sexta-feira, 31 de maio de 2024

A NATO conclui hoje o seu maior exercício militar em décadas, no qual participaram mais de 90 mil soldados, acima de 50 navios e de 80 aeronaves, e ainda cerca de 1.100 veículos dos 32 estados-membros da organização.

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Por Lusa  31/05/24
NATO termina maior exercício militar em décadas com 90 mil soldados
A NATO conclui hoje o seu maior exercício militar em décadas, no qual participaram mais de 90 mil soldados, acima de 50 navios e de 80 aeronaves, e ainda cerca de 1.100 veículos dos 32 estados-membros da organização.


O exercício de quatro meses, denominado Steadfast Defender 2024, foi o primeiro exercício em grande escala da NATO a pôr em prática os novos planos de defesa regional adotados no ano passado na cimeira de líderes em Vilnius, afirmou a Aliança Atlântica em comunicado.

A NATO indicou que o exercício teve como objetivo promover a preparação em todas as áreas e níveis de comando, desde o estratégico ao operacional e tático.

"Concebido para treinar e demonstrar a capacidade da Aliança para reforçar a Europa continental através do movimento transatlântico de forças da América do Norte e do Reino Unido, o 'Steadfast Defender' consistiu em vários exercícios liderados pela NATO e a nível nacional que reuniram as tropas aliadas numa impressionante demonstração de unidade e interoperabilidade", disse a organização transatlântica.

O comandante da Aliança para a Europa, o general norte-americano Christopher G. Cavoli, afirmou que as atividades militares realizadas durante o exercício demonstraram que a NATO "é capaz e está preparada para cumprir a missão central de defesa coletiva".

O exercício ocorreu em duas partes. A primeira centrou-se no domínio marítimo e envolveu vários quartéis-generais que ensaiaram o desdobramento estratégico de forças da América do Norte para a Europa continental.

A segunda parte foi uma demonstração das capacidades militares nacionais, multinacionais e da NATO em toda a Europa continental.

Leia Também: O ex-presidente da Rússia e vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, alertou, esta sexta-feira, que o Kremlin não estava a fazer "intimidação ou 'bluff' nuclear" quando abordou a possibilidade de utilizar armas nucleares táticas contra a Ucrânia e alertou que o conflito entre Moscovo e o Ocidente pode escalar para uma guerra. 


ONU exige inquérito "independente" aos assassinatos no Burkina Faso

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Por Lusa  31/05/24 
O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos manifestou hoje estar "gravemente preocupado" com o aumento dos assassinatos de civis no Burkina Faso e exigiu uma "investigação independente e transparente" sobre alegações de violações dos direitos humanos.

"Estou profundamente perturbado com o facto de as forças de segurança e de defesa e os seus auxiliares, os Voluntários para a Defesa da Pátria [milícias pró-governamentais], terem alegadamente cometido assassínios arbitrários, incluindo execuções sumárias", escreveu Volker Türk num comunicado, reconhecendo, porém, que os grupos armados são responsáveis pela "grande maioria" dos incidentes.

Volker Türk abordou estas questões diretamente com o capitão Ibrahim Traoré, chefe do regime militar do Burkina Faso, durante uma visita ao país africano em março.

"Compreendo perfeitamente as ameaças complexas à segurança que o Burkina Faso enfrenta. A resposta a estas ameaças só será bem-sucedida se o direito internacional for plenamente respeitado em todo o lado", insistiu Türk.

"Reitero, pois, o meu apelo às autoridades do Burkina Faso para que tomem todas as medidas possíveis para garantir a proteção dos civis", acrescentou.

O Burkina Faso, palco de violência recorrente de grupos extremistas islâmicos, que resultou em milhares de mortes durante quase dez anos, assistiu a dois golpes militares em 2022.

Em janeiro de 2022, um golpe de Estado levou ao poder o tenente-coronel Paul Henri Sandaogo Damiba, que foi derrubado em setembro do mesmo ano pelo atual chefe da junta militar, capitão Ibrahim Traoré.

Na semana passada, o Burkina Faso adotou uma carta que permite que o regime militar liderado por Traoré se mantenha no poder durante mais cinco anos.

Forum da Juventude do PRS Pro-congresso em conferência de imprensa

 Radio Voz Do Povo

A Brigada Médica Cubana na Guiné-Bissau celebrou a 16ª Jornada Científica, evento que marca as comemorações do 40º aniversário da constituição da Unidade Central de Colaboração Médica.

O evento, iniciado no dia 27 de maio, contou com a presença do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, convidado para presidir a cerimônia de encerramento. 

 Presidência da República da Guiné-Bissau

Cerimónia de XVIIª Jornada Científica da Brigada Médica Cubana na Guiné Bissau

Presidência da República da Guiné-Bissau

Pedido de Demissão: O Secretário de Estado da Ordem Pública, José Carlos Macedo Monteiro, entregou esta sexta-feira (31/05) ao Chefe de Estado a sua carta de pedido de demissão.

O secretário de Estado da Ordem Pública da Guiné-Bissau, José Carlos Macedo Monteiro, apresentou hoje o pedido de demissão ao Presidente da República, anunciou o próprio. 👇 

Fonte: Radio Voz Do Povo

Morreu um dos militares detidos no "caso 1 de Fevereiro" na Guiné-Bissau

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Por Lusa  31/05/24
Um dos militares detidos no que ficou conhecido como o "caso 1 de Fevereiro" na Guiné-Bissau, Papa Fanhe, morreu hoje no hospital militar da capital guineense, disseram à Lusa fontes judiciais e militares.

Papa Fanhe, de 37 anos, "morreu na última madrugada" no Hospital Militar Central de Bissau, onde se encontrava em tratamento médico e para onde foi transferido das celas da Base Aera de Bissalanca.

O antigo guarda-costas do ex-primeiro-ministro guineense, Aristides Gomes, era um dos detidos da tentativa de golpe de Estado de fevereiro de 2022 e a morte ocorre na véspera do julgamento do caso, marcado para terça-feira.

O militar era capitão-de-fragata e foi um dos cerca de 50 detidos há mais de dois anos, entre civis e militares, acusados de tentativa de golpe de Estado no dia 01 de fevereiro de 2022.

Fonte familiar disse à Lusa que o militar tinha sido autorizado pelo Ministério Público, civil, a sair da prisão "por não existirem provas contra si".

A fonte observou que a ordem "nunca foi respeitada" e nos últimos dias a saúde do Papa Fanhe piorou e foi transferido para o hospital, onde morreu na madrugada de hoje.

No dia 1 de fevereiro de 2022, homens armados atacaram o palácio do Governo onde decorria a reunião do Conselho de Ministros.

O encontro era dirigido pelo Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló.

Da ação morreram 11 pessoas, na sua maioria elementos do corpo de segurança dos governantes.

O Presidente guineense e o Estado-Maior General das Forças Armadas disseram tratar-se de uma tentativa de golpe de Estado.

O julgamento de alguns dos acusados, concretamente 25 detidos está marcado para terça-feira e será feito pelo Tribunal Militar da Guiné-Bissau.

Entre os arguidos, que vão sentar-se no banco dos réus, estará o ex-chefe da Armada guineense, o vice-almirante, José Américo Bubo Na Tchuto, apontado pelo poder político como sendo o líder da intentona.

Fonte da justiça militar explicou à Lusa que dos 25 pronunciados para irem a julgamento, alguns "ainda continuam a monte".

Segundo a fonte, só deverão comparecer na sala do julgamento, na Base Aérea de Bissalanca, 12 pessoas "entre civis e militares", às 10:00 horas (11:00 em Lisboa).

Leia Também: Terra Ranka critica português por declarações sobre Guiné-Bissau 


Zelensky diz que não vale a pena temer pelo início da 3.ª Guerra Mundial - é que já começou, garante

Por  CNN Portugal,   31/05/2024
Em entrevista ao Guardian, o presidente ucraniano afirma ainda que a hesitação de Biden sobre uso de armas ocidentais em território russo fez com que Moscovo se risse da Ucrânia. E sublinha: Os EUA precisam de "acreditar mais" na Ucrânia

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky criticou a hesitação do presidente dos EUA, Joe Biden, em autorizar o uso de armas ocidentais contra alvos em terreno russo. Numa entrevista ao Guardian, Zelensky afirma mesmo que a indecisão da Casa Branca permitiu que as forças do Kremlin se "rissem" da Ucrânia ao mesmo tempo que continuam a "caçar" ucranianos. “Penso que é absolutamente ilógico ter armas [ocidentais e não usá-las contra alvos russos] e ver os assassinos, os terroristas, que nos estão a matar do lado russo. Penso que, por vezes, eles estão a rir-se desta situação”, afirma presidente ucraniano.

Zelensky destaca que a falta de ação do governo dos EUA resultou na perda de vidas ucranianas e pediu a Biden que superasse os seus receios sobre uma possível escalada nuclear com Moscovo. Sublinha também a necessidade de armas de longo alcance para atingir alvos dentro do território russo, uma linha vermelha que a Casa Branca ainda não autorizou. “Irá aumentar significativamente a nossa capacidade de combater as tentativas russas de atravessar a fronteira em massa."

Na noite de quinta-feira, os EUA deram um pequeno passo ao permitir que algumas armas americanas fossem usadas pela Ucrânia para defender a cidade de Kharkiv. Contudo, Zelensky argumentou que esta medida não é suficiente e que a Ucrânia precisa de armas "poderosas" de longo alcance, como os mísseis Storm Shadow fabricados no Reino Unido, para se defender de forma eficaz.

Na entrevista ao Guardian, Zelensky enfatizou que os EUA precisam de "acreditar mais" na Ucrânia e que a Rússia "não entende nada além da força". "Não somos o primeiro nem o último alvo", diz Zelensky, que compara Vladimir Putin a Adolf Hitler. "Putin não é louco, ele é perigoso, o que é muito mais assustador."

O presidente ucraniano revelou ainda que novas armas dos EUA ainda não chegaram em quantidades suficientes para equipar brigadas adicionais no nordeste da Ucrânia, onde as forças russas estão a avançar.

"Esta é a verdadeira Terceira Guerra Mundial"
Na entrevista ao jornal britânico, Zelensky mencionou que pediu ao ex-primeiro-ministro britânico Boris Johnson para fazer lóbi junto de Donald Trump antes de uma votação crucial no Congresso dos EUA em abril passado, através da qual foram aprovados 61 mil milhões de dólares em ajuda à Ucrânia. Descreveu tanto Johnson quanto o líder trabalhista britânico Keir Starmer como "bons rapazes" e elogiou a política consistente do Reino Unido em relação à Ucrânia.

Zelensky referiu também que as negociações de paz com a Rússia são irrealistas, pois acredita que qualquer acordo seria violado por Putin. Alertando que uma pausa nos combates permitiria que Moscovo se fortalecesse e atacasse novamente, deu uma outra garantia: "Esta é a verdadeira Terceira Guerra Mundial", afirma, destacando que Putin não pára se vencer na Ucrânia e que vai continuar a procurar reformular ainda mais as fronteiras europeias, atacando outras nações.


Leia Também: Armas ocidentais em solo russo. Quem diz 'sim' e quem diz 'não'? 


Dia Mundial sem tabaco: Deixar de fumar tem benefícios logo nos primeiros 20 minutos. Sabia?

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Por  Notícias ao Minuto  31/05/24

Existem múltiplas razões para deixar de fumar. Eis algumas das mais convincentes.

Quase todos os fumadores conhecem os efeitos negativos que o tabaco tem para a saúde. Mesmo assim, convém relembrar os efeitos deste hábito, assim como os múltiplos benefícios de deixar de fumar, especialmente hoje, 31 de maio, no Dia Mundial Sem Tabaco. Alana Biggers, uma médica, enumerou, na Healthline, alguns exemplos e quando os começa a sentir.

Benefícios de deixar de fumar (e quando começa a senti-los):
  • 20 minutos depois de deixar de fumar: o ritmo cardíaco baixa. Geralmente, "os cigarros fazem subir a tensão arterial e aumentam o ritmo cardíaco". Por isso, normalmente, "o ritmo cardíaco começa a descer para níveis normais 20 minutos após o último cigarro";
  • Oito a 12 horas depois de deixar de fumar: o nível de monóxido de carbono no sangue desce. Caso não saiba, "o monóxido de carbono faz aumentar o ritmo cardíaco e provoca falta de ar", explica a médica. Felizmente, neste intervalo de tempo, "o nível de monóxido de carbono no sangue diminui e o oxigénio no sangue aumenta";
  • 48 horas depois de deixar de fumar: a sua capacidade de cheirar e saborear melhora. Sim, "as terminações nervosas danificadas pelo tabaco começam a crescer novamente, melhorando o olfato e o paladar";
  • Duas semanas a três meses depois de deixar de fumar: o risco de ataque cardíaco diminui. Geralmente, "a melhoria da circulação, a diminuição da pressão arterial e do ritmo cardíaco, assim como a melhoria dos níveis de oxigénio e da função pulmonar reduzem o risco de ataque cardíaco";
  • Um a nove meses depois de deixar de fumar: sentirá menos falta de ar e tossirá menos. É provável que "a tosse, a falta de ar e a congestão sinusal diminuam" e que sinta "mais energia em geral";
  • Um ano depois de deixar de fumar: o seu risco de doença cardíaca reduz para metade. "Fumar aumenta significativamente o risco de doenças cardíacas";
  • Cinco  anos depois de deixar de fumar: o risco de AVC (acidente vascular cerebral) diminui. É possível que o risco seja equivalente ao de "alguém que nunca fumou nos cinco a 15 anos seguintes a deixar de fumar";
  • 10 anos depois de deixar de fumar: o risco de cancro do pulmão diminui Pode ser o equivalente a o de uma pessoa que nunca fumou e, além disso, o risco de desenvolver outros cancros diminui significativamente;
  • 15 anos depois de deixar de fumar: o risco de doença cardíaca diminui. Fica o mesmo que o de alguém que nunca fumou. É ainda provável que tenha "um colesterol mais baixo, um sangue mais fino (o que reduz o risco de coágulos sanguíneos) e uma tensão arterial mais baixa".

Leia Também: Tabaco matará mais de oito milhões de pessoas por ano até 2030 


"Os egos estão a travar o desenvolvimento da Guiné-Bissau"

Escola na Guiné-Bissau  Foto: DW   Djariatú Baldé   DW

Greve de cinco dias na Saúde e na Educação volta a trazer à tona os desafios nos dois setores. Sociólogo guineense diz que um grande problema é o ego dos políticos, que impede o desenvolvimento do país.

Os setores da Saúde e Educação continuam a carecer de quase tudo para um bom funcionamento. Além dos baixos salários, que os profissionais dessas áreas denunciam, há falta de condições de trabalho, infraestruturas precárias, ausência de equipamentos modernos e pouco investimento.

As sucessivas greves nos últimos anos também têm prejudicado o funcionamento das escolas e dos serviços de saúde na Guiné-Bissau. Esta semana, houve mais uma greve da Frente Social, uma organização que reúne sindicatos de ambos os setores.

Em entrevista à DW, o sociólogo guineense Tamilton Teixeira afirma que a falta de sensibilidade e de compromisso político tem contribuído para o agravamento de todos esses problemas. "Sem a estabilidade política desejável, é impossível ter sistemas de saúde e de educação de qualidade", diz Teixeira.

DW África: Qual é o atual estado dos setores da saúde e educação na Guiné-Bissau?


Tamilton Teixeira (TT): É um quadro estrutural de crise que se revela cada vez mais caótico por falta de visão e de estratégias claras e definidas. Isso leva a greves recorrentes sem que os pontos acordados sejam realmente solucionados.

DW África: Decorre atualmente mais uma vaga de greve nos dois setores, a terceira desde o início do ano. O que falta? Porque é que estas paralisações continuam a acontecer?

TT: A estrutura da saúde pública guineense é praticamente ineficiente para os desafios atuais e não atende à demanda nacional. O setor da saúde pública nunca foi reformado, tem um modelo arcaico sem meios adequados de funcionamento, como exige a medicina moderna.

Tamilton Teixeira: "Precisamos de compromissos, responsabilidade e uma visão clara"
Além disso, a política de formação e de contratação de recursos humanos não é clara. Jovens que terminam a formação não têm encaminhamento profissional definido, apesar do país precisar de médicos e enfermeiros. É inaceitável que recém-formados passem anos estagiando sem efetivação.

No setor da educação, as políticas também são descoordenadas e os salários são baixos.

DW África: Qual tem sido o impacto destas greves constantes na vida dos cidadãos guineenses?

TT: Os guineenses estão numa situação em que parece que a falta de saúde e educação já não faz tanta diferença. No interior do país, a situação ainda é pior, com aulas em condições precárias e falta de profissionais. O impacto é grave. A Guiné-Bissau apresenta os piores indicadores de saúde e educação na sub-região.

A instabilidade política agrava a situação, tornando impossível a existência de sistemas de saúde e educação de qualidade.

DW África: Em concreto, como resolver esses problemas e ultrapassar esta situação?

TT: É preciso que os guineenses tomem consciência de que os tempos mudaram, globalmente, e que os egos – o excesso de personalismo – estão a substituir as instituições do Estado. Isso tem matado a possibilidade de a Guiné-Bissau se desenvolver.

Precisamos de compromissos, responsabilidade e uma visão clara. Quem vai para a vida política, quem quer governar, deve ter um projeto realista para o país.

DW África: Como mobilizar mais dinheiro para a educação e para a saúde?

TT: O problema da Guiné-Bissau não é a capacidade de mobilizar fundos, mas a falta de seriedade dos gestores públicos e a instabilidade política. Sem estabilidade, qualquer financiamento será inútil. Precisamos de políticas eficazes para que os recursos sejam bem utilizados.

O secretário-geral da NATO disse hoje confiar numa utilização "responsável e de acordo com o direito internacional", por parte da Ucrânia, do armamento doado pelo Ocidente e usado em território russo, após um alívio parcial norte-americano.

© Getty Images/Omar Havana
Por Lusa  31/05/24 
 Stoltenberg confia em uso "responsável" de armamento ocidental em território russo
O secretário-geral da NATO disse hoje confiar numa utilização "responsável e de acordo com o direito internacional", por parte da Ucrânia, do armamento doado pelo Ocidente e usado em território russo, após um alívio parcial norte-americano.


"Muitos Aliados deixaram claro que aceitam que a Ucrânia esteja a utilizar as armas que recebeu para se defenderem, inclusive atacando alvos imediatos dentro da Rússia, especialmente quando esses equipamentos militares são utilizados em ataques diretos em solo russo, [mas] todos esperamos que isso seja feito de acordo com o direito internacional e de forma responsável", afirmou o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês), Jens Stoltenberg.

Nas declarações prestadas à chegada ao segundo e último dia da reunião informal dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, na cidade checa de Praga, o responsável escusou-se a especificar, mas reforçou: "É claro que todos partimos do princípio de que isso será feito de uma forma responsável".

Jens Stoltenberg salientou que "a Rússia atacou a Ucrânia e esta tem o direito de se defender, o que inclui também atacar alvos militares ilegítimos dentro da Rússia", assinalando ser "muito difícil para a Ucrânia defender-se se não lhe for permitido utilizar armas avançadas para repelir esses ataques".

A posição surge depois de, na quinta-feira, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ter dado autorização à Ucrânia para que use armamento de origem norte-americana para atacar alvos russos, desde que limitados à defesa da cidade de Kharkiv, mantendo-se a política de Washington de que a Ucrânia não deve utilizar armas provenientes dos EUA para atacar dentro das fronteiras russas.

Também na quinta-feira, Jens Stoltenberg havia pedido aos Aliados que revejam as restrições colocadas ao armamento ocidental usado pela Ucrânia em território russo, sugerindo que as limitações poderiam ser "reconsideradas" dada a evolução da guerra.

Na última semana, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fez um apelo para que o país possa utilizar armamento disponibilizado pelo Ocidente para atingir posições militares no território russo.

A questão está longe de ser consensual e há vários países do bloco político-militar que querem continuar a limitar a utilização do armamento ocidental à defesa ucraniana no seu próprio território.

Ataques ao território russo com armamento fornecido pelo Ocidente poderiam ser interpretados pelo Kremlin como um envolvimento direto no conflito e levar a uma escalada.

A República Checa, Finlândia, Canadá e Polónia já anunciaram que não se opõem à utilização do armamento que enviaram para a Ucrânia para atingir o território russo.

Na quarta-feira, o ministro português da Defesa, Nuno Melo, considerou que "qualquer pessoa normal" compreenderia a utilização de armamento por parte da Ucrânia, em "ações defensivas", contra alvos militares em território russo, uma posição pessoal que disse não comprometer o Governo.

Nas declarações de hoje em Praga, Jens Stoltenberg referiu que o encontro dos chefes da diplomacia da NATO servirá ainda para "discutir os preparativos para a cimeira de julho", nomeadamente no que toca ao reforço do apoio à Ucrânia e quando "os Aliados têm prestado um apoio sem precedentes à Ucrânia".

Na passada terça-feira, foi assinado em Lisboa um acordo de cooperação e segurança com a Ucrânia que prevê o compromisso de Portugal fornecer a Kiev apoio militar de pelo menos 126 milhões de euros este ano, incluindo contribuições financeiras e em espécie.

A invasão russa do território ucraniano foi lançada a 24 de fevereiro de 2022.


Biden autoriza uso limitado de armas dos EUA contra alvos na Rússia

© Anna Moneymaker/Getty Images
Por Lusa

O Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, deu autorização à Ucrânia para que use armamento de origem americana para atacar alvos russos, desde que limitados à defesa da cidade de Kharkiv, disseram duas fontes à agência AP.

Os dois responsáveis norte-americanos, que pediram para não serem citados devido à sensibilidade do tema, sublinharam que se mantém a política de Washington de que a Ucrânia não deve utilizar armas provenientes dos Estados Unidos para atacar dentro das fronteiras russas.

De acordo com o jornal 'online' Politico, que deu a notícia em primeira mão, a Casa Branca decidiu, nos últimos dias, dar "flexibilidade" à Ucrânia para se defender de ataques na fronteira perto de Kharkiv.

"Na prática, a Ucrânia pode agora usar armas providenciadas pelos Estados Unidos da América para abater mísseis russos em direção a Kharkiv, sobre tropas que se estejam a reunir junto da fronteira ou para atacar bombardeiros que estejam a lançar bombas sobre território ucraniano", pode ler-se na notícia do Politico, que cita quatro fontes, também sem as identificar.

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, pediu hoje aos Aliados que revejam as restrições colocadas ao armamento ocidental usado pela Ucrânia em território russo, sugerindo que as limitações poderiam ser "reconsideradas" dada a evolução da guerra.

"Temos de reconhecer que os Aliados estão a prestar muitos tipos diferentes de apoio militar à Ucrânia. Alguns deles impuseram restrições à utilização dessas armas, outros não impuseram quaisquer restrições às armas que forneceram à Ucrânia, estas são decisões nacionais, mas penso que, à luz da forma como esta guerra evoluiu face ao início, quando quase todos os combates tiveram lugar em território ucraniano, [...] creio que chegou a altura de reconsiderar algumas destas restrições", declarou o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês).

Intervindo numa conferência sobre os 75 anos da NATO, que antecede a reunião informal dos chefes da diplomacia da Aliança Atlântica na cidade checa de Praga, Jens Stoltenberg lembrou que, dois anos após a invasão russa da Ucrânia, "a maior parte dos combates pesados tem tido lugar ao longo da fronteira entre a Rússia e a Ucrânia", com a linha da frente a ser "o lado russo da fronteira".

O responsável frisou que a reavaliação sobre este alívio de restrições deveria acontecer para "permitir que os ucranianos se defendam efetivamente".

Na última semana, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fez um apelo para que o país possa utilizar armamento disponibilizado pelo Ocidente para atingir posições militares no território russo.

A questão está longe de ser consensual e há vários países do bloco político-militar que querem continuar a limitar a utilização do armamento ocidental à defesa ucraniana no seu próprio território.

Ataques ao território russo com armamento fornecido pelo Ocidente poderiam ser interpretados pelo Kremlin como um envolvimento direto no conflito e levar a uma escalada.