quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023
Instituto da Mulher e Criança reinaugurou hoje o centro de documentação em sua Sede em Bissau
SISMO NA TURQUIA Número de mortos devido a sismo na Turquia ultrapassa os 12 mil
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POR LUSA 08/02/23
O número de mortos provocados pelo sismo que abalou a Turquia e a Síria na segunda-feira ultrapassou os 12 mil, segundo um novo balanço provisório divulgado, esta quarta-feira, por autoridades e equipas de resgate.
Nas áreas controladas pelo Governo da Síria, 1.262 pessoas morreram e outras 1.730 morreram em áreas rebeldes, de acordo com os Capacetes Brancos (voluntários da proteção civil).
Na Turquia, o balanço é de pelo menos 9.057 mortos.
O sismo de magnitude 7,8 na escala de Richter atingiu o sudeste da Turquia e o norte da vizinha Síria. Foi seguido de várias réplicas, umas das quais de magnitude 7,5.
Nos dois países atingidos pelo terramoto, também há mais de 58.000 feridos, muitos com fraturas e outras lesões graves.
Na Turquia, 6.444 edifícios em dez províncias do sudeste desabaram, segundo o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que hoje de manhã reconheceu que as autoridades inicialmente tiveram problemas nos esforços de resgate.
"No primeiro dia houve alguns problemas, mas no segundo e hoje as coisas estão sob controlo. Vamos começar a remover os escombros e a nossa meta é reconstruir as casas em Kahramanmaras e nas outras cidades afetadas dentro de um ano", prometeu.
Além disso, Erdogan anunciou uma ajuda financeira para as vítimas no valor equivalente a 495 euros por pessoa afetada.
Por sua vez, na Síria, mergulhada numa guerra civil há mais de uma década, as informações sobre as vítimas e afetados vêm, por um lado, do Governo de Bashar al-Assad e, por outro, do último enclave do país controlado pela oposição, cercado por forças governamentais apoiadas pela Rússia.
O número de vítimas "deve aumentar consideravelmente devido à presença de centenas de famílias sob os escombros das casas destruídas", disse o grupo de resgate Capacetes Brancos, que atua em áreas de oposição, acrescentando que as operações de resgate permanecem em condições em "difíceis circunstâncias".
Nas áreas controladas por Damasco, quase 300.000 pessoas foram forçadas a deixar as suas casas, enquanto o Governo de Assad abriu 180 abrigos para acomodar os afetados e mobilizou 157 unidades móveis para as províncias afetadas.
COMUNICADO SOBRE A SITUAÇÃO DOS GUINEENSES NA TURQUIA
A Câmara do Comércio assinou com K-Polygone, empresa multinacional, para aquisição de navio de transporte, com vista a facilitar o comércio entre o Benim, a Guiné-Bissau, a Gâmbia e o Senegal, com segurança.
Brevemente, os empresários guineenses vão poder explorar a via marítima para importação e exportação de mercadorias a nível da sub-região.
A Câmara do Comércio assinou com K-Polygone, empresa multinacional, para aquisição de navio de transporte, com vista a facilitar o comércio entre o Benim, a Guiné-Bissau, a Gâmbia e o Senegal, com segurança.
"Balões chineses sobre países dos cinco continentes", acusa Washington
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POR LUSA 08/02/23
A China lançou "no decurso dos últimos anos" uma "frota de balões destinados a operações de espionagem" em todo o mundo, afirmou, esta quarta-feira, a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre.
"Balões chineses foram detetados sobre países dos cinco continentes", em "violação da respetiva soberania", declarou a porta-voz numa conferência de imprensa, alguns dias depois de os Estados Unidos terem abatido uma aeronave não-pilotada chinesa que sobrevoava o seu espaço aéreo - que as autoridades de Pequim disseram ser de origem civil e fazer investigação meteorológica e Washington considera servir para espiar instalações militares sensíveis.
Segundo outro dos porta-vozes da Casa Branca, John Kirby, a China trabalha há anos nesse "programa" de balões para operações de espionagem que já sobrevoaram regiões de todo o mundo.
"Trata-se de um programa em que os chineses estão a trabalhar há vários anos. Tentaram melhorá-lo, expandiram-no e puseram-no em prática, tudo com o objetivo de obter informação confidencial", disse o porta-voz no centro de imprensa estrangeira.
Kirby adiantou que Washington está a falar com os seus aliados de todo o mundo para lhes oferecer informação sobre o alcance desse programa de espionagem chinês e, sem fornecer mais pormenores, indicou que hoje serão revelados novos dados sobre esta matéria.
"Os Estados Unidos não são a única nação que foi afetada por isto. E consideramos que é importante que os nossos parceiros e aliados tenham informação sobre isto", observou.
Os Estados Unidos abateram no sábado um "balão-espião" chinês que andava há dias a sobrevoar várias zonas do país, como o Estado do Montana, no nordeste, onde se situa um dos três campos de silos de mísseis nucleares existentes em território norte-americano.
A China admitiu que o balão lhe pertence, mas disse que se tinha extraviado da rota devido a ventos fortes e que é usado para fins meteorológicos, não para espionagem.
Os Estados Unidos também anunciaram na sexta-feira que tinham detetado outro "balão-espião" sobre a América Latina, o que o governo chinês também admitiu, embora continuando a manter que o dirigível não representava "qualquer ameaça".
Questionado sobre tal balão, Kirby explicou que o governo do presidente Joe Biden determinou que esse dirigível não constituía "uma ameaça militar" para a região, a mesma conclusão que os serviços secretos norte-americanos retiraram sobre o balão chinês que sobrevoou os Estados Unidos.
Os países sobre os quais foi detetado o aparelho foram a Costa Rica, a Colômbia e a Venezuela, segundo diferentes fontes.
A descoberta destes "balões-espiões" desencadeou uma crise diplomática entre Washington e Pequim e motivou a suspensão de uma viagem já agendada do secretário de Estado, Antony Blinken, ao país asiático.
GUERRA NA UCRÂNIA: Envio de caças por Londres à Ucrânia terá "consequências em todo o mundo"
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Notícias ao Minuto 08/02/23
As palavras são da embaixada da Rússia no Reino Unido, que já reagiu ao possível envio de caças por Londres à Ucrânia.
A embaixada da Rússia no Reino Unido já reagiu ao possível envio de caças por Londres à Ucrânia, alertando que terá "consequências políticas e militares" não só no continente europeu, como também em "todo o mundo".
Segundo a Reuters, a hipótese que foi admitida pelo ministro da Defesa britânico, Ben Wallace, que vai estudar o envio como uma possível "solução a longo prazo".
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky utilizou a viagem surpresa ao Reino Unido para apelar ao envio de aviões de combate para o seu país, chamando-lhes "asas para a liberdade".
Apesar da pressão do antigo primeiro-ministro Boris Johnson para aceitar o pedido, o seu sucessor Rishi Sunak ainda não assinou o plano.
Sunak anunciou anteriormente planos para treinar pilotos ucranianos, abrindo-lhes eventualmente o caminho para poderem pilotar caças da NATO.
ONG diz que regime sírio continua a atacar rebeldes em zonas afetadas
© Reuters
POR LUSA 08/02/23
Uma organização não-governamental turco-síria denunciou, esta quarta-feira, que o regime sírio de Bashar al-Assad continua a bombardear posições dos rebeldes sírios mesmo depois de estas terem sido afetadas pelos sismos registados na segunda-feira no noroeste da Síria e na Turquia.
"Chegam-nos relatos que dão conta de que há zonas afetadas pelo terramoto e que estão a ser bombardeadas pelo regime sírio. A crueldade do regime sírio continua, não deixa apoiar [as populações afetadas] e tem estado a bloquear todo o tipo de apoios internacionais", disse à agência Lusa Fatih Sanli, diretor executivo da organização não-governamental (ONG) turca SOLARIS, que atua também no norte e noroeste da Síria.
As acusações de Fatih Sanli, entrevistado pela Lusa por telefone, não foram ainda confirmadas por fontes independentes.
"[O apoio às populações sírias] só pode chegar através do regime sírio. Sabemos o que aconteceu no passado. Tal como aconteceu no passado, o regime sírio não vai permitir que nada chegue às pessoas que mais necessitam. Nessas zonas tudo está bloqueado, tudo está muito difícil", acrescentou Fatih Sanli, igualmente consultor de direitos humanos em várias ONG e institutos sírios e turcos.
Para o diretor executivo da SOLARIS, organização que congrega um grupo de cidadãos preocupados com uma visão global para uma mudança sustentável no mundo, os sismos de magnitude, primeiro de 7,8 e, depois, de 7,5, na escala de Richter que assolaram a região são os "mais mortíferos" desde 1800, tal como lhe indicaram vários especialistas em sismologia.
"É muito mau. O número de pessoas afetadas é muito maior que a população inteira de Portugal. Só na Turquia são 13 milhões e mais de cinco a seis milhões na Síria. Há zonas na Síria em que ainda ninguém conseguiu chegar e o mesmo se passa em áreas na Turquia", sublinhou.
Apesar de a situação na Turquia estar melhor organizada do que na Síria, o número de mortos nos dois países será "bastante superior" aos cerca de 8.600 já anunciados por Ancara e aos mais de 2.660 na Síria, observou Fatih Sanli.
O responsável pela SOLARIS admitiu poderem ser verdadeiras as várias estimativas de especialistas que dão conta de que ainda estarão sob os escombros mais de 40.000 pessoas só na Turquia, não havendo indicações sobre esse mesmo número na Síria.
"Infelizmente, é um número maior de mortes do que no sismo de 1999 que aconteceu na Turquia. É mesmo muito, muito mau. Há muitos desaparecidos. Estima-se que mais de 40.000 pessoas estejam sob os escombros na Turquia nas localidades próximas da cidade de Kahramanmaras, onde foi registado o epicentro do sismo, que estão praticamente destruídas", adiantou.
Fatih Sanli elogiou a pronta ajuda da comunidade internacional, mas lamentou a chegada tardia das equipas e dos equipamentos de busca e salvação, que chegarão já depois das primeiras 72 horas pós os abalos, "críticas para salvar vidas".
"Há também os problemas do tempo. Está frio, está a nevar, chove em muitas zonas e há temperaturas abaixo de zero, o que também não ajuda nada", acrescentou o responsável da SOLARIS, que indicou ter voluntários da organização no terreno para ajudar a minorar os problemas com que se debatem os sobreviventes, que ficaram sem nada.
"Mas ainda há muito a fazer sobretudo na parte síria [controlada pelos que combatem o regime de Bashar al-Assad]. A única organização que está no terreno a apoiar as pessoas é a ligada aos 'Capacetes Brancos' [os socorristas voluntários nas zonas rebeldes na Síria]. Seja na Síria seja na Turquia, já foi feita muita coisa, mas ainda é insuficiente. E poderá haver ainda sobreviventes sob os escombros, mas é muito difícil saber", disse.
Para os sobreviventes, pediu Fatih Sanli, é necessário "muita coisa" -- "precisam de muitas coisas, os bebés, as crianças e, como está frio, é preciso aquecimento, roupas, sapatos, comida (conservas), tal como os voluntários que estão no terreno".
"Na Turquia a situação é muito melhor do que na Síria. Há hospitais, clínicas, médicos e enfermeiros. As Forças Armadas chegaram tarde, mas começaram agora a apoiar as operações no terreno, com alimentação e alojamento, que é o mais necessário", acrescentou.
O diretor executivo da SOLARIS apelou também ao povo português para enviar bens materiais para a Síria.
"Na semana passada, estivemos em Portugal [em conjunto com o diretor e fundador do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), Fadel Abdul Ghany] a falar da guerra e dos crimes contra a humanidade cometidos na Síria, que continuam, e agora vem esta catástrofe que vem piorar ainda mais a situação", lamentou.
MALAYSIA AIRLINES: Investigadores internacionais apontaram hoje "fortes indícios" de que o presidente russo, Vladimir Putin, enviou aos separatistas ucranianos o míssil que derrubou o voo MH17 da Malaysia Airlines sobre a Ucrânia em 2014.
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POR LUSA 08/02/23
Investigadores comprometem Putin no abate de voo da Malaysia Airlines
Investigadores internacionais apontaram hoje "fortes indícios" de que o presidente russo, Vladimir Putin, enviou aos separatistas ucranianos o míssil que derrubou o voo MH17 da Malaysia Airlines sobre a Ucrânia em 2014.
"Há fortes indícios de que o presidente russo decidiu fornecer o Buk TELAR aos separatistas", disse a equipa conjunta de Investigação Internacional (JIT), num comunicado, que reconheceu que Putin não poderá ser processado por gozar de imunidade conferida a um chefe de Estado.
Contudo, os investigadores anunciaram ainda que vão suspender a investigação sobre a queda do voo MH17 da Malaysia Airlines sobre a Ucrânia em 2014, alegando falta de provas para prosseguir.
"Neste momento, a investigação atingiu o seu limite. Todas as pistas foram esgotadas. A investigação está, portanto, suspensa. Não há provas suficientes para prosseguir com o processo", disse a procuradora holandesa Digna van Boetzelaer durante uma conferência de imprensa em Haia.
O avião da Malaysia Airlines voava de Amsterdão para Kuala Lumpur quando foi atingido em 17 de julho de 2014 sobre a parte do leste da Ucrânia controlada por rebeldes pró-Rússia. Morreram todas as 298 pessoas a bordo.
O anúncio de suspensão de trabalhos por parte da JIT ocorre menos de três meses depois de um tribunal holandês ter condenado dois russos e um ucraniano pelo assassínio dos passageiros e tripulantes do MH17, depois de os ter julgado à revelia.
Hoje, os investigadores concluíram que o Presidente russo foi responsável pelo envio do míssil usado no ataque.
Na conferência de imprensa em Haia, a equipa de investigação divulgou um telefonema intercetado em que um assessor das autoridades russas diz que o atraso no envio do míssil ocorreu "porque só há um que decide (...), aquele que está atualmente em alta na França", numa referência a Putin.
Contudo, Vladimir Putin goza de imunidade como chefe de Estado, tornando impossível qualquer tentativa de processá-lo, explicaram os investigadores.
"Embora estejamos a falar de fortes indícios, o limite de provas completas e conclusivas não foi alcançado", acrescentaram os procuradores, explicando a suspensão do processo de investigação.
Associação Académica de Escola Nacional de Educação Física e do Desporto exige do governo, celeridade na contratação dos Professores para aquele instituição de Ensino Superior.
As exigências foram tonardo público esta quarta-feira (08.02), numa conferência de imprensa, no qual o presidente da Associação Académica de único Escola de formação dos professores na educação física e do desporto.
Samuel Quemesse revela que, já estão impaciente para com o Ministério do Ensino Superior e Investigação Científica.
Radio TV Bantaba
Conferência de Imprensa conjunta de Ministério da Saúde Pública e União Europeia, UNICEF.
O Governo através do Ministério do Turismo e Artesanato lança oficialmente O Guia do Investimento Turístico no país.
No quadro de Prossecução das acções do Ministerio do Turismo e Artesanato com vista ao desenvolvimento do setor na Guiné-Bissau, que passa também obrigatoriamente pela incrementação de investimentos estrangeiros no país.
Radio Voz Do Povo
"Sabemos que a Rússia perderá e vitória [da Ucrânia] mudará o mundo"... Volodymyr Zelensky
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POR LUSA 08/02/23
O presidente da Ucrânia discursou hoje no parlamento britânico. Zelensky referiu em particular o antigo primeiro-ministro Boris Johnson por ter convencido aliados a ajudar a Ucrânia.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, destacou hoje o apoio do Reino Unido "quando o mundo ainda não tinha chegado a compreender como reagir" a ameaça da Rússia.
Num discurso hoje no parlamento britânico, no âmbito de uma visita inesperada, lembrou que "Londres tem estado com Kyiv desde o primeiro dia, desde os primeiros segundos e minutos da guerra" e que estendeu "uma mão amiga quando o mundo ainda não tinha chegado a compreender como reagir".
Zelensky referiu em particular o antigo primeiro-ministro Boris Johnson por ter convencido aliados a ajudar a Ucrânia "quando parecia absolutamente difícil" e aos deputados em geral pela "coragem e caráter na altura, forte carácter britânico".
O líder ucraniano deixou uma mensagem de confiança e segurança na vitória do seu país. "Sabemos que a liberdade vencerá, sabemos que a Rússia perderá e realmente sabemos que a vitória mudará o mundo e esta será uma mudança que o mundo precisa há muito tempo", indicou.
Indicou, ainda, que se deslocou a Westminster Hall em nome dos soldados ucranianos. "Vim aqui e estou diante de vós em nome dos bravos, em nome dos nossos guerreiros que estão, neste momento, nas trincheiras debaixo de fogo da artilharia inimiga, em nome dos nossos artilheiros e todos os defensores do céu, que protegem a Ucrânia contra aeronaves e mísseis inimigos", afirmou.
TURQUIA/SISMO: O balanço do sismo de segunda-feira na Turquia e na Síria ultrapassou os 11.200 mortos, de acordo com os números oficiais divulgados hoje.
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POR LUSA 08/02/23
Após sismos, o número de mortos ultrapassa 11.200 na Turquia e na Síria
O balanço do sismo de segunda-feira na Turquia e na Síria ultrapassou os 11.200 mortos, de acordo com os números oficiais divulgados hoje.
Na Turquia, já foram registados 8.574 mortos, anunciou o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ao visitar a cidade de Kahramanmaras, onde foi registado o epicentro do sismo, citado pela agência francesa AFP.
Na Síria, um país em guerra, foram retirados 2.662 corpos dos escombros, mas os Capacetes Brancos (voluntários da proteção civil) nas áreas rebeldes disseram que há centenas de pessoas ainda sob os escombros de edifícios.
Médicos e autoridades sírias disseram que 5.000 pessoas ficaram feridas.
Erdogan disse que 50.000 pessoas feridas foram resgatadas na Turquia três dias após a catástrofe.
"Tivemos dificuldades no início com os aeroportos e nas estradas, mas hoje é melhor e será ainda melhor amanhã", disse Erdogan, numa resposta a crescentes críticas no país face à lentidão das operações de socorro.
"Mobilizámos todos os nossos recursos, o Estado está a fazer o seu trabalho com a Afad [agência de ajuda pública] e os municípios envolvidos com todos os meios à sua disposição", acrescentou, citado pela AFP.
Erdogan, que está no poder desde 2003 e deverá ser reeleito em maio, também anunciou a distribuição de 10.000 libras turcas (494 euros, ao câmbio atual) a cada família afetada.
O sismo de magnitude 7,8 na escala de Richter atingiu o sudeste da Turquia e o norte da vizinha Síria.
Foi seguido de várias réplicas e de um novo terramoto de magnitude 7,5, que os especialistas disseram ter sido consequência do primeiro.
A Síria pediu hoje ajuda à União Europeia (UE) para os trabalhos de socorro através do mecanismo europeu de proteção civil, tal como já tinha feito a Turquia.
A UE já mobilizou 25 equipas de busca e salvamento, envolvendo cerca de 1.200 socorristas de 21 países, incluindo Portugal, para ajudar as autoridades turcas nas operações de resgate.
A ajuda internacional começou a chegar na terça-feira à Turquia, onde foi declarado um luto nacional durante sete dias.
O balanço provisório de 8.574 mortos é já o pior na Turquia desde 1999, quando um sismo de magnitude 7,6 perto de Izmit provocou mais de 17 mil mortos, incluindo mil em Istambul.
O sismo de Izmit foi seguido de uma réplica com uma magnitude de 7,2 três meses mais tarde, que ocorreu ao longo da mesma falha.
Os dois sismos de segunda-feira ocorreram em falhas separadas, mas próximas, segundo cientistas citados hoje pelo diário norte-americano The Wall Street Jounal (WSJ).
O sismo inicial libertou um 'stress' acumulado que foi depois transferido para uma falha próxima, resultando num segundo sismo nove horas mais tarde, de acordo com os cientistas do instituto norte-americano de geologia (USGS, na sigla em inglês).
Com base no tempo e na proximidade, os dois terramotos são considerados parte do mesmo evento sísmico, que ocorreu na intersecção de três placas tectónicas, segundo a cientista do USGS Dara Goldberg.
"Sabemos que as fronteiras tectónicas são os locais que apresentam riscos sísmicos significativos e normalmente pensamos naqueles onde duas placas se encontram", disse Goldberg ao WSJ.
"Uma junção tripla é muito mais complicada porque há três placas que se encontram no mesmo local", referiu.
O primeiro sismo ocorreu na falha da Anatólia Oriental, que corre no eixo Norte-Sul, enquanto o segundo terramoto ocorreu na falha de Malatya, que corre na direção Este-Oeste.
A pouca profundidade do hipocentro (local no interior da Terra onde ocorreu a rutura e libertação de energia) dos dois sismos, cerca de 18 quilómetros o primeiro e 10 quilómetros o segundo, contribuiu para o nível de destruição.
O sismologista britânico Stephen Hicks explicou ao WSJ que a vasta quantidade de energia libertada não tinha espaço suficiente para se dissipar antes de atingir as infraestruturas na superfície.
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Presidente Zelensky aterrou em Londres para visita ao Reino Unido
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POR LUSA 08/02/23
O presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, aterrou no aeroporto londrino de Stansted esta manhã para a sua primeira visita ao Reino Unido desde a invasão da Ucrânia pela Rússia a 24 de fevereiro de 2022.
As televisões britânicas transmitiram a chegada num avião da Força Aérea britânica ao aeroporto no norte da capital britânica e o trajeto de automóvel até ao centro de Londres.
Durante a visita, o líder ucraniano deverá encontrar-se com o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, antes de proferir um discurso no Parlamento britânico e visitar uma base militar em Inglaterra onde militares ucranianos estão a ser treinados.
O Rei Carlos III também receberá o presidente em audiência no Palácio de Buckingham, em Londres.
Esta é a primeira vez que Zelensky deixa o território ucraniano desde a visita a Washington a 21 de dezembro, onde foi recebido na Casa Branca pelo presidente, Joe Biden, e falou perante o Congresso dos EUA.
O chefe de Estado ucraniano também é esperado em Bruxelas esta semana, na sequência de um convite para participar presencialmente numa cimeira do Conselho Europeu, agendada para quinta e sexta-feira.
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TURQUIA/SISMO: A Medica Guineense Djamila Djalo faz parte da equipa médica que está a prestar assistência aos feridos de sismo que se verificou na Turquia no domingo passado.
Papa denuncia "vergonha" de envio de armas para guerras em África
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POR LUSA 08/02/23
O Papa Francisco denunciou hoje a "vergonha" que é enviar armas para alimentar guerras em países como o Sudão do Sul e a República Democrática Congo (RDCongo), apelando ao mundo para parar de "explorar África".
O Papa recordou na audiência geral de hoje a sua viagem recente aos dois países e descreveu a RDCongo como "uma terra rica em recursos e ensanguentada por uma guerra que nunca acaba, porque há sempre quem alimente o fogo".
A RDCongo "é como um diamante, devido à sua natureza, aos seus recursos, e sobretudo ao seu povo; mas este diamante tornou-se uma fonte de contenção, de violência, e paradoxalmente de empobrecimento para o povo", afirmou Francisco.
"É uma dinâmica que também se encontra noutras regiões africanas, e que se aplica em geral a esse continente, colonizado, explorado, saqueado. Já chega, já chega de explorar África", acrescentou.
Quanto ao Sudão do Sul, explicou que aquele país jovem, nascido em 2011, "é vítima da velha lógica de poder e rivalidade, que produz guerra, violência, refugiados e pessoas deslocadas internamente".
O Papa disse que convidou as autoridades do país "a virarem a página, a levarem por diante o acordo de paz assinado em 2018 e o [respetivo] roteiro" e "a dizerem decididamente 'não' à corrupção e ao tráfico de armas e 'sim' ao encontro e ao diálogo".
É "vergonhoso que tantos países ditos civilizados ofereçam ajuda ao Sudão do Sul, materializado no envio de armas e mais armas. Isto é vergonhoso", disse.
Francisco rezou então para que as sementes de "amor, justiça e paz" brotem nestes países.
UNESCO: Um terço das crianças no mundo sem acesso a água potável na escola
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POR LUSA 08/02/23
Um terço das crianças no mundo não tem água potável na escola, o que afeta a sua saúde e limita a sua capacidade de aprendizagem, segundo um relatório publicado hoje pela UNESCO.
"À escala global, quase uma em cada três escolas não tem água potável (...). Uma em cada três escolas não tem saneamento básico. Quase metade das escolas não tem instalações para lavar as mãos com água e sabão. O progresso é muito lento", de acordo com o documento publicado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
"Crianças em países com baixos rendimentos têm menos probabilidade de frequentar escolas que forneçam esses serviços básicos, sendo que a cobertura é menor em África subsaariana e no Pacífico", referiu o texto.
Esta falta de infraestruturas impede que as escolas ofereçam "um ambiente seguro que proteja as crianças contra doenças, como a covid-19, os parasitas, as doenças respiratórias e a diarreia", declarou à agência de notícias AFP a coordenadora desta publicação da UNESCO, Emilie Sidaner.
Esta situação representa um desafio sobretudo para as raparigas e, por vezes, até para as professoras, que "não podem ir à escola durante o período menstrual", o que dificulta o "acesso equitativo à educação das raparigas", referiu Sidaner, especialista em saúde e alimentação escolar.
No Butão, um quarto das raparigas não vão à escola em determinados momentos durante o período menstrual, o que também é o caso de uma em cada cinco raparigas na Costa do Marfim e uma em cada sete em Burkina Faso, observou a coordenadora do documento.
O impacto também é forte na subnutrição infantil, porque as escolas, sem água potável, não podem preparar refeições para os seus alunos, observou Sidaner.
Para a responsável, "e preciso investir mais em água e saneamento", realçando que a fome retira a concentração e a vontade de aprendizagem dos alunos.
"Se os alunos não são saudáveis, bem alimentados e protegidos na escola, será mais difícil adquirirem os conhecimentos que o ambiente escolar lhes poderia transmitir", lamentou Emilie Sidaner.
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SISMOS: Balanço ultrapassa os 9.500 mortos após sismo na Turquia e na Síria
© Lusa
POR LUSA 08/02/23
O último balanço provisório dos sismos que atingiram a Turquia e a Síria indica a morte de 9.500 pessoas, no conjunto dos dois países.
Na Turquia, 6.957 corpos foram retirados dos escombros de acordo com a Afad, organismo de socorro turco que contabiliza pelo menos 37 mil feridos.
Segundo as autoridades e médicos sírios, contabilizam-se 2.547 mortos no norte da Síria.
As equipas de resgate mantêm-se nos locais mais afetados pelo sismo de segunda-feira esperando encontrar sobreviventes nos escombros.
A Turquia envolveu mais de 60 mil pessoas em missões de resgate e salvamento, mas como as zonas devastadas são muito afastadas entre si torna-se difícil chegar a todos os pontos afetados.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan esteve na cidade de Pazarcik, epicentro do sismo, e deve deslocar-se hoje à província de Hatay.
Nas últimas horas, as televisões turcas noticiaram o salvamento de uma criança de três anos de idade que se encontrava desde segunda-feira sob os escombros de um edifício na cidade de Kahramanmaras, perto do epicentro.
Poucas horas depois um rapariga de 10 anos de idade foi retirada dos escombros da casa onde residia em Adiyaman.
Mesmo assim, os casos de salvamento de sobreviventes são raros, até porque as baixas temperaturas afetam de forma grave os sobreviventes assim como dificultam seriamente o trabalho das equipas de socorro.
Até ao momento mais de 12 países enviaram equipas de salvamento para a Turquia.
Na Síria a situação é considerada muito grave devido ao isolamento das povoações mais afetadas e numa região muito afetada pela guerra que se prolonga desde 2011.
As regiões sírias atingidas pelo sismo situam-se nos últimos redutos da oposição ao regime de Damasco onde operam grupos armados oposicionistas e membros de grupos extremistas islâmicos.
Na segunda-feira à tarde, no nordeste sírio, os residentes encontraram um recém nascido que sobreviveu à mãe pelo córdão umbilical.
A mãe não resistiu aos ferimentos tendo todos os membros da família morrido na sequência do sismo.
Na Síria, nas zonas controladas pela oposição encontram-se milhares de civis: refugiados e deslocados internos que vivem em tendas e dependem da ajuda humanitária distribuída pelas organizações não-governamentais.
Segundo, Adelheid Marschang, responsável pela Organização Mundial de Saúde que se encontra no local mais de 23 milhões de pessoas podem vir a necessitar de ajuda de emergência nas zonas afetadas da Turquia e da Síria.
Na Turquia, muitas pessoas estão a dormir em carros ou em abrigos montados pelo Governo.
"Não temos tendas, não temos sequer um fogão. Não temos nada. As nossas crianças estão em más condições. Estamos encharcados devido à chuva e os miúdos andam por aí ao frio", disse à Associated Press, Asyan Kurt.
"Não morremos do tremor de terra nem de fome, mas vamos morrer de frio", acrescentou.
Erdogan disse que 13 milhões de pessoas na Turquia foram afetadas pelos efeitos destrutivos do tremor de terra e em relação à Síria as Nações Unidas garantem que vão utilizar todas "as vias possíveis" para fornecer ajuda aos sobreviventes das zonas controladas pela oposição.