O Presidente da República Umaro Sissoco Embaló afirmou hoje, 18 de janeiro de 2022 que, por razões constitucionais não pode nomear Domingos Simões Pereira primeiro-ministro, mesmo se o Partido Africano para Independência de Guiné e Cabo-verde for vencedor das próximas legislativas com 102 deputados.
O Presidente falava aos jornalistas depois da visita a alguns serviços (serviços de urgência, laboratório, cozinha e cuidados intensivos) do Hospital Nacional Simão Mendes (HNSM). Na visita , o chefe de Estado foi acompanhado pelo Ministro das Finanças, João AlageMamadu Fadia, pelo ministro da Saúde Pública, Dionísio Cumba e pelo secretário de Estado do Tesouro, Emílio Té.
O Presidente da República disse que não terá nenhuma objeção em nomear figura indicada pelo Partido da Renovação Social(PRS), caso este vença as próximas eleições.
“No PAIGC depende de quem sair. Se for Domingos Simões Pereira, por razões constitucionais não posso nomeá-lo, nem primeiro-ministro nem ministro. Porque ele disse que não ganhei as eleições presidenciais e por questão de coerência, não penso que possamos coabitar. Eu na sua posição nunca tentaria”, disse o Presidente da República.
Questionado sobre a vinda de 85 médicos especialistas estrangeiros (70 nigerianos e 15 senegaleses), Sissoco Embaló esclareceu que estarão no país apenas para ajudar na capacitação dos técnicos nacionais de saúde e não para substituí-los, tendo informado que todos os encargos serão suportados pelos respetivos governos.
O chefe de Estado defendeu que quem trabalha merece um salário e considerou como setores chaves a educação e a saúde.
Questionado pelos jornalistas, nega que tenha assinado um acordo secreto, porque “o Presidente não pode assinar acordos secreto”.
“Quando um presidente assina um acordo, entrega os documentos ao governo, este remete-os à Assembleia Nacional Popular e depois ao Presidente da República para sua promulgação”, referiu e qualificou de má fé a interpretação que se fez do assunto.
Relativamente à questão do avião, disse que cabe ao Ministério Público pronunciar-se sobre essa matéria.
Por sua vez, o ministro das Finanças enfatizou que o governo tem investido mais no setor de saúde, particularmente no hospital de referência, Simão Mendes, onde para sua manutenção foram investidos mais de setecentos milhões de francos CFA e 250 milhões de francos CFA na compra da fábrica de produção de oxigénio, com capacidade para produzir 106 garrafas diariamente.
“As 106 garrafas vão reforçar as 12 que são produzidas na fábrica antiga instalada no mesmo hospital”, notou e disse que para assegurar as refeições diárias para os doentes internados no HNSM, o governo gasta mensalmente 38,5 milhões de CFA.
Interpelado pelos jornalistas à margem da visita, o ministro da Saúde Pública Dionísio Cumba disse que a situação dos técnicos novos ingressos de saúde que reclamam salários de um ano está a ser tratada junto do ministério das finanças.
“Temos pedido paciência aos técnicos, porque houve dificuldades no seu recrutamento, não foram cumpridos os parâmetros normais, mas o governo está engajado para pagar todas as dívidas”, assegurou.
Por: Epifânia Mendonça
Foto: Cortesia da Presidência
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