quarta-feira, 19 de janeiro de 2022
O Presidente da República, chegou esta tarde a Banjul, Gâmbia para a Cerimónia de Investidura do Presidente Reeleito, Adama BARROW. À chegada o Chefe de Estado Guineense foi recebido pelo seu homólogo.
O Presidente da República, General do Exército Umaro Sissoco Embaló efectuou uma visita ao Hospital Nacional Simão Mendes para constatar “in loco” as obras de reabilitação feitas na unidade hospitalar.
PR Sissoco Embaló: “POR RAZÕES CONSTITUCIONAIS NÃO POSSO NOMEAR DOMINGOS SIMÕES PEREIRA PRIMEIRO-MINISTRO
O Presidente da República Umaro Sissoco Embaló afirmou hoje, 18 de janeiro de 2022 que, por razões constitucionais não pode nomear Domingos Simões Pereira primeiro-ministro, mesmo se o Partido Africano para Independência de Guiné e Cabo-verde for vencedor das próximas legislativas com 102 deputados.
O Presidente falava aos jornalistas depois da visita a alguns serviços (serviços de urgência, laboratório, cozinha e cuidados intensivos) do Hospital Nacional Simão Mendes (HNSM). Na visita , o chefe de Estado foi acompanhado pelo Ministro das Finanças, João AlageMamadu Fadia, pelo ministro da Saúde Pública, Dionísio Cumba e pelo secretário de Estado do Tesouro, Emílio Té.
O Presidente da República disse que não terá nenhuma objeção em nomear figura indicada pelo Partido da Renovação Social(PRS), caso este vença as próximas eleições.
“No PAIGC depende de quem sair. Se for Domingos Simões Pereira, por razões constitucionais não posso nomeá-lo, nem primeiro-ministro nem ministro. Porque ele disse que não ganhei as eleições presidenciais e por questão de coerência, não penso que possamos coabitar. Eu na sua posição nunca tentaria”, disse o Presidente da República.
Questionado sobre a vinda de 85 médicos especialistas estrangeiros (70 nigerianos e 15 senegaleses), Sissoco Embaló esclareceu que estarão no país apenas para ajudar na capacitação dos técnicos nacionais de saúde e não para substituí-los, tendo informado que todos os encargos serão suportados pelos respetivos governos.
O chefe de Estado defendeu que quem trabalha merece um salário e considerou como setores chaves a educação e a saúde.
Questionado pelos jornalistas, nega que tenha assinado um acordo secreto, porque “o Presidente não pode assinar acordos secreto”.
“Quando um presidente assina um acordo, entrega os documentos ao governo, este remete-os à Assembleia Nacional Popular e depois ao Presidente da República para sua promulgação”, referiu e qualificou de má fé a interpretação que se fez do assunto.
Relativamente à questão do avião, disse que cabe ao Ministério Público pronunciar-se sobre essa matéria.
Por sua vez, o ministro das Finanças enfatizou que o governo tem investido mais no setor de saúde, particularmente no hospital de referência, Simão Mendes, onde para sua manutenção foram investidos mais de setecentos milhões de francos CFA e 250 milhões de francos CFA na compra da fábrica de produção de oxigénio, com capacidade para produzir 106 garrafas diariamente.
“As 106 garrafas vão reforçar as 12 que são produzidas na fábrica antiga instalada no mesmo hospital”, notou e disse que para assegurar as refeições diárias para os doentes internados no HNSM, o governo gasta mensalmente 38,5 milhões de CFA.
Interpelado pelos jornalistas à margem da visita, o ministro da Saúde Pública Dionísio Cumba disse que a situação dos técnicos novos ingressos de saúde que reclamam salários de um ano está a ser tratada junto do ministério das finanças.
“Temos pedido paciência aos técnicos, porque houve dificuldades no seu recrutamento, não foram cumpridos os parâmetros normais, mas o governo está engajado para pagar todas as dívidas”, assegurou.
Por: Epifânia Mendonça
Foto: Cortesia da Presidência
terça-feira, 18 de janeiro de 2022
PJ DESMANTELA REDE DE TRÁFICO DE DROGA QUE OPERAVA NO AEROPORTO INTERNACIONAL OSVALDO VIEIRA
A Polícia Judiciária da Guiné-Bissau (PJ) desmantelou uma rede internacional de tráfico de droga que operava no aeroporto internacional Osvaldo Vieira, em Bissau.
O Democrata apurou que a unidade nacional do combate à droga desencadeou, na sexta-feira passada, (14.01.2022) uma operação na sequência de uma investigação que decorria desde dezembro do ano passado, envolvendo algumas pessoas afetas aos serviços do aeroporto internacional Osvaldo Vieira envolvidas numa rede de tráfico internacional de droga.
Segundo uma fonte, a Polícia Judiciária foi informada pela sua congénere portuguesa da apreensão no aeroporto de Lisboa de uma mala de porão que continha no seu interior 310 bolotas de cocaína com peso bruto de cerca de quatro quilogramas.
“A investigação da PJ conseguiu identificar a existência de uma rede criminosa devidamente estruturada que contava com um funcionário da Aviação Civil, que tinha acesso às áreas restritas do Aeroporto Osvaldo Vieira. A polícia identificou ainda o proprietário de uma agência de expedição de cargas e um dos seus colaboradores envolvidos foi igualmente detido pelos agentes da polícia Judiciária”, informou a fonte, acrescentando que no total estão três pessoas detidas pelo envolvimento no tráfico internacional da droga.
A droga apreendida em Lisboa, de acordo com a nossa fonte, havia sido dissimulada em bolotas dentro de frascos de cosméticos.
A PJ apresentou hoje os três cidadãos nacionais suspeitos de tráfico de droga ao Ministério Público junto à Vara Crime do Tribunal Regional de Bissau para a legalização da prisão preventiva.
Por: Assana Sambú
ONU suspendeu voos para Mali temporariamente
© iStock
Por LUSA 17/01/22
A Organização das Nações Unidas (ONU) "suspendeu temporariamente" os voos regulares para o Mali enquanto aguarda o resultado das discussões com as autoridades locais relativamente aos novos procedimentos, anunciou hoje o porta-voz da ONU.
"Tivemos de nos adaptar à nova situação; isto diz particularmente respeito aos nossos voos regulares que foram temporariamente suspensos", disse Stephane Dujarric, na sua conferência de imprensa diária, sem especificar se esta nova situação se devia às sanções recentemente tomadas pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) contra a junta militar no poder, e que incluem o encerramento das fronteiras.
"Estamos nesta altura a discutir com os nossos parceiros malianos os novos procedimentos que implementaram para aprovar os voos da ONU", disse Dujarric, acrescentando que "os mecanismos foram propostos pelas autoridades malianas na semana passada" e apontando estar "confiante de que é possível encontrar uma solução o mais rapidamente possível para retomar o funcionamento normal dos serviços de acordo com o mandato" da ONU.
As sanções impostas pela CEDEAO e pela União Económica e Monetária da África Ocidental (UEMOA) incluem o encerramento das fronteiras e a suspensão do comércio com o Mali, bem como o bloqueio das contas dos membros da junta militar.
O Governo maliano controlado pelos militares lançou na segunda-feira um apelo à população para manifestar o seu apoio às autoridades saídas do duplo golpe de Estado, face às sanções.
O Governo pediu ainda às autoridades religiosas que organizem orações em todos os locais de culto.
O líder da junta, coronel Assimi Goïta, que chegou à liderança do Mali através de um primeiro golpe de Estado em 2020 e que assumiu funções de Presidente de transição após um segundo golpe em maio de 2021, exortou os malianos a "defenderem a pátria".
A CEDEAO decidiu na semana passada, numa cimeira extraordinária em Acra, congelar as contas dos membros da junta militar do Mali nos bancos regionais, retirar os embaixadores dos países-membros da organização acreditados em Bamako e suspender todas as transações comerciais com o país, com exceção de bens de primeira necessidade.
As novas sanções da CEDEAO são uma resposta à intenção do Governo do Mali de prolongar o período de transição por até cinco anos, o que significa adiar a data das eleições acordadas para 27 de fevereiro, consideradas um marco na recuperação da legitimidade constitucional após os dois golpes militares.
O embargo sobre as trocas comerciais e as transações financeiras suscita preocupações quanto ao seu impacto num país pobre e afetado pela violência e pela pandemia de covid-19.
O Mali enfrenta uma crise de segurança desde 2012 em resultado da emergência de vários grupos 'jihadistas' afiliados à Al-Qaida ou ao Estado Islâmico, que aproveitaram as debilidades do Estado maliano para se instalarem no terreno, alargando a área da presença em toda a região do Sahel.
A ONU tem 13.289 militares e 1.920 agentes de polícia no Mali.
O Presidente da República General de Exército Umaro Sissoco Embaló, recebeu hoje a União Nacional dos Trabalhadores da Guiné-Bissau ( UNTG), a Confederação Geral dos Sindicatos Independentes e a Sociedade Civil, no âmbito da auscultação sobre o Orçamento Geral do Estado.
Dallen Diallo solicita a intervenção do PR Sissoco Embaló.-
RTB 17/01/2022
O líder da oposição da Guiné-Conacri, Cellou Dallen Diallo, pediu esta segunda-feira, 17 de janeiro de 2022, em Bissau ao Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, que convence os militares no poder em Conacri sobre a necessidade de um processo de transição inclusivo no País.
Em declarações aos jornalistas à saída de uma audiência no Palácio da Presidência em Bissau, Dallen Diallo disse ter solicitado a intervenção de PR Umaro Sissoco Embaló para que fale “com os camaradas militares” e também com os homólogos da CEDEAO (Comunidade Económica de Estados da África Ocidental) e da União Africana.
“A Guiné-Bissau é um País membro ativo da União Africana e da CEDEAO esperamos que ajude a Guiné-Conacri a entrar para um diálogo sincero entre as autoridades instaladas, a CEDEAO, a União Africana”.
Celou Dallen Diallo disse ter vindo a Bissau primeiro para apresentar condolências ao Presidente Sissoco Embaló pelo recente falecimento, no dia 20 de dezembro passado, do ministro da Justiça da Guiné-Bissau, Mamadu Iaia Djaló, mas também para abordar a situação na Guiné-Conacri, principalmente o actual regime de transição.
Dallen Diallo lembrou que quando os militares assumiram o poder na Guiné-Conacri, no dia 05 de setembro do ano passado, prometeram um processo de transição inclusivo em colaboração com os partidos políticos, mas lamentou que não exista diálogo entre as duas partes.
“Recentemente temos notado que não temos sido suficientemente associados ao processo. Nós apelamos ao diálogo e concertação para que continuemos juntos neste processo de transição em Guineé-Conacry”, sublinhou Diallo.
Cellou Dalleim opositor Guineense recordou que o país está neste momento suspenso da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental. “CEDEAO”, da União Africana e muitos países e parceiros suspenderam a sua cooperação “à espera do fim da transição que se encontra no país”
Diallem disse, “Para nós é muito urgente conduzir o país para as eleições livres, justas e transparentes e inclusivas para dotar o país de instituições legítimas que possam colocar em marcha o processo de reformas profundas para terminar com este flagelo que mina o funcionamento das instituições do país e a sociedade guineense”,
No dia 05 de setembro passado, os militares da Guiné-Conacri, sob o comando do coronel Mamady Doumbouya, de 41 anos, derrubaram o presidente eleito Alpha Conde, 83 anos, e iniciaram um processo de transição sem uma data prevista para as eleições gerais.
Por: Tidjane Cande
Veja Também:
CONFEDERAÇÃO DE ALUNOS EXIGE A DEMISSÃO DO MINISTRO DA EDUCAÇÃO NACIONAL
A Confederação das Associações dos Alunos das Escolas Públicas e Privadas na Guiné-Bissau (CAIEP) exigiu a demissão do ministro da Educação Nacional e do Ensino Superior.
A exigência da CAIEP foi tornada pública esta segunda,17 de janeiro de 2022, pelo presidente desta organização estudantil, Alfa Umaro Só, em conferência de imprensa, durante a qual alertou que se o governo não demitir o ministro da Educação Nacional, o país vai conhecer “uma revolução dos estudantes” nunca vista.
“Exigimos a demissão do Ministro da Educação Nacional porque perdeu o foco e é um desastre para o setor do ensino”, afirmou.
O líder estudantil acusou o ministro da Educação Nacional de falta de interesse em dialogar com os parceiros sociais... Ler mais
Dirigentes do PAIGC criticam gestão de Simões Pereira e preparam moção de estratégia para congresso
Antigo primeiro-ministro Artur Silva e mais quatro dirigentes afirmam que de maior partido da Guiné-Bissau o PAIGC passou a maior da oposição ao perder 20 deputados
BISSAU — O presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, vai enferntar uma Moção de Estratégia Global durante o congresso marcado para decorrer de 17 a 20 de Fevereiro e começa a enfrentar uma oposição interna,
Numa carta aberta, cinco dirigentes do partido, entre eles o antigo primeiro-ministro Artur Silva, alertam Simões Pereira que a moção“não é contra o Presidente ou a sua direcção, é antes pelo contrário, uma agenda a favor do partido que irá incorporar uma estratégia que permita reconquistar as posições políticos e instituições que o partido perdeu nos últimos 8 anos e assim materializar o programa de desenvolvimento que o povo almeja e merece”.
Artur Silva, ex-primeiro-ministro e um dos subscritores da carta
Os subscritores dizem que “perante este cenário difícil” e visando “inverter a posição de menoridade política para que foi relegado, o partido deve protagonizar uma solução governativa, liderada pelo PAIGC, en conformidade com os resultados das eleições legislativas de 2019”.
Neste sentido, dizem ser ”urgente e necessário” o PAIGC abandonar a “agenda presidencial” e canalizar os esforços políticos “para o seu objectivo estatutário e programático, a governação”.
Para tanto, enfatizam, “basta que tenhamos humildade política para compreender e aceitar que os interesses colectivos devem prevalecer sobre as agendas pessoais de todos os militantes, independentemente das funções que exercem no partido”.
Os subscritores da carta destacam aspectos e contribuições positivos da gestão de Simões Pereira à frente do partido, nomeadamente “um discurso político diferente”, a elevação da participação cívica, a atracção do interesse da diáspora pelas causas nacionais.
Eles reconhecem também que ele “revelou resiliência estóica em momentos de grandes desafios e contribuiu para a valorização da cidadania durante as eleições presidenciais de 2019”.
Entretanto, a carta aponta várias críticas ao presidente do PAIGC desde a sua eleição para o cargo em Fevereiro de 2014, nomeadamente a perda de 20 deputados, de 67 para 47, nesses sete anos e a “difculdade de relacionamento institucional” com o antigo Presidente da República, José Mario Vaz, que mergulhou o país numa “instabilidade política”.
Em 2019, registou-se “o pior resultado eleitoral de toda a história democrática do partido em período constitucional”, lembram aqueles dirigentes que ainda acusam Simões Pereira de, após o nome dele ter sido “injustamente recusado para o ponto de primeiro-ministro”, ao invês de indicar “para o cargo o nome de um dos vice-presidentes, por ordem de precedência, conforme estabelecido pelos estatutos do partido, optou por uma escolha da sua confiança pessoal – camarada Aristides Gomes - para formar uma nova coligação governativa” que, segundo a carta, “veio a revelar-se frágil”.
Os subscritores vão mais longe e dizem que o partido, “ao endossar a sua candidatura à Presidência da República, tinha perfeita consciência que a mesma, para além de violar os estatutos do partido (o presidente do partido é candidato ao cargo de primeiro-ministro), constituía ameaça e risco sério para a continuidade do Governo (em caso de derrota), mas ainda assim julgou justo assumir e correr esse risco”.
“Hoje, o PAIGC, maior partido da Guiné-Bissau, foi reduzido ao estatuto de maior partido da oposição, com apenas 47 dos outrora 67 deputados”, afirmam os subscritores da carta que, no entanto, não assumem se, como sensibilidade, terão um candidato à liderança do PAIGC no congresso.
A carta, com data de 13 de Janeiro mas que só deu entrada no secretariado do partido, na segunda-feira, 17, é subscrita por Artur Silva, Gilberto Charifo, Houssein Farhat, Maria Dias Sami e Octávio Lopes.
O presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, ainda não se pronunciou.
Veja Também:
Um grupo de Altos Dirigentes de PAIGC endossaram uma carta ao presidente do “PARTIDO” lembrando-lhe das sucessivas perdas de deputados e prometeram adotar uma estratégia que irá permitir o PAIGC reconquistar seu espaço e, garantem que tal moção não é contra o Presidente de PAIGC! Os assinantes: Artur Silva, Otávio Lopes, Gilberto Cherifo, Mário Dias Sami e Hussain Farhat
Confere a carta
@Estamos a Trabalharsegunda-feira, 17 de janeiro de 2022
PAIGC - Amadora: Conferência de Base de Amadora, Lisboa, Portugal, 15.01.22.
ONG HOMEM NOVO CRIA MÁQUINA DE LAVAR ROUPA SEM ELECTRICIDADE
[REPORTAGEM_janeiro_2022] A ONG “Guiné-Bissau Verde Homem Novo”, através dos seus associados, apresentou uma habilidade criativa e de inovação surpreendentes, ao inventar uma máquina de lavar roupa que não precisa de corrente elétrica. A máquina vai funcionar num tambor que servirá de recipiente para colocar as roupas, poderá também absorver a água, tanto com sabão ou sem, e tem ainda a capacidade ou a facilidade de extrair água através da sua grande força de rotação para a seca das roupas.
Para além da máquina de lavar roupas, a ONG Homem Novo também trabalhou no processo de produção de lenha ecológica para o uso doméstico. Neste caso, transformar-se-á o lixo orgânico para a produção de lenha ecológica.
O projeto da invenção da lenha ecológica trabalhará basicamente na transformação de papéis, palhas, cartões, madeiras entre outros lixos orgânicos, serão moídos, ensopados em água e depois serem comprimidos num molde, e transformado em madeira , neste caso, lenha para o uso doméstico.
“Nós temos o hábito de trabalhar com as lenhas, às vezes as pessoas usam pedaços de colchão ou cartas para acender o fogo, que liberta químicos altamente perigosos e nocivos à saúde humana”, disse, para de seguida garantir que a lenha que o seu projeto criou é mais segura e irá contribuir na limpeza da cidade, sem cortes de árvores para a produção do carvão mineral.
Em entrevista exclusiva ao jornal O Democrata, depois do lançamento da iniciativa, o coordenador do projeto Homem Novo, Juviano Leopoldo Correia Landim, disse que apesar da sociedade guineense estar acostumada a outra forma de lavar roupas, é possível incorporar essa nova invenção. Salientou neste particular que é preciso apostar no método de sensibilização, mostrar como funciona a máquina para que as pessoas possam aderir à sua iniciativa.
“Irá enfrentar muita resistência por causa do costume de lavar a roupa a mão, mas estamos à espera que as pessoas consigam ver que realmente é a melhor forma e ainda vai poupar os esforços físicos”, salientou. Landim explicou que a ideia de criar uma máquina de lavar a roupa sem recurso à eletricidade é um primeiro passo do protótipo que ainda precisa ser melhorado.
O Homem Novo enfatizou que a sua invenção não se limitou apenas no saneamento básico, tendo defendido que se mais guineenses trabalharem para melhorar a situação das comunidades e servir o bem comum em qualquer área, será “o verdadeiro sentido de homem novo”.
Informou na entrevista que a máquina surgiu dentro das inovações que a ONG tem estado a desenvolver, porque “o nosso objetivo é melhorar a qualidade de vida dos cidadãos guineenses e temos estado realmente a constatar aspectos negativos a sociedade legitimou como algo normal”.
O ativista defendeu a introdução, no currículo escolar guineense, de uma disciplina sobre o saneamento básico, para garantir que cada cidadão tenha consciência sobre o saneamento, sendo uma área de muito impacta.
“Construímos urinóis para reduzir ou acabar com o péssimo hábito de urinar nas vias públicas, que é um dos exemplos negativos para a nossa sociedade”, indicou e disse que o trabalho de Homem Novo é fazer pressão às organizações e às instituições do Estado para que assumam as suas responsabilidades sociais.
“Criamos urinóis e funcionou perfeitamente. Já recolheram a urina para tratamento e transformação em adubo orgânico. Foi possível realizar com empenho e determinação, esse adubo é muito bom e rico ”.
Juviano Landim sublinhou que a ideia com os urinóis nas ruas de Bissau teve um impacto positivo, porque foi possível colocar a maior parte dos urinóis nos locais onde as pessoas urinavam ao ar livre. Realçou que a sociedade guineense precisa de apoio para a sustentabilidade da mudança de comportamento.
O ativista referiu que para conseguir a sustentabilidade e mudança de comportamento, será preciso um engajamento forte do governo guineense, da Câmara Municipal de Bissau, mas sobretudo será necessário um “esforço gigante” dos cidadãos para ter a consciência de que, sim, é possível contribuir e mudar o rumo das coisas na Guiné-Bissau.
Questionado sobre a persistência da população que continua a urinar nas ruas, Correia Landim frisou que lamentavelmente é um hábito que tem vindo a ser praticado há muitos anos, que não pode ser banido rapidamente “ terá uma certa morosidade até ser revertido”.
O ativista disse acreditar que, com a colocação dos urinóis nas ruas e uma aposta forte nas campanhas de sensibilização é possível voltar a ter um hábito saudável.
Juviano Correia Landim contou ao jornal O Democrata que o Homem Novo tem uma iniciativa denominada “Cabaz di Guinendadi”. A iniciativa visa ajudar a classe mais desfavorecida na sociedade guineense e despertar a consciência sobre a forma como algumas famílias vivem na Guiné-Bissau.
“O Homem Novo procura identificar nos bairros, as famílias que mais necessitam para ajudá-las”, notou, tendo revelado que o projeto que lidera chegou a acudir uma senhora que teve problemas no pé e morava num quarto que não tinha porta nem janela e ainda dormia no chão.
“O programa HN conseguiu reabilitar o quarto da senhora com a cama nova, eletrificação, etc”, afirmou, frisando que o programa não ficou por aí, também já teve várias ações do género, mas para isso é preciso ajuda de todos .
Landim realçou que Homem Novo é um despertar da consciência dos guineenses em todas as áreas possíveis. Apesar do foco ser saneamento básico, o HN investe também em outras áreas para poder melhorar a vida da sociedade e promover o desenvolvimento na Guiné-Bissau.
Por: Djamila da Silva
RENAJ DIZ QUE VAI EXIGIR 35 POR CENTO DE JOVENS NA LISTA DE CANDIDATOS A DEPUTADOS
[ENTREVISTA_janeiro_2022] O Presidente da Rede Nacional das Associações Juvenis (RENAJ), Seco Duarte Nhaga, disse que a RENAJ vai exigir, nas próximas eleições legislativas, aos partidos políticos a colocação na lista de candidatos a deputados, 35% dos jovens como cabeças de listas e “não meros figurantes das listas”, por a juventude representar 64% da população da Guiné-Bissau e da população eleitoral.
A RENAJ lidera a iniciativa “I DJUSTA! JOVENS, NÔ TOMA TERRA” traduzido literalmente em português significa “Basta! Jovens, assumamos a governação” que visa pôr fim à “tamanha desorganização” de que o país vem sendo alvo ao longo dos tempos.
“É chegada a hora, aliás, passou da hora, de nós jovens, assumirmos as nossas responsabilidades, que passam necessariamente pela assunção do país, mediante ações concretas e concertadas, capazes de colocar maior número de jovens nas estruturas de tomada de decisões”, começou por dizer Seco Nhaga.
RENAJ CRITICA ENVOLVIMENTO DE ALTAS AUTORIDADES NO NARCOTRÁFICO E A CORRUPÇÃO
Seco Nhaga disse que se os partidos não cumprirem as exigências da juventude, a RENAJ vai mobilizar as organizações juvenis, através de uma Campanha nacional de mobilização da consciência juvenil, para uma abstenção em massa “jamais vista no país”.
“Caso haja partidos que coloquem 35% dos jovens como cabeças de listas, não vamos ter medo e nem receio de incentivar também os jovens a votar nesses partidos. Vamos assegurar que os nossos colegas jovens que estão militados nos diferentes partidos políticos encontrem espaços nas estruturas cimeiras de tomada de decisões nos respetivos partidos e incentivar mais jovens a aderirem às fileiras dos diferentes partidos, conforme a ideologia partidária na qual acreditam”, disse.
O líder juvenil apelou à colaboração de diferentes estruturas juvenis, partidárias, estudantis e religiosas a uma mobilização juvenil, em larga escala, para estarem prontos e preparados para assumir posições de relevo em todos os níveis para em uma única voz: “Dizermos: I Djusta! Jovens, Na Toma Terra”.
O presidente da RENAJ acusou a classe política de ser incapaz em dar respostas aos problemas básicos do povo guineense, apontando as sucessivas greves nos setores sociais, nomeadamente, a educação e a saúde, que levaram a que as portas das salas de aulas estejam fechadas, já lá vão mais de três anos, colocando em risco o futuro dos jovens e, durante quase todo esse tempo, os hospitais têm estado a prestar os serviços mínimos.
“Os jovens estão à altura de assumir o país. A classe política guineense sente medo dos jovens, por isso criou uma narrativa de que os jovens não estão preparados para assumir os destinos do país. Os jovens estão preparados apenas para representar o país no futebol, na arte, na música, na comunicação, nas áreas sociais, menos a governação”, ironizou.
Para Seco Duarte Nhaga, esse discurso é uma falácia, tendo prometido desconstruir essa narrativa.
“Não temos medo de sermos conectados com algum partido político. Esta é uma iniciativa dos jovens. O país está mal. Não é de hoje. Que alguém não confunda que nós nos referimos só aos problemas de hoje. O país tem sido governado mal ao longo dos anos”, disse Seco Nhaga.
No manifesto, a RENAJ disse que no setor da justiça tem-se assistido às más condições das prisões, a inexistência da independência prática das instituições judiciárias, fruto de intromissões sistemáticas dos atores políticos nas questões de natureza essencialmente jurídica, corrupção, impunidade, tráfico de pessoas e o envolvimento de altas autoridades no narcotráfico.
“Temos assistido ao longo dos tempos as violações gritantes dos direitos humanos na Guiné-Bissau, mesmo aqueles direitos mais sagrados, liberdades e garantias fundamentais dos cidadãos, são vergonhosamente postas em causa e o principal violador destes direitos é o próprio Estado”, disse.
O ativista frisou que a inoperância das instituições competentes na fiscalização das normas e ações governativas tem mergulhado o país numa situação de caos cada vez mais preocupante.
No documento lê-se que a radiografia que hoje se faz é de um país “desgovernado, sequestrado por uma classe política despreparada, mergulhada numa corrupção patológica, no nepotismo, no tráfico de influências, entre outras condutas que têm minado o sonho do martirizado povo guineense, particularmente dos jovens, que clamam por um país de oportunidades e de realizações”.
O documento refere que a recente história da democracia na Guiné-Bissau tem sido marcada pelas sucessivas instabilidades político-institucionais, resultantes da incapacidade dos atores políticos em criar consensos à volta dos maiores interesses do país.
“De recorrentes golpes de Estado e consequentemente às mudanças de governação, têm sido breves momentos de construção de consensos entre os atores políticos para definir os acordos de partilha do bem público e que rapidamente voltam a entrar em conflitos. Os interesses partidários e pessoais têm, ao longo dos tempos, se sobrepostos aos interesses nacionais”, refere a mesma nota.
Segundo documento consultado pelo jornal O Democrata, o nível de ostentação da riqueza por parte dos gestores públicos demonstra o quão “gritante é o nível de corrupção” no aparelho do Estado e os órgãos da administração da justiça “têm fingido fazer a justiça, dando um amém aos corruptos para continuarem a prática”.
Por: Tiago Seide
CAN 2021: Covid-19 manda para casa metade da delegação da Guiné-Bissau
Guiné-equatorial protagoniza surpresa da prova ao vencer a campeão em título Argélia, que tem ameaçada a passagem à fase seguinte
YAOUNDÉ — A delegação da Guiné-Bissau que acompanha a selecção nacional de futebol no Campeonato Africano de Nações (CAN) 2021 viu-se reduzida para metade devido a um surto de covid-19.
Todo o corpo directivo da Federação Nacional de Futebol, incluindo o seu Presidente, o secretário de Estado dos Desportos, funcionários do Governo e alguns jornalistas foram obrigados a regressar a Bissau por estarem infectados.
No sábado, 15, o seleccionador Baciro Candé não orientou a equipa no jogo que a sua equipa perdeu contra o Egipto (0-1)por ter dado positivo, bem como mais três jogadores.
Desconhece-se, por agora, quantos jogadores poderão estar impedidos de jogar na quarta-feira, 19, no decisivo encontro ante a Nigéria, que vai determinar a passagem ou não dos “Djurtus” para a fase seguinte.
Surpresa
Quanto aos jogos deste domingo, 16, a surpresa, a primeira grande da prova, foi protagonizada pela Guiné-Equatorial que venceu a campeã em título Argélia por 1-0, deixando os magrebinos com um pé fora da competição.
Esteban Obiang foi o carrasco da equipa capitaneada pela estrela do Manchester City, Riyad Mahrez, ao marcar o único golo do jogo, a 20 minutos do fim, em Douala.
Depois do empate a zero golo ante a Costa do Marfim, as “Raposas do Deserto” têm apenas um ponto e vão enfrentar na última jornada a também favorita Costa do Marfim, que lidera o Grupo E com quatro pontos, depois de empatar hoje com a Serra Leoa.
Nesta segunda-feira, começam a ficar definidas as equipas que passam aos oitavos-de-final, com o início da última jornada da fase de grupos.
Cabo Verde joga com os Camarões e com uma vitória consegue o apuramento directo e com um empate deve ser respescado como um dos melhores terceiros.
Os Camarões já estão classificados.
No outro jogo, o Burkina Faso joga com a fraca Etiópia e, tal como Cabo Verde, com uma vitória consegue o apuramento directo e com um empate deve ser respescado como um dos melhores terceiros.