A insatisfação dos populares de Safim (região de Biombo), vem na sequência de abate das árvores em curso, como primeiros sinais para a construção da autoestrada anunciada no passado mês de Janeiro.
Uma equipa de operadores de motosserras iniciaram a abater árvores arredores daquele troço que liga Safim ao aeroporto, para facilitar nivelamento de terrenos e escavações pelos tratores. Sendo que, a sua intervenção é que não está agradar proprietários e beneficiários das árvores em causa.
No mês Setembro, um grupo de técnicos afetos à obra, passaram a registar as árvores a serem retiradas na qual sinalizaram-as com o X vermelho, como sinal de aviso aos seus donos, mas sem uma notificação formal, segundo relatou à nossa reportagem um dos inquietos da situação.
"Isto aconteceu hoje na nossa casa, e tem dois nomes: Primeiro, falta de respeito pelos direitos dos cidadãos e dos seus bens; e segundo, é falta de sensibilidade e total desconhecimento da importância das árvores e do meio ambiente para a sobrevivência das pessoas.
E o mais agravante é que contrataram pessoas que chegam e começam a abater as árvores sem pedir autorização e sem falar sequer com os proprietários". Explicou.
Confrontados com a situação, os homens de motosserras justificaram que não são culpados pelo derrube das árvores. "Nós simplesmente fomos contratados para fazer o nosso trabalho, após uma identificação feita", justificou.
Para os populares de Safim, esses nem se quer saúdam antes de atuar.
"Chegam nem tempo para dizer "bom dia" têm para com as pessoas. Ali que costumo colocar minha mesa de peixe e legumes que vendo, para além desta, veja ali aquela mangueira que já derrubaram", lamentou uma senhora de quatro filhos alegando que a mangueira vai lhe dar falta...
"Não sei dos bens que consideram a serem indemnizados, porque estão a abater mangueiras, laranjeiras, cajueiros e outras plantas que com toda paciência plantamos, sem nos dizer nada. Mas que devia merecer preocupação do governo, a não ser desconhecer do valor de um árvore para vida humana". Desabafo de um jovem da zona.
De salientar que no passado dia 22 de Janeiro o Governo fez o lançamento da primeira pedra para a construção da referida infraestrutura rodoviária, financiado pela República Popular de China, orçado em cerca de 30 milhões de dólares, cujas obras serão executadas num prazo de dois anos.
Ainda no ato, o Presidente da República recomendou ao Governo a proceder indemnizações aos proprietários dos imóveis e móveis atingidos pelo projecto.
O Governo guineense disponibilizou três mil milhões de francos CFA para indemnizar os proprietários dos móveis e imóveis atingidos pelo projecto da construção da auto-estrada Aeroporto/Safim.
Por: João Paulo Djata
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