O que doeu tanto ao PAIGC e os seus acolitos sobre estes acordos?
a) - É o simples facto de terem sido os acordos firmados em solo senegalês?
b) - Ou é o próprio conteúdo dos acordos que atormenta ao PAIGC?
Se for pelo lugar da feitura dos acordos, não vejo motivos para tanto alarme, pois trata-se de um pacto firmado entre duas entidades privadas, a saber: Nuno Nabiam, em representação do seu partido APU-PDGB, ao abrigo do mandado que lhe fora conferido por este em outubro último, e o MADEM G-15. Por isso, é muito normal, do ponto de vista jurídico e político que tais acordos sejam lícitos, pouco se importando com o lugar da sua feitura. A única coisa que se podia exigir é que estes sejam conforme a lei e não contrários à moral e bons costumes.
Foi em Dakar, mas podia ser em Akra, Malabo etc etc, que isso não mudaria nada. Continuaria a ser lícito, independentemente do local da sua assinatura. Pois, como é sabido, fizeram-no em nome dos interesses privados dos seus respectivos partidos e não em nome do Estado guineense.
Então só pode ser pelo conteúdo. Mas então, perguntar-se-á se Agora não é lícito firmar-se acordos entre partidos, visando apoio mútuo ou unilateral em caso de uma segunda volta? Aliás, o PAIGC e os seus militantes criticam a assinatura dos acordos em Dakar, mas esqueceram-se que os primeiros rudimentos dos mesmos foram lançados aqui antes da segunda volta e que Dakar foi apenas mais uma etapa na consolidação do que fora já iniciado, aqui em Bissau, antes mesmo da primeira volta.
Então donde veio esta cólera do PAIGC contra os acordos e que razão tem para tanto odiar e insultar o USE e o Nabiam, ao ponto de o Pedro /FISCAP se jurar de pés juntos de que em caso da vitória do USE, na segunda volta das presidenciais, marcadas para 29 dias do mês em curso, este não será presidente e afirma ainda estar disposto a morrer para impedir que o Embalo seja presidente?
Com que força ele o fará?
A caso, não terá alguma garantia do exterior, semelhante à que disse ter recebido o DSP de Obasanjo, antigo presidente da Nigéria, de afastar do poder, por forças das armas, o ainda presidente da República em exercício, José Mário Vaz ou, simplesmente, JOMAV?
Não seria o caso para o Ministério Público investigar direito? Pois é, tolher uma pessoa de assumir o poder que o povo, legitimamente, através das urnas, lhe conferir, não terá outro nome que não seja golpe de estado, que é um crime tipificado na lei. Sem contar que a apologia à violência é um crime em si.
Meu caro, Pedro/FISCAP, já lá vão tempos em que o PAIGC foi o partido/ Estado, em que fazia e desfazia a seu bel prazer tudo o que quisesse e nada lhe acontecia.
Saiba que os tempos são outros e é o povo quem mais ordena.
Pergunte a seu DSP, se não fiares nas minhas palavra, que a resposta vai ser, invariavelmente, a mesma.
O Golpe Estado já se reformou, segundo as sabias palavras do General BIAGUÊ NATAN, CEMGFA da Guiné-Bissau.
Bá kume padja bóh! Yagu ficau dja.
Nha Mantenhas di Guineendadi pa tudu fidjus di Guiné
Viva República da Guiné-Bissau.
Rei David / Radio África FM