sexta-feira, 31 de maio de 2024

Biden autoriza uso limitado de armas dos EUA contra alvos na Rússia

© Anna Moneymaker/Getty Images
Por Lusa

O Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, deu autorização à Ucrânia para que use armamento de origem americana para atacar alvos russos, desde que limitados à defesa da cidade de Kharkiv, disseram duas fontes à agência AP.

Os dois responsáveis norte-americanos, que pediram para não serem citados devido à sensibilidade do tema, sublinharam que se mantém a política de Washington de que a Ucrânia não deve utilizar armas provenientes dos Estados Unidos para atacar dentro das fronteiras russas.

De acordo com o jornal 'online' Politico, que deu a notícia em primeira mão, a Casa Branca decidiu, nos últimos dias, dar "flexibilidade" à Ucrânia para se defender de ataques na fronteira perto de Kharkiv.

"Na prática, a Ucrânia pode agora usar armas providenciadas pelos Estados Unidos da América para abater mísseis russos em direção a Kharkiv, sobre tropas que se estejam a reunir junto da fronteira ou para atacar bombardeiros que estejam a lançar bombas sobre território ucraniano", pode ler-se na notícia do Politico, que cita quatro fontes, também sem as identificar.

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, pediu hoje aos Aliados que revejam as restrições colocadas ao armamento ocidental usado pela Ucrânia em território russo, sugerindo que as limitações poderiam ser "reconsideradas" dada a evolução da guerra.

"Temos de reconhecer que os Aliados estão a prestar muitos tipos diferentes de apoio militar à Ucrânia. Alguns deles impuseram restrições à utilização dessas armas, outros não impuseram quaisquer restrições às armas que forneceram à Ucrânia, estas são decisões nacionais, mas penso que, à luz da forma como esta guerra evoluiu face ao início, quando quase todos os combates tiveram lugar em território ucraniano, [...] creio que chegou a altura de reconsiderar algumas destas restrições", declarou o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês).

Intervindo numa conferência sobre os 75 anos da NATO, que antecede a reunião informal dos chefes da diplomacia da Aliança Atlântica na cidade checa de Praga, Jens Stoltenberg lembrou que, dois anos após a invasão russa da Ucrânia, "a maior parte dos combates pesados tem tido lugar ao longo da fronteira entre a Rússia e a Ucrânia", com a linha da frente a ser "o lado russo da fronteira".

O responsável frisou que a reavaliação sobre este alívio de restrições deveria acontecer para "permitir que os ucranianos se defendam efetivamente".

Na última semana, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fez um apelo para que o país possa utilizar armamento disponibilizado pelo Ocidente para atingir posições militares no território russo.

A questão está longe de ser consensual e há vários países do bloco político-militar que querem continuar a limitar a utilização do armamento ocidental à defesa ucraniana no seu próprio território.

Ataques ao território russo com armamento fornecido pelo Ocidente poderiam ser interpretados pelo Kremlin como um envolvimento direto no conflito e levar a uma escalada.


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