mão de Nebenzya, finalmente Guterres levantou-se novamente e, atrás dele, todos o corpo diplomático se levantou num minuto de silêncio.
Veja o momento, partilhado nas redes sociais, abaixo.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, há exatamente um ano, 8.006 civis mortos e 13.287 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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OMS conseguiu fazer chegar ajuda a cerca de 120 mil pessoas na Ucrânia
© Reuters
POR LUSA 24/02/23
Cerca de 120 mil pessoas receberam medicamentos e material médico essencial para a linha da frente de combate na guerra da Ucrânia, anunciou, esta sexta-feira, a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Ao longo dos 12 meses de conflito, a OMS conseguiu fazer chegar 12 comboios humanitários para mais de uma dúzia de postos de assistência, nas regiões de Kharkiv, Donetsk e Zaporíjia, transportando 'kits' de emergência médica e material sanitário, com o volume de 3.000 toneladas, para tratar traumas e doenças não transmissíveis, de acordo com um comunicado hoje divulgado pela OMS.
"A entrega desses comboios marca um momento importante para garantir que as populações tenham acesso a cuidados de saúde essenciais e outras necessidades em áreas que foram significativamente danificadas pela guerra", explicou o representante da OMS na Ucrânia, Jarno Habicht.
Segundo o comunicado, a ajuda da OMS permitiu tratar 35.000 doentes com necessidades de cirurgia de emergência, entregar 'kits' de emergência médica a 1,9 milhões de pessoas e 'kits' para doenças não transmissíveis a 5,6 milhões de pessoas e entregar 85 geradores de energia em unidades de saúde.
Foram ainda entregues 41.000 vacinas, metade das quais contra a Covid-19 e foram reaproveitados 60 autocarros para apoiar o esforço de vacinação.
A OMS doou 59 ambulâncias e entregou 4.500 produtos médicos a 11 hospitais.
"Estes suprimentos estão a salvar vidas", assegurou Habicht.
A OMS informou que mais comboios de assistência médica estão programados para chegar às zonas de mais difícil acesso na Ucrânia, em iniciativas com outras agências das Nações Unidas como o Programa Mundial de Alimentos (PAM), Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), e Organização Internacional para Migração (OIM).
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Rússia está num "beco sem saída"
SIC Notícias
Miguel Albuquerque, presidente do Governo da Madeira, acredita que guerra na Ucrânia se vai arrastar.
Miguel Albuquerque, presidente do Governo da Madeira, defendeu esta sexta-feira que "a democracia exige sacrifícios", considerando que a guerra na Ucrânia vai arrastar-se, porque a Rússia está num "beco sem saída", sendo necessário maior resistência e concentração de recursos.
"Esta é uma guerra devastadora, cruel e, neste momento, é, do meu ponto de vista, um beco sem saída para a Rússia", afirmou o chefe do executivo madeirense (PSD/CDS-PP), em declarações aos jornalistas à margem de uma visita que efetuou a uma empresa do ramo dos seguros, no Funchal, a propósito do facto de hoje se assinalar um ano do início do conflito na Ucrânia.
Segundo Miguel Albuquerque, a Rússia "é um estado autocrático neste momento" e um grande número de empresas ocidentais, "as mais modernas", já abandonou o país.
"Há uma ou duas gerações da Rússia que vão perder o acompanhamento da modernidade", salientou.
Contudo, acrescentou, que apesar de a guerra ser "uma tragédia para o povo ucraniano", levou à união da Europa e do Ocidente "e a que alguns políticos europeus, sobretudo do centro e norte da Europa começassem a perceber que não é possível estabelecer relações contactuais, ou tratar como parceiros normais, as ditaduras".
"Neste momento, há uma concentração de recursos na ajuda à Ucrânia, que está fortalecida" e a NATO, "que diziam que estava em decomposição, neste momento está mais forte, sendo importante que isso aconteça para defender os valores das sociedades ocidentais, que é a moderação, o pluralismo, a defesa dos direitos humanos, as liberdades", afirmou.
Miguel Albuquerque disse ainda que quem vive "em sociedades privilegiadas" tem de entender que a democracia, a liberdade, o bem-estar, os direitos humanos, "exigem sacrifícios".
"Ou seja, a democracia exige sacrifícios dos cidadãos", insistiu.
Relativamente à duração do conflito na Ucrânia, o presidente do Governo Regional anteviu que se irá "arrastar e exigir uma maior resistência e concentração de recursos", dizendo não acreditar numa "solução sequer negociada, porque numa autocracia o poder de um homem está dependente do sucesso da guerra".
Sobre as consequências da guerra, Miguel Albuquerque perspetivou que "a inflação vai descer, sendo provável já neste segundo semestre", na sequência das "medidas que já foram tomadas pelo Banco Central Europeu", embora mais tarde do que as da Reserva Federal.
"Guerra destruiu a reputação internacional da Rússia"
© Win McNamee/Getty Images
Notícias ao Minuto 24/02/23
O secretário de Estado dos EUA considerou, esta sexta-feira, que a invasão da Ucrânia deixou a Rússia "enfraquecida e isolada".
A invasão russa da Ucrânia "destruiu a reputação internacional da Rússia, deixou-a enfraquecida e isolada e dizimou a sua economia", disse esta sexta-feira Anthony Blinken, secretário de Estado dos Estados Unidos, em comunicado.
"A decisão do presidente Putin separou famílias, forçou milhões a deixar as suas comunidades, destruiu casas, escolas, hospitais e outras infraestruturas civis, exacerbou uma crise alimentar global, desestabilizou os mercados de energia e minou a paz e a segurança internacionais", argumentou Blinken, no dia em que se marca um ano desde o início da invasão, que causou, segundo as Nações Unidas, mais de 8 mil civis mortos.
"Um ano depois, Kyiv está em pé e a Ucrânia está em pé", disse o secretário de Estado, citando o presidente norte-americano, Joe Biden.
"O presidente Putin começou esta guerra ilegal e tem o poder de acabar com ela. Os Estados Unidos apoiam fortemente a Ucrânia na sua defesa e continuaremos a fazê-lo até que a sua soberania seja respeitada e o seu povo possa moldar um democrático, em liberdade e paz", concluiu Blinken, que realçou a "resiliência" dos ucranianos como uma qualidade que tem servido de "inspiração para o mundo".
Braima Camará: A Guiné-Bissau está na rampa do desenvolvimento, bem representada a todos os níveis.
Hoje dia 24 de fevereiro, estive presente nas instalações da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA), em Lisboa a convite de sua Excelência, o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, para participar na conferência sobre a “Democracia em África”, a quem agradeço desde já.
A conferência foi promovida pela Internacional Democrática do Centro (IDC) e contou com a presença de dirigentes dos partidos que compõem a IDC Internacional e IDC África, a honrosa presença de chefes de Estado e de Governo, bem como os líderes partidários.
A Guiné-Bissau está na rampa do desenvolvimento, bem representada a todos os níveis.
HORA TCHIGA!
DIREÇÃO-GERAL DA MIGRAÇÃO DETÉM CIDADÃO DA GUINÉ COM NACIONALIDADE FRANCESA ACUSADA DE TRÁFICO DE SERES HUMANOS
Por radiosolmansi.net
O Governo, através da Direcção-Geral da Migração e Fronteiras, intercetou, esta semana, no aeroporto internacional Osvaldo Vieira, um cidadão da República da Guiné, com nacionalidade francesa, na tentativa de levar uma rapariga supostamente de forma clandestina para Europa.
Em conferência de imprensa, hoje, o Diretor-Geral da Migração e Fronteiras, Lino Leal da Silva, diz que nas linguagens da sua instituição o homem em causa estaria a cometer crimes de tráfico de seres humanos e de migração clandestina.
“Foi atropelado um cidadão da Guiné com a nacionalidade francesa, no aeroporto internacional Osvaldo Vieira, que tentava viajar com uma rapariga que supostamente era a sua filha, mas na realidade vimos que não era verdade. A sua própria filha tem a nacionalidade francesa, mas estava a viajar com a rapariga em nome da sua filha. Na nossa linguagem tratamos isso como trafico dos seres humanos e migração clandestina”, explica ainda este responsável questionando ainda do porquê de tomar um visto na Guiné e porque teria que vir via Quebo para embarcar na Guiné-Bissau.
Lino Leal explica ainda que o cidadão em causa será traduzido ainda hoje à Polícia Judiciária para que seja ultimado o trabalho de investigação.
“Estamos intransigentemente na segurança do nosso aeroporto e da nossa fronteira em todos os domínios. O nosso país, o nosso aeroporto e o nosso território não serão jamais usados para fins alheios e para atingir a Europa”, garante.
“Temos ainda a amabilidade de contatar a embaixada de França para pedir a autenticidade destes passaportes e esta manhã nos informaram que realmente é valido, mas que estavam a tentar levar uma pessoa que não é detentora de um dos passaportes”, avança.
Em relação à nova gama de passaporte que começou a circular no país desde janeiro último, o responsável máximo da Direcção-Geral da Migração e Fronteiras assegurou que este tem 80% de segurança, ou seja, é comparado com os passaportes francês, americano e brasileiro, e “por isso não vamos dar a ninguém este passaporte para que faça outros usos em nome da Guiné-Bissau”.
“O que é da Guiné-Bissau deve ficar para os seus filhos”.
No decorrer da conferência de imprensa, o responsável exibiu um monte de documentos obtidos de forma ilegal intercetados na tentativa da obtenção do passaporte guineense.
Por: Braima Sigá
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GUERRA NA UCRÂNIA: Vários detidos em cidades russas por protestos contra a guerra
© Contributor/Getty Images
POR LUSA 24/02/23 14
As forças de segurança russas detiveram hoje em várias cidades pessoas que protestavam solitariamente contra a campanha militar russa na Ucrânia, indicou a organização OVD-Info, vocacionada para acompanhar os detidos e declarada agente estrangeiro por Moscovo.
Pelo menos quatro pessoas foram presas no centro de Barnaul, Sibéria oriental, no dia em que se cumpre um ano da invasão militar da Ucrânia em larga escala pelas Forças Armadas russas.
Um dos detidos é um residente local que segurava numa praça um cartaz com a frase "Não fiques calado". Os restantes detidos depositaram flores, garante esta organização.
Sete pessoas também foram detidas em Ecaterimburgo (junto aos montes Urais) frente à estátua de bronze de três metros erguida em 2017 em memória das vítimas das repressões estalinistas.
Outras cinco pessoas foram detidas perto do monumento ao escritor ucraniano Taras Shevchenko em São Petersburgo e onde depositaram flores.
Também foram registadas detenções em Khabarovsk, Vladivostok, Irkutsk ou Nizhni Novgorod, onde foi detido um deputado municipal que transportava um cartaz com a frase "Paz para a Ucrânia. Soldado, regressa a rua casa".
Nos últimos 12 meses a OVD-Info registou em todo o país 19.586 detenções em 76 regiões russas durante protestos contra a campanha militar russa na Ucrânia.
Pelo menos 447 pessoas foram processadas por envolvimento em protestos contra a guerra, com 128 atualmente detidas.
Em 04 de março de 2022, oito dias após ter desencadeado a sua "operação militar especial" na Ucrânia, o Presidente russo Vladimir Putin promulgou uma lei que pune a difusão de "informação falsa" sobre o Exército russo com elevadas multas ou com três a 15 anos de prisão.
Em concreto, o decreto prevê entre 10 a 15 anos de prisão a propagação de informação falsa sobre as Forças Armadas que implique "graves consequências".
Prevê ainda penas de prisão até cinco anos por "ações públicas" que procurem desprestigiar o desempenho das Forças Armadas russas "na defesa dos interesses da Rússia e dos seus cidadãos, na preservação da paz e segurança internacionais".
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, pelo menos 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.199 civis mortos e 11.756 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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Pela primeira vez há consulta de asma num hospital da Guiné-Bissau
© Lusa
POR LUSA 24/02/23
O Hospital Nacional Simão Mendes, principal unidade hospitalar da Guiné-Bissau, já realiza consultas para doentes com asma, o que é descrito pelo médico responsável, Ibrahim Silva Danso, como "algo inédito".
"Pela primeira vez há consulta de asma num hospital da Guiné-Bissau e é aqui no Simão Mendes", declarou à Lusa Ibrahim Silva Danso, clínico geral formado na China e que há um ano trabalha no principal hospital do país.
Ao regressar ao país, após um período de estágio no Brasil, Danso foi convidado pela direção do Simão Mendes a assumir a nova unidade de consulta de asma que até aqui não existia na Guiné-Bissau.
Normalmente, os pacientes guineenses com asma deslocavam-se até Ziguinchor ou Dacar, no Senegal, ou a Portugal para tratarem a doença.
Desde finais de dezembro que uma equipa, coordenada por Ibrahim Danso, em colaboração com a organização não-governamental espanhola Aida (Ajuda, Intercâmbio e Desenvolvimento), realiza às terças-feiras consultas de asma no Simão Mendes.
O médico responsável pelas consultas lembra que no primeiro dia que a iniciativa foi lançada apenas compareceu um doente: "Talvez porque ninguém acreditava que era verdade", disse.
"Na semana a seguir já tivemos 25 pacientes", observou Ibrahim Danso.
O doente, referiu ainda o médico, apenas paga mil francos cfa (cerca de 1,5 euros) e recebe gratuitamente os medicamentos disponibilizados pela Aida, que colabora com o Simão Mendes.
A consulta é feita apenas para doentes adultos, uma vez que ainda não existe no Simão Mendes um protocolo para o tratamento de crianças asmáticas, acrescentou Ibraim Danso.
"O hospital está a pensar criar um serviço de consulta para crianças com asma a partir da existência de um protocolo", sublinhou o médico.
De acordo com Ibrahim Danço, a Guiné-Bissau "tem muitos doentes de asma".
O clínico observou ainda que nas consultas que tem estado a liderar têm comparecido mais doentes de Bissau do que os do interior do país.
"Talvez porque ainda não sabem que já é possível fazer consulta de asma" no Simão Mendes, afirmou.
”Ligação à Base é parte mais importante da existência do PAIGC”, diz Domingos Simões Pereira
A quarta reunião do Projeto de Relançamento do Ensino e Formação Técnica e Profissional foi aberta hoje em Bissau no âmbito do mercado de trabalho e criação de mão de obra qualificada na Guiné-Bissau.
PRESIDENTE DA REPÚBLICA E COMANDANTE SUPREMO DAS FORÇAS ARMADAS, GENERAL ÚMARO SISSOCO EMBALÓ É PRESIDENTE DE HONRA DA REUNIÃO INTERNACIONAL SOBRE “DEMOCRACIA EM ÀFRICA”.
Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló
O Presidente da República, General Úmaro Sissoco Embaló, participou hoje na sessão inaugural da Conferência "Democracia em África" organizada pela Internacional Democrática de Centro (IDC), que decorre em Lisboa, na sede da UCCLA.
O Chefe de Estado guineense é o convidado de Honra deste evento que reuniu personalidades políticas do mundo inteiro.
Entre os dirigentes políticos presentes figuram para além do General Úmaro Sissoco Embaló, Presidente da Guiné-Bissau, Ulisses Correia e Silva, Primeiro-ministro de Cabo Verde e Presidente do MpD, o partido no poder, Patrice Trovoada, Primeiro-Ministro de São Tomé e Príncipe e Presidente da ADI, o partido no poder, e Adalberto da Costa Júnior, presidente da UNITA, principal partido da oposição angolana.
O presidente da principal formação da oposição em Moçambique, Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Ossufo Momade, o secretário-geral do partido marroquino Istiqlal, Nizar Baraka, o presidente da IDC Internacional e ex-Presidente da Colômbia Andrés Pastrana, bem como diversos dirigentes de partidos políticos da Guiné-Conacri, Burkina Faso, Madagáscar, Somália, e especialistas de assuntos políticos e de segurança de Espanha, França, Hungria e Reino Unido, participam igualmente na reunião.
UE e NATO desvalorizam plano da China lembrando proximidade ao Kremlin
© Lusa
POR LUSA 24/02/23
A presidente da Comissão Europeia e o secretário-geral da NATO desvalorizaram hoje o plano de paz chinês para a guerra na Ucrânia, considerando que Pequim "não tem credibilidade", pois "tomou partido" e assinou uma "parceria ilimitada" com Moscovo.
Numa conferência de imprensa conjunta em Tallin, num evento para assinalar o aniversário da independência da Estónia, mas também o primeiro aniversário da guerra lançada pela Rússia na Ucrânia, Ursula von der Leyen e Jens Stoltenberg desvalorizaram assim o plano de 12 pontos com vista a um cessar-fogo entre Ucrânia e Rússia apresentado por Pequim.
"Não é propriamente um plano de paz, mas antes princípios que a China partilha. E eu penso que temos de ver esses princípios contra um pano de fundo específico. E esse pano de fundo é que a China tomou partido, ao assinar por exemplo uma amizade ilimitada imediatamente antes de a invasão ter começado. Portanto, olharemos para os princípios, claro, mas vamos analisá-los tendo em conta esse pano de fundo de que a China tomou partido", declarou a presidente da Comissão.
Por seu lado, o secretário-geral da Aliança Atlântica comentou que "a China não tem muita credibilidade", porque, segundo frisou, as autoridades chinesas "não foram capazes de condenar a invasão ilegal da Ucrânia e assinaram dias antes da invasão um acordo entre o Presidente Xi [Jinping] e o Presidente [Vladimir] Putin sobre uma parceria ilimitada com a Rússia".
Quanto a um acordo de paz, Stoltenberg disse que o mesmo, atualmente, joga-se no campo de batalha, advogando que "uma solução de paz negociada" só poderá ser garantida com superioridade ucraniana no campo de batalha, razão pela qual é fundamental que seja reforçado o apoio a Kiev.
"O apoio militar é a única forma de criar as condições para fazer Putin ver que não vai ganhar no campo de batalha e que precisa de se sentar à mesa da negociação. Portanto, apoio militar hoje é a forma de assegurar um acordo de paz amanhã", defendeu.
A proposta da China foi divulgada hoje mas tinha sido anunciada no sábado pelo principal diplomata chinês, Wang Yi, durante a Conferência de Segurança de Munique e visa, segundo o responsável, alcançar "uma iniciativa de paz" que acabe com a guerra na Ucrânia cumprindo a Carta das Nações Unidas.
Com este anúncio, a China liderada pelo Presidente Xi Jinping reiterou a sua intenção de ser neutra na guerra, apesar de continuar a bloquear os esforços das Nações Unidas para condenar a invasão.
O documento, de que a Ucrânia disse aguardar para o estudar em pormenor, ecoa as alegações russas de que os Governos ocidentais são os culpados pela invasão de 24 de fevereiro de 2022 e critica as sanções adotadas contra a Rússia.
Na reunião de Munique, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, expressou ceticismo sobre a posição de Pequim mesmo antes da divulgação do plano, avançando ter informações de que a China está "a considerar fornecer apoio letal" à Rússia, alegação que Pequim considerou ser "uma difamação".
A China apelou hoje a um cessar-fogo entre a Ucrânia e a Rússia e defendeu que o diálogo é a única forma de alcançar uma solução viável para o conflito, numa proposta com 12 pontos.
O plano, divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, também pede o fim das sanções ocidentais impostas à Rússia, medidas para garantir a segurança das instalações nucleares, o estabelecimento de corredores humanitários para a retirada de civis e ações para garantir a exportação de cereais, depois de interrupções no fornecimento terem causado o aumento dos preços a nível mundial.
A China afirmou ser neutra no conflito, mas mantém uma relação "sem limites" com a Rússia e recusou-se a criticar a invasão da Ucrânia. Pequim acusou igualmente o Ocidente de provocar o conflito e "alimentar as chamas" ao fornecer à Ucrânia armas defensivas.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, desencadeando uma guerra de larga escala que mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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UMARO SISSOCO EMBALÓ: "Juventude e mulheres" são cruciais para o desenvolvimento de África
POR LUSA 24/02/23
O presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, disse hoje numa conferência em Lisboa que África e a Guiné-Bissau precisam de apostar nas mulheres e na juventude para garantirem o desenvolvimento e ultrapassarem os muitos desafios que enfrentam.
"Alcançar o sucesso na concretização dos objetivos e na resposta aos desafios políticos e económicos, aos desafios sociais e culturais, de estabilidade institucional e de segurança vai depender muito da natureza e amplitude da aposta que fizermos na juventude e na mulher africana", disse o chefe de Estado da Guiné-Bissau, na conferência 'A Democracia em África', que decorre hoje em Lisboa, organizada pela Internacional Democrata do Centro (IDC).
Referindo-se especificamente ao seu país, Embaló vincou que existem duas "realidades sociais incontornáveis", que são a juventude e a mulher, e que devem enformar as políticas públicas neste país africano lusófono.
"Temos uma população muito jovem, em que 79% da população está concentrada entre os 0 e os 35 anos, e essa população espera que o Estado adote políticas públicas que garantam boa educação, melhor acesso ao sistema de saúde, melhor formação profissional, e só assim a juventude pode ser a portadora do futuro que todos queremos para os nossos países", disse o chefe de Estado guineense, acrescentando que a outra realidade é o peso da mulher na sociedade.
"Na Guiné-Bissau, 51,6% da população são mulheres, e são necessárias políticas ainda mais ativas de igualdade de género, formação e escolarização das raparigas, inclusão laboral e justiça salarial e acesso a funções de responsabilidade administrativa e proteção da maternidade", afirmou, destacando que "a política de igualdade de género é importante para configurar uma sociedade de progresso económico".
Na intervenção, o Presidente da Guiné-Bissau destacou a importância da democracia para a realização destes objetivos e para a sustentação do desenvolvimento económico, pegando nas palavras do primeiro-ministro de Cabo Verde que, minutos antes, tinha destacado que os tempos de incerteza vividos no seguimento da pandemia de covid-19 e da invasão da Ucrânia pela Rússia são "terreno fértil" para os ataques à democracia.
"O pior inimigo da democracia é os cidadãos acharem que são todos os políticos são iguais, porque isso é uma porta aberta para o populismo e o nacionalismo se instalarem", disse Ulisses Correia e Silva, lembrando a chamada 'lei de Gresham', segundo a qual a má moeda expulsa a boa moeda da circulação.
Os populismos, continuou, "são potenciados pelas redes sociais, que são ataques reais e que se desenvolvem em países democráticos, não apenas nos países autocráticos, que também têm um interesse em expandir o seu modelo de governação, e daí o confronto entre os países democráticos e os que querem alargar os seus regimes, que não são democráticos".
Na intervenção de defesa da democracia, Ulisses Correia e Silva considerou que "quanto mais pobre for o país, mais pobres serão as possibilidades de escolha dos cidadãos", e por isso defendeu a necessidade de apostar na educação para potenciar o desenvolvimento do país.
"Entre os partidos no poder e os partidos na oposição, há sempre um país no meio, há sempre cidadãos que precisam de ser protegidos contra abusos de poder", concluiu o governante, que é também o presidente da IDC África.
A reunião, que tem como tema "Democracia em África", é promovida pela Internacional Democrática do Centro (IDC), que reúne mais de 90 partidos políticos, e decorre na sede da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA).
A IDC África é presidida por Ulisses Correia e Silva, atual primeiro-ministro de Cabo Verde.
As conclusões do debate e respetivas linhas de força serão inscritas num documento final, denominado "Declaração de Lisboa".
O evento conta com a presença de diversos dirigentes dos partidos que compõem a IDC Internacional e IDC África, vários dos quais chefes de Estado e de Governo, assim como do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas.
Entre os dirigentes políticos esperados figuram Ulisses Correia e Silva, primeiro-ministro de Cabo Verde e presidente do Movimento para a Democracia (MpD), o partido no poder, Umaro Sissoco Embaló, Presidente da Guiné-Bissau, Patrice Trovoada, primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe e presidente da Ação Democrática Independente (ADI), o partido no poder, e Adalberto da Costa Júnior, presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), principal partido da oposição angolana.
O presidente da principal formação da oposição em Moçambique, Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Ossufo Momade, o secretário-geral do partido marroquino Istiqlal, Nizar Baraka, o presidente da IDC Internacional e ex-presidente da Colômbia Andrés Pastrana, bem como diversos dirigentes de partidos da Guiné-Conacri, Burkina Faso, Madagáscar, Somália, e especialistas de assuntos políticos e de segurança de Espanha, França, Hungria e Reino Unido, participam igualmente na reunião.
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Coordenador Nacional do Movimento para Alternacia Democratica MADEM-G15, Braima Camara, participou hoje em Lisboa na sede da UCCLA na Conferencia Democracia em Africa organizada pela Internacional Democratica de Centro (IDC).
Zelensky diz que os "assassinos russos têm de ser punidos"
© Alexey Furman/Getty Images
POR LUSA 24/02/23
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse hoje que a Ucrânia só vai parar quando os "assassinos russos forem punidos", dirigindo-se ao país no dia em que se assinala um ano sobre o ataque de Moscovo contra território ucraniano.
"Nunca lhes vamos perdoar. Nunca descansaremos até que os assassinos russos sejam punidos. Por um tribunal internacional, por um julgamento de Deus ou pelos nossos soldados", disse Zelensky.
O chefe de Estado ucraniano destacou também que a Ucrânia "inspirou" e "uniu" o mundo.
"A Ucrânia surpreendeu o mundo. A Ucrânia inspirou o mundo. A Ucrânia uniu o mundo. Há milhares de palavras para o provar", disse Zelensky num discurso que acaba de ser difundido através das redes sociais.
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GUERRA NA UCRÂNIA: China apela a cessar-fogo na Ucrânia e divulga proposta para a paz
© GREG BAKER/AFP via Getty Images
POR LUSA 24/02/23
A China apelou hoje a um cessar-fogo entre a Ucrânia e a Rússia e defendeu que o diálogo é a única forma de alcançar uma solução viável para o conflito, numa proposta com 12 pontos.
O plano, divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, também pediu o fim das sanções ocidentais impostas à Rússia, medidas para garantir a segurança das instalações nucleares, o estabelecimento de corredores humanitários para a evacuação de civis e ações para garantir a exportação de grãos, depois de interrupções no fornecimento terem causado o aumento dos preços a nível mundial.
O primeiro ponto destacou a importância de "respeitar a soberania de todos os países", numa referência à Ucrânia. "O Direito internacional, universalmente reconhecido, incluindo os propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas, deve ser rigorosamente observado", lê-se na proposta difundida pela diplomacia chinesa.
"A soberania, independência e integridade territorial de todos os países devem ser efetivamente preservadas", apontou.
A China afirmou ser neutra no conflito, mas mantém uma relação "sem limites" com a Rússia e recusou-se a criticar a invasão da Ucrânia. Pequim acusou o Ocidente de provocar o conflito e "alimentar as chamas" ao fornecer à Ucrânia armas defensivas.
O Governo chinês apelou ao fim da "mentalidade da Guerra Fria" - um termo frequentemente usado por Pequim para criticar a política externa dos Estados unidos.
"A segurança de uma região não deve ser alcançada através do fortalecimento ou expansão de blocos militares", afirma-se no documento, numa critica implícita ao alargamento da NATO. "Os legítimos interesses e preocupações de segurança de todos os países devem ser levados a sério e tratados adequadamente", sublinha-se.
Pequim defendeu que todas as partes devem contribuir para "forjar uma arquitetura de segurança europeia equilibrada, eficaz e sustentável".
E garantiu que "está disposta a desempenhar um papel construtivo", mas apontou que "problemas complexos não têm soluções simples".
Na quinta-feira, a China absteve-se quando a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução não vinculativa a pedir que a Rússia encerre as hostilidades na Ucrânia e retire as suas forças. A China é um dos 16 países que votaram contra ou abstiveram-se em quase todas as cinco resoluções anteriores sobre a Ucrânia.
A resolução, redigida pela Ucrânia em consulta com os seus aliados, foi aprovada por 141 votos a favor. Sete países votaram contra e 32 abstiveram-se. O documento constitui uma forte mensagem, na véspera do primeiro aniversário da invasão, e deixa a Rússia mais isolada do que nunca.
No entanto, Pequim considera a parceria com Moscovo fundamental para contrapor a ordem democrática liberal, liderada pelos Estados Unidos.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, reafirmou a importância dos laços com a Rússia durante um encontro com o Presidente russo, Vladimir Putin, esta semana, em Moscovo.
A China também foi acusada pelos EUA de estar possivelmente a preparar-se para fornecer apoio militar à Rússia.
Antes de a proposta de hoje ser difundida, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, considerou-a um primeiro passo importante.
"Acho que, em geral, o facto de a China ter começado a falar em paz na Ucrânia não é mau", disse, numa conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro de Espanha. "É importante para nós que todos os Estados estejam do nosso lado, do lado da justiça", acrescentou.
O Presidente chinês, Xi Jinping, expressou anteriormente "questões e preocupações" sobre o conflito, durante um encontro com Putin, e opôs-se abertamente ao uso e ameaça nuclear, após o homólogo russo ter sugerido o uso de armas atómicas na Ucrânia.